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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM DOCÊNCIA DE DISCIPLINAS PEDAGÓGICAS E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ELIZABETH DOS SANTOS OLIVEIRA RIO DE JANEIRO 2016 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência das Disciplinas Pedagógicas e Educação Profissional Relatório exigido como parte dos requisitos para conclusão da disciplina de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência das Disciplinas Pedagógicas e Educação Profissional sob a orientação da Professora Maria Imaculada Chao Cabanas. Curso: Pedagogia Rio de Janeiro 2016 “Eu nunca poderia pensar em educação sem amor. É por isso que eu me considero um educador: acima de tudo porque eu sinto amor” (Paulo Freire) SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO.....................................................................................................................5 2 - CAPÍTULO I - CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DO CENÁRIO DA FORMAÇÃO CONTINUADA..................................................................................................7 2.1. Caracterização da Escola.................................................................................................7 2.2. A Formação Continuada...............................................................................................10 3 - CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS..........................................................................................12 3.1. Caracterização da Coordenação, do Grupo de Professores e das Atividades de Formação Continuada Observadas............................................................................................12 3.2. Atividades Realizadas pelo Estagiário..........................................................................16 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................18 5 - REFERÊNCIAS..................................................................................................................19 6 - ANEXOS.............................................................................................................................20 5 1. INTRODUÇÃO O presente relatório irá descrever uma experiência de estágio na formação continuada dos professores e acompanhamento da coordenação pedagógica em sua ação de orientar os professores, realizado na Escola Municipal Aspirante Carlos Alfredo, no período de 66 horas. Nele constam observações e atividades realizadas durante o período de estágio obrigatório, correspondente à disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência das Disciplinas Pedagógicas e Educação Profissional do curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá, a qual está atrelada na prática, ministrada pela professora Maria Imaculada Chao Cabanas. O estágio foi realizado por mim Elizabeth, aluna devidamente matriculada no 7º Período, no Campus Madureira. Tal estágio tem como objetivos principais: 1. Conhecer a estrutura e funcionamento da escola de Educação Infantil ou Ensino Fundamental; 2. Analisar o Projeto Pedagógico e estrutura curricular, verificando a sua implementação no que diz respeito à formação continuada de professores; 3. Observar e analisar aspectos referentes: A atuação do coordenador pedagógico: ações voltadas para a formação continuada da equipe de professores da instituição; A formação continuada que é desenvolvida: interna, externa, periodicidade, contínua e em serviço; 4. Verificar os investimentos da escola nos programas de formação continuada dos professores e equipe técnico-pedagógica: processos e incentivos de formação, qualificação, requalificação e capacitação. 5. Pesquisar programas e cursos oferecidos com vistas ao atendimento das necessidades de formação continuada dos professores. 6. Verificar como a formação continuada desenvolvida na instituição, contribui para que o professor reflita sobre a sua própria prática; 7. Participar das atividades de formação desenvolvidas na instituição. O estágio visa a observação e participação, dentro de um ambiente escolar, diante das atividades realizadas pela coordenação pedagógica, e a relação entre as demais pessoas que fazem parte da comunidade escolar. Dentre as práticas oferecidas, favorece a compreensão da realidade escolar; articula conhecimentos, habilidades e atitudes em ambiente de atuação 6 profissional; identifica afinidades em ambientes de futuras atuações profissionais; possibilita a investigação e a vivência de projetos pedagógicos teoricamente sustentados; da oportunidade para a prática dos conhecimentos teóricos adquiridos durante o curso de Pedagogia No primeiro capítulo caracterizei a escola e o cenário da formação continuada, descrevendo o funcionamento e estrutura da instituição, tentando fazer uma descrição geral do local, observando sua estrutura física, o histórico da fundação e o levantamento do quadro de profissionais. No segundo capítulo constam as informações relacionadas ao desenvolvimento e análises das atividades realizadas e vivenciadas. O terceiro capítulo é composto pelas considerações finais, concluindo todo trabalho realizado e se o objetivo proposto foi realizado. O estágio ocorreu no período de 5 de setembro a 17 de novembro de 2016, sendo o foco de observação e participação do cotidiano escolar, especialmente de estrutura e funcionamento, da organização e comunicação diante do trabalho de formação continuada. Esta experiência está sendo muito importante para aumentar o meu conhecimento na área de coordenação pedagógica, sendo o estágio uma atividade que visa o contato com a prática funcional para o exercício do trabalho, minha expectativa é a vivência de experiências enriquecedoras para o desenvolvimento de um trabalho produtivo. 7 2 - CAPÍTULO I - CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DO CENÁRIO DA FORMAÇÃO CONTINUADA A Escola Municipal Aspirante Carlos Alfredo pertence à rede municipal de ensino, fica localizada à Rua Ibiá, n°105, no bairro de Turiaçú, Rio de Janeiro, CEP: 21540-070. Faz parte da 5ª Coordenadoria Regional de Educação e seu email é: emalfredo@rioeduca.net. A escola é situada na zona norte da cidade, próximo a comunidades com pessoas carentes. Sua clientela é de pessoas com nível social médio e baixo. Encontra-se próxima ao comércio do bairro, em uma rua que transitam algumas linhas de transporte coletivo. Além disso, conta com transporte alternativo (vans e Kombi). Fica próximo a Indústria de Produtos Alimentícios Piraquê, a uma praça, Campo de futebol do bairro, escolas pública e privada, Associação de Moradores e o comércio é farto (2 farmácias, 2 Supermercados, açougue, 2 padarias, Lan house, igrejas católica e evangélica, 2 sacolãos, loja de móveis e carros, armazém, barraquinhas). Os alunos são da própria comunidade, e muitos que estudam lá os pais foram alunosda mesma escola, e por confiarem na direção e professores, tiveram a iniciativa de matricular seus filhos e netos. A escola mantém aspectos e hábitos tradicionais, como por exemplo, formar filas no pátio, separadas por turma, logo na chegada dos alunos e cantar o Hino Nacional e o Hino da Escola, antes de seguirem para as salas de aula. Todos os dias eles cantam formados em fila no pátio, mas somente as segundas feiras que cantam os Hinos (Nacional e Escola). 2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA A instituição de ensino foi inaugurada em 6 de outubro de 1962, no governo de Carlos Lacerda. Seu nome foi escolhido em homenagem ao seu Patrono, Aspirante Carlos Alfredo Morim Fernandes, Herói do glorioso Exército Brasileiro. Em 9 de agosto de 1957, o 17° Batalhão deveria comemorar seu 38° aniversário, por início das atividades festivas um acidente inesperado levou o Aspirante à morte, muitos dos que assistiam a festividade testemunharam que o Aspirante Carlos Alfredo deu sua vida, cobrindo o petardo com seu próprio corpo, para impedir que a vida de seus auxiliares se perdesse. A escola foi reformada, enquanto estavam em obra, períodos de um ano e meio, os 8 alunos, professores e direção ficaram instalados na Igreja Presbiteriana situada em um prédio em frente à escola. Sendo reinaugurada no dia 18 de fevereiro de 2013, com a honra da presença do Prefeito Eduardo Paes e da Secretária de Educação Claudia Costin, para alegria de seus alunos e comunidade que acompanhou toda mudança. A escola não oferece nenhum outro serviço à comunidade, além de serviços educacionais. Possui abastecimento de água, luz, esgoto, acesso à internet e coleta de lixo. O aspecto físico da escola é apresentado por um prédio de 3 andares cercado por grade, o que facilita a visão de toda fachada da escola. No térreo encontra-se a secretaria, com 1 banheiro, sala de professores, sala da coordenação e uma copa utilizada para refeição dos professores e equipe de gestão; o refeitório; pátio para brincadeiras e 2 banheiros (feminino e masculino). Na área externa tem o parquinho, com brinquedos (balanço, escorrego, gangorra, etc.), estacionamento, quadra esportiva, 2 banheiros (feminino e masculino), uma horta onde os alunos da classe especial fazem suas plantações, e um jardim com área ampla e bancos de concreto. No segundo andar possuem 6 salas de aula e 2 banheiros (feminino e masculino). E enfim o terceiro andar, onde se encontra 2 salas de aula, sala de leitura, sala de informática, sala de artes e auditório. A escola tem um elevador, que é utilizado somente pelos alunos com necessidades especiais que fazem uso de cadeira de rodas. Todos os banheiros possuem espaço e adaptação para o uso de pessoas com necessidades especiais, sempre limpos e organizados. A qualidade das instalações é ótima, todas as salas de aula são amplas, iluminadas, com ar condicionado, DVD, TV, data show, som e mobiliário em bom estado de uso e conservação, com quantidade suficiente para os alunos e professores. A escola funciona em dois turnos, atendendo 455 alunos, distribuídos em 15 turmas, 8 pela manhã e 7 à tarde, nas etapas de ensino: Educação Infantil, 1° ao 6° ano e Classe Especial. Seu horário de funcionamento pela manhã é de 07h15min às 11h30min, e a tarde de 13h00min as 17h00min. Com parada de 20min para o recreio. A composição do quadro de funcionários é a seguinte: Diretora e Diretora adjunta, Coordenadora pedagógica, Agente administrativo, Secretário Escolar, Responsável pela sala de leitura, Secretário escolar, Agente educador, 4 merendeiras, 3 funcionários da Comlurb 9 responsáveis pela limpeza e 16 Professores, sendo 10 docentes, 3 de Educação física, 2 de Inglês e 1 de Artes. A escola também conta com apoio de 1 merendeiro e 2 professoras readaptadas. A escola dispõe de um responsável que faz parte do CEC (Conselho Escola Comunidade) que representa a comunidade frente à direção escolar, e o Grêmio Estudantil, formado por alunos da escola. São convocados através de votação, e os eleitores são pais e responsáveis pelos alunos da escola. A escola também oferece alguns projetos, para a participação dos alunos da escola que tenham interesse pela atividade, como aulas de Tricô, Xadrez e Futsal. A escola mantém um blog desde 2012, onde registra as atividades desenvolvidas e partilha informações com a comunidade, e pode ser encontrado no endereço eletrônico emaspirantecarlosalfredo. blogspot.com. br. A unidade escolar oferece conforto e busca o bem estar para sua clientela e visa um ensino adequado para todos que lá ingressarem. Com o objetivo de garantir aprendizagem e desenvolvimento psíquico (cognitivo), físico, emocional e social, articulando o cuidar e o educar, respeitando os níveis de desenvolvimento, suas realidades, individualidades e necessidades. A escola possui Projeto Político Pedagógico (PPP) e é atualizado e revisado sempre que necessário. Dentre as propostas citadas estão destacadas a missão de oferecer um ensino que preze pela qualidade dando acesso ao saber e compreensão da realidade física e social; o desenvolvimento de atividades interdisciplinares e contextuais com base na dialética buscando a transformação do aluno como sujeito ativo na produção de conhecimento e no campo de trabalho; o resgate de valores e elevação da qualidade de vida e auto-estima em toda comunidade escolar. Existe coerência entre a proposta pedagógica e a prática, sendo compatível com o que é descrito no PPP. O Projeto é elaborado pela Coordenadora Pedagógica com a colaboração da equipe de gestão e participação dos professores. Segundo a LDB 9394/96, em seu Art. 13°, os professores precisam participar da construção do Projeto Político Pedagógico: Título IV. Art. 13°. Os docentes incumbir-se-ão de: I – Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; 10 II – Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (BRASIL, 1996, p.6). A escola promove ações com a intenção de aproximar família e escola, que são realizadas de várias formas, sejam através de reuniões de pais ou através de conversas individuais quando necessário. As conversas individuais são realizadas com os responsáveis de alunos que apresentam baixa frequência, baixo rendimento, notas baixas e problemas de indisciplina. Essas conversas são realizadas com a participação da diretora, coordenadora pedagógica e o responsável pelo aluno. Aos alunos que apresentam alguma necessidade especial e necessite de uma avaliação médica, os pais são orientados e recebem uma declaração pedindo avaliação para o problema apresentado. Os responsáveis possuem abertura para procurar a escola e obter informações sobre o desempenho de seus filhos, tirar duvidas ou apresentar questionamentos. 2.2. A FORMAÇÃO CONTINUADA A coordenadora é formada em Psicologia a 18 anos e atua no cargo como Coordenadora Pedagógica a 8 anos. É capacitada através de cursos de especialização da área, participa de orientações da Regional e Secretaria de Educação, com o objetivo aprimorar conhecimentos, compromisso em um processo contínuo e integrado, para oferecer um trabalho de qualidade e equipe, orientando da melhor forma possível a todos da comunidade escolar. Atua diretamente com os professores, pais, responsáveis e alunos, orientando, colaborando e organizando os trabalhos pedagógicos, e em muitas situações atua mais como psicóloga.O trabalho da coordenadora é voltado ao acompanhamento pedagógico e educacional, e para que isso seja realizado com vigor, sua função é mediar e auxiliar os professores a fazer as devidas articulações curriculares. A coordenadora acompanha o trabalho dos professores, que atuam nos turnos da manhã e tarde. Todos os professores são graduados e muitos estão concluindo pós-graduação. Coordena as reuniões bimestralmente, para realização dos planejamentos, solução de problemas relacionados a rendimento e comportamento dos alunos, propostas e realização de projetos, dentre outros. O conselho de classe (COC) também é realizado para essas propostas além de definir a avaliação dos alunos. Organiza os murais que ficam na área interna do pátio, 11 de acordo com as datas comemorativas, aplica provas, organiza os horários das aulas extras (leitura, inglês e artes) e a realização de eventos realizados na escola. A formação continuada dos professores é feita através de discussões sobre as teorias e práticas pedagógicas, com o objetivo de aprimorar a qualidade da ação pedagógica. Além de cursos que são oferecidos pela Secretaria de Educação. A avaliação do trabalho realizado pelos professores e sua formação, é realizada através dos planejamentos, de forma contínua, com o objetivo de diagnosticar e refletir seus desempenhos educativos, a partir dos avanços e dificuldades apresentadas pelos alunos no decorrer do processo de ensino aprendizagem. A articulação entre a organização curricular adotada e a metodologia do professor segue todos os preceitos do Regimento Escolar da Rede Municipal de Ensino, dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), e as normas emanadas da Secretaria Municipal de Educação (SME). 12 3 - CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS O coordenador pedagógico tem como função atuar diretamente com o corpo docente e discente numa relação de orientação e apoio pedagógico. Segundo Martins (1991, p. 146) deve ser capaz de: a) Proceder com delicadeza; b) Dominar com calma; c) Saber encorajar; d) Agir com firmeza; e) Localizar e delimitar os problemas com rapidez e buscar soluções inteligentes; f) Pensar com acerto; g) Planejar com todos os detalhes; h) Enfrentar as situações adversas e habilidade para fazer crítica (MARTINS, 1991, p.146). Segundo Martins (1991, p.146) “o serviço do coordenador pedagógico tem finalidade de organizar o ensino em todos os cursos da escola, tendo como meta a maior eficiência na formação intelectual dos alunos”. E para que isso aconteça é necessário seguir as seguintes atribuições: a)Estabelecer contatos com órgãos do ensino que elaboram normas pedagógicas ou que possam oferecer apoio técnico à escola. b)Elaboração do Plano Curricular, atuando na função de coordenação, em conjunto com os demais componentes da equipe escolar. c)Orientação do Pessoal Docente quanto à elaboração dos planos de ensino, bem como quanto à conscientização da responsabilidade da função educativa. d)Assistência pedagógica através de orientação sobre procedimentos didáticos, relacionamento humano etc. e)Propiciar oportunidades de atualização e reciclagem através de cursos, seminários etc. f)Acompanhamentos do trabalho didático. g)Coordenação do processo de avaliação. (MARTINS, 1991, p.146). 3.1. CARACTERIZAÇÃO DA COORDENAÇÃO, DO GRUPO DE PROFESSORES E DAS ATIVIDADES DE FORMAÇÃO CONTINUADA OBSERVADAS A coordenadora pedagógica é a responsável por toda parte pedagógica da escola, atuando de forma conjunta com a equipe gestora no planejamento, organização, orientação e avaliação dos processos necessários às práticas educativas, que possam promover o desenvolvimento educacional dos alunos e promover a formação continuada dos professores. Essa parceria permite construção e transformação do conhecimento refletindo uma constante prática educativa. 13 A função de um coordenador pedagógico é se permitir notar em um cotidiano escolar que a organização do trabalho pedagógico é essencial, devendo ser bem planejado e estruturado. Todo cotidiano escolar deve ser organizado em função da aprendizagem e do sucesso escolar, o que depende de estratégias metodológicas planejadas e executadas. A cada reunião, planejamento e avaliação, a coordenadora finaliza com levantamento e descrição de Atas seguindo as normas de formatação exigidas, com as informações da reunião, arquivando os atos e decisões tomadas. Essas Atas são arquivadas e anexadas aos livros correspondentes, como livros: Ata de reunião de responsáveis, conselho de classe, COC. Após cada encontro as pessoas participantes devem ser registradas na Ata através de suas assinaturas. As propostas pedagógicas realizadas pela coordenadora são de acordo com o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, e todos os professores apóiam e participam. O relacionamento é harmonioso e comunicativo. A coordenadora possui o hábito de sinalizar em um quadro de planejamento as atividades mensais, que fica na parede da entrada de sua sala, onde todos podem visualizar e estar informados (em anexo). Alguns projetos são preparados e executados no decorrer do ano, e são realizados com o apoio dos professores. Cada um dos projetos oferecidos aos alunos é executado por um professor escolhido durante as reuniões, e funcionam no contra turno das aulas. Existe um projeto que é permanente, que é o de leitura, pois a escola ganhou uma biblioteca equipada, e fazem uso desses livros para o desenvolvimento do gosto pela leitura e interpretação. Outros projetos realizados: reforço escolar e alfabetização. A coordenadora se considera responsável pela formação continuada dos professores, se preocupa com a atuação deles diante das práticas pedagógicas e se coloca disponível para oferecer qualquer apoio ou orientação que possam precisar, pois compreende suas responsabilidades, oferecendo apoio ao ajudar os professores em todos os sentidos pedagógicos, como eles devem pensar ao organizar, propor e encaminhar os conteúdos aos alunos. Dentre as situações observadas e desenvolvidas destaquei as que me chamaram atenção: 14 Situação 1: Aluno com problemas comportamentais Um aluno da Educação Infantil, desde o primeiro dia de aula, vem apresentando problemas em seu comportamento em sala de aula. Apresentando características de uma criança com TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), porém a responsável se recusava a fazer uma avaliação médica. Ele costuma ser agressivo com os colegas e professora. A escola costuma formar os alunos na entrada, para cantarem e após ir para suas respectivas salas. E este aluno tem o costume de entrar na forma empurrando e batendo com sua mochila nos pés dos colegas de turma. Onde a professora intervém para evitar que se machuquem. Em um dia de aula, ele se recusou fazer o trabalho proposto, rasgando seu caderno todo. A professora chamou a diretora para que ela visualizasse a situação, e ele ainda estava rasgando o caderno e não parou. Foi retirado da sala e levado para a sala da coordenação, onde se acalmou. A direção ligou para a residência pedindo que a responsável comparecesse a escola e adiantou o ocorrido. Quem atendeu foi o avô, e informou que a mãe iria, porém se passou 1 hora e não apareceu ninguém. Tornaram a ligar e a mãe falou que não poderia comparecer, pois estava ocupada,alegando que professora e direção escolar não estavam sabendo lidar com o filho dela, finalizando que iria comparecer no outro dia pela manhã. Compareceu para conversar com a coordenadora que pediu que fosse feita uma avaliação médica para melhorar o comportamento do aluno, ela se comprometeu a cumprir. É de suma importância os pais se relacionarem com a escola. Para obter informações sobre o aprendizado do filho, sobre as atividades que a escola promove e, principalmente, aprender a participar da vida escolar do filho, e o estimule a estudar e participar dessas atividades. É importante que os professores também saibam a respeito de alguns pontos da vida familiar dos alunos, para que possam lidar com cada um de forma individual e particular em sala de aula, para entender o que se passa na cabeça da criança e orientar os pais, quando possível. São mencionados principalmente aspectos que apontam para o desenvolvimento integral da personalidade, como socialização, aquisição de valores e respeito a regras de comportamento. Embora a ênfase seja no papel da educação infantil em relação às crianças, a preocupação maior não é com a aprendizagem de conteúdos, mas, sim, com parte comportamental e de convívio social (CONSULTA, 2011, p. 55). Situação 2: Aula de leitura A escola oferece aulas de leitura, promovendo um projeto permanente, com o objetivo de estimular o gosto pela leitura e interpretação de textos. Tive a oportunidade de assistir e apoiar uma das aulas oferecidas para o 5° ano do ensino fundamental. A professora apresentou uma caixa com vários livros de poesia, onde os alunos deveriam escolher o de sua preferência. 15 E orientou a proposta da atividade. Eles deveriam escolher uma poesia e ler. Após a leitura deveriam, em uma folha de ofício, escrever a poesia, título, nome do autor e relatar o que achou do que foi lido. Muitos alunos ficaram entusiasmados, e informaram que possuem o hábito de ler e que adoram esse tipo de atividade, compreendendo o objetivo da atividade. Outros foram o oposto, escolheram poesias pequenas, que facilitaria a escrita rápida, e toda hora perguntavam o que deveriam fazer, fazendo com que explicássemos várias vezes. Todas as produções feitas foram reunidas para serem analisadas pela coordenadora pedagógica, para assim verificar como é o desenvolvimento da escrita, interpretação de texto e opinião do que foi lido. A atividade realizada é uma estratégia estimuladora e motivadora, para que os alunos adquiram ou permaneçam com o hábito da leitura. Todo educador tem ampla responsabilidade na renovação das práticas educativas, pois ele, na medida do possível, faz surgir novas práticas educativas propondo novas intenções educativas no desenvolvimento, só alcançáveis por meio dele mesmo. (MALUF, 2012, p.41). Situação 3: Show de talentos A coordenação com o apoio da direção e professores promoveu um dia de comemoração ao Dia das Crianças. Foi realizado um show de talentos, onde os alunos de todas as turmas foram convidados a apresentar suas criatividades, o que sabem fazer de melhor. As crianças ficaram muito entusiasmadas, e no momento da apresentação teve talentos variados, como: mágica, dança, grupos musicais, leitura de poesias, etc. Momentos como estes promove desenvolvimento de habilidades, reconhece e valoriza o potencial dos alunos. Gestores, especialistas e docentes têm concentrado seus esforços e discussões em prol da constante busca por uma educação promovedora de melhores índices de aprendizagem; resultantes de práticas pedagógicas inovadoras, interdisciplinares, transdisciplinares e multidisciplinares (SOARES, 2012, p. 6). Situação 4: Responsabilidade familiar Alguns responsáveis se restringem de suas responsabilidades ou não estão cientes da situação escolar seus filhos. Em dois momentos, uma criança da Educação Infantil do turno da tarde, ficou após o horário da saída, onde o responsável foi contatado para buscar. A direção agendou um momento para conversar com a responsável legal, a mãe, diante da coordenadora e professora da aluna, para solucionar a situação e encontrar a melhor forma para que o fato não se repetisse. Foi onde a responsável relatou que trabalha e não sabia do ocorrido, e sua irmã era a pessoa que era responsável em buscá-la. Através daquela reunião ficou decidido 16 que a responsável substituiria a pessoa a buscar a aluna, e todos os relatos foram arquivados através de uma ata e caderno de ocorrência, assinado e datado por todos que participaram para utilizações futuras, se for necessário. A escola possui responsabilidade sobre o aluno durante sua estada no ambiente escolar, mas a responsabilidade principal é da família, que deve zelar pela segurança e bem estar emocional e pessoal da criança. Dos princípios e Fins da Educação Nacional: Art. 2°. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996). 3.2. ATIVIDADES REALIZADAS PELO ESTAGIÁRIO No período em que estagiei, procurei observar as atividades e atitudes de todos os envolvidos com a direção e coordenação. Acompanhei as atividades realizadas pela coordenadora pedagógica, e em sua ausência, quando saía para reuniões e palestras na regional ou em outras escolas, permaneci na secretaria observando e participando das atividades realizadas pela equipe de gestão. Tive a oportunidade de participar de reuniões, acompanhei aulas de leitura, digitei Atas, ajudei no que foi preciso nas atividades realizadas pela equipe de gestão, como: operar máquinas copiadoras, registros de alunos, declarações, retiradas de notas fiscais eletrônicas, atendimento ao público, apoio aos professores e alunos, entrevistas para matrícula, etc. A experiência desse estágio ficará para toda vida e o desenvolvimento das minhas atividades como profissional da área pedagógica. A coordenadora desenvolveu um projeto de alfabetização, para dar apoio aos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. E para sua realização me pediu apoio para organização das atividades e tarefas que deveriam ser realizadas no decorrer deste projeto. Forneci algumas atividades que ela anexou ao projeto junto com as que ela formulou, e a professora que atende ao projeto considerou as atividades estimulantes e motivadoras, e que seriam valiosas durante a aprendizagem dos alunos. Diante do projeto criado pela coordenadora, me estimulei a desenvolver o meu projeto de formação continuada, me baseando no dela, que se encontra nos anexos deste relatório. Baseei-me em atividades lúdicas no processo de ensino aprendizagem, por considerar que o jogo e a brincadeira é uma forma prazerosa e de aprender. Das 6 atividades relatadas, 4 delas 17 foram incluídas no projeto de alfabetização da coordenadora. O prazer está presente nas atividades lúdicas. A criança fica absorvida de forma integral. Cria-se um clima de entusiasmo. Podemos ressaltar que grandes educadores do passado já reconheciam a importância das atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem. A criança se expressa, assimila conhecimentos e constrói a sua realidade quando está em alguma atividade lúdica. Ela também espelha a sua experiência, modificando a realidade de acordo com os seus gostos e interesses (MALUF, 2012, p.23). Nylse Helena Silva Cunha diz que, “quando brinca ou joga a criança tem oportunidade de desenvolver capacidadesindispensáveis à sua futura atuação profissional como atenção, o hábito de permanecer concentrado e outras habilidades psicomotoras” (CUNHA, 2011, p.31). 18 4 - CAPÍTULO III - CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao término do estágio exigido pela disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência das Disciplinas Pedagógicas e Educação Profissional, ficou a certeza da importância de conhecer a realidade de uma instituição escolar, seu funcionamento, a relação entre os funcionários, à interação da equipe que é responsável pela organização pedagógica e escolar na busca de soluções para os problemas do dia a dia. Atividades que não tinha entendimento, mas que me trouxe muitos conhecimentos e aprendizado em relação à administração, gestão escolar e coordenação pedagógica. Os membros que fazem parte de uma equipe de organização escolar, conhecidos como equipe de gestão, precisam estar em constante entrosamento, incluindo a coordenação, para que não haja conflitos de informações, devendo utilizar a comunicação que é um processo utilizado para transferir significados de uma pessoa para a outra, visando à melhoria na qualidade do serviço oferecido a comunidade. As atividades de coordenação pedagógica são necessárias e importantes para a direção de uma unidade escolar. A transformação de uma escola atende e compreende as atuais exigências de uma comunidade cada vez mais integrada em termos de conhecimento e inclusão. Em que os progressos das telecomunicações, da informatização e descobertas científicas têm provocado mudanças rápidas, as quais a escola precisa acompanhar e desenvolver metodologias para sanar os mais diversos problemas que este ambiente venha adquirir por se tornar o mais complexo dos ambientes por acolher as mais diversas realidades da sociedade ou comunidade que está inserida. Foi muito importante observar atividades e cargos, fiquei muito satisfeita, pois tive a oportunidade de acompanhar pessoas que possuem interesse em atualizar assuntos relacionados à educação e dispostos sempre em ajudar seus funcionários, alunos e comunidade. O estágio me possibilitou vivências enriquecedoras, e diante dessas vivências considero que alcancei os objetivos e as expectativas propostas. A experiência adquirida contribuiu de forma positiva para minha formação pessoal e profissional, e este aprendizado levarei para a vida. 19 5 - REFERÊNCIAS ANDRADE, Soraya Souza de. Práticas de coordenação pedagógica e concepções acerca da atuação em psicologia escolar: desvendando um contexto, repensando caminhos. Disponível em: http://livros01.livrosgratis.com.br/cp078557.pdf. Acesso em: 30 out 2016. BRASIL, Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: n° 9394/96. Brasília: 1996. CONSULTA sobre qualidade da educação infantil: o que pensam o que querem os sujeitos deste direito. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2011. CUNHA, Nylse Helena Silva Cunha. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. 4. ed. São Paulo: Aquariana, 2011. MALUF, Angela Cristina Munhoz. Atividades lúdicas para educação infantil: conceitos, orientações e práticas. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. MARTINS, José do Prado. Administração Escolar: uma abordagem crítica do processo administrativo em educação. São Paulo: Atlas, 1999. SOARES, Andrey Felipe Cé. Gestão escolar e coordenação pedagógica: uma relação complexa. Disponível em: http: //www.portalanpedsul.com.br /admin /uploads /2012/Movimentos_Sociais,_sujeitos_e_processos_educativos/Trabalho/05_11_20_60 7-7237-1-PB.pdf. Acesso em: 30 out 2016. 20 6 – ANEXOS Anexo 1: Organograma 21 Anexo 2: Projeto de Formação Continuada Tema: Alfabetização Título: A utilização do lúdico no processo de alfabetização Justificativa Os jogos e as brincadeiras fazem parte do mundo da criança, pois estão presentes na humanidade desde o seu início. O presente projeto trata do lúdico como processo educativo, demonstrando que ao se trabalhar ludicamente não se está abandonando a seriedade e a importância dos conteúdos a serem apresentados à criança, pois as atividades lúdicas são indispensáveis para o seu desenvolvimento sadio e para a apreensão dos conhecimentos, uma vez que possibilitam o desenvolvimento da percepção, da imaginação, da fantasia e dos sentimentos. Por meio das atividades lúdicas, a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente. Objetivos: Demonstrar a importância da inserção do lúdico: jogos e brincadeiras na construção do processo de aprendizagem; Realizar procedimentos envolvendo instrumentos práticos e teóricos nas atividades das crianças; Estimular o potencial lúdico das crianças, através do desenvolvimento de atividades com jogos e brincadeiras; Oferecer dinâmicas que possibilitem brincar de forma criativa e prazerosa; Atividades Propostas: 1ª Cruzadinha: 22 1ª etapa: a professora monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a criança pôr o nome. Mas, para ajudá-las, faz uma tabela com todas as palavras da cruzadinha em ordem aleatória. Assim, as crianças consultam as tabelas e “descobrem” quais são os nomes pelo número de letras, letra inicial, final, etc. 2ª etapa: a professora monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a criança pôr o nome. Mas, para ajudá-las, faz um quadro com todos os desenhos e seus respectivos nomes, para que a criança só precise copiá-los, letra a letra. 3ª etapa: a professora monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para que as crianças escrevam seus nomes. 2ª Quantas sílabas tem?: A professora fala uma palavra e o aluno “bate palma(s)” de acordo com o número de sílabas. 3ª Jogo do alfabeto: Será utilizado um alfabeto móvel (1 consoante para cada 3 vogais). A classe deve ser dividida em grupo e entregue um jogo de alfabeto para cada um. Vá dando as tarefas, uma a uma: - levantar a letra; - organizar em ordem alfabética;- o professor fala uma letra e os alunos falam uma palavra que inicie com ela; - formar frases com a palavra escolhida; - formar palavras com o alfabeto móvel; - contar as letras de cada palavra; - separar as palavras em sílabas; - montar histórias com as palavras formadas; - montar o nome dos colegas da sala; - montar os nomes dos componentes do grupo. 4ª Formando palavras: Número de jogadores: 4 por grupo. Material: 50 cartões diferentes (frente e verso). Um kit de alfabeto móvel por grupo (com pelo menos oito cópias de cada letra do alfabeto) Desenvolvimento: Embaralhe os cartões e entregue dez deles para cada grupo; Marque o tempo – 20 minutos – para formarem a palavra com o alfabeto móvel no verso de cada desenho. Ganha o jogo o grupo que primeiro preencher todos os cartões. Variações: Classificar (formar conjuntos) de acordo:- com o desenho da frente dos cartões; - com o número de letras das palavras constantes dos cartões; - com o número de sílabas das palavras dos cartões; - com a letra inicial; 23 5ª Escrita com música: 1ª etapa: dividir os alunos em equipes de quatro elementos; 2ª etapa: distribuir, entre as equipes, uma folha de papel; 3ª etapa: apresentar às equipes uma música previamente selecionada pelo professor; 4ª etapa: pedir que o aluno 1 de cada uma das equipesregistre, na folha, ao sinal dado pela professora, suas ideias, sentimentos, emoções apreendidas ao ouvir a música; 5ª etapa: solicitar-lhe que, findo o seu tempo, passe a folha ao aluno 2, que deverá continuar a tarefa. E assim sucessivamente, até retornar ao aluno 1, que deverá ler o produto final de todo o trabalho para toda a classe. Observação: a folha de papel deverá circular no sentido horário. 6ª Brincando com as cores: 1ª etapa: dividir a classe em equipes de 4 elementos; 2ª etapa: numerar os participantes de cada uma; 3ª etapa: distribuir, entre elas, as cores: atribuir uma cor (vermelho, verde, amarelo, azul, etc.) a cada uma das equipes ou grupos; 4ª etapa: pedir que cada um dos elementos de cada uma das equipes registre, numa folha de papel que circulará entre os participantes, suas impressões a respeito da cor recebida; 5ª etapa: solicitar das equipes a leitura das impressões registradas. Observações: a mesma atividade poderá ser realizada, mas sem a entrega de cores às equipes. Neste caso, cada um dos grupos deverá produzir um pequeno texto sobre uma cor, sem nomeá-la, mas procurando “dar pistas” a respeito da mesma, a fim de que os colegas possam descobri-la. Algumas equipes poderão ler seus textos e, se a cor não for descoberta, o professor poderá organizar uma discussão sobre esse fato, apontando, alguns fatores que talvez tenham dificultado a não identificação. Outra atividade com cores poderá ser a dramatização por meio de gestos, ou mímica, de uma cor escolhida pela(s) equipe(s). Conclusão A relevância observada no projeto foi à valorização do jogo como metodologia inovadora para melhor aproveitamento das crianças em atividades de animação e integração, promovendo a construção do processo de aprendizagem na alfabetização. A contribuição deste projeto objetiva a melhoria do ensino-aprendizagem da criança quanto à sua linguagem, pensamento, socialização, iniciativa e auto-estima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. 24 Anexo 3: Quadro de planejamento do mês
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