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CCJ0053-WL-A-LC-Ato Processual no Tempo e no Espaço

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Ato processual no tempo e no espaço
 	1. É sabido que o tempo tem uma salutar importância para o direito, posto que as relações jurídicas se formam e, para se dissolverem, necessitam do tempo consumido pelo processo, a fim de solucionar as lides. 
Todo o processo é realizado pelo procedimento previsto em lei, sendo este uma seqüência de atos coordenados direcionados a um sim, que é a sentença. 
	Esses atos têm um momento adequado e útil para serem praticados, vale dizer, não podem ser praticados a qualquer tempo e lugar.
	
Neste contexto é que localizamos os prazos, posto que os atos processuais devem ser praticados no tempo -prazo- previsto em lei, ou ainda determinado pelo juiz, para sua concretização.
2. O CPC de 1973 previu lugar para a prática do ato processual, sendo este, via de regra, a sede do juízo (o fórum). Em casos excepcionais, contudo, poderá ser realizado em outro lugar, desde que o interesse da justiça assim determine, ou ainda em razão de algum obstáculo que impossibilite a realização no fórum. (Art. 176). 
	3. Os prazos previstos em lei são os chamados legais, ao passo que os assinados pelo juiz, judiciais. Há ainda os chamados prazos convencionais, quando a lei faculta às partes a estipulação deles (Art. 265, II do CPC), sendo esta modalidade mais escassa.
 	
Para Humberto Teodoro Junior, prazo é o “espaço de tempo em que o ato processual da parte pode ser validamente praticado”. 
	
Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das seis às vinte horas (Art. 172).
 	
Poderão ser praticados fora deste horário se iniciados dentro do mesmo, assim como poderão ser praticados em domingos, feriados ou dias úteis, fora do expediente, desde que observado o disposto no Art. 5º, XI, CF/88 (Art. 172, §§ 1º e 2). 	
 		
Em regra, durante feriados e férias forenses não se praticam atos processuais. Há, contudo, exceções às regra, como se observa nos incisos do Art. 173.
 	PS: Este Art. 173 se refere apenas ás férias coletivas -forenses-, não as individuais, afetas a cada magistrado. Assim, como as férias forenses foram extintas pela EC nº 45/2004, sendo direcionado apenas às cortes supremas (STJ e STF).
 	Tem aplicabilidade o dispositivo no que se refere aos feriados.
 	Os prazos podem ser:
dilatórios: são prazos destinados ao “aumento” do tempo processual, a fim de possibilitar, por exemplo, a mais ampla e irrestrita defesa.no dizer de Cândido Dinamarco, são aqueles que visam refrear a dinâmica do processo em nome da efetividade da defesa dos direitos.� São chamados de prazos de espera, para evitar que o ato se pratique antes do vencimento do prazo. Podemos citar como exemplos destes prazos a determinação da realização da citação, no processo sumário, em no mínimo dez dias antes da realização da audiência. São chamados também de prazos mínimos;
aceleratórios: são prazos que impulsionam o processo, que delimitam o tempo de sua realização, como por exemplo, a determinação de depósito de rol de testemunhas com antecedência mínima, nos termos do Art. 407, CPC. São os que fixam uma distância máxima, dentro da qual o ato pode ser praticado. São também chamados de prazos máximos;
peremptórios: são os prazos processuais que não comportam dilação por convenção das partes. Via de regra, vêm previstos em normas cogentes. Observe-se que a peremptoriedade não é absoluta, podendo o juiz dilatar qualquer prazo, independentemente da espécie (Art. 182);
dispositivos/ordinatórios: são os prazos processuais que comportam dilação por convenção das partes. 
	PS: A lei não diz quais são os prazos peremptórios e os dispositivos. Daí a dificuldade de identificá-los.
próprios: são os prazos que se submetem à preclusão. Os prazos aceleratórios são preclusivos, portanto, próprios;
impróprios: os que não induzem em preclusão. Podemos citar como exemplos desses a não devolução dos autos pelo advogado que os retirou em carga; a parte que não se manifestar nos cinco dias conferidos para fazê-lo com relação aos documentos novos (Art. 398), poderá fazê-lo quando da apresentação das alegações finais ou ainda razões recursais. Os prazos estipulados para juízes e promotores são, também impróprios. 
	4.- Curso e contagem dos prazos:
Os prazos têm seu curso contínuo, ou seja, depois de iniciados, não se suspendem ou interrompem se no decorrer dele existir um feriado ou domingo.
Assim, caso o prazo contenha domingos e feriados, mas não se inicie e nem termine em tais datas, a fluência do prazo tem seu curso normal. 
Os prazos iniciam-se excluindo o dia do começo e incluindo o dia do fim (Art. 184; 240/241). Assim, se a intimação foi recebida na segunda, o prazo inicia-se na terça. Se recebida a intimação na sexta, o prazo inicia-se na segunda, posto que não há expediente forense aos sábados. Da mesma forma, quando termina em dias onde não há expediente forense, prorroga-se para o primeiro dia útil.
Os prazos em anos contam-se em anos, ou seja, no dia e mês do outro ano. (Ação Rescisória – 2 anos do trânsito em julgado –Art. 485, CPC. Se o trânsito em julgado deu-se em 10.10.2003, o prazo expira-se em 10.10.2005):
Os prazos em meses, contam-se em meses, ou seja, no mesmo dia do começo do mês seguinte. Não importa aqui se o mês tem 30 ou 31 dias. (Suspensão do processo por seis meses em 10.10.2003, o prazo expira-se em 10.4.2006) 
Os prazos em dias contam-se em dias. (recebida a intimação da sentença em 10.10.2003, o prazo para apelação expira-se em 25.10.2006) 
Há prazos em horas e minutos conta-se em cada fração. Exemplo: prazo para o devedor paga, depois de citado da execução: 24 horas. 
5.- Prazo geral: não havendo previsão legal e não sendo assinado prazo pelo juiz, será ele de cinco dias (Art. 185, CPC).
	6.- Preclusão: caso a parte não pratique o ato processual dentro do prazo previsto, extinguir-se-á o direito de praticá-lo, independentemente de qualquer pronunciamento jurisdicional, exceto se a parte provar a impossibilidade de fazê-lo (Art. 183).
 	Não haveria sentido prever prazos se, o seu não cumprimento, em nada importaria à parte.
 	Esta é a chamada preclusão temporal. Ao lado desta, mais duas existem: a lógica, que decorre da incompatibilidade de um ato com outro, que se quereria praticar também (por exemplo: a parte que, por exemplo, aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão não poderá recorrer – Art. 503); a consumativa refere-se á pratica do próprio ato, de modo que se torna impossível realizá-lo novamente.
	7.- Prazos para as partes: o prazo para as partes será aquele previsto em lei. Caso não haja previsão, será aquele que o juiz assinar. Caso não assine, será o prazo geral, de cinco dias (Art. 185).
	A parte pode renunciar ao prazo que a tem direito, sem que para isso precise anuir a parte contrária, como se observa do Art. 186, CPC. Esta renúncia pode ser total ou parcial. Praticado o ato antes de completado o lapso, há renúncia tácita com relação aos dias faltantes.
 	Aumento dos prazos legais por motivo justificado é permitido, como se observa do Art. 187. Vide inciso LXXVIII, Art. 5º, CF/88: LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
 	O Código não esclarece o que poderia ser considerado como “motivo justificado”, sendo conceito vago, cabendo então, ao juiz, diante de cada caso concreto.
	8.- Prazos para o Ministério Público e Fazenda Pública: prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer.
 	Na expressão “Fazenda Pública” enquadram-se União, Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações publicas.
	9.- Prazos para o Juiz: despachos ordinatórios: 2 dias; decisões: 10 dias. (Art. 189).
 	Na expressão “Fazenda Pública” enquadram-se União, Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações publicas.
 	Como já mencionado, estes prazos são impróprios, ou seja, nenhuma conseqüência ocasiona o seu não cumprimento.
 	Há outros prazos previstos: cinco dias para sentenciar na cautelar, quando não contestada(Art. 803); procedimentos de nunciação de obra nova (Art. 939); embargos de terceiro (Art. 1053). 
	10.- Prazos para o serventuário: remessa à conclusão em 24 horas; pratica dos atos determinados pelo juiz: 48 horas.
 	Também são prazos impróprios.
 	11.- Prazo em dobro: sendo caso de litisconsórcio e sendo diferentes os procuradores das partes, os prazos serão considerados em dobro. PS: advogados constantes do mesmo escritório podem pedir o prazo em sobro, desde que cada qual esteja patrocinando os interesses de uma das partes.
 	
Se o litisconsórcio se der com as pessoas previstas no Art. 188, não há duplicação dos prazos para elas. PS: É necessário pedir a concessão do prazo em dobro, por meio de petição? Entendo que não, uma vez que se trata de norma de caráter público, devendo ser aplicada de ofício pelo juiz.
 	12.- Prazos para devolução dos autos pelo advogado: o advogado, quando apanha o processo em carga, deve devolvê-lo no prazo legal, que é de cinco dias, ou outro que o juiz lhe assinar (Art. 40, II e III).
 	Caso não restitua os autos, pode o juiz mandar riscar ou desentranhar suas alegações e documentos PS: a jurisprudência entende, contudo, que apenas as alegações devem ser desconsideradas, não os documentos. 	Aqui se deve observância ao princípio da instrumentalidade das formas. 
 	
Multa: Art. 196.
 	13.- Intercâmbio processual (carta de ordem, rogatória e precatória): Via de regra, os atos processuais devem ser praticados na sede do juízo: Fórum (Art. 176).
 	
Porém, há casos em que há necessidade de se fazer na sede de outra comarca.
 	
Surge então a necessidade de se expedir Carta de Ordem, Precatória ou Rogatória.
 	
A Carta de Ordem é o instrumento utilizado pelo Tribunal para determinar que outro Tribunal, ou juiz a ele subordinado, dê cumprimento a alguma decisão ou pratique determinado ato. Esta espécie contém uma ordem, não mera solicitação. 
 	
Note-se que esta modalidade dá-se entre os Tribunais, sendo que um deve obediência às determinações do outro, assim como do Tribunal superior aos juízes do Tribunal “inferior” (EX: Carta de ordem do STF para o TJ do Paraná, ou para juízes paranaenses). PS: A comunicação do tribunal com seus juízes inferiores é feita por Carta Precatória, não de ordem. 
 	A Carta Rogatória é o instrumento utilizado para se pedir a colaboração de um país estrangeiro para a prática de um ato processual. Procedimento: Art. 210, CPC. 
 	A rogatória a ser cumprida no Brasil deve ser despachada pelo STJ, não mais pelo STF. O Art. 211 foi revogado pela EC 45/2004 (CF/88, Art. 105, I, i). 
 	
A Carta Precatória é o instrumento residual, ou seja, não sendo caso de expedição de carta de ordem ou rogatória, será de precatória.
 	
Embora residual, é a espécie mais utilizada. 
 	
Em síntese, é utilizada para comunicação entre juízes, dentro do território nacional, 
 		
A carta precatória não leva uma ordem, mas sim um pedido, posto que não existe qualquer hierarquia entre os juízes envolvidos.
 	Podem os juízos se comunicarem por meio de “ofícios”, mas desde que não para a prática efetiva de atos. Estes se prestam a dar ou fornecer informações.
 	
Via de regra, a expedição das cartas não suspendem o curso do processo. Todavia, há casos em que a prática do ato subseqüente depende do cumprimento da precatória, o que, obviamente, acarreta a “suspensão” do processo até que a carta seja cumprida. Procedimento das cartas: Arts. 202; 203.
Caráter itinerante: Art. 204: pode ser remetida pelo juízo deprecado a outro, em situações que assim determinam;
Urgência: fax, telegrama, telefone: Art. 205/208;
Recusa: Art. 209; e
Devolução: Art. 212.
	14.- Citações.
 	Citação é o ato pelo qual se chama a parte acionada para defender-se (Art. 213, CP).
Conceito legal aceito por quase a totalidade da doutrina.
Alguns criticam a palavra “réu” constante no dispositivo. Mas entendo haver excesso de preciosismo, posto que esta expressão foi lançada de forma genérica, vale dizer, deve-se entender como “acionado”.
Assim, devem ser considerados “réus”, para efeito da citação, o réu, o executado, o interessado, o embargado ...
A citação é o ato processual que institui a relação jurídica processual, verdadeiro pressuposto de desenvolvimento regular e válido do processo.
Essa exigência – de citação –, refere-se à garantia constitucional do devido processo legal (Art. 5º, LIV e LV), comparecendo espontaneamente o réu no processo, suprida esta a falta ou vício de citação, ainda que só para isso possa ele ter vindo.
Citação inexistente é aquela feita em nome de outra pessoa, que não o réu: um homônimo, por exemplo. Também é inexistente a concretizada em nome de pessoa jurídica já extinta.
Citação nula quando não observa os requisitos legais do ato, ainda que feita em nome do acionado. Por exemplo: não especificar qual é o prazo para a apresentação da defesa; quando concretizada em nome de pessoa que não tem poderes para receber a citação (representante); se não tiver entregue a contra-fé; no rito sumário, se não tiver observado o prazo do Art. 277, CPC.
� DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de Direito Processual Civil, vol. II, 5ª Ed., Malheiros: São Paulo, 2005, p. 551.

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