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CAMILA FERREIRA SOARES LABORATÓRIO VI: TROCAS DE CALOR Trabalho apresentado à Disciplina de Laboratório de Física II, ministrada pelo Profª.: Kelli Cristina Aparecida Munhoz, como requisito parcial de avaliação. SINOP MAIO/2016 LABORATÓRIO VI TROCAS DE CALOR 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O calor é a energia transferida de um sistema para outro em virtude da diferença de temperatura. No século XVII, Galileu, Newton e outros admitiram a teoria dos atomistas gregos da antiguidade que consideravam o calor manifestação do movimento das moléculas. No século seguinte, desenvolveram-se métodos para a medição das quantidades de calor que saíam ou entravam de um corpo e a que entrava em outro quando havia contato térmico entre ambos. Esta descoberta levou à formulação da teoria do calórico, que considerava o calor uma substância material que se conservava. Neste modelo teórico, um fluido invisível, o “calórico”, passava de um corpo para outro e não podia ser criado nem destruído. A teoria do calórico dominou até o século XIX, quando se descobriu que o atrito entre dois corpos podia gerar quantidades ilimitadas de calor. A ideia de o calórico ser uma substância que se conservava foi então abandonada. A teoria moderna do calor começa a se formular no decênio de 1840, quando James Joule (1818-1889) mostrou que o ganho ou a perda de uma certa quantidade de calor era acompanhada pelo desaparecimento ou aparecimento de quantidade equivalente de energia mecânica. O calor, portanto, não se conserva, mas é uma forma de energia, e é a energia a grandeza que se conserva. O calor específico de um corpo pode ser medido aquecendo-se este corpo até uma temperatura conhecida e depois colocando-o num banho de água de massa e temperatura conhecida e depois colocando-o num banho de água de massa e temperatura conhecidas, medindo-se a temperatura final de equilíbrio. Se o sistema (corpo e banho de água) estiver isolado termicamente das suas vizinhanças, o calor que o corpo cede é igual ao calor que a água e o vaso que a contém recebem. Este procedimento de medida é a calorimetria, e o vaso de água termicamente isolado é um calorímetro. Equação 1 𝑄 = 𝑚𝑐∆𝑇 Onde: 𝑄 = Quantidade de energia térmica necessária para elevar a temperatura de um corpo (cal); 𝑚 = massa do corpo (g); ∆𝑇 = Variação de Temperatura no sistema (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖) (ºC); Quando se fornece calor a uma amostra de gelo a 0 ºC, a temperatura do gelo não se altera. O gelo, porém, se funde. Este é um exemplo de mudança de fase. A energia térmica necessária para fundir uma amostra de massa m de uma substância sem alteração da sua temperatura é proporcional à massa da substância. Equação 2 𝑄 = 𝑚𝐿 Onde: 𝐿 = calor latente; Obs.: para este experimento foi utilizado a escala de temperatura Celsius, a unidade de massa gramas e quantidade de energia térmica cal mas no Sistema Internacional, tem-se escala de temperatura Kelvin, unidade de massa quilogramas (kg) e quantidade de calor kcal. 2. OBJETIVOS O objetivo deste experimento é calcular a quantidade de calor que a água quente perde e o que a água fria ganha, calcular a quantidade de calor perdida pelo resfriamento da água, determinar a massa de gelo fundida, calcular o calor absorvido pelo gelo para se fundir e calcular o calor específico de um sólido. 3. MATERIAIS Calorímetro; Termômetro; Água quente; Água fria; Gelo; Béquer; Sólido de massa conhecida; 4. METODOLOGIA Calor perdido pela água em resfriamento Coloca-se em um copo de isopor 𝑚1 = 150g de água fria e mede-se a temperatura. Posteriormente, coloca-se em um béquer 𝑚2 = 50g de água quente e mede-se a temperatura. Mistura-se a água quente com a água fria e mede-se a temperatura final. Calor de fusão Coloca-se 𝑚1 = 100g de água à temperatura ambiente no calorímetro. Quebra- se um pedaço de gelo e junta o mesmo à água. Mede-se a temperatura somente quando depois que o gelo se fundir. Determinação do calor específico Para se determinar o calor específico, coloca-se 𝑚1 =200 g de água fria (temperatura 𝑇1) em um béquer e coloca-o em um calorímetro. Suspende-se um sólido de massa conhecida (𝑚2) por meio de um fio de modo que ele fique mergulhado na água contida no béquer. Mede-se a temperatura. Em outro béquer coloca-se água quente (temperatura 𝑇2), eleva-se o sólido pelo fio, sem retirá-lo da água, mede-se a temperatura 𝑇2 na superfície da água, coloca-se o sólido rapidamente no calorímetro, mede-se a temperatura de equilíbrio térmico e anota- se. Contendo, portanto, todos os dados necessários calcula-se o calor específico do sólido. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Calor perdido pela água em resfriamento Com a Equação 1, tomou-se o resultado da quantidade de calor da água quente e da água fria. Após medida as temperaturas obtiveram-se como resultado temperatura inicial da água quente: 𝑇𝑖á𝑞 = 59 º𝐶, temperatura inicial da água fria 𝑇𝑖á𝑓 = 15 º𝐶 e temperatura final, a temperatura resultante da adição de água quente com a água fria: 𝑇𝑓 = Á𝑞 + Á𝑓 ∴ 𝑇𝑓 = 26 º𝐶. Sabendo-se que o calor específico da água é 𝑐 =1 cal/gºC, toma-se como Quantidade de Calor da água fria: 𝑄á𝑓 = 150 × 1 × (26 − 15) ∴ 𝑄á𝑓 = 150 × 1 × (11) ∴ 𝑄á𝑓 = 1650 𝑐𝑎𝑙 Toma-se como Quantidade de Calor da água fria: 𝑄á𝑞 = 50 × 1 × (26 − 59) ∴ 𝑄á𝑞 = 50 × 1 × (−33) ∴ 𝑄á𝑓 = −1650 𝑐𝑎𝑙 Para calcularmos a quantidade de calor que a água fria ganhou e que a água quente perdeu, basta somar as quantidades de calor quente e fria e teremos e variação da quantidade de calor ∆𝑄 = 𝑄á𝑓 + 𝑄á𝑞 ∴ ∆𝑄 = −1650 + 1650 ∴ ∆𝑄 = 0 𝑐𝑎𝑙. Sendo assim, a variação da quantidade calor é de 0 cal. Calor de fusão Com a Equação 1 e Equação 2, determina-se a quantidade de calor perdida no resfriamento da água, a massa de gelo fundida e o calor absorvido pelo gelo para se fundir. Sabe-se que o latente de fusão é de 𝐿 = 80 cal/g. Após medições, constatou-se que 𝑇𝑖 = 25 ºC (água na temperatura ambiente) e 𝑇𝑓 = 19 ºC (temperatura da água após o gelo se fundir), assim ∆𝑇 = 𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 ∴ ∆𝑇 = −6 º𝐶. A quantidade de calor perdida pelo resfriamento da água determina-se da seguinte maneira 𝑄á𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 = 100 × 1 × (−6) ∴ 𝑄á𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 = −600 𝑐𝑎𝑙. Se Á𝑔𝑢𝑎 + 𝐺𝑒𝑙𝑜 = 0 ∴ 𝑄á𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 + 𝑄𝑙𝑎𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑔𝑒𝑙𝑜) + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0 ∴ −600 + 𝑚 × 80 + 𝑚 × 1 × 19 = 0 ∴ −600 + 80𝑚 + 19𝑚 = 0 ∴ 99𝑚 = 600 ∴ 𝑚 = 600 99 ∴ 𝑚 = 6,06𝑔. Portanto, a massa de gelo fundida é de 6,06g. Para se determinar a quantidade de calor absorvida pelo gelo para se fundir basta, substituir os valores encontrados acima na Equação 2, determinando-se portanto: 𝑄 = 6,06 × 80 ∴ 𝑄 = 484,80 𝑐𝑎𝑙. Determinação do calor específico Após medida a massa do sólido, temos que 𝑄á𝑔𝑢𝑎 = 200 × 1 × (61 − 68) ∴ 𝑄á𝑔𝑢𝑎 = 200 × (−7) ∴ 𝑄á𝑔𝑢𝑎 = −1400𝑐𝑎𝑙 𝑚á𝑞 = 200𝑔 𝑇𝑖 = 68 ºC 𝑇𝑓(𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑚𝑒𝑟𝑔𝑢𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜) = 61 ºC 𝑚𝑠ó𝑙 = 133,151𝑔 𝑇𝑓(𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑚𝑒𝑟𝑔𝑢𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜) = 16 ºC Se 𝑄á𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 = 0 tem-se que −1400 + 𝑚𝑠ó𝑙 × 𝑐𝑠ó𝑙 × (61 − 16) = 0 ∴ −1400 + 5991,795𝑐 = 0 ∴ 𝑐 = 1400 5991,795 ∴ 𝑐 = 0,2336 𝑐𝑎𝑙 𝑔 º𝐶. Assim, o calor específico do sólido é 𝑐 = 0,2336 𝑐𝑎𝑙 𝑔 º𝐶. 6. CONCLUSÃO Conforme especificado na fundamentação teórica, com este experimento pudemos comprovarque calor não se conserva, mas por ele ser um tipo de energia, esta energia se conserva. Neste caso, pode ser efetuado em um sistema, trocas de calor, onde se observou nitidamente através dos cálculos que em um sistema fechado essa energia é conservativa, porém há transição de calor, de um meio mais quente para um mais frio e vice-versa, que resulta em quantidades de calor que se anulam, ao entrar em equilíbrio térmico. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TIPLER, P. A. Física: Para cientistas e engenheiros. 5ª. ed. Rio de Janeiro: LTC, v. I, 2006. http://www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/Calorimetria/trocas.php. Acesso em 27/05/2016.
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