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UNIVERSIDADE NILTON LINS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PETRÓLEO E GÁS MAURO ROGERIO MARQUES DOS SANTOS LOGISTÍCA INDUSTRIAL PARA DERIVADOS DE PETRÓLEO Manaus-AM 2016 MAURO ROGERIO MARQUES DOS SANTOS LOGISTÍCA INDUSTRIAL PARA DERIVADOS DE PETRÓLEO Manaus-AM 2016 Trabalho de conclusão de Curso apresentado a Universidade Nilton Lins. Como requisito parcial para a obtenção do grau de Tecnólogo em Petróleo e Gás. Orientador Metodológico. Msc. Najara Marinho de Assis. Orientador do Conteúdo. Prof. Esp. Josmar Faria. MAURO ROGERIO MARQUES DOS SANTOS LOGISTÍCA INDUSTRIAL PARA DERIVADOS DE PETRÓLEO Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Nilton Lins, como requisito de nota parcial na disciplina TCC, sob a orientação metodológica da Professora Msc. Najara Marinho de Assis. Aprovado em: _______/_______________/2016 ________________________________ Professora Msc. Najara Marinho de Assis. ________________________________ Professor. Orientador. Esp. Josmar Faria. ________________________________ Professor. Orientador. Esp. Marlon Vieira. Manaus-AM 2016 AGRADECIMENTOS Quero agradecer a Deus pela realização desse trabalho, e por está concluindo o curso de Tecnologia em petróleo e gás, foram muitos os obstáculos mas consegui. Quero agradecer aos mestres e professores do Curso de Tecnologia em Petróleo e Gás da Universidade Nilton Lins em especial a professora Najara Assis e o professor Josmar Faria, pelos seus ensinamentos e paciência para com os discentes no âmbito acadêmico. Ficam os meus sinceros agradecimentos. Quero agradecer a todos que direta e indiretamente participaram dessa conquista. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho á Deus que é o mentor de todas as coisas, por sua misericórdia e bondade. EPÍGRAFE A descoberta consiste em ver o que todos viram e em pensar no que ninguém pensou. A. Szent Gyorgyi. RESUMO O presente estudo busca um enfoque das funções de logística voltado para os derivados do petróleo. O trabalho visa conhecer as atividades logísticas que iniciam – se em seu fluxo de forma mais precisa. Onde o objetivo do projeto é apresentar o conceito de logística voltado para indústria do petróleo, sua distribuição, transporte e localização geográfica das refinarias e bases de distribuição e os principais fluxos de transferência. Onde os objetivos específicos vão enfatizar a localização geográfica das refinarias do Brasil e suas bases de distribuição; Identificar os principais fluxos de transferência dos derivados de petróleo; Descrever as principais características dos produtos derivados de petróleo; Conhecer as normas vigentes para efetuar a logística industrial desses derivados. A metodologia da pesquisa é bibliográfica. Os resultados evidenciou a importância da logística atualmente e suas dificuldades principalmente no transporte e mudanças nesses sistemas que são realmente necessárias e trariam mais eficácia e eficiência para a cadeia logística. Palavras Chave: logística, derivados, petróleo. ASBTRACT The study seeks a focus of logistics functions focused on petroleum derivatives. The work aims to know the logistics activities that start - on his way to flow more accurately. Where the purpose of the project is to present the concept of logistics facing the oil industry, distribution, transport and geographical location of refineries and distribution facilities and the main transfer flows. Where the specific objectives will emphasize the geographical location of refineries in Brazil and their distribution facilities; Identify key of oil products transfer flows; Describe the main characteristics of petroleum products; Knowing the current regulations to make industrial logistics of these derivatives. The research methodology is literature. The results showed the importance of logistics and its current difficulties mainly in transportation and changes in these systems that are actually needed and would bring more effectiveness and efficiency to the logistics chain. Keywords: logistics, oil products, petroleum. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Cadeia de Suprimentos ...................................................................... 23 Figura 2 Fluxo logístico. ................................................................................... 24 Figura 3 Fluxo logístico esquemático ............................................................... 25 Figura 4 Refino do Gás Liquefeito de Petróleo................................................. 29 Figura 5 Esquema Simplificado do Supply Chain da Indústria do Petróleo ..... 34 Figura 6 Abastecimento do gás liquefeito de petróleo. ..................................... 39 Figura 7 Atividades Downstream ...................................................................... 42 Figura 8 Atividades da logística do gás. ........................................................... 42 Figura 9 Fluxo logístico do petróleo ................................................................ 43 Figura 10 Fluxo logístico do petróleo. .............................................................. 44 Figura 11 Esquema logístico do transporte do petróleo. .................................. 45 LISTA DE QUADROS Quadro 1 : Derivados do Petróleo .................................................................... 27 Quadro 2 Valores médios do poder calorífico do GLP. .................................... 30 Quadro 3 constituintes da gasolina .................................................................. 31 LISTA DE SIGLAS ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas. ANP: Agência Nacional do Petróleo. CFC: Cloro Flúor Carbono. CNP: Conselho Nacional do Petróleo. CNPE: Conselho Nacional de Política Energética. DNC: Departamento Nacional de Combustíveis. ECD: Estrutura-Conduta-Desempenho. ECT: Economia dos Custos de Transação. FECOMBUSTÍVEIS: Federação Nacional do Comércio de Combustíveis. FRONAPE: Frota Nacional de Petroleiros. GÁS LP: Gás Liquefeito de Petróleo. GLP: Gás Liquefeito de Petróleo GN: Gás Natural. IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. INMETRO: Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. MF: Ministério Federal. MINFRA: Ministério da Infraestrutura. MME: Ministério de Minas e Energia. NBR: Norma Brasileira. NEI: Nova Economia Institucional. OI: Organização Industrial. P13: Produto de 13 quilogramas ou botijão de 13 quilogramas. POS: Pontos de Venda. PPE: Parcela de Preços Específica. SAB: Superintendência de Abastecimento. SINDIGÁS: Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo. UPGN: Unidade de Processamento de Gás Natural. VD: Venda Direta. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13 2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 15 3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 16 3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 16 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 16 4 METODOLOGIA .................................................................................................... 17 4.1 MÉTODO DE ABORDAGEM .............................................................................. 17 4.2 TÉCNICAS DE PESQUISA ................................................................................. 17 5 REFERÊNCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 18 5.2 CONCEITOS DE LOGÍSTICA ............................................................................. 20 5.3 CARACTERÍSTICAS DA LOGÍSTICA ................................................................. 22 6 CONCEITO DE PETRÓLEO .................................................................................. 26 6.1 DERIVADOS DO PETRÓLEO ............................................................................ 26 6.2 GÁS DE REFINARIA ........................................................................................... 27 6.3 GÁS ÁCIDO ........................................................................................................ 27 6.4 ETENO ................................................................................................................ 28 6.5 DIÓXIDO DE CARBONO .................................................................................... 28 6.6 GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO .................................................................... 28 6.7 GASOLINA .......................................................................................................... 30 6.8 NAFTA................................................................................................................. 32 6.9 QUEROSENE ..................................................................................................... 33 7 ANALISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 34 7.1 LOGÍSTICA INDUSTRIAL PARA DERIVADOS DO PETRÓLEO ....................... 35 7.1.1 Just-in-time (JIT): ........................................................................................... 36 7.1.2 Kanban ............................................................................................................ 37 7.2 LOGÍSTICA INDUSTRIAL DO GÁS LIQUEFEITO DO PETRÓLEO ................... 38 7.3 LOGÍSTICA INDUSTRIAL DO GÁS NATURAL .................................................. 41 7.4 LOGÍSTICA INDUSTRIAL DA GASOLINA .......................................................... 43 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 46 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47 13 1 INTRODUÇÃO O presente estudo tem como objetivo buscar o conceito de logística voltado para os derivados do petróleo, tais como a gasolina diesel, gás e álcool, possa trata-se igualmente de uma carga que, partindo de um ponto de origem, necessita chegar ao destino no prazo estipulado com menor custo e satisfação total do cliente, carga esta caracterizada por baixo valor agregado e mínimo de risco de obsolescência devido à sua demanda estável e, por se tratar de uma demanda estável, pode-se adotar uma política de antecipação à demanda. No futuro próximo, a demanda de combustíveis, como Etanol e GNV, tende a aumentar devido à crescente utilização dos veículos do tipo flexfuel ou combustível flexível. Segundo Cardoso (2004), não existe tratamento logístico diferenciado quando o produto a ser movimentado for petróleo e/ou seus derivados, a não ser no aspecto de segurança ambiental. As funções logísticas, embora não tradicionalmente conceituadas como nos dias de hoje, têm importância nas atividades econômicas desde que o homem abandonou a economia extrativa e deu início às atividades produtivas organizadas, com produção especializada e a troca dos excedentes com outros produtores. Assim, surgiram as três das mais importantes funções logísticas que são: estoque, armazenagem e transportes (FLEURY, 2000). Ao longo dos anos foram surgindo diversas definições para a logística, cada uma vinculada com a importância de um grupo de atividades para o atingimento dos diversos objetivos ou metas da época. Assim, encontram-se na literatura muitas definições ligadas à atividade militar. Logística é a parte da arte militar que trata das medidas necessárias ao deslocamento e suprimento das tropas engajadas em operações militares (CROSS, 1996). Já na década de 1960, o conceito de logística ampliou-se, passando a incluir os transportes sob todos os seus aspectos, assim como a obtenção, construção e operação das instalações militares, além de toda a gama de funções relativas a materiais, desde o planejamento e a aquisição até a distribuição e, finalmente, a utilização e a prestação de alguns serviços, tais como a evacuação e hospitalização de feridos. Neste texto verifica-se que, ainda em 1960, apesar de ampliado, o conceito de logística continuava mantendo forte relação com as atividades militares. 14 No entanto, pode-se observar que se começava a introduzir no conceito de logísticas palavras e atividades que hoje estão consolidadas na atividade como: planejamento, distribuição e serviços. Na Enciclopédia Mirador Internacional de 1975, encontra-se a seguinte definição de logística: ―É a arte prática de movimentar os exércitos, compreendendo não apenas os problemas de transportes, mas também o trabalho de Estado Maior, as medidas administrativas e até as atividades de reconhecimento e de informação necessários para o deslocamento e a manutenção de forças militares organizadas‖. Este trabalho está estruturado em três capítulos, o primeiro de caráter introdutório analisando os objetivos, o segundo apresenta o desenvolvimento do trabalho voltado a logística industrial para derivados do petróleo. O terceiro formado pelos resultados e discursão da pesquisa, embasados, na metodologia que é de caráter bibliográfico. 15 2 JUSTIFICATIVA Em se tratando de um País de grande dimensão geográfica como o Brasil, faz-se necessário a aplicação intensiva das novas tecnologias de informação e de ferramentas logísticas mais eficientes, para que toda a Cadeia de Suprimentos possa estar total e definitivamente integrada. No caso do mercado de combustíveis, podem ser considerados componentes da Cadeia de Suprimentos: transportador (ferroviário, rodoviário ou lacustre), produtores de combustíveis (Petrobras, refinarias particulares e petroquímicas), distribuidoras (Shell, Texaco Esso, BR, Ipiranga, etc.) e consumidores (indústrias ou pessoas físicas). O trabalho busca um enfoque nas funções e atividades logísticas que iniciam – se em seu fluxo de forma mais precisa, e se faz necessário a acuracidade nas etapas de obtenção da demanda que compreende a pesquisa de mercado, análise e desenvolvimento de produtos, aquisição de insumos, entre outras. No atendimento posterior a esta demanda está o transporte, a distribuição, a armazenagem do no transporte dos derivados do petróleo. Os estoquesde produtos refinados são provenientes das refinarias. Posteriormente, são transportados (através de dutos ou navios) para as Bases Primárias das diversas Empresas Distribuidoras atuantes no mercado brasileiro, que, por sua vez, distribuem para suas Bases Secundárias, tornando possível o abastecimento dos pontos mais remotos dos Brasil. Embora o modal duto viário possua as menores tarifas de transporte – além de ser um dos mais seguros - o mesmo ainda é insuficiente no Brasil, possuindo poucos dutos em operação, cerca de 10.000 km – sendo que a maior extensão está concentrada na região Sul e Sudeste. Um estudo recente da COPPEAD (Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Administração), intitulado ―Planejamento Integrado do Sistema Logístico de Distribuição de Combustíveis‖, mostra que no Brasil ainda não existe escala de volume que viabilize a construção de novos dutos. 16 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Apresentar o conceito de logística do petróleo, sua distribuição, transporte e localização geográfica das refinarias e bases de distribuição e os principais fluxos de transferência. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) Conhecer a localização geográfica das refinarias do Brasil e suas bases de distribuição; b) Identificar os principais fluxos de transferência dos derivados de petróleo; c) Descrever as principais características dos produtos derivados de petróleo; d) Conhecer as normas vigentes para efetuar a logística industrial desses derivados. 17 4 METODOLOGIA 4.1 MÉTODO DE ABORDAGEM Pesquisa é bibliográfica, que segundo Na concepção de Larosa (2003, p.44) a pesquisa bibliográfica ―parte de um material já elaborado, livros e artigos publicados‖. Na verdade, boa parte dos estudos é desenvolvida pautada em outras publicações sobre o assunto, seja como fonte de consulta ou como ponto de partida para uma contestação. 4.2 TÉCNICAS DE PESQUISA É um conjunto de abordagens, com técnicas e processos utilizados para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de uma maneira sistemática. Analisando e coletando dados de jurisprudência. Baseado nos objetivos a pesquisa possui uma abordagem descritiva. Gil, (2002 p.131) considera que ―as pesquisas descritivas têm como objetivo básico descrever as características de populações e fenômenos.‖ 18 5 REFERÊNCIAL TEÓRICO 5.1 A HISTÓRIA DA LOGÍSTICA Antes de 1950, a logística era caracterizada pela falta de uma filosofia dominante capaz de conduzi-la. Nessa época, a empresa era dividida sob responsabilidade de diferentes áreas, como por exemplo, o transporte estava sob o comando da gerência de produção, enquanto os estoques eram de responsabilidade do marketing, finanças ou produção, e o processamento de pedidos era controlado por finanças ou produção. Isso tudo, gerava conflitos de objetivos e responsabilidades para as atividades logísticas e caracterizava a falta de integração logística entre os setores da empresa (CHING, 1999). Antigamente a movimentação e aquisição de mercadorias eram complexas devido à falta de acessibilidade entre localidades. Os alimentos e outros bens de consumo estavam disponíveis somente em alguns períodos do ano devido à sazonalidade e dificuldade de estocagem. As limitações em relação à ausência de um sistema de transporte e de armazenagem eficientes e eficazes forçavam as pessoas a viverem próximo dos centros produtivos e a consumirem cada vez mais (CROSS, 1966). A logística é o processo de planejar, programar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas, estoques durante a produção e produtos acabados, e as informações relativas a estas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos dos clientes (BOWERSOX, 2003). Na década de 50, começaram a serem explorados estudos mais específicos sobre a sistemática dos problemas logísticos nos meios, industrial e comercial. Durante mais de trinta anos a logística empresarial vem sendo tratada de forma sistemática, ajudando a resolver problemas ligados à armazenagem, transporte e distribuição de produtos e insumos, bem como problemas de localização e dimensionamento dos meios disponíveis (DEMARIA, 2004). De acordo com Ballou (1998) a contribuição dada pela logística foi à tentativa de encontrar um denominador comum entre oferta e demanda e prover produtos e serviços, quando e onde os clientes (foco da empresa) fizeram seus pedidos e receberam os mesmos na condição requisitada. 19 O Conselho dos Profissionais de Logística (2008) define a logística empresarial como atividade que engloba o recebimento, a expedição, a gestão dos transportes, o manuseio e a armazenagem de materiais, para tal atividade é necessário promover uma organização integrada, gestão de estoques, gerenciamento de terceiros, planejamento das demandas, tanto de compras como de produção e expedição, controle de fretes, de armazenagem, dos seguros e demais despesas típicas destas operações. ―Nos dias atuais, a logística se tornou uma ferramenta estratégica, um diferencial de competitividade, e esta focada em outros pilares que complementam os primeiros objetivos básicos‖ (DEMARIA, 2004, p. 31). ―A flexibilidade dos sistemas de produção e algumas ferramentas mercadológicas buscam atender continuamente as necessidades dos clientes, foco atual da logística, técnicas essas que modificaram os princípios que modelavam à logística, tornando mais amplos, envolvendo, todo o processo, desde a matéria- prima até a chegada do produto final ao consumidor‖ (MENEZES, 2005, p. 89). ―Atualmente a Logística está bem servida de tecnologias no Brasil. O ponto ainda vulnerável na Logística é o capital humano, que apesar do conceito, relativamente novo no Brasil, em função do pouco tempo, foi menos desenvolvido, que as tecnologias. As organizações chegam a ponto de ruptura do desenvolvimento por falta destes profissionais‖ (LUIZ, FILHO, 2006, p. 54). ―Logística é atender as necessidades dos clientes, entregando produtos na forma desejada, no tempo desejado, na quantidade requisitada, no menor custo possível, para o cliente correto e na condição desejada‖ (MOURA, 1999, p. 15). ―A logística é aquela parte do processo da cadeia de abastecimento que planeja programa e controla o fluxo e estocagem eficiente e eficaz dos produtos, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem ao ponto de consumo a fim de atender as necessidades dos clientes‖ (MOSSMANN, 2004, p. 41). Para Mossmann (2004) os objetivos da logística são disponibilizar produtos e serviços no local, no momento em que são necessários para o uso, a um menor custo possível. Para tanto, esta diretamente relacionada com a disponibilidade de materiais (matérias-primas e produtos semiacabados) no local onde são requisitados. A logística envolve a integração de informações, transporte, inventário, armazenamento, manuseio e embalagem de materiais. 20 A logística cuida para que o cliente final obtenha o produto correto, para o cliente correto e no custo correto. Determinação de requisitos de material, compras, transporte, gerenciamento de estoque, armazenagem, movimentação e manuseio de materiais, embalagens, estudos de localização de instalações, gerenciamento da informação, atendimento a clientes e todas as atividades relacionadas a material para clientes internos (manufatura) e para com produtos acabados paraclientes externos (varejo). (RUSSEL, 2000). É responsabilidade da logística, garantir que o cliente receba seu produto na forma e momento desejado. Menezes (2000) comenta que: A logística é, na verdade, uma evolução que decorre da competição nas atividades humanas, acompanhando e muitas vezes antecipando as mudanças tais como: diversificação da produção, maior competição entre as empresas, pressão para reduzir custos, o local de produção não é o local do consumo, distâncias crescentes, atingíveis, globalização crescente da economia, novas necessidades do cliente ou consumidor. Com a globalização e o nascimento da Internet no mundo moderno, a logística se mostrou muito mais que necessária. Com isso, as pessoas passaram a adquirir produtos no conforto de suas próprias casas, aparecendo cada vez mais campo para a logística crescer. As empresas de hoje em dia devem estar preparadas para a competição logística a nível mundial, prontas para fazer entregas ao outro lado do mundo em menos de 24 horas, mesmo dentro de seu território local, mudando, assim, o foco de empresas multinacionais‖ (LARRANAGA, 2003). 5.2 CONCEITOS DE LOGÍSTICA ―A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivo para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos com garantia e qualidade‖ (BALLOU, 1998, p. 37). A logística é como um verdadeiro paradoxo. É, ao mesmo tempo, uma das atividades econômicas mais antigas e um dos conceitos gerenciais mais modernos. Desde que o homem abandonou a economia extrativista, e deu início às atividades 21 produtivas organizadas, com produção especializada e troca dos excedentes com outros produtores, surgiram três das mais importantes funções logísticas, ou seja, estoque, armazenagem e transporte (FLEURY, 2000, p. 61). A logística engloba o processo de planejamento, implementação e controle da eficiência, custos efetivos de fluxos e estoque de matéria-prima, estoque circulante, mercadorias acabadas e informações relacionadas do ponto de origem ao ponto de consumo com a finalidade de atender aos requisitos do cliente (PIRES, 1999, p.12). A Logística moderna procura coligar todos os elementos do processo – prazos, integração de setores da empresa e formação de parcerias com fornecedores e clientes – para satisfazer as necessidades e preferências dos consumidores finais (NOVAES 2007, p. 38). O conceito de logística também chamada de distribuição física, ―a logística envolve planejamento, implementação e controle do fluxo físico de materiais, produtos finais e informações correlatas, dos pontos de origem até os pontos de consumo‖, de modo a atender às exigências dos clientes a certo lucro. Quer se escolha usar a expressão distribuição física, logística ou gerenciamento da cadeia de suprimento, o princípio subjacente é a obtenção de uma forte cooperação entre os membros do canal através de um efetivo gerenciamento Inter organizacional (CZINKOTA, 2001). É de competência da logística a coordenação de áreas funcionais da empresa, desde a avaliação de um projeto de rede, englobando localização das instalações inclusive estrutura interna, quantidade, sistema de informação, transporte, estoque, armazenagem, manuseio de materiais até se atingir um processo de criação de valor para o cliente (BOWERSOX, 2003, p.53). A Logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing de modo a poder maximizar as lucratividades presentes e futuras através do atendimento dos pedidos a baixo custo (CHRISTOPHER,1999). ―Todo o processo logístico, que vai da matéria-prima até o consumidor final, é considerado entidade única, sistêmica, em que cada parte do sistema depende das demais e deve ser ajustada visando o todo‖ (NOVAES, 2007, p. 32). 22 O processo de integração das informações entre os setores de transporte, estoque, armazenamento e movimentação tem sido considerado um fator estratégico importante na promoção de resultados positivos para a empresa, já que a competência logística é alcançada por meio de um alto nível de gerenciamento (VARGAS, 2005, p. 67). Com o advento da globalização, devido à constante quebra de barreiras comerciais, o mercado se tornou altamente competitivo, exigindo a busca incessante da excelência e da qualidade dos produtos e serviços para atender ao cliente de forma mais satisfatória. É nesse contexto que o complexo e extenso ramo da logística é desafiado em toda a sua extensão, particularmente quanto à gestão do transporte, por ser este o responsável pela movimentação de mercadorias e estar sendo constantemente influenciado pelas tecnologias emergentes (PIRES, 1999). 5.3 CARACTERÍSTICAS DA LOGÍSTICA As características da logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor final (NOVAES, 2007, p. 66). Concepção de um produto, passando pela sua formulação e projeto e a consequente aplicação de mão-de-obra, energia, material e tecnologia, transformarão a ideia num produto comercializável (SLACK, 1997, p.12). É o termo que caracteriza as melhores indústrias do mundo. Indústrias que reconhecem a importância da estratégia, baseada em regras para manter a satisfação do cliente, através de elementos de qualidade, custos, flexibilidade, confiança e inovação (RUSSEL, 2000, p. 53). Atividade que administra a movimentação para abastecer os postos de conformação e montagem, segundo ordens e cronograma estabelecido pela programação da produção. É o planejamento e a operação dos sistemas físicos, informacionais e gerenciais necessários para que insumos e matérias-primas vençam condicionantes espaciais e temporais de forma econômica (CROSS, 1996). 23 É a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agregam valor para o cliente (NOVAES, 2007). A figura 1 ilustra uma cadeia de suprimentos atual, onde todos os atores estão interligados via Internet, fato este que permite facilmente a troca eletrônica de dados. Figura 01: Cadeia de Suprimentos. Fonte: Novais 2007. É uma combinação específica de métodos, espaço, mão-de-obra e equipamentos, funcionado sobre um único conjunto de condições operacionais e objetivos que possam ser expressos em termos econômicos e está dividido em duas áreas, que são: a) Fluxo de Informação – como controlamos os materiais; b) Fluxo Físico – como movimentamos e estocamos os materiais. É a concepção de um sistema que integra todas as atividades do fluxo de materiais e de informações desde a etapa de projeto até o uso ou consumo do produto. A engenharia logística deverá avaliar todas as incertezas que estarão 24 sujeitas às peças e o produto evitando as surpresas ao longo do ciclo de vida. Logo ela deve focalizar novos produtos e novos processos (NOVAES, 2007). É um processo cujo objetivo é fornecer benefícios significativos de valor agregado à cadeia de suprimento de maneira eficiente em termos de custo. Esta definição mostra a tendência de se considerar o nível de serviço ao clientecomo uma atividade decorrente de um processo sujeito aos conceitos de gerenciamento da cadeia de suprimentos (BOWERSOX, 2003). São as variáveis dentro da unidade de tempo e valor. O caminho, a velocidade de movimentação e a quantidade movimentada de materiais, informações e dinheiro, conforme mostrado na figura 2. Figura 2: Fluxo logístico. Fonte: Brito, 2010. 25 A figura 3 mostra os fluxos logísticos de uma forma esquemática, indicando os inputs e outputs. Figura 3: Fluxo logístico esquemático. Fonte: Bowersox, 2003. Planejamento das Necessidades de Materiais é um sistema computadorizado de controle de materiais. O processo do MRP começa pela explosão da lista de materiais, para determinar as necessidades destes. (SLACK, 1997). O Planejamento dos Recursos da Manufatura é um método usado para o planejamento efetivo de todos os recursos de uma empresa de manufatura. Já que material e capacidade são recursos, existe uma relação direta entre os dois enfoques. O MRP (empurra) e o Kanban (puxa) são sistemas de controle de manufatura que implicam a filosofia da Classe Mundial. Muitas vezes irão coexistir nas mesmas instalações. (RUSSEL, 2000). Portanto o Planejamento dos Recursos da Organização é um sistema computadorizado de controle de toda a empresa. É um Sistema de Gestão Totalmente Integrado. 26 6 CONCEITO DE PETRÓLEO O petróleo bruto é uma substância oleosa, inflamável, geralmente menos densa que a água, com cheiro característico e coloração que pode variar desde o incolor ou castanho claro até o preto, passando por verde e marrom (castanho) (THOMAS, 2008). É uma mistura de compostos, cujos principais constituintes são os hidrocarbonetos. (Hidrogênio e carbono). Os outros constituintes são compostos contendo elementos químicos como nitrogênio, enxofre, oxigênio (chamados genericamente de compostos NSO) e metais, principalmente níquel e vanádio (RABELO, 2009). O petróleo é uma mistura de compostos orgânicos, na qual predominam os alcanos. É a mais importante fonte de energia (através da queima dos alcanos) e constitui a matéria-prima da indústria petroquímica, responsável pela manufatura de milhares de produtos de consumo diário, tais como: plásticos, adubos, corantes, detergentes, álcool comum, acetona, gás hidrogênio (ROCHA, 2009). .Admite-se que esta origem esteja ligada à decomposição dos seres que compõem o plâncton - organismos em suspensão nas águas doces ou salgadas tais como protozoários, celenterados e outros causados pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias (THOMAS, 2008). 6.1 DERIVADOS DO PETRÓLEO Vários produtos são derivados do petróleo, como, por exemplo, parafina, gás GLP, produtos asfálticos, querosene, solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel e combustível de aviação. O plástico e a borracha sintética são originados das resinas derivadas do petróleo (PIRAS, 2013). A cadeia produtiva do petróleo e de seus derivados é extremamente agressiva ao meio ambiente, seja na geração de energia elétrica, alimentando as termelétricas, ou no consumo de combustíveis e emissões de gases, contribuindo para o efeito estufa (THOMAS, 2008). 27 Mas para se obter os derivados do petróleo é necessário que a matéria prima seja refinada. As refinarias extraem diferentes derivados do petróleo o quadro 1 ilustra alguns desses produtos. DERIVADOS DO PETRÓLEO GÁS DE REFINARIA GÁS ÁCIDO ETENO DIÓXIDO DE CARBONO PROPANOS ESPECIAIS PROPENO BUTANOS ESPECIAIS GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO GASOLINA NAFTA QUEROSENE Quadro 1: Derivados do Petróleo Fonte: Thomas, 2008. 6.2 GÁS DE REFINARIA Mistura contendo principalmente hidrocarbonetos gasosos (além de, em muitos casos, alguns compostos sulfurosos) produzida nas unidades de processo de refino de petróleo. Os componentes mais comuns são hidrogênio, metano, etano, propano, butanos, pentanos, etileno, propileno, butenos, pentenos e pequenas quantidades de outros componentes, como o butadieno. É utilizado principalmente como fonte de energia na própria refinaria. 6.3 GÁS ÁCIDO É o gás natural ou qualquer outra corrente de gás, como o gás de síntese ou correntes em refinarias, contendo compostos de enxofre, como o sulfeto de hidrogênio (H2S), ou ainda dióxido de carbono (CO2), que necessitam ser 28 removidos para sua utilização na geração de energia ou em outros processos Os termos gás ácido e gás azedo (um jargão do ramo) são frequentemente tratados incorretamente como sinônimos. Estritamente falando, um gás azedo é qualquer gás que contenha sulfeto de hidrogênio em significativas quantidades; um gás ácido é qualquer gás que contenha significativas quantidades de gases ácidos tais como dióxido de carbono (CO2) ou sulfeto de hidrogênio. Então, dióxido de carbono é por si só um gás ácido, mas não um gás azedo. 6.4 ETENO O etileno ou eteno é o hidrocarboneto alceno mais simples da família das olefinas, constituído por dois átomos de carbono e quatro de hidrogênio (C2H4). Existe uma ligação dupla entre os dois carbonos. A existência de uma ligação dupla significa que o etileno é um hidrocarboneto insaturado. Pela nomenclatura IUPAC recebe a denominação de eteno (DEMARIA, 2004). 6.5 DIÓXIDO DE CARBONO O dióxido de carbono (também conhecido como anidrido carbónico é um gás carbónico e composto químico constituído por dois átomos de oxigénio e um átomo de carbono. A representação química é CO2 (THOMAS, 2008). Estruturalmente o dióxido de carbono é constituído por moléculas de geometria linear e de carácter apolar. Por isso as atrações intermoleculares são muito fracas, tornando-o um gás nas condições ambientais. Daí o seu nome comercial gás carbônico. Esse gás é exalado dos seres humanos e dos animais e é aceitado pelas plantas (BRITO, 2010). 6.6 GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) é composto por um conjunto de hidrocarbonetos com três ou quatro átomos de carbono (propano, propeno, butano e buteno), podendo apresentar-se de forma isolada ou misturada entre si, e com pequenas frações de outros hidrocarbonetos, conforme apresenta a norma ABNT 29 NB-324. A densidade média desse gás é de 522 kg/m3, e o seu poder calorífico é de 11.300 kcal/kg (ANP, 2012). O GLP é o último produto comercial resultante da cadeia de extração do petróleo, e é considerado o mais leve entre eles. Dessa forma, antes da produção do GLP, ainda são produzidos compostos como os óleos combustíveis, a gasolina, o querosene, o diesel e a nafta, conforme pode ser verificado na ilustração 4 (ULTRAGAZ, 2012). Figura 4: Refino do Gás Liquefeito de Petróleo. Fonte: Ultragaz, 2012. Em seu estado líquido, o GLP é mais leve que a água. Sendo assim, ele pode ser armazenado de forma mais fácil a uma pressão moderada. Já em seu estado gasoso, ele é mais pesado que o ar, o que faz com que ele se concentre próximo ao solo em caso de vazamento (SINDIGÁS, 2008). O gás liquefeito de petróleo é inodoro, incolor, não tóxico e possui um alto poder calorífico como ilustra o quadro 2 tendo grande aplicabilidade como combustível. 30 UNIDADE DE COMERCIALIZAÇÃO COMBUSTÍVEIS PODER CALORÍFICO 1Kg GLP 11,300 kcal 1m3 GLP 25,300 Kcal 1m3 GÁS NATURAL 8,806 Kcal 1Kg CARVÃO 5,000 Kcal 1Kg NAFTA 4,200 Kcal 1Kg LENHA 4,000 Kcal 1Kwh ENERGIA ELÉTRICA 860 Kcal Quadro 2 Valores médios do poder calorífico do GLP. Fonte: Ultragaz, 2012.O GLP é obtido, em quase sua totalidade, de duas maneiras sendo a mais comum a partir do refino do petróleo. A outra forma verificada ocorre por meio de Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs). Existe outra possibilidade de se produzir GLP (por meio das centrais petroquímicas), porém esta quase não é usada no País devido à sua viabilidade econômica (ANP, 2010). Segundo Tomázio (2006, p. 8), ―Algumas centrais petroquímicas possuem capacidade de produzir GLP, porém com características marginais ou secundárias‖ Pode ser citada como exemplo de central petroquímica que produz GLP a Braskem, a qual adquiriu as operações das antigas. 6.7 GASOLINA A gasolina é um combustível constituído basicamente por carbonetos e, em menor quantidade, por produtos oxigenados. Esses hidrocarbonetos são, em geral, mais "leves" do que aqueles que compõem o óleo diesel, pois são formados por moléculas de menor cadeia carbônica (normalmente de 5 a 10 átomos de carbono). Além dos hidrocarbonetos e dos oxigenados, a gasolina também pode conter 31 compostos de enxofre e compostos contendo nitrogênio. A faixa de destilação da gasolina automotiva varia de 40 a 175 °C (THOMAS, 2008). O quadro 3 ilustra os principais constituintes da gasolina, de suas propriedades e processos de obtenção. Constituintes Processo de Obtenção Faixa de ebulição (°C) Índice de Octano Motor (Clear) Butano Destilação e processos de transformação - 101 Isopentano Destilação, processos de transformação, isomerização 27 75 Alcoilada Alcoilação 40 - 150 90 - 100 Nafta leve de destilação Destilação 30 - 120 50 - 65 Nafta pesada de destilação Destilação 90 - 220 40 - 50 Hidrocraqueada Hidrocraqueamento 40 - 220 80 - 85 Craqueada cataliticamente Craqueamento catalítico 40 - 220 78 - 80 Polímera Polimerização de olefinas 60 - 220 80 - 100 Craqueada termicamente Coqueamento retardo 30 - 150 70 - 76 Reformada Reforma catalítica 40 - 220 80 - 85 Quadro 3 constituintes da gasolina. Fonte: Ultragaz, 2012. A gasolina básica possui uma composição complexa. A sua formulação pode demandar a utilização de diversas correntes nobres oriundas do processamento do petróleo como nafta DD (produto obtido a partir da destilação direta do petróleo), nafta craqueada que é obtida a partir da quebra de moléculas de hidrocarbonetos mais pesados (gasóleos), nafta reformada (obtida de um processo que aumenta a quantidade de substâncias aromáticas) e nafta de coque, obtida através do processo de coqueamento, nafta alquilada (de um processo que produz iso-parafinas de alta octanagem a partir de iso-butanos e olefinas), entre outros. Quanto maior a 32 octanagem (número de moléculas com octanos) da gasolina maior será a sua resistência à detonação espontânea (ULTRAGAZ, 2012). A gasolina aditivada, disponível em alguns postos, é uma gasolina comum acrescentada de aditivos detergentes-dispersantes. Esses aditivos têm como finalidade a limpeza do sistema de alimentação de combustível, incluindo linha de combustível, bomba, galeria de combustível, injetores e válvulas de admissão. Seu uso permite que o motor opere nas condições especificadas pelo fabricante por mais tempo, o que reduz consumo e emissões e aumenta o intervalo entre manutenções. Ao contrário do que se pensa, a gasolina aditivada não aumenta a octanagem do combustível. As gasolinas de alta octanagem são chamadas, genericamente, de ―gasolinas premium‖ (THOMAS, 2008) Em outro caso como na Gasolina adulterada o autor enfatiza que a gasolina é caracterizada pela adição irregular de qualquer material, sem recolhimento de impostos, com o objetivo de obter lucro. Ela recebe elementos que a diferenciam da gasolina comum, como o dióxido de enxofre e solventes. 6.8 NAFTA Nafta é um derivado de petróleo utilizado principalmente como matéria-prima da indústria petroquímica (―nafta petroquímica‖ ou ―nafta não-energética‖) na produção de eteno e propeno, além de outras frações líquidas, como benzeno, tolueno e xilenos. A nafta energética é utilizada para geração de gás de síntese através de um processo industrial (reformação com vapor d'água). Este gás é utilizado na produção do gás canalizado doméstico (ROCHA, 2009). A nafta petroquímica é um líquido incolor, com faixa de destilação próxima à da gasolina. Este derivado é utilizado como matéria-prima pelas três Centrais Petroquímicas existentes no Brasil - Braskem (Bahia e Rio Grande do Sul e São Paulo), que o processam obtendo como produtos principais, eteno, propeno, butadieno e correntes aromáticas (PIRAS, 2013). 33 6.9 QUEROSENE O querosene, também designado por petróleo iluminante ou óleo de parafina, é um líquido resultante da destilação fracionada do petróleo, com temperatura de ebulição entre 150 e 290 graus Celsius, fração entre a gasolina e o óleo diesel (PIRAS, 2013). É uma combinação complexa de hidrocarbonetos (alifáticos, naftênicos e aromáticos) com um número de carbonos na sua maioria dentro do intervalo de C9 a C16, produzida por destilação do petróleo bruto, com faixa de destilação compreendida entre 150°C e 239°C. O produto possui diversas características específicas como uma ampla curva de destilação, conferindo a este um excelente poder de solvência e uma taxa de evaporação lenta, além de um ponto de inflamação que oferece relativa segurança ao manuseamento. É insolúvel em água (THOMAS,2008). O querosene, assim como os outros óleos minerais derivados do petróleo bruto, pode ser utilizado para lubrificar máquinas intricadas ou peças de motores. No entanto, alguns óleos para máquinas existentes fazem isso bem melhor do que o querosene. Entretanto, o querosene ainda é utilizado pelos fabricantes de vidros, para facilitar a penetração mais lisa na superfície do vidro, lubrificando o contato entre a lâmina e o vidro. A chave para isso é o óleo à base de querosene, que protege as lâminas de corte da corrosão e amacia a superfície do vidro, prevenindo buracos desnecessários e indesejáveis (ROCHA, 2010). Além de servir para lubrificar peças e maquinários, o querosene também serve para limpeza, evaporando após o uso, ou seja, não haverá líquido remanescente para ser limpado. Ele geralmente é utilizado para limpar peças de maquinários, motores de veículos e itens do dia-a-dia como as catracas das bicicletas. A remanescência de querosene que não evaporar pode ser facilmente lavada ou retirada com água. As propriedades solventes dele também o fazem ser útil para remover adesivos de vidros, cera de vela e lubrificação antiga seca em peças de máquinas antes da nova lubrificação (PAULO FILHO, 2006). 34 7 ANALISE DOS RESULTADOS A logística industrial para derivados do petróleo é complexa, dependendo para onde se destina os derivados seguirão conforme o melhor modal de transporte para bases de armazenamento (distribuidoras). Preponderando o modal rodoviário, em detrimento dos demais, sobretudo o duto viário, que é muito mais econômico e seguro (AIRES, 2012). Uma das origens da palavra logística pode ser encontrada na sua etimologia francesa, do verbo loger, que significa alojar e se constitui num termo de origem militar. A logística foi desenvolvida com a finalidade de colocar os recursos certos no local certo, na hora certa, com um só objetivo, o de vencer batalhas. No decorrer da história, as guerras têm sido ganhas e perdidas através do poder e da capacidade da logística, ou pela falta dela (SAMPAIO, 2012). Para efeitos dessa pesquisa os conceitosutilizados que estabelece o seguinte: Upstream (Exploração e Produção); Midstream (Refino); e Downstream (Distribuição). A Figura 5 apresenta um esquema simplificado do supply chain da indústria do petróleo (NOVAES, 2013). Figura 5: Esquema Simplificado do Supply Chain da Indústria do Petróleo óleo. Fonte: Aires, 2012. 35 Portanto as descrições dos três grandes segmentos da cadeia de suprimento da indústria do petróleo, enfatizando suas principais características, estruturas e particularidades (BORSANI, 2011). 7.1 LOGÍSTICA INDUSTRIAL PARA DERIVADOS DO PETRÓLEO Trata-se da parte da Logística Empresarial responsável pela gestão e operação de todos os fluxos de informações e materiais, ligando fornecedores e seus clientes. As técnicas, tecnologia e metodologia são aplicadas para soluções que envolvem, entre outras, as áreas de: sistemas de abastecimentos; gestão de transportes, localização de fábricas, sistemas de movimentação, métodos de armazenagem, plano diretor, sistemas viários, layout de fábrica, layout de depósito e centrais de distribuição, estudos de tempos e métodos, produtividade logística (COLLA, 2013). Tomando-se o setor de manufatura as refinarias como ponto de referência básica, podem-se identificar algumas especializações típicas no que se refere à logística: A logística de distribuição opera de dentro para fora da manufatura. No caso da indústria do petróleo envolve as transferências de produtos entre a refinaria e os armazéns próprios ou de terceiros, seus estoques, os subsistemas de entrega urbana e interurbana de derivados, os armazéns e depósitos do sistema (movimentação interna e despacho) além de processamento de pedidos e atendimento ao cliente. Os canais de distribuição devem ser flexíveis para enfrentar as restrições e dificuldades que podem ocorrer sejam elas físicas ou legais. A distribuição pode ser direta ou indireta. A distribuição direta ocorre sem a participação de outra pessoa jurídica (para comprar e revender)e pode ser realizada por meio da venda pessoal ou por meio do marketing direto. A distribuição indireta utiliza no fluxo dos produtos a pessoa do atacado /ou varejo (SOUZA, 2010). Uma visão mais moderna da logística aplicada para a distribuição dos derivados do petróleo reconhece que a prioridade do cliente interno é influenciada pelos vários níveis de serviço oferecidos, que impactam no atendimento dos requisitos dos clientes. Pode ser um atendimento numa máquina que trabalhe em ciclo produtivo contínuo; atendimento mais rápido de pedidos a ordens de serviços 36 abertas; manutenção de equipamentos de transporte especial; reposição contínua de componentes sobressalentes; processamento; pontualidade na entrega dos serviços de manutenção para a operação ou produção – geralmente o que afeta positivamente os clientes e, logo, as vendas. Do contrário, as vendas quase sempre desmoronam quando o serviço se deteriora. A utilização da logística de manutenção é importante para a racionalização de serviços, a melhoria na segurança de relações com clientes e fornecedores e a redução dos desperdícios de tempo, possibilitando uma vantagem competitiva, principalmente em custo. (GADIOLI, 2013) A logística interna cuida dos aspectos logísticos dentro da manufatura em si, e por isso está inserida dentro do PCP (programação e controle da produção). Japoneses e americanos, por meio de, Kanban e Just-in-Time, desenvolveram técnicas e procedimentos bastante eficazes para gerenciamento do processo logístico. 7.1.1 Just-in-time (JIT): O princípio básico da filosofia JIT, no que diz respeito à produção é atender de forma rápida e flexível à variada demanda do mercado, produzindo normalmente em lotes de pequena dimensão. O planejamento e programação da produção dentro do contexto da filosofia JIT procura adequar a demanda esperada às possibilidades do sistema produtivo. Este objetivo é alcançado através da utilização da técnica de produção nivelada. A filosofia JIT coloca a ênfase da gerência no fluxo de produção, procurando fazer com que os produtos fluam de forma suave e contínua através das diversas fases do processo produtivo. A ênfase prioritária do sistema JIT para as linhas de produção é a flexibilidade, ou seja, espera-se que as linhas de produção sejam balanceadas muitas vezes, para que a produção esteja ajustada às variações da demanda. A busca pela flexibilidade da produção e da redução dos tempos de preparação de equipamentos, reflete-se na ênfase dada à produção de modelos mesclados de produtos, permitindo uma produção adaptável à mudanças de curto prazo e obtendo ganhos de produtividade.(GURGEL,2010). 37 7.1.2 Kanban A técnica japonesa denominada de KAN BAN, integrada no conceito JUST IN TIME, hoje largamente difundida quando se fala sobre produção ou administração de estoque, nasceu na maior fábrica automobilística do Japão, a TOYOTA, Está ideia brotou da iniciativa realizada por Yasuhiro Monden, que fundiu todas estas ideias e conceitos sistematizando-os e difundiu para o resto do mundo, traduzindo para língua inglesa. O fundamento básico desta técnica está baseado em manter um fluxo contínuo dos produtos que estão sendo manufaturados. O KAN BAN (etiqueta ou cartão) traz como grande inovação o conceito de eliminar estoques (estoque zero), os materiais e componentes agregados ao produto chegam no momento exato de sua produção/execução (just in time). O sucesso deste comportamento está na ênfase dada no processo de manufatura nivelado e de automação - "jidoka" – autocontrole (SOUZA, 2010). A integração deste fluxo é denominado de produção no momento exato (just in time), isto significa produzir somente os itens necessários na quantidade necessária e na hora certa. Como resultante a força de trabalho e os inventários são reduzidos naturalmente, obtendo-se aumento da produtividade e a redução de custos (GURGEL, 2010). No Brasil, é comum se chamar de Indústria apenas o subsistema voltado à fabricação ou manufatura de produtos. Segundo Gurgel (2010, P. 75), ―o Sistema Industrial é muito mais do que isso, englobando, além dos diversos estágios da manufatura, a obtenção da matéria-prima, a armazenagem dos produtos semiacabados e acabados, as lojas de comercialização e, por ultimo, na sequência, o consumidor‖. As vantagens de estabelecer esse contorno amplo para o Sistema Industrial são múltiplas. Evitam-se, antes de qualquer coisa, resultados insatisfatórios ou mesmo inadequados. Além disso, é possível afirmar que os problemas que surgirem ao longo do processo poderão ser imediatamente enquadrados num dos subsistemas que o compõe. Dessa forma, è eliminada a possibilidade de ter quer rever os contornos do nosso sistema ao depararmos com problemas não vislumbrados no inicio do processo (SOUZA, 2010). 38 Segundo Colla (2013, P. 68) ―o subsistema transporte é considerado uma atividade primária da logística‖. Primária porque ela contribui com a maior parcela dos custos total e é essencial para coordenação e o cumprimento da tarefa logística. Para muitas empresas o transporte é a atividade mais importante, simplesmente porque ela é mais visível. Nenhuma firma pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias primas e produtos acabados. ―Transportes‖ refere- se aos vários métodos para se movimentar produtos. A administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade dos veículos. Isso porque a infraestrutura de transportes no Brasil é deficiente com as péssimascondições das rodovias, e o transporte ferroviário e marítimo , que representariam menores custos para o sistema logístico, não recebem bons investimentos. Isso acarreta uma perda de competitividade da cadeia logística uma vez que há prejuízos ocasionados com a quebra de veículos, congestionamentos, avarias no produto além do risco de roubos (ALVARENGA, 2010). Os métodos de transporte utilizado podem ser: rodoviário, ferroviário, marítimo ou aéreo. Mas o fato é que o transporte rodoviário é responsável por 70% do transporte de carga no território brasileiro. Não se deve deduzir então que as demais modalidades não sejam importantes, dependendo da aplicação, alguns desses modos poderão assumir papel bastante destacado. Por exemplo, no nível de atendimento ao cliente. Há casos em que o transporte aéreo, mesmo com fretes mais elevados, pode ser a solução, considerando os custos de estoque e as restrições de comercialização de certos produtos que são caros (MAMEDE, 2013). 7.2 LOGÍSTICA INDUSTRIAL DO GÁS LIQUEFEITO DO PETRÓLEO O GLP (gás liquefeito de petróleo) no Brasil é o total de 33 milhões de botijões vendidos a cada mês, mas o setor começa a se reinventar para otimizar sua logística, diminuir custos e, ainda, fazer frente à competição do gás natural encanado. Cada vez mais presente nas operações das distribuidoras, a tecnologia abriu novas possibilidades principalmente no mercado de gás a granel, em que tanques recarregáveis de grande volume instalados em condomínios e indústrias são reabastecidos por caminhões (CARRO, 2014). 39 O botijão até 13 kg ainda representa 71% do mercado nacional, em termos de volume, mas sua expansão tem acompanhado o crescimento vegetativo da população. Em busca de mercados com maior taxa de crescimento, muitas distribuidoras de GLP passaram a montar centrais de gás em empreendimentos multifamiliares, comerciais e industriais. Equipados com sensores e sistemas de telefonia celular, os tanques dessas centrais informam automaticamente ao fornecedor quando o estoque de gás cai para 30% da capacidade do reservatório (SOUZA, 2010). A paulista Liquigás, por exemplo, desenvolveu um sistema de medição com aferição individualizada do consumo de GLP em condomínios, com emissão da conta no ato da leitura. Fora do escopo tradicional de produtos mais conhecidos pelo consumidor, a companhia oferece um gás livre de impureza, odor e umidade, desenvolvido para atender ao mercado de aerossóis, em especial aos segmentos que exigem alto grau de qualidade e limpeza, como o farmacêutico e de cosméticos (COLLA, 2013). Nas vendas a granel, o tanque instalado no empreendimento residencial, comercial ou industrial é recarregado por um caminhão da distribuidora como ilustra a figura 6. Figura 6: Abastecimento do Gás Liquefeito de Petróleo. Fonte: Ultragaz, 2012. 40 A logística de negócio da distribuição de GLP incorporou aos seus processos sistemas de localização por GPS e softwares para aprimorar entregas. ―A Liquigás implantou um aplicativo de otimização de suas rotas para abastecimento aos seus clientes granel. Esta aplicação é realimentada com base no Sistema Informatizado Corporativo da Petrobras para Ações de Emergência (InfoPAE) e nas operações logísticas, otimizando a roteirização‖ (SILVINO, 2015). As transformações pelas quais passa o setor também são consequência direta da mudança de hábitos do cliente. Com o aumento da concorrência entre revendedoras, diminuiu a tolerância do consumidor à espera pelo produto, especialmente no mercado de botijões até 13 kg. ―uma pesquisa nacional feita pela Sindigás onde concluíram que o prazo de tolerância foi de 17 minutos, em média. Se a demora for maior, o consumidor liga para outro revendedor‖ (SILVINO, 2015). . Num país em que 12 botijões são vendidos por segundo, atender o cliente no tempo correto e com o menor custo possível significa a diferença entre lucro e prejuízo, inclusive no segmento de vendas a granel. ―Além do serviço de controle de estoque e ressuprimento automático, onde contam com um processo de logística digital totalmente integrado‖. As ordens de serviço são enviadas de forma automática ao veículo mais próximo por meio de celulares ou rádios. Após o abastecimento, a nota fiscal é emitida na hora no próprio caminhão, garantindo maior agilidade no processo como um todo.‖ Em vez de se apresentar como simples fornecedoras de gás, as distribuidoras trabalham para oferecer ―soluções de energia‖, a partir do uso do GLP. As revendedoras espalhadas pela Região Norte do Brasil, a distribuidora Fogás desenvolveu um aplicativo para smartphones que permite ao consumidor final fazer o pedido de gás diretamente pelo celular. O aplicativo também atende ao segmento B2B (business-to-business). Em vez de serem direcionados para uma central de atendimento tradicional, os pedidos — enviados através de mensagem de texto por consumidores já cadastrados — alimentam o sistema de Gestão de Relacionamento com o Cliente (CRM, na sigla em inglês) da companhia, que apenas confirma o endereço do comprador. Da distribuidora, o pedido segue para uma loja própria ou revenda da Fogás. O gás é entregue no dia seguinte sem a intervenção de atendentes. A empresa atua no Acre, no Amazonas, em Rondônia, em Roraima e na região oeste do Pará (SILVINO, 2015). 41 7.3 LOGÍSTICA INDUSTRIAL DO GÁS NATURAL Os principais focos da estratégia nacional de massificação do uso do gás natural. Porém, os consumidores de gás natural destes setores estão bastante dispersos no ambiente urbano e a infraestrutura para supri-los por meio de dutos e, é bastante onerosa (THOMAS, 2008).. Deste modo, é fundamental que as distribuidoras de gás natural observem toda a diversidade de aspectos logísticos relacionados à distribuição física de produtos. Para uma empresa, independentemente do seu ramo de atuação, determinar como distribuir os seus produtos, se faz necessário à formatação de um planejamento estratégico a fim de montar um sistema logístico integrando centros distribuidores, rotas de transporte, níveis de estoque e procedimentos para processar pedidos que contribuam para o sucesso do negócio. Partindo-se deste princípio, várias decisões devem ser tomadas no sentido de definir essas decisões como: (NOVAES, 2013). a) Onde as fábricas devem ser localizadas; b) Quais fornecedores deverão ser utilizados; c) Quantos centros de distribuição a empresa deve operar; d) Onde eles devem estar localizados; e) Que clientes ou zonas de mercado devem ser supridos de cada centro de distribuição; f) Que linhas de produto devem ser produzidas ou estocadas em cada fábrica ou centro de distribuição; g) Que modalidades de transporte devem ser usadas para suprimento e para distribuição. Portanto como o gás natural é extraído e levado diretamente para a UPGN Unidade de processamento do gás natural. Depois para as termoelétricas. No caso do gás que é usado como combustível essa logística, passa a ser downstream. Como ilustra a figura 7 (CARRO, 2014). 42 Figura 7: Atividades downstream . Fonte: Aires, 2012. A figura 8 ilustra bem como é o processo logístico partindo do gás natural até aos consumidores finais que são: os postos de combustíveis; industrias e distribuidores. Figura 8: Atividades logísticas do gás natural. Fonte: Aires, 2012. 43 Portanto a logística é parte da cadeia de suprimentos que planeja, implementa, e controla o fluxo eficiente e eficaz de matérias-primas, estoque de produtos acabados e semiacabados, e o fluxo de informações a elesrelativas, desde a origem até o consumidor final, com o propósito de atender os requisitos dos clientes‖ (NOVAES, 2013, p. 72). 7.4 LOGÍSTICA INDUSTRIAL DA GASOLINA O mapeamento dos fluxos logísticos é requisito prévio para a identificação e a mensuração dos fatores de risco sobre esses fluxos. O mapeamento foi construído da origem ao destino dos fluxos, interconectados pelos modos de transporte, conforme apresentado na Figura 9. Figura 9: Fluxos logísticos de produção, transporte e armazenagem de gasolina Fonte: Novaes, 2013. As fontes de suprimento representam a origem dos fluxos logísticos do combustível armazenado nas bases de distribuidores espalhadas pelo território 44 nacional. São duas as fontes (origens) de suprimento: produção nacional e importação. A produção nacional de gasolina álcool e óleo diesel devem ter suas refinarias próximos a margens de rios ou mares para facilitar a logística do transporte como ilustra a figura 10 (NOVAES, 2013, p. 48). Figura 10: Fluxos logísticos de produção, transporte e armazenagem de derivados do petróleo. Fonte: Novaes, 2013. Os produtores escoam sua produção para terminais ou bases pelo modo duto viário. O combustível importado chega aos terminais (aquaviários) pelo modo aquaviário. Os terminais aquaviários podem transferir o combustível para terminais terrestres (modo duto viário) ou diretamente para bases pelo modo duto viário ou aquaviário. Os terminais terrestres, por sua vez, utilizam o modo duto viário para transferir o combustível para terminais aquaviários ou, quando o destino são as bases, os modos duto viário ou ferroviário (SILVINO, 2015). O modo de transporte duto viário de gasolina e de óleo diesel se utiliza tanto de dutos longos como curtos. A movimentação por dutos longos está voltada para grandes volumes e distâncias (CARRO, 2014, p. 41). Os fluxos logísticos que interligam refinarias e terminais podem ser complexos, como observado na Figura 11, que mostra a diversidade de interligações no sistema logístico. 45 Figura 11: Esquema logístico de transporte e armazenagem de derivados do petróleo. Fonte: Novaes, 2013. A movimentação do combustível entre bases ocorre pelos modos rodoviário (predominante), ferroviário e aquaviário. Para entregar o combustível até revendedores, varejistas e consumidores, as bases de distribuidores fazem a expedição, geralmente, pelo modo rodoviário (NOVAES, 2013, p. 45). As origens são compostas pelas fontes de suprimento, enquanto os destinos, para fins deste estudo, são as bases de armazenagem e distribuição. Antes de alcançar as bases, o combustível pode, como etapa intermediária, ser armazenado em terminais terrestres ou aquaviários marítimos fluviais ou lacustres. O combustível armazenado nas bases (PIRAS, 2013). ―A indústria do petróleo é um dos exemplos mais completos e abrangentes de complexidade logística no mundo empresarial‖ (BORSANI, 2011, p. 38). Como produto final de toda a atividade tem-se o petróleo bruto armazenado, em condições logísticas de ser transportado para uma refinaria, onde será objeto de processamento e em seguida transportado como produto final de todo o segmento de refino, tem-se a disponibilidade de um vasto elenco de derivados de petróleo, devidamente enquadrados nos requisitos de qualidade definidos pelas especificações, armazenados em tanques segregados na área de expedição da refinaria, e em condições de transporte até o consumidor final (AIRES, 2012). 46 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo evidenciou a logística voltada para os derivados do petróleo buscando fazer uma sucinta abordagem sobre o assunto. A logística começa pela necessidade do cliente. Sem essa necessidade não há produção, nem movimentação, nem comércio e consumo. O marketing está nessa tarefa agregando valor ao produto, pois ele estará no lugar certo e no tempo certo suprindo a necessidade do cliente além das estratégias de gerenciamento de materiais e estoques, que sendo bem administradas garantem diferencial competitivo para as organizações. A importância da logística atualmente e suas dificuldades principalmente no transporte e mudanças nesses sistemas que são realmente necessárias e trariam mais eficácia e eficiência para a cadeia logística. portanto a logística deve ser vista pelas indústrias petrolíferas como um processo integrado que permite fornecer qualidade nos serviços ou produtos para clientes e consumidores, Isso traz sucesso à organização e aquecimento da economia para o país. O objetivo fundamental da indústria do petróleo é ofertar produtos derivados do petróleo ao mercado consumidor. O cumprimento de tal objetivo, entretanto, requer o estabelecimento de uma longa e complexa cadeia logística. A cadeia de suprimento da indústria do petróleo é representada basicamente por dois grandes segmentos: Exploração & Produção (E&P), também conhecido como segmento upstream; e um segundo, comumente referenciado como segmento downstream, que englobaria as atividades de Refino, Transporte, Comercialização e Distribuição de derivados. Recentemente, porém, observa-se que vários autores e instituições mencionam em suas publicações O petróleo, um terceiro segmento, denominado de midstream, o qual seria responsável pelas atividades de Refino ou de Transporte. 47 REFERÊNCIAS ARAÚJO, P.P. Indústria do Petróleo – da Produção ao Consumo Final do gasoduto Coari- Manaus. Tese de M. Sc., COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2004. Disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/, acessado em Março de 2016. AIRES, A.V. Logística da Indústria do Petróleo. Tese de MSc., UFAM Universidade Federal do Amazonas. Manaus, AM, Brasil, 2012. 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