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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO AULA 03 1. Hidraulites (Escória Granulada de Alto Forno e Pozolanas); 2. Cimento Portland – Histórico; 3. Cimento Portland – Conceitos; 4. Cimento Portland – Fabricação; 5. Cimento Portland – Pega e Endurecimento; 6. Cimento Portland – Finura; 7. Cimento Portland –Massa Específica; 8. Cimento Portland – Expansibilidade; MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO AULA 03 9. Cimento Portland – Resistência à Compressão; 10. Cimento Portland – Composição Química; 11. Cimento Portland – Calor de Hidratação. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Hidraulites • As hidraulites ou adições ativas não são aglomerantes, mas se transformam em aglomerantes na presença de determinadas substâncias, que podem estar presentes ou serem liberadas na hidratação de outros aglomerantes. As hidraulites são adições ativas usadas para formar aglomerantes compostos. • As principais hidraulites são a escória granulada de alto forno e as pozolanas; • Para serem eficientes, as hidraulites devem se apresentar como pó muito fino, sendo desejável que seja mais fino que o aglomerante a sofrer sua adição. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Hidraulites - Escória Granulada de Alto Forno • Uma das fases da fabricação do aço é a produção do ferro gusa no alto forno. O alto forno é alimentado por minério de ferro, coque e fundentes, produzindo ferro gusa e a escória; • A escória é formada com a contribuição da ganga (impurezas do minério), das cinzas do coque e dos fundentes; • Se a escória for resfriada lentamente, ela se cristaliza, resultando a escória bruta de alto forno. Se for resfriada bruscamente, se torna amorfa, resultando na escória granulada de alto forno, que tem aparência semelhante à da areia. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Hidraulites - Escória Granulada de Alto Forno • A escória granulada de alto forno endurece muito lentamente na presença de água. Para uso como aglomerante de endurecimento normal, precisa ser pulverizada e ter um ativador (funciona como catalisador, acelerando a hidratação da escória); • Como ativadores da escória granulada de alto forno, tem-se a soda, a cal e os sulfatos. Os ativadores solubilizam a escória, permitindo a cristalização da fase aquosa. O principal ativador da escória é a cal gerada na hidratação do cimento portland, formando um aglomerante composto muito comum (Cimento portland de alto forno - CPIII). MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Hidraulites - Pozolanas ou Materiais Pozolânicos • As pozolanas são materiais silicosos ou sílico-aluminosos que, por si só, possuem pouca ou nenhuma atividade aglomerante, mas, quando finamente divididos e em presença da água, reagem com o Ca(OH)2 à temperatura ambiente para formar compostos com propriedades aglomerantes; • As pozolanas podem ser naturais, geralmente requerendo moagem (cinzas vulcânicas, terras diatomáceas, etc.) ou artificiais (argila calcinada, cinzas volantes, sílica ativa, cinzas de casca de arroz, metacaulim, etc.); MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Hidraulites - Pozolanas ou Materiais Pozolânicos • Argilas Calcinadas: São obtidas por calcinação de argilas à temperatura de 600ºC a 900ºC. São fabricadas no Brasil, com destaque para o Nordeste; • Cinzas Volantes: São os resíduos pulverulentos mais finos arrastados pelos gases resultantes da queima do carvão pulverizado em centrais termelétricas. São subprodutos disponíveis em larga escala no Sul do Brasil. • As cinzas volantes têm massa específica da ordem de 2,400 kg/m³. A massa unitária no estado solto varia de 0,55 a 0,75 kg/m³. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Hidraulites - Pozolanas ou Materiais Pozolânicos • A sílica ativa, também conhecida como microssílica (nome comercial de um dos fabricantes), é um pó finíssimo (área específica da ordem de 20.000 m²/kg contra 350 a 600 m²/kg do cimento Portland) de cor acinzentada, constituída por 75 a 99 % de sílica amorfa, subproduto da fabricação de ligas de ferro-sílico metálico, produzida no Brasil. A massa específica de seus grãos é da ordem de 2,200 kg/dm³; • A adição de sílica ativa no concreto ou argamassa de cimento portland, leva a substanciais incrementos na resistência mecânica e reduz bastante a permeabilidade. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Hidraulites - Pozolanas ou Materiais Pozolânicos • Embora seja um material pozolânico, não é seu efeito pozolânico a principal vantagem de sua adição, mas sim a sua capacidade de funcionar como ponto de nucleação dos produtos de hidratação do cimento portland (reduzindo vazios); • A sílica ativa pode ser fornecida em pó (geralmente em sacos de 15, 20 ou 25 kg), ou na forma de lama espessa (pasta) contendo sílica ativa, água e aditivo superplastificante. • O principal uso da sílica ativa é em concreto de alto desempenho. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland - Histórico • Aglomerante hidráulico, mais importante entre todos os aglomerantes, patenteado em 1824, por Joseph Aspdin; • Com temperaturas de cozimento e características semelhantes às atuais se deve a Isaac Johnson, em 1845; • O nome Portland se deve a semelhança com certas rochas procedentes da ilha de Portland, na Inglaterra; • No Brasil é produzido desde 1898, sendo o cimento Santo Antônio da usina Rodovalho, o pioneiro. Atualmente (índices computados em 2013), o Brasil é o quinto maior produtor mundial de cimento portland. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland - Histórico • Aglomerante hidráulico, mais importante entre todos os aglomerantes, patenteado em 1824, por Joseph Aspdin; • Com temperaturas de cozimento e características semelhantes às atuais se deve a Isaac Johnson, em 1845; • O nome Portland se deve a semelhança com certas rochas procedentes da ilha de Portland, na Inglaterra; • No Brasil é produzido desde 1898, sendo o cimento Santo Antônio da usina Rodovalho, o pioneiro. Atualmente (índices computados em 2013), o Brasil é o quinto maior produtor mundial de cimento portland. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland - Conceitos • Cimento portland é um material pulverulento de cor cinza ou branca, constituído, principalmente, por silicatos e aluminatos de cálcio, que, misturados com água, hidratam-se com efeitos aglomerantes. Resulta da moagem do clínquer portland, com adições de gesso para regular a pega, eventuais hidraulites e materiais carbonáticos em teores limitados. • O clínquer portland é um material resultante do cozimento, até fusão incipiente (cerca de 30% de fase líquida), de uma mistura de calcário e materiais argilosos (ou parte em escória bruta de alto forno) convenientemente proporcionada (cerca de 3:1) e homogeneizada; MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland - Conceitos • A dosagem da mistura crua para formar o clínquer, varia conforme as características das matérias-primas e as propriedades desejadas para o cimento. • A análise química é fundamental no processo de produção. Os teores das substâncias presentes nas matérias-primas têm que atender determinadas relações denominadas de módulos. • Decorrente da necessidade de atender aos módulos, o calcário e a argila geralmente não são as únicas matérias-primas para a produção de clínquer. Também são utilizadas a areia e o minério de ferro para corrigir a deficiências; MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland - Conceitos • Os materiais carbonáticos adicionados assumem a forma de “filler” (forma pulverulenta) e não são adições ativas. Esta adição permite melhorar um pouco a trabalhabilidade das pastas, argamassas e concretos, funcionando como lubrificante do pó, pois se aloja entre as partículas dos outros componentes; • A adição de gesso, ao contrário dos materiais carbonáticos, é indispensável. Sem o gesso, a pega do cimento seria praticamente instantânea, devido a um componente denominado aluminato tricálcico. A quantidade de gesso adicionada é da ordem de 3%. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland - Fabricação • Extração das matérias-primas (calcário e argila). • Britagem do calcário (Dmax = 30 mm). • Dosagem da mistura crua, moagem e homogeneização: Via seca (predominante), Via semi-seca, Via semi-úmida e Via úmida; • Moagem da mistura crua no moinho de bolas (obtendo-se 80 a 90 % de material passando na peneira ABNT de abertura de 0,075 mm); • Correção da farinha crua (adições de minério de ferro, bauxita, areia etc., para adequar a composição através de faixa de valores ideais para os módulos, que são calculados com base nela). MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland - Fabricação • Cozimento em fornos rotativos por cerca de 2 a 3 horas em uma temperatura gradativamente crescente ao longo do forno até cerca de 1400ºC, obtendo-se bolas escuras chamadas clínquer; • Resfriamento e estocagem do clínquer; • Moagem do clínquer com suas adições (ou moagem das adições separadamente). A moagem separada conduz a melhores resultados, pois os grãos de clínquer e das adições têm durezas distintas (a escória, por exemplo, é mais dura que o clínquer, enquanto o calcário é menos duro) e é desejável que as hidraulites sejam mais finas que o clínquer no produto final. • Estocagem em silos; • Empacotamento ou fornecimento a granel. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland – Pega e Endurecimento • Ao adicionarmos água ao cimento ele começa a enrijecer depois de um certo tempo. O instante que este processo começa chama-se início de pega. Quando se obtém solidez, tem-se o fim da pega; • A partir do fim de pega inicia-se o endurecimento com a resistência mecânica crescendo com o passar do tempo devido à contínua hidratação do cimento; • A velocidade de crescimento da resistência é continuamente decrescente, mas, dependendo das condições, pode durar mais de 50 anos (condições ideais em laboratório); • Durante a pega há forte liberação de calor. O calor de hidratação continua a ser liberado após o fim de pega e com velocidade cada vez menor. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland – Pega e Endurecimento • Quanto maior a temperatura, mais rápida é a pega (influência mais forte). O aumento de temperatura também acelera o endurecimento. Na prática se tira partido deste fenômeno na cura térmica do concreto, que permite a obtenção de resistências maiores nas primeiras idades; • Quanto mais água, mais lenta é a pega (influência mais fraca); • Qualquer que seja o tipo de cimento portland, o tempo de início de pega não se pode dar em menos de 1 hora, conforme as normas da ABNT, para assegurar um tempo razoável de trabalho com as pastas, argamassas e concretos, sem riscos; • O fim de pega costuma ocorrer cerca de pouco mais de uma hora a duas horas depois do início de pega. As normas da ABNT recomendam valores máximos para o tempo de fim de pega, variáveis com o tipo de cimento portland. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland – Finura • Quanto mais fino for o cimento, mais superfície por unidade de volume (ou por unidade de massa) está habilitada a ser hidratada pela água. Decorre maiores resistências mecânicas iniciais das pastas, argamassas e concretos; • A finura é determinada indiretamente pela área específica dos grãos e diretamente por peneiramento. • A finura do cimento é feita pelo resíduo na peneira ABNT de abertura de malha 0,075mm (Peneira nº 200), conforme a norma NBR 11579; • A hidratação se inicia na superfície do grão. Se o grão for muito grande, perde parte de sua atividade pela não hidratação total do grão; MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland – Finura • A hidratação dos cimentos portland com adições substanciais de hidraulites (escória granulada de alto forno ou pozolana) é mais lenta. Para compensar este fato, as normas exigem destes cimentos uma finura maior. O mesmo tipo de exigência se faz para o cimento portland de alta resistência inicial, onde se deseja aumentar as resistências nas primeiras idades; • As normas de cimento portland fazem exigências variáveis de finura e área específica conforme o tipo de cimento portland, variando os valores máximos especificados de resíduo na peneira 0,075 mm de 6,0 % a 12,0 % e os valores mínimos exigidos de área específica de 240 m2/kg a 300 m2/kg. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland – Massa Específica • A massa específica do cimento portland é da ordem de 3,100 a 3,150 kg/dm³. A adição de material carbonático, permitida pelas normas, reduz um pouco estes valores. • Quando o cimento portland contém adições substanciais de hidraulites, a massa específica passa para valores da ordem de 3,000 kg/dm3, ou menos, pois as hidraulites têm massa específica inferior à do clínquer moído; Cimento Portland – Expansibilidade • O cimento não deve ser expansivo para não provocar tensões, fissuração e aumento prejudicial de volume; • Os principais responsáveis pela expansão são o CaO e o MgO; • As normas fixam limites máximos para a expansão (a frio ou a quente) com as agulhas de Le Chatelier, conforme a norma NBR 11582. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland – Resistência à Compressão • Mede-se a resistência à compressão do cimento através de uma argamassa padrão de uma parte de cimento e 3 partes de areia padronizada (areia normal), em peso, obtida pela mistura de quatro faixas granulométricas. Como a quantidade de água influi na resistência mais ainda que a areia, usa-se uma relação fixa água/cimento de 0,48, em peso, de forma que o único material que afeta a resistência é o cimento, objetivo da medida.; • As normas fixam valores mínimos para as resistências nas idades de 3, 7 e 28 dias e, em alguns casos, para 1 dia e para 90 dias. • A maioria dos tipos de cimento portland é identificada por uma sigla que inclui um número no final. Este número indica a resistência mínima em MPa que o cimento deve ter, no ensaio pela NBR 7215, na idade de 28 dias, conforme as exigências da norma correspondente ao tipo de cimento. Exemplo: CPII-F-32, CPII-E-40 (32 MPa e 40 MPa, respectivamente). • Essa resistência mínima muitas vezes é ultrapassada com folga pelos cimentos comercializados. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland – Composição Química • Antes da hidratação, a composição química do cimento portland comum se dá da seguinte distribuição: • A reação álcalis-agregado (RAA) é um processo químico onde alguns constituintes mineralógicos do agregado reagem com hidróxidos alcalinos (provenientes do cimento, água de amassamento, agregados, pozolanas, agentes externos, etc.) que estão dissolvidos na solução dos poros do concreto. • Como produto da reação forma-se um gel higroscópico expansivo. A manifestação da reação álcalis-agregado pode se dar de várias formas, desde expansões, movimentações diferenciais nas estruturas e fissurações até pipocamentos, exsudação do gel e redução das resistências à tração e compressão. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Cimento Portland – Calor de Hidratação • Ao se hidratar, o cimento gera calor em quantidade gradativamente decrescente com o tempo. Em 3 dias gera cerca de 50 % de total do calor de hidratação (que leva muitos anos); • O componente de maior geração de calor é o C3A seguido pelo C3S. Mas como o cimento contém maior teor de C3S, resulta, na verdade, ser este componente o maior gerador de calor; • A adição de hidraulites reduz o calor de hidratação. • O calor de hidratação do cimento é determinado em ensaio. Contudo, pode ser grosseiramente estimado por meio de fórmulas em função da composição química.
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