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Fé e Razão no pensamento Medieval - Urbano Zilles (Resumo)

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ZILLES, Urbano. Fé e Razão no pensamento Medieval. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1993.
AUTOR
Possui graduação em Filosofia (Bacharelado) pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Imaculada Conceição(1962), graduação em Teologia (Bacharelado) pela Theologische Hochschule Beuron(1966), doutorado em Teologia pela University of Münster(1969), graduação em Filosofia (Licenciatura) pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul(1971. 
Atualmente é professor titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Membro de corpo editorial da Veritas (Porto Alegre). Membro de corpo editorial da Teocomunicação. Membro de corpo editorial da Análise & Síntese. Membro de corpo editorial do REALISMO - Revista Ibero-Americana de Filosofia Política e Filosofia do Dir. Membro de corpo editorial do Communio (Rio de Janeiro). Membro de corpo editorial da Estudos Filosóficos. Membro de comitê assessor do Centro de Documentação do Pensamento Brasileiro. 
SÍNTESE DA OBRA
3.1. Pensamento Medieval e Cristianismo
O pensamento medieval é desenvolvido em especial pela Escolástica, que teve sua origem nas catedrais, mosteiros e palácios de reis. Período marcado pela união entre poder espiritual e temporal, com ênfase no pensamento sobre o homem e sua relação com Deus. Tem sua centralidade no cristianismo, no qual a Igreja era a instância maior, tendo assim uma dominação sobre assuntos de fé. Neste período a filosofia sofre grande influência do pensamento cristão, há a construção de uma filosofia propriamente cristã. A Idade Média é vista por muitos como um tempo de sombras, a Igreja agiu em defesa da fé, resultando na inquisição, a perseguição aos hereges, à cassa as bruxas entre outras formas de repressão que foram usadas para manter a unidade da fé. Muitos autores chegam até a falar que a razão foi suprimida por causa da fé, que não existiu um pensamento filosófico no medievo. No entanto, pensar a Idade Média como um período de trevas é querer negar a sua grande riqueza e a força de seu pensamento próprio. É negar que nesta fase se constituem as universidades, surgem grandes pensadores, muitas invenções e sobre tudo uma contribuição para a organização social. Então, querer olhar para a Idade Média como período obscuro é um grande erro, pois vemos que não foi um período de trevas. Apesar de a Igreja ser a detentora do poder e do pensar, ela também foi a grande preservadora dos escritos antigos que dentro dos mosteiros foram conservados, traduzidos e comentados, escritos filosóficos que chegaram até os tempos modernos.
O cristianismo, já nos primeiros séculos, teve grandes problemas: começam a surgir às heresias; os ataques de filósofos pagãos e perseguições pelo Império Romano. Os ensinamentos de Jesus surgem não como uma nova filosofia, mas como forma de vida, uma fé revelada por Deus. Ao se deparar com a filosofia, o cristianismo vai marcar e ter uma grande influência no pensamento filosófico antigo. Para não se perder os fundamentos da fé mediante aos ataques surgem às obras apologéticas, com o intuito de defender o pensamento cristão. Com os apologetas começa uma defesa da fé pelo uso da razão. Destacam-se neste período: Clemente de Alexandria, que introduz termos filosóficos no cristianismo e busca um diálogo com a filosofia antiga reconhecendo o papel importante que esta pode ter para aprofundar a fé; São Justino que busca uma harmonia entre filosofia e cristianismo, porém o cristianismo superior à filosofia dos antigos; Tertuliano, Irineu e Hipólito vão usar da filosofia para refutar os gnósticos. O gnosticismo queria transformar a fé em gnose, o conhecimento superior da divindade. Graças às heresias os cristãos vão fazer uso da filosofia para formularem os dogmas de fé. Com o uso da filosofia os apologetas querem mostrar que a verdade está no cristianismo e não na filosofia grega. Santo Agostinho também foi favorável à filosofia no cristianismo, para ele fé e razão possui harmonia, a razão é auxilio para esclarecer a fé. O pensamento de Agostinho tem grande influência na Idade Média com seu pensamento neoplatônico cristão. Pseudo-Dionísio que criou uma forma neoplatônica cristã é um dos escritores que vai exercer grande influência no pensamento filosófico medieval. Boécio distingue-se ao conciliar fé e razão, deixando bem claro o que seja a filosofia e a teologia. Sua obra lógica foi usada na Idade Média, até a introdução das obras de Aristóteles. 
Se por um lado temos um esforço para conciliar a filosofia com o cristianismo, por outro temos alguns pensadores católicos que vão rejeitar a filosofia. Eles a consideravam como fonte das heresias, cheia de mentiras e por isso não deveria ter laço algum com o cristianismo. Dentre os pensadores que tem está concepção temos o sírio Taciano, S. Teófilo, Tertuliano e S. Hipólito.
Em resumo vemos três posições dos cristãos frente à filosofia: a primeira despreza a sabedoria, aceitando somente a revelação divina; a segunda, uma total comunhão com a filosofia a ponto de achar que a filosofia era superior à fé; e a terceira, tem um esforço de conciliar sabedoria divina como sabedoria humana, embora a fé seja superior, a filosofia tem sua importância para o aprofundamento da fé.
 A Escolástica Medieval
Chama-se escolástica o pensamento medieval que se desenvolve na idade média, a partir das escolas que foram criadas em castelos, catedrais e mosteiros. Os escolásticos tinham um método apoiado na dialética e no discurso lógico racional. Voltados na maior parte para resolver problemas religiosos, apoiavam-se em grandes obras filosóficas, teológicas e literárias. 
Nas escolas o ensino adotado era das artes liberais que se dividia no trívio (gramática, retórica, dialética ‘lógica’) e no quadrívio (geometria, aritmética, astronomia e música). Este modelo de ensino despertava o interesse filosófico, que incitavam tantos os alunos como professores a fazer investigações, assim surgiam os tratados sobre diversos assuntos. Em algumas escolas ensinava-se a teologia que era considerada como a ciência sagrada. 
A escolástica é baseada em primeiro lugar na teologia, mas para fundamentação e explicação usava-se da filosofia. Assim vemos a presença da filosofia e teologia sendo difícil querer tratar somente de uma sem recorrer à outra. Na interação entre teologia e filosofia surge a distinção entre dialéticos e antidialéticos. Os dialéticos usavam de uma dialética lógica, acreditavam que pela razão é que se chega à verdade, pois a mesma é que pode explicar e esclarecer os conceitos, deste modo à razão foi situada acima da fé. Em contra partida, os antidialéticos, que não aceitam a superioridade da razão à teologia, vão condenar os dialéticos lógicos, enfatizando que está seria outra religião que se opunha a religião verdadeira.
Podemos perceber ao longo da Idade Média duas correntes de pensamentos: a escolástica, que se caracteriza pela busca do conhecimento teórico, da investigação da verdade divina; em contra partida, temos a mística que é busca de Deus, encontro pessoal e caminho feito para Deus. Durante toda a idade média vamos ver estas duas vertentes se desenvolverem, uma influenciando a outra.
Fé e razão são temas que perduram por todo o período medievo. Os pensadores tomaram posições a partir das influências de autores e escolas. Em algumas ocasiões, fé e razão são harmônicos e em outros são distintos, no entanto não se opõem.
A Idade Média foi um período de esforço em criar uma cultura própria, e se formos analisar ela teve sucesso, porque temos grandes aspectos característicos deste período, desde a arquitetura até a formação das escolas e universidades. É também um esforço de conservação, assimilação e desenvolvimento de assuntos do mundo grego e romano.
Na escolástica desenvolve-se um método próprio que ao longo dos séculos sofreu mudanças. Primeiramente temos a lectio, a leitura das grandes obras, em especial da Palavra de Deus lida por um mestre que comentava e explicava. Em seguida temos a quaestio,onde surgem novas perguntas, além da explicação já dada, e, por último, temos a disputatio, discussões sobre as questões levantadas. Em todas estas fases temos a predominação da teologia, que por sua vez tem como argumento a autoridade da Igreja, no entanto, a filosofia também está presente nestas discursões. 
O método escolástico se desenvolve, mas, com o tempo se transformando numa postura mais lógica, colocando em crítica à própria razão. A partir daí, vai surgir a Teologia Científica que não conduz a fé, ou a experiência religiosa. Com isso vai acontecer à ruptura entre teologia e filosofia levando à decadência da escolástica.
Na Idade Média a escolástica usa de uma escrita muito rigorosa, levando em conta a parte gramatical, o sentido lógico e a exegese, tendo uma preocupação com o que é escrito e qual o sentido das palavras. Vai despertar à questão entre palavras e as coisas, que relação pode existir entre as mesmas. Este problema vai receber o nome de universais. Haverá uma longa discussão acerca dos universais, se eles existem ou não e, se existe, o que são. Em contra partida surgem os nominalista que irão contra o realismo exagerado dos universais. Para os nominalistas os universais só existem na mente, e se expressam nas palavras.
 O Problema da fé e da razão
Fé e razão será um problema constante no pensamento medieval. Podemos pensar em três momentos na evolução da filosofia medieval. Temos o começo da escolástica com o império Carolíngeo; o apogeu da escolástica que tem Tomás de Aquino o maior pensador e por último a decadência da escolástica com a separação da fé e razão. 
No renascimento Carolíngeo dá-se início a um despertar para a cultura antiga, com anseio de assimilar e viver estes modelos deixados de lado após a invasão dos bárbaros. Um período de releitura dos escritos antigos, um despertar da cultura filosófica e teológica.
Deste período temos alguns pensadores que se destacam, como João Escoto Eriúgena que tenta harmonizar filosofia e religião. Para ele a fé poderia ser provada pela razão, no entanto a razão era subordinada a fé e a revelação divina. A filosofia de Eriúgena tem três fontes: a revelação, que é superior a todo tipo de discussão; a autoridade dos Santos Padres, que pode ser coloca em discussão, pois pode estar em desacordo com a razão ou revelação e a filosofia que está a serviço da revelação. Filosofia e religião são inseparáveis, não pode ter distinção. Escoto Eriúgena conseguiu fazer uma síntese racional das correntes doutrinarias de sua época. Deu sustentação na unificação do poder secular com o religioso. 
Outra figura de destaque foi S. Anselmo de Cantuária, considerado o pai da escolástica. Com ele a filosofia cristã começar a procurar novos rumos. Para Anselmo a fé necessita da razão. Ele parte da fé, mas se usa da razão para compreender a fé. Vai dedicar-se a provar a existência de Deus, o seu objetivo era poder esclarecer pela razão os dados revelados pela fé, sem a fé não se pode chegar à verdade por isso afirma que é preciso crer para compreender.
Pedro Abelardo é outro pensador de destaque na primeira fase da escolástica. Destaca-se em especial pela sua lógica. Acreditava que a lógica era útil à teologia. Para Aberlado a razão podia esclarecer os mistérios revelados. Foi o dialético mais importante de sua época, com ele se introduz a lógica aristotélica no pensamento medieval. 
A escolástica chega ao apogeu no final do século XII. Este período vai ser de grande importância, podendo destacar às universidades, grandes centros de pesquisa, ensino e discussão. As obras de Aristóteles começam a serem difundidas. Surgem às ordens dos Dominicanos e Franciscanos que vão se difundir rapidamente por toda a Europa, das mesmas vão surgir grandes pensadores, que irão adentrar no mundo acadêmico das universidades, surgindo assim às escolas franciscanas e dominicanas.
Na escola franciscana se destacam S. Boaventura, Rogério Bacon, João Duns Escoto e Raimundo Lúlio. Boaventura se preocupa com a unidade cristã. Para ele, a filosofia é auxilio na busca do saber. O conhecimento humano fundamenta-se no conhecimento de Deus. O seu pensamento se assemelha mais ao pensamento platônico, embora tenha acolhido elementos do aristotelismo, além de aderir ao pensamento agostiniano da iluminação. Para Boaventura a razão é apenas um instrumento que conduz a Deus, o homem não conhece Deus pela razão, mas pela contemplação. 
Outro franciscano que se destacou foi Rogério Bacon. Para ele a filosofia por si só não tem valor algum, esta deve estar voltada para a teologia. O saber filosófico está contido nas Sagradas Escrituras, a filosofia haveria de garantir argumentos em favor da fé. Bacon acreditava que existam dois modos de chegar ao conhecimento: por argumento e por experimento.
João Duns Escoto, franciscano, opõe-se ao tomismo, em especial na relação entre fé e razão em que Tomás acreditava que eram harmônicas. Escoto acredita que haja pouca coisa em comum entre os dois saberes. Para Escoto as verdades da fé não são demostráveis, a fé e o amor tem mais importância do que a ciência na salvação. Distingue o que seja o objeto da filosofia e da teologia, e seus respectivos métodos. Afirma que no âmbito da fé a razão não tem valor algum, pois só pela fé é que se chega a Deus.
O franciscano Raimundo Lúlio, no seu pensamento, concebe uma metafisica descendente: “Deus é a realidade primeira e originária. É a medida suprema do ser e do conhecer, princípio, meio e fim de toda a filosofia. O mundo só é compreensível a partir de Deus” (p. 108). Tem uma visão harmônica entre fé e razão, não se pode substituir uma pela outra, pois só unidas é que se chega à sabedoria.
Na escola Dominicana vão se destacar Alberto Magno e Tomás de Aquino. Alberto Magno diferencia o que seja conhecimento filosófico e teológico. Afirma que “No conhecimento filosófico usa-se somente a razão; no teológico, a fé ultrapassa a razão. A filosofia parte de premissas evidentes ao passo que na fé há uma luz infusa” (p. 114). Com isso a filosofia fala do que está acessível ao conhecimento racional enquanto a fé é baseada na revelação divina.
Tomás de Aquino vai ser a figura de maior destaque da escolástica. Seu pensamento tem grande influência de Aristóteles. Propõe em sua obra uma relação entre fé e razão, criando uma síntese harmônica entre ambas. Fé e razão são modos possíveis de conhecimento “o Aquinate vê a diferença no ponto de partida. A filosofia parte das criaturas para se chegar Deus; a fé parte de Deus para chegar às criaturas” (p. 114). No entanto o conhecimento que parte da fé é mais perfeito, este deve fazer o uso da razão, as duas ciências não podem ser contrárias e se isso ocorrer é porque não foi feito o uso correto.
 Na escolástica decadente, temos Guilherme de Ockam que está situado no final da escolástica, seu pensamento é muito rigoroso e lógico. Ockam separa filosofia e teologia. Para ele, fé e razão não são conciliáveis em nada. Em suas análises, ele não encontra nenhuma prova da existência de Deus e a vê como “objeto da fé e não objeto de demonstração” (p. 121). A partir de seu pensamento começa a surgir uma nova época em que a razão vai ter sua autonomia, sem estar presa a religião. 
No final da Escolástica vemos um florescer da mística, que começou bem antes com Pseudo-Dionísio. Ao longo da Idade Média, ele teve suas influências até chegar à mística alemã, da qual seu representante é mestre Eckhart. Mestre Eckhart propõe uma mística mais profunda, onde a linguagem é insuficiente para expressar o conteúdo místico vivenciado. Para Eckhart “Deus está oculto na própria alma. Aí a alma pode encontrá-lo. Quem quer penetrar na profundidade de Deus deve penetrar na própria profundidade para unir-se a Ele” (p. 124). Por mais que se fale de Deus, não será possível, caracterizá-lo, dizer como Ele seja de fato.
 Nicolau de Cusa: Confluência de Tradição e Modernidade 
Nicolau de Cusa é o pensador que encerra o pensamento medievo e ao mesmo tempo introduz o pensamento moderno. Aose deparar com a realidade do seu tempo, percebe as mudanças que estão acontecendo, vê que está surgindo um novo modo de pensar. Ele, por um lado, busca o conhecimento nos escritos antigos, mas por outro se empenha em novos saberes científicos como a matemática e a física. Em suas obras o objetivo fundamental e o impulso que determinam toda a sua obra é o homem. É o homem que luta pela vida porque acredita que ela tem sentido. 
 A douta ignorância para ele é o ponto de partida para a verdade, só quando se reconhece como ignorante, que não sabe de nada, é que se busca a verdade e esta nunca será plena, apenas aproximada. A douta ignorância é aplicada a Deus por mais que se criem adjetivos para Deus, estes nunca chegarão a sua plenitude, são comparações que fazemos.
Outro aspecto que Nicolau Cusano vai tratar é a teoria da coincidência dos opostos. Em Deus está contida a verdade máxima, “Deus é a ‘complicação’ unitária do múltiplo, que é a sua ‘explicação’” (p. 142). Em Deus é que estão todas as coisas, o universo é imagem de Deus, tudo é imagem de Deus. “Em Deus tudo é uno e coincidente e só fora dele se opõe e se confronta a multiplicidade. Deus é a coincidência dos opostos” (p. 145).
	A mente humana, para Nicolau de Cusa, é o instrumento que pode levar ao conhecimento. No entanto ela tem seus limites. A mente conhece pela comparação, ou seja, está limitada a um conhecimento parcial, pois em tudo é necessário fazer a comparação. Nicolau concebe fé e razão de uma nova maneira integradora que parte do nosso espírito, e se completam mutuamente. O pensamento de Nicolau de Cusa pode ser comparo como uma junção do pensamento medieval e o moderno que surge com a Modernidade
REFLEXÃO CRÍTICA DA OBRA
Esta obra de Urbano Zilles é uma concisa introdução ao pensamento medieval, trazendo uma breve reflexão sobre a problemática entre Fé e Razão. O autor culmina sua obra dando uma boa ênfase em Nicolau de Cusa.
Ao analisar o período medieval, pode-se perceber um grande esforço para conciliar fé e razão. Nesta obra, Zilles apresentou, inicialmente, duas soluções: fender ou uma confusão total entre ambos. Entretanto, percebo que o grande problema deste período (mas não foi o único), foi encontrar uma harmonia entre a Fé e a Razão – Teologia e Filosofia.
Este período medieval é sem dúvidas uma época com grandes pensadores que se debruçaram sobre assuntos de fé para se chegar ao conhecimento e fortificação do cristianismo. Um tempo significativo que desenvolveu uma nova cultura fundamentada na religião. Foi sem dúvidas um tempo turbulentas, com guerras, perseguições e pestes que assolaram a população. Mas um tempo de crescimento e de grandes escritos que influenciaram o período posterior da modernidade. 
	 
INSTITUTO SÃO BOAVENTURA – ISB
BACHARELADO EM FILOSOFIA
HISTÓRIA DA FILOSOFIA MEDIEVAL
FÉ E RAZÃO NO PENSAMENTO MEDIEVAL
	Discente:
	Ricardo Rodrigues Lima
	Docente:
	Juracy Cipriano da Silva
Brasília – DF, 19 de Setembro de 2016

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