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10/12/2013 1 Terapia Ocupacional: Uma abordagem psicodinâmica. Professora Regina 18/09/2013 Terapia Ocupacional e uma abordagem psicodinâmica “Trabalhar através da linguagem não verbal implica em torná-la, antes de mais nada, uma comunicação”. ( BENETTON, 1991) “Para tanto, além do que podemos perceber da história e da simbologia, é necessário acrescentar a indicação de significados, o contar da história, uma associação ou a demonstração de sentimentos, comunicados de alguma forma pelo paciente”. (BENETTON, 1991) Trilhas Associativas Benetton (1991) desenvolveu esta técnica, baseada em sua experiência clínica com a psicose. Hoje Benetton refere que a técnica pode ser aplicada a área f ísica e social, onde o fundamento principal seja pela indicação ou escolha de uma atividade, está pautada no “querer aprender”. Código Secreto A constituição de um código secreto de comunicação, construído com pouquíssimas palavras, mas rico em gestos, atitudes e principalmente construções gráficas, é uma realidade no “setting” da Terapia Ocupacional. 10/12/2013 2 Terapia Ocupacional e Psicanálise À partir da década de 70, quando se af irmava o pensamento psicodinâmico na terapia ocupacional, dois aspectos foram ressaltados: o da ausência de abordagens da relação terapeuta ocupacional – paciente e o da questão do treino, da reabilitação e da readaptação em psiquiatria. A introdução de conceitos psicanalíticos na terapia ocupacional se deu por meio da concepção de que as atividades podiam provocar a regressão, a oferta e a manipulação de materiais simbolicamente caracterizados como primitivos. Também o caminho inverso, isto é, a elaboração de conflitos f ixados em zonas primitivas do desenvolvimento intrapsíquico. Por outro lado, os significados simbólicos explicitados por meio de atividades expressivas foram instrumentalizados como forma de comunicação e, portanto passíveis de interpretações. A Transferência O uso de atividades como elemento de comunicação, como forma de linguagem, nem sempre é observada na produção escrita de autores da T.O., a questão transferencial não é abordada como integradora da tríade terapêutica ocupacional. Terapeuta – paciente - atividade Associações Durante o processo de realização das atividades, os conteúdos e personagens existentes, quando comparados pelas atitudes aparentes do paciente, possibilitam ao terapeuta ocupacional e ao paciente a construção de uma trilha associativa, seja através de identificações e nomeações. 10/12/2013 3 Todos os componentes do setting terapêutico, tais como as palavras, os gestos , as ações, as atividades expressivas, as estruturadas, as produtivas, as de lazer, as realizadas dentro ou fora deste setting, são resgatadas para compor a comunicação sob a forma de código secreto da relação terapeuta-paciente. Atividades como comunicação Quando o paciente toma para si, as atividades como instrumentos de comunicação, ele desenha, esculpe, pinta ou tece como forma de contar fatos do passado, para dizer o que sente e, muitas vezes, por serem importantes e por não dispor de palavras para os descrever. A introdução do terapeuta, nesse procedimento, nos permite afirmar que tanto ele quanto as atividades e o próprio local estão sendo utilizados como “fenômenos transicionais” (Winnicott.), implicando no reconhecimento da transferência Grupos em Terapia Ocupacional O objetivo primordial de um grupo de Terapia Ocupacional é o tratamento, sendo a coordenação do terapeuta ocupacional imprescindível para ofertar vivências singulares através do “fazer junto”, como o compartilhamento de experiências, a interação social, a comunicação verbal e não verbal, e também a exposição de sentimentos e conteúdos internos (AGNOLON; SANTOS; ALMEIDA, 2006; BALLARIN, 2003; NASCIMENTO et al, 2007). Grupos em Terapia Ocupacional Na Terapia Ocupacional, tais grupos vêm sendo utilizados cada vez mais nos diferentes serviços de saúde como uma intervenção terapêutica eficaz, requerendo do terapeuta a análise do complexo processo decorrente da interação entre os membros do grupo a partir da realização de uma atividade (BRUNELLO, 2002). Grupos em Terapia Ocupacional Para a Terapia Ocupacional, o grupo é tido como um contexto em que os participantes: “[...] têm a possibilidade de experimentar outras formas de se relacionar e de vivenciar situações inéditas relativas ao fazer, possibilitando que a ação ganhe um sentido e um significado” (BALLARIN, 2007, p.40) 10/12/2013 4 Grupos em Terapia Ocupacional Para Ballarin (2007), há diversos grupos de atividades constituídos em diferentes instituições e serviços de saúde, com objetivos e propósitos específicos, que podem ser determinados pela sua estrutura de organização, número de participantes, critérios de encaminhamento, avaliação e seleção dos participantes, destacando que para ser um grupo terapêutico se faz necessária à presença de um Terapeuta Ocupacional para preparar e planejar o grupo, na função de coordenador. (CASTANHARO, 2011) Grupos em Terapia Ocupacional Considerando o Terapeuta Ocupacional como coordenador, Ballarin (2005) define que ele tem como objetivos facilitar aos participantes a experiência de novas formas de se relacionar e vivenciar situações inéditas, relacionadas ao próprio ato do fazer e possibilitando que a ação ganhe sentido e sentimento. (CASTANHARO, 2011) O Terapeuta Ocupacional usa de habilidade para coordenar, tendo como papel fundamental o de medi ador desses grupos em diferentes contextos. Para que o grupo se estabelece a autora destaca a importância do Contrato Grupal, no qual: “[...] o grupo estabelece aspectos relativos ao tempo de atendimento, ao número de atendimentos por semana, horário, como a especificidade do fazer humano e o setting de atendimento” (BALLARIN, 2007, p.40) “[...] a escolha e a indicação da atividade, a realização propriamente dita, o produto final, bem como a relação que se estabelece ao longo do processo terapêutico ocupacional, entre o terapeuta, o paciente e o grupo, são de fundamental importância” (BALLARIN, 2005, p. 68). Ballarin (2005) define o setting terapêutico como o local que deve possibilitar o desenvolvimento de diversas atividades e é influenciado pelas características do profissional que o coordena, o qual é responsável pela preparação do ambiente e dos recursos materiais para que o grupo venha a acontecer. Benetton (1991), refere dois tipos de dinâmica relacionados ao uso de atividades: o grupo de atividades e a atividade grupal. No grupo de atividades, cada participante realiza sua atividade e mantém com o Terapeuta OcupacionaL uma relação individual. Na atividade grupal, os integrantes do grupo realizam uma única atividade em conjunto, e compete ao Terapeuta Ocupacional manter a relação grupal. (BENETTON, 1991) 10/12/2013 5 Referências; Castanharo, RCT. A percepção de adolescentes gestante acerca dos papéis ocupacionais e do futuro materno.Curitiba,2011 O tratamento de psicóticos pelas trilhas associativas – M.J. Benetton – revista In Sight nº6 – Abril 1991.
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