VIGOTSKY E O APRENDIZADO

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VIGOTSKY E O APRENDIZADO
Vygotsky teve grande contribuição para a Teoria da Aprendizagem. A Aprendizagem é um de seus principais temas abordados, apesar de não ter um uma concepção estruturada, fornece-nos reflexões utilizadas até os dias atuais pela área da Psicologia e Pedagogia. Ele enfatiza que desde o nascimento da criança o aprendizado está relacionado ao desenvolvimento sendo assim “um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas” (Vygotsky, p.101). 
Ele cita um exemplo de um indivíduo que vive isolado, ele cria um sistema de aprendizado diferenciado (sem escrita) mas não será alfabetizado. Quando o mesmo for inserido em um cotidiano que se possui acesso a alfabetização e for desligado de seu mundo e da sua convivência, será despertada a aprendizagem deste indivíduo, devida a mudança de ambiente, a inclusão de outros indivíduos e será iniciado o aprendizado. Também dá a importância que o indivíduo não se desenvolve e aprende sozinho plenamente sem o auxílio de outros indivíduos da mesma espécie. 
Dentro disso, foi identificado dois tipos de desenvolvimento: o desenvolvimento real que se refere àquelas conquistas na forma retrospectiva que já são consolidadas no indivíduo, aquelas capacidades ou funções que realiza sozinho sem auxílio de outro indivíduo, utilizando seu conhecimento de forma autônoma. Já o desenvolvimento potencial se refere àquilo que o indivíduo pode realizar com auxílio de outro indivíduo. Neste caso as experiências são muito importantes, pois ele aprende através do diálogo, colaboração, imitação. A distância entre os dois níveis de desenvolvimentos é chamado de Zona de Desenvolvimento Potencial ou Proximal, o período que o indivíduo fica utilizando um ‘apoio’ até que seja capaz de realizar determinada atividade sozinho. Para tanto, a participação do outro mais experiente é fundamental, pois resulta no desenvolvimento de formas culturalmente apropriadas. Por isso Vygotsky afirma que “aquilo que é zona de desenvolvimento proximal hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã” (VIGOTSKY, 1984, p. 98). 
Portanto, pode se afirmar que o processo de desenvolvimento passa por várias transformações através da mediação, daí o papel fundamental da interação social na construção das funções psicológicas humanas. O mediador ajuda o indivíduo a concretizar o desenvolvimento que está próximo, ou seja, ajuda a transformar o desenvolvimento potencial em desenvolvimento real.
A internalização é relacionada ao recurso da repetição onde o indivíduo apropria-se da fala do outro, tornando-a sua. Acontece no processo de socialização, porque no momento da relação com  adulto, a criança reconstrói intrinsecamente as formas culturais e o pensamento assim como as significações e os usos das palavras que foram com ela divididas, ou seja, essa socialização ocorre no dia-dia, através da fala que desenvolve com o adulto, a qual expressa o que foi internalizada a partir da ação dos indivíduos entre os objetos e entre os outros sujeitos, pois é esse o meio de comunicação entre os indivíduos para a troca de experiências.
Este processo é importantíssimo para o crescimento do funcionalismo psicológico humano, porque ele compreende uma atividade externa que deve ser mudada para se tornar uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal. Também dá importância, ao brinquedo na aprendizagem pois O brinquedo é um mundo imaginário onde a criança pode realizar seus desejos. O ato de brincar é uma importante fonte de promoção de desenvolvimento, sendo muito valorizado na zona proximal, neste caso em especial as brincadeiras de ‘faz de conta’. Através do imaginário a criança estabelece regras do cotidiano real.
REFERENCIAS
VYGOTSKY, L.S. LURIA, A. R. & LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/EPU, 1988.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
Oliveira, Marta Kohl de, VYGOTSKY – Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Editora Scipione, 1993
Miranda. Maria Irene, Conceitos centrais da teoria de Vygotsky e a prática pedagógica. Uberlandia: Ensino em Re-Vista, 13(1) : 7-28, jul.04/jul.05