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Ilicitude e Culpabilidade 24/02/15 Art. 18 - Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Fato típico = conduta + resultado + nexo causal + tipicidade Conduta – comportamento humano voluntário doloso ou culposo Dolo – comportamento humano endereçado a um resultado consciente Só existe tipicidade se tiver comportamento culposo ou doloso Dolo Espécies de dolo DOLO DE DIREITO – agente quer certo resultado Dolo indireto – não consegue identificar o resultado DOLO EVENTUAL – agente não quer resultado, mas assume o risco de produzi-lo Dolo alternativo – o agente quer um ou outro resultado, o que conseguir perfeito Motorista bêbado não quer matar ninguém, mas sabe que não pode e continua a dirigir, assume risco Dolo de dano – deseja a efetiva lesão a um bem jurídico. Se tiver dano é crime de dano Dolo de perigo – pratica uma conduta que só causa risco de dano. Conduta que gera um risco um perigo ao bem jurídico. Basta expor a perigo vida ou segurança que crime está consumado. Dolo genérico – não exige um fim Dolo especifico – com fim de... para tal ato se não conseguir provar não é aquele crime. Aquele crime exige modalidade especifica, exige um fim especifico para configurar o tipo penal Dolo geral ou erro sucessivo “aberratio causal” – agente quer um resultado, erra na fase de execução. Erra quando ao momento da consumação, responderá pelo resultado e pode aumentar o tempo da pena. Queria matar a facada, mas morreu afogado quando jogou no mar Exaurimento – crime já consumado mas agente continua a realizar alguma conduta. Não muda tipo penal, mas pode aumentar a pena 03/03/15 Crimes culposos 1) pressuposto, previsibilidade (resultado) a. subjetivo – do agente b. objetivo – homem médio Para analisar tem que ver se tem previsibilidade, se a pessoa se empregar é previsível o acidente ? Para falar que conduta é culposa precisa prever Homem médio – é o senso comum, tem bom senso. Tem aquela capacidade mental mediana É a previsibilidade do homem médio que leva em conta e não subjetivo que é do agente Se o homem médio não esqueceria tem previsibilidade Modalidades Imprudência – ação que cria risco, criação desnecessária de perigo Negligencia – omissão, falta de atenção (esqueceu filho dentro do carro) Impericia – pessoa tem um conhecimento prévio, técnico, habilidade. A partir do momento que não emprega seus conhecimentos é imperito. (medico esqueceu tesoura dentro do paciente). Um profissional que deixa de observar suas regras técnicas Se não tem previsibilidade não tem imperícia, imprudência e negligencia Só há crime culposo quando houver previsão legal Espécies de culpa Culpa consciente – há previsibilidade pelo agente, mas acredita que o resultado não irá acontecer Culpa inconsciente – ou comum, o agente não previu o resultado Dolo X Culpa Elemento subjetivo do tipo: o que o agente estava pensando, faz parte analisar o que o agente quis � Dolo eventual – Agente não quer o resultado Resultado é previsto Não se obstem de nenhum ato Assume o risco DANE-SE Culpa consciente – Não quer o resultado Resultado é previsto Não assume o risco Acredita na não ocorrência dos resultados DANOU-SE � Preterdolo Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente Além do dolo, além do que o agente queria Conduta dolosa – agente deseja determinado resultado, o resultado que acontece é mais grave e não é o desejado (culposo) crimes qualificados pelo resultado – roubo seguido de morte � Qualificadoras – circunstancia, meio, motivo de execução para conseguir vantagem, se acontecer gera agravamento parte especial Privilegiadora – se diminui pena máxima, é o contrario de qualificadora parte especial Causas de aumento – roubo com arma aumenta 1/3 parte especial Agravantes - Causa que menos agrava Art. 61 O juiz vai agravar de um mínimo possível Causa que menos aumento é 1/6 Parte especial Parte geral Causa de diminuição de pena - agente não realiza, tem diminuição 1/3 arrependimento eficaz parte especial Atenuantes – Menos benéfica Mínimo da diminuição é de 1/6 Parte geral Parte especial � 10/03/15 Crimes culposos Nos crimes culposos não quer a intenção, responderá por aquilo que causou Não tem como falar em tentativa na culpa própria Culpa imprópria É um erro de tipo, discriminante putativa Não é um crime culposo, na verdade é uma conduta dolosa mas receberá a reprimenta de um crime culposo É uma analogia, pega conduta dolosa e aplica pena do crime culposo Erro de tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Ou erro sobre elementos constitutivos do tipo penal Agente age dolosamente, mas tem uma noção ERRADA da realidade Erra sobre a situação/realidade Exemplo: está em acampamento, atira achando que será atacado, quando vê matou amigo que foi assusta-lo Preenche todos os requisitos necessários, atirou para matar, mas errou sobre alguns elementos que compõem o tipo penal, neste caso errou sobre o “alguém” Erro de tipo – é quando o agente se imagina em uma situação que se fosse real sua condição não seria crime Se o homem médio também teria errado é um erro inevitável, justificável que as pessoas normais também cometeriam Neste caso exclui-se o dolo, e exclui a culpa. É uma excludente de tipicidade em que exclui o fato típico Se houver previsão por crime culposo, se o erro for possível de ter sido evitado mas não o foi, pode-se punir o agente pela pena do crime culposo se prevista em lei Exclui o dolo, mas permite a permissão por culpa se previsto em lei Não se admite tentativa nos crimes culposos, mas admite a aplicação da pena de um crime culposo na forma tentada. Erro invencível ou escusável – exclui o dolo e a culpa, tem excludente de tipicidade Erro vencível ou inescusável – exclui o dolo, permite a punição por culpa previsto em lei Quando a pessoa está em erro, o legislador exclui o dolo e exclui também a possibilidade a titulo de culpa Mas se foi um erro que poderia ter evitado não condena por dolo mas com titulo de culpa Erro sobre as excludentes de ilicitude Legitima defesa Estado de necessidade Estrito cumprimento de um dever legal Exercício regular de direito A pessoa acha que está na situação de descriminante putativo, acha que está em perigo, em uma excludente de tipicidade Descriminates putativas É o erro sobre os elementos que constituem a ilicitude É achar que está em legitima defesa, mas esta em erro de tipo Art. 20 § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Erro determinado por terceiro Art. 20 § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro Responde pelo crime o agente provocador Tem que analisar se o erro é vencível ou invencível Erro sobre a pessoa Art. 20 § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Consideram-se as validades da pessoa pretendida e não dapessoa atingida Exemplo: esposa contrata matador de aluguel para matar marido, mas mata pessoa errada Erro na execução / “aberratio ictus” Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Responderá por crime como se tivesse acertado pessoa pretendida e não da pessoa atingida Erro sobre a ilicitude do fato Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Erro de tipo – agente erra sobre a realidade e age de acordo com aquilo que imaginou, assim acha que não está praticando nenhum tipo penal Acha que está em legitima defesa, que está realizando uma conduta permitida Se inevitável isenta de pena, se evitável poderá ter redução de pena 1/6 a 1/3 Quando é isento de pena é uma excludente de tipicidade/culpabilidade O fato típico é ilícito, mas a culpabilidade do agente é excluída Pessoa erra porque desconhece que aquilo que está fazendo é ilícito ou porque para ela o que está fazendo não é crime Exemplo: manter em cativeiro animal silvestre (maritaca que quis ficar aqui) Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 17/03/15 Coação Coação é uma ameaça, uma pessoa ameaçando outra para que faça determinada conduta O coator é quem pratica a coação e o coagido é aquele que sofre a coação Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem Espécies de coação � Física (violência) Resistível Irresistível Moral (ameaça) Resistível Irresistível � Coação física Exercida no corpo humano Exemplo – Anderson Silva faz com que meus dedos acionem o gatilho Corpo como marionete nas mãos do coator NÃO tem conduta controlada pela pessoa Irresistível – Agiu por causa do coator Não tem controle sobre seu corpo Não é conduta, não tem comportamento voluntário É uma excludente de tipicidade Não tem poder de escolha Exemplo: sonâmbulo que pratica o crime Resistível – Sofrendo coação mas de forma que podia resistir Responde pelo crime, mas tem atenuante de pena Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III - ter o agente: c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; Praticou crime a coação que podia resistir Coação moral O coagido tem o poder de escolher o que está sendo exigido ou não aceitar Irresistível – Só é punível o autor da ação Exemplo: caso do gerente Não poderia exigir do coagido algo diferente do que foi exigido É uma excludente de culpabilidade Isenta de pena coagido Resistível – Poderia ter resistido Exemplo: fala que vai matar o cachorro Circunstancias atenuantes Art. 65, III, c Na lei quando se refere a coação irresistível é a coação moral, a ameaça, aquela que o agente tem poder de escolha Culpabilidade Imputabilidade – agente capaz Conhecimento da ilicitude – pessoa com conhecimento que é ilícito Exigibilidade de conduta diversa – tem que ser possível praticar outra conduta mas mesmo assim escolhe aquela Ou seja, para um crime ser culpável precisa ter um agente capaz mentalmente, pessoa que saiba que o que está fazendo é ilícito e tem que ser possível praticar outra conduta mas mesmo assim escolhe aquela Quando o agente pratica o crime sobre coação ele pode preencher esses elementos, mas pela ameaça não dá para exigir que tenha outra conduta, tem uma excludente de ilicitude Obediência hierárquica Para ser excludente de culpabilidade precisa ser uma ordem “gritantemente” ilegal Tem que ser emanada de funcionário publico Cumprimento estrito da ordem, o excesso é punível Não é uma coação é uma ordem Ordem pode ser legal, ilegal, ou aquela que não é visivelmente ilegal, não sabe se é certo Exemplo: “dê um jeito naquela pessoa” uma ordem não gritantemente ilegal, cada um interpreta de uma maneira SOMENTE cargo publico, se não tem não é hierárquico Quem está cumprindo não pode ser uma ordem gritante senão responderá também Se praticou em razão da hierarquia mas sem saber tem atenuante (art. 65, III, c) Só responde pelo crume quem emitiu a ordem, pois o subordinado não poderia fazer outra coisa senão fosse cumprir a ordem, não sabia se a ordem era legal ou ilegal O subordinado responderá pelo crime quando a ordem for ilegal e sabia da ilegalidade ou quando a ordem não for proveniente de um superior hierárquico ou quando ele cumpre essa ordem fora dos estritos termos Causas que excluem as ilicitudes A lei traz algumas situações expressamente definidas que permitem as pessoas praticarem condutas típicas O art. 23 fala das situações que permitem praticar condutas típicas, será um fato típico mas licito Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade / II - em legítima defesa / I - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito Excludentes de ilicitude ou antijuricidade Estado de necessidade Legitima defesa Exercício regular de um direito Estrito cumprimento do dever legal Estado de necessidade Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Dois ou mais bens jurídicos estão em uma situação de risco, em que um pode ser sacrificado, situação de perigo, vida x vida Exige: Situação de perigo Perigo deve ser atual Perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio Perigo não pode ter sido causado pelo agente Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo Se por lei tem o dever legal de agir não pode negar justificando estar em perigo Se derrubar uma das fases conduta foi praticada em excesso, ilicitude permanece Se própria pessoa causou perigo não estava em estado de necessidade Tem patrimônio, vida, bem em perigo causada por ação de perigo, epidemia, naufrágio Não vale para perigo iminente, só vale quando está acontecendo Se causou perigo dolosamente responderá Se causou perigo culposamente alguns doutrinadores eliminam estado de necessidade. Tem dois entendimentos. Conduta lesiva Inevitabilidade do comportamento Razoabilidade do sacrifício Conhecimento da situação justificante Para salvar vida de criança lesou patrimônio de alguém Preenche todos os requisitos, não foi ele que causou o perigo, não tinha o dever de enfrentamento Comportamento do agente era inevitável Se juiz disser que deveria ter tido outro comportamento ele responderá dolosamente ou culposamente dependendo a situação Se elimina estado de necessidade conduta será típica e ilícita Conhecimento da situação de perigo – “ o agente desejando sequestrar a vitima acaba salvando-a de um perigo sem saber” O agente tem que ter conhecimento da situação de perigo Se o sacrifício for um bem jurídico menos razoável o juiz não isentará, mas pode aplicar causa dediminuição de pena Vida por vida tem mesmo valor 24/03/15 Legitima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente5 dos meios necessários4, repele injusta agressão1, atual ou iminente2, a direito seu ou de outrem3. Para ter legitima defesa, para poder excluir a ilicitude da conduta de alguém, precisa preencher todos os 6 itens, se faltar 1 deles já elimina legitima defesa ataque humano que legitima a repulsa legitima defesa exige um ataque, uma agressão que parta do homem se está prestes a ser agredido por um animal está sem situação de perigo se a agressão parte do ser humano você pode repelir, barrar, sem que o que pratique seja considerado ilícito para repelir precisa ser preenchido alguns requisitos Agressão injusta Agressão atual ou iminente Agressão a direito próprio ou alheio Uso de meios necessários à repulsa Moderação dos meios necessários Conhecimento da situação justificante Agressão injusta – é aquela agressão que não há justificativa, parte de uma conduta sem proteção legal Se foi provocada a agressão será justa, gera uma atenuante mesmo não justificando o ato A agressão tem que estar acontecendo ou estar para acontecer, na iminência (agressor está mirando) Legitima defesa real – é aquela legitima defesa onde efetivamente existe uma agressão humana injusta e utiliza dos meios necessários para se proteger, tem a repulsa a essa agressão Legitima defesa putativa – imaginou que estava prestes a ser atacado (pessoa está tirando documento do bolso e a outra acha que está sacando uma arma, essa outra pessoa saca primeiro a arma e atira) Na legitima defesa putativa de legitima defesa putativa tem como exemplo os dois inimigos que acham que um vai matar o outro Quem vai barrar essa repulsa está protegendo seu próprio bem, vida. Ou essa pessoa que está repelindo essa agressão está protegendo o bem alheio Legitima defesa própria – agressão se dirige ao próprio agente e repele a agressão Legitima defesa de terceiro – um terceiro está sofrendo agressão e outra pessoa repele a agressão Tem que analisar se utilizou os meios corretos da repulsa, se soube dosar a natureza da agressão ou defesa e também analisar se excedeu o uso moderado dos meios necessários Tem que conhecer a situação que está na iminência de sofrer Excesso Doloso / Culposo Quando excede os atos são considerados dolosos ou culposos e descaracteriza a legitima defesa Em um júri se respondeu não a alguma pergunta esta diante de excesso Ofendículos São aparatos que se utilizam para proteger o patrimônio (cerca elétrica, cão de guarda, armadilhas) É aquele instrumento que só é acionado quando há o ataque Legitima defesa preordenada – uma situação em que o objeto só será acionado quando houver um ataque, tem que estar de acordo com a regulamentação Não pode ser um ofendículo com excesso, quando excede pode ser doloso ou culposo Exercício regular de um direito – (maioria dos doutrinadores utilizam) desde que haja dentro do que a norma permite, aquele ofendiculo no momento que disparar será exercido um exercício regular de direito Estrito cumprimento do dever legal Funcionário tem o dever de agir Dever por lei Cumprimento dentro da lei O agente tem uma função, um cargo que exige um determinado comportamento Exemplo: delegado tem dever de prender A própria lei manda fazer Se tiver excesso responderá pelo resultado causado Se fez tudo certo terá excludente de ilicitude, porque ato se torna legal Exercício regular de um direito Há norma permissiva Não pode exceder Mãe tem exercício regular de direito diante filhos
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