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INTENSIVO OAB SEMANAL – DIREITO PENAL – Cristiano Rodrigues Material de Apoio elaborado pela Monitora Ingrid INTENSIVO OAB SEMANAL Disciplina: Direito Penal Prof.: Cristiano Rodrigues Aula nº: 01 MATERIAL DE APOIO – MONITORIA ÍNDICE I. Anotação de Aula II. Simulado I. ANOTAÇÃO DE AULA Princípios Fundamentais do Direito Penal 1. Princípio da Legalidade ou Reserva Legal (artigo 1º do CP e artigo 5º, XXIX da CF/88) “Não há crime sem lei anterior que o defina.” Função: Proibir a retroatividade de uma lei penal incriminadora. - Princípio da Irretroatividade (artigo 2º do CP) - Princípio da Retroatividade Benéfica (artigo 2º do CP) Abolitio Criminis: Quando uma lei nova deixa de considerar como crime algo que antes era assim tratado. Consequências do Abolitio Criminis: A) Retroage afastando todos os efeitos penais condenatórios se sobrepondo até ao trânsito em julgado e apagando os antecedentes e a reincidência. B) Não afeta a esfera cível. Exemplos do Abolitio Criminis: Adultério (artigo 240 do CP), Sedução (artigo 217 do CP) e Rapto consensual (artigo 220 do CP). OBSERVAÇÃO: Crimes contra a Honra: 1) Calúnia (artigo 138 do CP) – É sinônimo de mentira a respeito da pratica de um crime. Logo, exige publicidade para que haja consumação. Como é sinônimo de mentira a prova da verdade afastará a própria tipicidade do crime de calúnia. Salvo, algumas exceções previstas no artigo 138 do CP. INTENSIVO OAB SEMANAL – DIREITO PENAL – Cristiano Rodrigues Material de Apoio elaborado pela Monitora Ingrid 2) Difamação (artigo 139 do CP) – É sinônimo de fofoca, ou seja, atribuir fatos desonrosos a alguém. Logo, exige-se a publicidade para que o crime se consume. É indiferente, se é verdade ou mentira o fato atribuído. Logo, não se admite a prova da verdade. A única hipótese de difamação em que se admite a prova da verdade é naquela que se refere ao funcionário público quanto ao exercício da função. 3) Injúria (artigo 140 do CP) – É sinônimo de xingamento. Logo, não exige publicidade para se consumar. Por ser um xingamento não admite a prova da verdade. Regra geral dos crimes contra a honra: A ação penal é privada. Movida através da queixa. Salvo, as exceções previstas no artigo 145 do CP. 2. Princípio da Pessoalidade ou Intranscendência da Pena (artigo 5º, XLV da CF/88) A pena é personalíssima, intransferível e jamais ultrapassa a pessoa do autor. Mesmo o artigo 51 prevendo que a pena de multa não paga torna-se dívida de valor, esta não perde sua natureza jurídica originária que é de sanção penal produto de crime, sendo intranscendente e não se comunicando a herança no caso de morte do autor. Princípio da Individualização das Penas (artigo 5º, XLVI da CF/88) A pena deverá atender as características individuais de cada sujeito, tanto no momento do seu cálculo, quanto da sua execução. Este princípio motivou a declaração de inconstitucionalidade do regime integralmente fechado dos crimes hediondos. Além disso, fez surgir a lei 11.464/2007 que previu novos parâmetros para a progressão em crimes hediondos, quais sejam dois quintos e três quintos (reincidentes). Desta forma, crimes hediondos praticados antes da lei terão a progressão com base na regra geral da LEP (Lei de Execução Penal), ou seja, um sexto em face da irretroatividade. Já os praticados após a lei irão progredir com os novos parâmetros que são dois quintos e três quintos. 3. Princípio da Culpabilidade ou Responsabilidade Penal Subjetiva Não há crime sem culpa (lato sensu). Sendo que está culpa pode se dar de duas formas: 1) Dolo – É a intenção é a finalidade de causar o resultado. 2) Culpa (em sentido estrito) – É sinônimo de falta de cuidado. Logo, sem dolo e sem culpa não há crime e o fato será considerado atípico. OBSERVAÇÃO: De acordo com o finalismo o dolo e a culpa caracterizam a conduta humana, o verbo e o próprio tipo penal, logo sem dolo e sem culpa não haverá conduta relevante e o fato será considerado atípico. 4. Princípio da Lesividade INTENSIVO OAB SEMANAL – DIREITO PENAL – Cristiano Rodrigues Material de Apoio elaborado pela Monitora Ingrid Lesividade: Para que haja crime a conduta do agente deverá atingir um bem jurídico alheio de forma significante. Logo, não se pode incriminar condutas que fiquem no âmbito, na esfera do próprio agente, como por exemplo a auto lesão que não é crime. OBSERVAÇÃO: Nada impede que a conduta auto lesiva acabe gerando um crime quando atingir de forma reflexa um bem jurídico alheio. Exemplos: tentativa de suicídio da mulher grávida = auto aborto (artigo 124 do CP), auto lesão para fraude a seguradora = estelionato (artigo 171 do CP). - Princípio da Insignificância Lesões ínfimas, pequenas, insignificantes a um determinado bem alheio devem ser desconsideradas e o fato reconhecido como atípico. O princípio da insignificância possui a aplicação ampla em nosso ordenamento. Não se vincula apenas a crimes patrimoniais levando se em conta muitos critérios como a reduzida ofensividade, pequena culpabilidade, repercussão social etc. Porém, o STF não aceita insignificância para as seguintes hipóteses: 1. Crimes com violência ou grave ameaça a pessoa – exemplo: roubo, 2. Tráfico de drogas (artigo 33 da lei de drogas – lei nº 11.343/2006), 3. Crime de falsificação de moeda (artigo 289 do CP) quanto ao pequeno valor falsificado. OBSERVAÇÃO: Falsificações grosseiras incapazes de iludir não dão origem a crime gerando, assim, fato atípico em face do crime impossível. OBSERVAÇÃO: De acordo com o STF, para que o fato seja típico deverá preencher a tipicidade formal, ou seja, o artigo de lei. Mas, também, a tipicidade material que se caracteriza pro uma lesão significante do bem alheio. Logo, uma lesão insignificante não produz tipicidade material e a consequência da insignificância é tornar o fato atípico. Teoria da Norma Espécies de norma penal 1. Lei Penal Incriminadora (Exemplos: artigos 121, 155 do CP) São aquelas que crimes e prevêem uma pena presente na Parte Especial do CP ou em Leis Penais Extravagantes. 2. Lei Penal Não Incriminadora Lei penal não incriminadora: É aquela que não cria crime e nem estabelece pena podendo ser explicativa quando dá um conceito, uma definição (exemplo: artigo 1º do CP) ou permissiva quando autoriza, permite uma atuação sem o fato seja crime (exemplo: artigo 25 do CP – legítima defesa). 3. Lei Penal em Branco É aquela que está incompleta e, portanto, necessita de um complemento para ser interpretada, aplicada. Sendo que será homogênea se o complemento vier também de uma lei (artigo 312 c/c artigo INTENSIVO OAB SEMANAL – DIREITO PENAL – Cristiano Rodrigues Material de Apoio elaborado pela Monitora Ingrid 327 do CP), ou ainda heterogênea quando o complemento vier de outra espécie de norma, por exemplo, uma portaria (artigo33 da Lei 11.343/2006). II. SIMULADO 2.1. FGV - 2010 - SEAD-AP - Auditor da Receita do Estado - Prova 2. Com relação aos princípios constitucionais de Direito Penal, examine as seguintes afirmativas: I reza o princípio da reserva legal que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. II de acordo com o princípio da irretroatividade, a lei penal não retroagirá, salvo disposição expressa em lei. III segundo o princípio da pessoalidade, nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, independentemente do limite do valor do patrimônio transferido. Assinale: a) se todas as afirmativas estiverem corretas. b) se somentea afirmativa III estiver correta. c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. d) se somente a afirmativa I estiver correta. e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 2.2. Prova: FCC - 2009 - DPE-SP - Defensor Público. Assinale a alternativa correta. a) Os tipos penais são criados pelo legislador, excepcionalmente, entretanto, o juiz pode, usando analogia, criar tipos penais. b) Nos tipos penais abertos a conduta não é totalmente individualizada. c) O tipo penal define condutas e personalidades criminosas. d) A lei penal em branco é inconstitucional por conter delegação de competência. e) Bens jurídicos relevantes são penalmente tutelados independentemente de tipo penal. 2.3. PC-RJ - 2008 - PC-RJ - Inspetor de Polícia. Assinale a alternativa correta. INTENSIVO OAB SEMANAL – DIREITO PENAL – Cristiano Rodrigues Material de Apoio elaborado pela Monitora Ingrid a) Expirado o prazo de validade da lei temporária, não se poderá impor prisão em flagrante àqueles que pratiquem o crime após a expiração, mas ainda será possível a instauração de processo criminal. b) Todos aqueles que praticaram o crime durante a vigência da lei temporária poderão ser processados, mesmo depois de expirado seu prazo de vigência. c) Cessada a vigência da lei temporária, consideram-se prescritos os crimes praticados durante sua vigência. d) O princípio da ultra-atividade da lei penal permite que todos aqueles que pratiquem o crime no intervalo de três anos a partir do fim do prazo de vigência da lei temporária sejam processados criminalmente. e) Terminado o prazo de vigência da lei temporária, ocorrerá a abolitio criminis, libertando-se os que estiverem presos em razão da prática do crime previsto nessa lei. GABARITO: 2.1. D 2.2. B 2.3. B
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