Sociedade Anônima 3

Prévia do material em texto

OUTROS VALORES MOBILIÁRIOS
Os três principais outros valores mobiliários são: DEBÊNTURES, PARTES BENEFICIÁRIAS E BONUS DE SUBSCRIÇÃO.
Elas utilizam de valores mobiliários como forma de autofinanciamento. Como as S/A são sempre empresas que tem objeto de grande vulto, elas são sempre destinadas a grandes empreendimentos, elas podem ter estas formas de se auto financiar, ao invés de ter que recorrer a empréstimos bancários, financeiro que obviamente seriam muito mais prejudiciais a gestão de seu negócio. Uma das vantagens da S/A é a forma dela poder lançar mão de formas particulares de autofinanciamento, e esse autofinanciamento é dividido em DUAS etapas: Primeiro em Título de Capitalização e segundo em Título de Securitização.
TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO vão ser a emissão de novas ações, quando a sociedade é criada, ela é criada com determinado Capital Social, dividido pelo nº X de ações, e uma forma de ela aumentar a sua capacidade é aumentar o Capital social e para isso ela deve emitir novas ações. Então o aumento do Capital Social é pela Capitalização de novas ações.
Existem 3 métodos de SECURITIZAÇÃO, onde existe detalhes que diferenciam um dos outros.
1º DEBÊNTURE, consiste em um DIREITO DE CRÉDITO. Que servem tanto para as sociedades abertas quanto para as fechadas. Como funciona isso? Na DEBÊNTURE, vamos ter um CONTRATO DE MÚTUO (forma de empréstimo). Quando a sociedade emite Debênture, ela está de certa forma aceitando empréstimos, ou seja o sujeito que adquire a Debênture, está emprestando dinheiro para a S/A, e a S/A vai pagar este dinheiro em uma forma futura e o tipo de remuneração que vai ser dada a este empréstimo vai estar descrito na própria Debênture, ou seja, Debênture é a forma que eu, pessoa física ou pessoa jurídica tenho para emprestar de forma legal dinheiro para a S/A. Ela emite Debênture e com isto ela está oferecendo a possibilidade de receber empréstimos. As partes interessadas vão lá e compram/adquirem as Debêntures. Ao adquirir a Debênture ela empresta um dinheiro para a S/A e no futuro a S/A vai pagar esse dinheiro de novo prá vc, por isso é que ele é considerado um direito de crédito futuro. As regras referentes a atualização, forma de pagamento, prazo e etc... TUDO vai estar definido no próprio Título de Debênture. É importante estar definido no próprio título porque quando vc define TODOS os fatores constitutivos no título, vc tem a criação de um título executivo extrajudicial, que podem ser executados por sí mesmos, pois ele contém TODOS os elementos necessários a verificação a um direito de crédito. 
No Debênture, o adquirente do Debênture está emprestando dinheiro para a S/A, e a S/A dá para ele a Debênture. O que é uma Debênture? É o título que comprova o direito de crédito que o adquirente tem de receber no futuro este dinheiro que ele está emprestando hoje para a companhia.
Qual é o ponto importante da Debênture e porque ela é mais utilizada? Como é um título executivo, ele é um DIREITO LÍQUIDO E CERTO, e o fato de ele ser líquido e certo é o que diferencia ele do segundo tipo de securitização que é a....
PARTE BENEFICIÁRIA, também é um direito de crédito que só podem ser utilizadas por empresas fechadas, mas ao invés de ser um direito de crédito líquido e certo, um direito que vai virar um título de crédito extrajudicial, ela é um direito de crédito EVENTUAL, significa que o adquirente só vai receber de volta o dinheiro que foi emprestado para a sociedade se naquele exercício fiscal, naquele exercício social a qual está relacionado seu título a atividade empresarial der lucro, se a atividade empresarial der prejuízo o adquirente perde o seu direito de crédito. Partes beneficiárias então, tirando a exceção de grandes empresas que tem bastante força no mercado, raramente são criadas, porque o direito de crédito delas não é líquido e certo, é um direito de crédito EVENTUAL e ele não constitui um título executivo extrajudicial. O recebimento deste crédito vai ter como condição que o exercício social a qual esteja ligado o direito de crédito, seja positivo dê lucro, se a atividade empresarial não tiver dado lucro naquele exercício fiscal, o adquirente perde seu direito de crédito. As partes beneficiadas valem para um exercício fiscal específico. A terceira parte é a mais estranha das 3 que é o ....
BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO 
Já vimos que SUBSCRIÇÃO é o Ato pelo qual se adquire ações, e que os acionistas têm preferência na aquisição de novas ações.
BÔNUS DE SUBSRIÇÃO, tem a ver com esta situação, se eu sou acionista, tenho direito de preferência para adquirir novas ações. As vezes a empresa não emite novas ações agora e ela também não quer emitir um Debênture, mas ela precisa de um empréstimo SEM ter data para pagamento, no Debênture vc tem um prazo determinado, vc tem que estipular a forma, as parcelas os juros de como vc vai pagar. As vezes a empresa precisa de Capital para girar na sua atividade mas ela não quer ainda aumentar seu capital social, não quer emitir uma Debênture. O que ela faz? Emite um BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO, os próprios acionistas se reúnem em assembleia geral e decidem através de votação, abdicar do seu direito de aquisição de novas ações, eles vão VENDER o direito de preferência para aquisição de novas ações. Como? Transformando esses direitos nos BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO, e aquele acionista que queira manter o seu direito de preferência para adquirir novas ações vai precisar adquirir um Bônus de Subscrição, ou seja, sabemos que as decisões são por maioria, a maioria resolve como forma de se capitalizar vender o seu direito de preferência e obviamente se a decisão for acertada, for procedente, ela vai vincular a TODOS os acionistas até mesmo aqueles que não queriam abrir mão, e se eles quiserem manter esse direito, eles vão precisar pagar pra manter este direito. Quando eu adquiro um Bônus de Subscrição eu adquiro o direito de comprar novas ações na frente dos acionistas, ou seja, estou comprando dos acionistas o direito de preferência para aquisição de novas ações. Quando eu vou exercer esse direito? Sabe-se lá. Somente quando a Sociedade emitir novas ações. Se ela emitir neste mesmo ano vc se dará bem, se ela emitir daqui a 20 anos, vc vai ficar 20 nos com este Bônus de Subscrição preso. Por isso que a diferença e a vantagem dele em relação para a Debênture. Na Debênture vou ter que especificar data de atualização, prazo, forma. No Bônus de Subscrição não. Eu pego o dinheiro agora e só vou pagar quando os próprios acionistas se reunirem e resolverem criar novas ações e os que são titulares desses Bônus vão ficar com este direito em suspenso até que essas novas ações sejam efetivamente criadas. Se a empresa fechar, se a empresa falir sem emitir estas novas ações, vc terá isso como direito de crédito na liquidação do patrimônio dela.
Então vejamos: o acionista tem direito de preferência, quando emitir novas ações ele tem direito de subscrever estas novas ações, antes delas serem colocadas para terceiros, só que eles podem se reunir em assembleia e decidir vender em conjunto esse direito de preferência, aqueles que adquirirem os Bônus de Subscrição vão ter o direito de preferência, e se eu sou acionista e quero manter, preciso logicamente adquirir esse Bônus.
ORGÃOS SOCIETÁRIOS
As S/A são sociedades que possuem uma estrutura muito mais complexa, o Estatuto é muito mais rígido, ela exige órgãos com uma certa organização mais detalhada, até mesmo a liberdade de regrar o funcionamento destes órgãos é mais rígida do que na Sociedade Limitada. Justamente porque TUDO é definido na própria Lei, as próprias partes dos acionistas têm um poder de liberdade muito pequeno para modificar coisas, levado em consideração o princípio da governança coorporativa. Quando vc S/A, vc tem centenas, milhares de acionistas e estes milhares e centenas precisam de uma certa forma estar organizados para poder resolver estas situações, então a S/A precisa de um nível de organização estrutural muito maior do que as outras sociedades estudadas.
A S/A vai possuir órgãos quesão obrigatórios. Existem TRES órgãos que são obrigatórios: Assembleia Geral, Diretoria e o Conselho Fiscal. O conselho de Administração NÃO vai ser obrigatório para todas as S/A que vai ser verificado quando vai ser obrigatório e quando vai ser Facultativo. Estes quatro órgãos geralmente são aqueles mais comuns. É obrigatório em TODA S/A, uma Assembleia Geral, uma Diretoria e um Conselho Fiscal.
ASSEMBLEIA GERAL
É um órgão deliberativo, na Assembleia Geral, TODOS aqueles acionistas que possuírem direito a voto (acionistas Ordinários), vão poder exercer esse direito de voto deliberando sobre qualquer assunto de interesse social, na Assembleia pode ser deliberado sobre qualquer coisa que seja do interesse da Sociedade.
Para não ficar tão aberto, a Legislação traz algumas matérias que obrigatoriamente devem ser decididas em Assembleia, e estas matérias estão no art. 122 que traz COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS
Art. 122. Compete privativamente à assembleia geral: 
I - reformar o estatuto social; (alteração do Estatuto só a assembleia)
II - eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administradores e fiscais da companhia, ressalvado o disposto no inciso II do art. 142;
III - tomar, anualmente, as contas dos administradores e deliberar sobre as demonstrações financeiras por eles apresentadas;
IV - autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o disposto no § 1o do art. 59;
V - suspender o exercício dos direitos do acionista (art. 120); 
VI - deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista concorrer para a formação do capital social;
VII - autorizar a emissão de partes beneficiárias; 
VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia, sua dissolução e liquidação, eleger e destituir liquidantes e julgar-lhes as contas; e 
IX - autorizar os administradores a confessar falência e pedir concordata. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, a confissão de falência ou o pedido de concordata poderá ser formulado pelos administradores, com a concordância do acionista controlador, se houver, convocando-se imediatamente a assembleia-geral, para manifestar-se sobre a matéria.
Esta competência exclusiva tem a ver com Alteração do Estatuto, tanto para mudar como para alterar o tipo societário, podendo passar de uma Fechada para uma aberta, ou pode fazer liquidação porque vai fazer a venda, pode se reunir em Assembleia para decidir entrar com um pedido de recuperação judicial ou de auto falência, TODAS estas coisas que envolvem a vida da própria sociedade precisam ser definidas na Assembleia Geral, além disso a Assembleia Geral vai ter competência exclusiva sobre os outros órgãos como escolha dos membros dos outros órgão e fiscalização desses membros. Quem é que vai escolher diretores? Quem é que vai escolher os membros do Conselho Administrativo, que é que vai escolher membro do Conselho Fiscal? Via de regra a decisão é da Assembleia e uma vez que ela escolhe, ela também vai fiscalizar. Se a sociedade quiser emitir novas ações? Para emitir novas ações terá que aumentar o capital social e para aumentar o capital social precisa alterar o Estatuto, se tem que alterar o Estatuto competência exclusiva da Assembleia. Quem é que vai ter competência para convocar a Assembleia? A competência geral, comum pra convocar uma Assembleia é do Conselho de Administração ou da Diretoria, quando houver o Conselho de administração, porque a Diretoria sempre vai ter, eles é que tem a obrigação ANUAL de convocar Assembleia Geral Ordinária, e eles também podem convocar Assembleia Geral Extraordinária dependendo da gravidade e da necessidade da situação, se eles não fizerem esta convocação ordinária ao final do exercício fiscal, passado UM MÊS do encerramento do exercício fiscal, o Conselho Fiscal pode chamar o Conselho de Administração ou a Diretoria para que eles façam isso. Vejamos: terminou o exercício fiscal, o Conselho ou a Diretoria devem convocar uma Assembleia Geral Ordinária, se eles não fizerem isso em até um mês, eles vão sofrer responsabilidades, mas aí passa a obrigação para o Conselho Fiscal, e o Conselho Fiscal chama a atenção do Conselho de Administração e da Diretoria para que eles instalem essa Assembleia. Se o Conselho Fiscal não fizer isso também, as partes interessadas podem fazer. Quem são os interessados? Os acionistas, eles podem se reunir, e é uma reunião bem pequena, basta 5% do Capital Social para que convoquem e o Conselho Fiscal vai ter um prazo de OITO dias para chamar o Conselho de Administração ou a Diretoria. Esses 5% do Capital social pode ser 5% votante, ou 5% sem direito a voto, porque são os interesses dos próprios acionistas que estão em jogo, aqui não há deliberação, quando existe deliberação só quem tem direito a voto que pode votar, neste caso só está se chamando para instalação da Assembleia Geral.
ATENÇÃO: o Conselho Fiscal tem o prazo de OITO dias para atender o pedido de 5% do Capital Social, e se não fizer isso, o próprio Conselho Fiscal já vai estar sujeito à responsabilidade pela negligência. Se eles não fizerem (Diretoria, Conselho de Administração e Conselho Fiscal) os próprios acionistas podem convocar a Assembleia. Para que esta Assembleia possa ser instalada é preciso de ¼ do Capital Social com direito a voto, que é igual a 25% do Capital Social, se não conseguir 25% na primeira convocação, na segunda convocação pode ser com qualquer número. Qual é o problema disso na S/A? A deliberação da S/A sempre vai se dar por maioria absoluta. Adianta fazer uma reunião com instalação de uma Assembleia com 25%? NÃO. Porque eles não vão conseguir decidir NADA. A decisão é por maioria absoluta, vai levar sempre em consideração os 100%. Maioria absoluta vai ser 50,1%. Detalhe interessante, as companhias fechadas podem ter quórum de deliberação diferenciado, mas esse quórum NÃO é livre, ele é somente para as matérias previstas no art. 136 da LSA. A regra geral tanto para S/A Fechada quanto para a S/A Aberta MAIORIA ABSOLUTA. As fechadas podem ter quórum diferenciado na matéria prevista no art. 136 e este quórum diferenciado NUNCA é para menos, SEMPRE é para mais.
I - criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações preferenciais existentes, sem guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou autorizados pelo estatuto; 
OBS.: vc sempre terá que manter proporcionalidade, porque se vc não manter a proporcionalidade, vc acaba diluindo o valor da ação, quando a sociedade vai criar novas ações ela nunca pode emitir uma nova ação com um valor nominal inferior aquelas que já existem, pois o valor do Capital Social vai ser a soma do Valor Nominal de TODAS as ações. Se eu emito uma ação com valor nominal menor das que já existem, isto vai diminuir o valor das outras de forma proporcional. É proibido fazer isso, as sociedades precisam manter a proporcionalidade das ações. O que a Legislação permite especificadamente para as S/A? Que elas emitam ações preferenciais sem manter esta proporcionalidade desde que isso seja deliberado em Assembleia, e como isto afeta de forma bem forte os acionistas, o próprio Estatuto da CIA fechada pode determinar que prá que vc libere estas ações preferenciais sem manter a proporcionalidade o quórum seja maior que maioria absoluta. É isto que está escrito no primeiro inciso.
II - alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida; 
OBS.: vc já tem acionistas que já tem direitos garantidos de acordo com o que está escrito na sua ação preferencial, para que vc possa mexer nestes direitos adquiridos, que já estão constantes, os próprios acionistas podem deliberar, só que para evitar que aquele que tem maioria absoluta possa decidir sozinho, novamente a legislação permite que vc aumente de maioria absoluta este percentual para quanto vc entender.
III - redução do dividendo obrigatório; 
IV - fusão da companhia, ou sua incorporação em outra;
OBS.: sabemos que hoje em dia,principalmente aqui no Brasil, grande parte de problemas econômicos que as Sociedades vão ter, tem relação com passivos trabalhistas, ou seja dívidas de condenações na Justiça do Trabalho. Sempre que se faz FUSÃO, INCORPORAÇÃO ou que vc se relacione com outra Sociedade de outra forma, vc está criando uma forma de modificação de Passivo Trabalhista, se vc se funde ou incorpora com outra sociedade, vc adquire o Passivo Trabalhista dela, se vc participa de um grupo de sociedade, o grupo de sociedade é considerado responsável solidário pelas obrigações trabalhistas. Então vc fazer este tipo de coligação pode trazer prejuízo muito grande aos sócios se vc se coligar com uma sociedade que acabe tendo um prejuízo trabalhista muito grande, porque o prejuízo de uma vai afetar TODAS.
V - participação em grupo de sociedades (art. 265); 
VI - mudança do objeto da companhia;
VII - cessação do estado de liquidação da companhia; 
VIII - participação em grupo de sociedades (artigo 265).
VIII - criação de partes beneficiárias; 
IX - cisão da companhia; 
X - dissolução da companhia. 
RESUMINDO...A Assembleia Geral vai deliberar sobre qualquer assunto, somente os membros ordinários votam, já que os preferenciais não têm direito a voto e os de Fruição também não, em virtude deles já terem cedido a sua propriedade e manterem só o usufruto. As deliberações ...Maioria Absoluta, mas as Sociedades Fechadas podem ter percentuais maiores de deliberação. Nas Sociedades Anônimas Abertas essa regra NÃO se aplica, vai ser SEMPRE maioria absoluta.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Dos quatro orgãos que vamos estudar, o Conselho NÃO é obrigatório para TODAS as sociedades. Porque? Ele é FACULTATIVO nas S/A Fechadas. Em TODAS as Sociedades Anônimas Abertas, nas Sociedades de Capital Autorizado e nas Sociedades de Economia Mista este órgão vai ser OBRIGATÓRIO.
O Conselho precisa de no mínimo TRES acionistas, pessoas físicas, que são eleitos pela Assembleia, eles orientam a gestão negocial e fiscalizam a diretoria, essas são as competências principais do Conselho de Administração, além disso ele tem competência para convocar Assembleia Geral e para opinar em alguns assuntos de interesse da sociedade, ou seja ele vai ser um órgão fiscalizador e um órgão consultivo da sociedade.
DIRETORIA
A Diretoria é o outro orgão que completa a parte da execução dos Negócios sociais. A DIRETORIA é um órgão EXECUTIVO. Quando existem os dois, o Conselho dá a direção mas quem executa efetivamente é a Diretoria, além de realizar os negócios sociais, são eles que tem poder de representação da Sociedade. Nas Sociedades Anônimas quem tem o poder de representação são os membros da DIRETORIA, os membros do Conselho de Administração NÃO possuem poder de representação. Os seus poderes e atribuições, obrigatoriamente devem estar previstos no Estatuto, mesmo que se faça eleições para outros diretores, os poderes deles são fixos e esta fixação está prevista no Estatuto e ara que se possa mudar, tem que alterar no Estatuto da Sociedade, é uma forma de manter uma integridade, uma continuidade no exercício desses poderes. A Diretoria deve ser composto por no mínimo DOIS Diretores, não existe número máximo, que vai ser definido de acordo com o interesse da Sociedade. Esses Diretores NÃO precisam ser acionistas, diferente dos membros do Conselho de Administração que devem ser acionistas, com um detalhe os membros do Conselho de Administração podem se candidatar ao cargo de diretor também, só que não podem ser todos, o número máximo é de 1/3 dos membros do Conselho de Administração. Vc pode ter um indivíduo que ao mesmo tempo é Conselheiro e Diretor porque ele vai se enquadrar nesta regra de 1/3. 
Os membros da diretoria não precisam ser acionistas, mas vc pode ter membros da Diretoria que também são membros do Conselho de Administração, ocupando ao mesmo tempo as duas funções. 
Regra Geral – Quem é que elege os membros da diretoria? Se houver na Sociedade Conselho de Administração são os Conselheiros que elegem os Diretores, se na Sociedade NÃO tiver, quem vai eleger é a Assembleia, isto quer dizer que é competência exclusiva do Conselho, quando ele existir a escolha dos Diretores, e um detalhe interessante é que apesar deles serem eleitos para um mandato de TRES anos com direito a reeleição, o diferencial é que eles podem ser destituídos imediatamente pelo Conselho de Administração a qualquer tempo, ou seja ele é eleito para uma mandato de TRES anos, a qualquer tempo que ele fizer alguma coisa que desagrade o Conselho de Administração, este Conselho pode se reunir, votar por maioria simples e destituir o membro da Diretoria. É um poder que os membros do Conselho de Administração possuem que de por maioria simples destituírem a qualquer tempo um membro da Diretoria, mesmo que ele tenha acabado de ser eleito ou reeleito, a destituição é livre não gera direito adquirido o fato dele ter sido eleito.
DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS ADMINISTRADORES
TODOS os membros do Conselho de Administração, da Diretoria e do Conselho Fiscal, possuem os mesmos deveres e responsabilidades para com a Sociedade. Eles possuem TRES deveres básicos, que são:
1º o Dever de DILIGÊNCA, tem a ver com o próprio exercício da atividade que eles vão realizar. Na S/A os administradores devem ser Administradores Profissionais, ou seja, eles precisam da graduação em Administração, eles precisam exercer a sua administração de forma científica.
2º é o Dever de LEALDADE, para com a própria Sociedade, ou seja, neste dever de Lealdade vai incluir o Dever de SIGILO, ele não pode divulgar informações essenciais ao exercício da atividade empresária
3º é o Dever de INFORMAÇÃO, a diretoria tem a obrigação de fornecer informações sob o exercício da atividade empresarial para a Assembleia Geral, para o Conselho Fiscal, para o Conselho de Administração, ou seja ao ser requisitado, que ele informe como está a gestão da sociedade, ele deve informar para quem de direito, que é Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Assembleia Geral, que são as pessoas que vão fiscalizar o exercício desses diretores.
Os Administradores e os Diretores NÃO estão sujeitos a responsabilidades pelos atos praticados no exercício da Administração. Quem possui responsabilidade é a própria sociedade, os diretores não estão sujeitos a responsabilidade pela sua gestão, isso faz parte do risco da atividade empresarial e quem tem o risco é a sociedade e não o seu funcionário, uma vez que o diretor é um funcionário da sociedade, contudo, ele vai possuir responsabilidade em DUAS situações.
Quando a sociedade comprovar que ele agiu com culpa ou dolo no desempenho de suas atribuições, ou
Quando ela comprovar que ele no exercício delas violou determinação expressa em Lei, ou no próprio Estatuto.
No geral não é exigido o sucesso do administrador, ele tem obrigatoriedade de agir com Negligência.
O detalhe interessante da S/A é a forma como esta responsabilidade vai ser cobrada, porque mesmo tendo responsabilidade para o diretor, ele não vai ser acionado de forma direta, quem vai responder pelos prejuízos que ele tiver causado, mesmo quando agiu com culpa, com dolo ou com violação ao Estatuto é a Sociedade. Neste caso o que a Sociedade pode fazer é uma ação de responsabilidade contra o diretor, ação regressiva, a Sociedade paga, mas como quem tinha culpa era o diretor, ela move uma ação para cobrar a multa deste diretor, porém para que ela possa mover esta ação ela precisa de aprovação da Assembleia Geral, ou seja, não é o Conselho de Administração, não é o Conselho Fiscal que vai ter poder para mover uma ação de responsabilização contra o diretor, se ele tiver cometido o ato, este ato deve ser debatido na Assembleia Geral e a Assembleia que tem que deliberar por Maioria Absoluta se vai cobrar a responsabilidade do diretor ou não, e ela faz isso através de uma ação própria que é a ação de responsabilidade. Uma vez que tenha sido deliberado pela Assembleia, pela propositura desta ação, o Conselho de Administração, tem TRES MESESpara ingressar com a ação e se ele não o fizer qualquer acionista pode passar poderes ao Advogado para cobrar as responsabilidades do Administrador. Resumindo: A Assembleia vota, se ela votar favorável, o Conselho deve mover a ação de responsabilização e tem o prazo de TRES meses para fazer isso.
CONSELHO FISCAL
Vai ser o órgão que vai fiscalizar o uso do dinheiro na gestão dos negócios, vai fiscalizar o orçamento, vai fiscalizar a gestão monetária da sociedade. A existência deste órgão e a eleição dos seus membros é obrigatória. Toda sociedade precisa ter um Conselho Fiscal, precisa ter os seus conselheiros fiscais eleitos, mas o exercício, o funcionamento deste órgão NÃO é obrigatório, é FACULTATIVO, ele pode ser um órgão que só funcione quando for requerido pela Assembleia Geral, isto quer dizer que o funcionamento dele não é permanente, o funcionamento dele pode ser periódico, a cada tantos meses, ou cada final de exercício fiscal, ou ele pode se manifestar somente quando for requerido pela Assembleia Geral. É muito importante a existência do Conselho Fiscal, mas não é obrigado a sociedade que esse Conselho Fiscal funcione, ele só precisa existir.
A composição dele é formada por TRÊS ou CINCO acionistas, isto vai ficar a critério da Assembleia Geral que vai eleger e vão possuir os mesmos deveres e responsabilidades que os diretores.