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CCJ0033-WL-B-PP-Unidade I -04-Extrosão - Renan Marques

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ALUNO: 
MATRÍCULA: 
PROF: RENAN MARQUES – Penal III 
Atenção ! – o presente material foi elaborado com base nos livros de Rogério Sanches 
Cunha(Direito Penal: Parte especial, 3 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010 e 
Código Penal Para Concursos, 5ª Ed. Salvador: Editora JusPODIVM), Rogério Greco(Código 
Penal Comentado, Ed. Impetus, 2011) e Fernando Capez (Curso de Direito Penal: Parte 
Especial: dos crimes contra os costumes a dos crimes contra a administração pública,Volume 3, 
São Paulo: Ed. Saraiva, 2011) 
UNIDADE I. Crimes contra o Patrimônio. 
4. Extorsão 
4.1 Extorsão Simples. 
A) Tipo Objetivo 
- Ele está no Art. 158, caput, do Código Penal, e ocorre na seguinte situação: “Constranger 
alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem 
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.” 
- Percebe-se que as condutas são as seguintes: 
a) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça; 
- Constranger tem o sentido de obrigar, coagir, compelir, forçar alguém, utilizando-se de 
violência(agressão física, ex. emprega força sobre seu corpo) ou grave ameaça (é uma 
coação psicológica, a promessa de causar um mal injusto, grave e possível), esta grave 
ameaça pode atingir tanto o titular do patrimônio quanto pessoa ligada a ele (ex. pai, filhos, 
mãe, esposa, etc.) 
- A ameaça é o meio mais comum utilizado pelo agente para constranger a vítima a agir ou 
abster de determinado comportamento. Há diversos bens que podem ser visados na ameaça, 
como a vida, a integridade física, a honra, a reputação, o renome profissional ou artístico, o 
crédito comercial, o equilíbrio financeiro, a tranquilidade pessoal ou familiar, a paz domiciliar, a 
propriedade de uma empresa, em resumo, todo bem ou interesse cujo sacrifício represente, 
para o respectivo titular, uma mal maior que o prejuízo patrimonial correspondente à 
 
vantagem exigida pelo extorsionário. Assim, a vítima cede à vantagem ante o temor que um 
bem seu de maior valor seja sacrificado. 
- Adverte o autor Fernando Capez que NÃO é requisito do crime que o dano da ameaça seja 
injusto. Ou seja, o dano da ameaça pode não ser, em si, injusto, porém assim se torna, pela 
injustiça do objetivo do agente. 
Ex. Caio possui provas de que Tício cometeu um crime e ameaça denunciá-lo, se Tício não lhe 
pagar determinada quantia de dinheiro. 
b) Com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, 
tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa; 
- Existe a finalidade especial de obter para si ou para outrem (em benefício do próprio sujeito 
ativo do crime ou de um terceiro) indevida vantagem (é uma vantagem que o agente não 
tinha direito, sendo contrária ao direito – este é um elemento normativo do tipo penal) 
econômica (a vantagem pretendida obrigatoriamente deve ter valor econômico, tendo um 
sentido mais amplo que no crime de furto ou roubo que se limitam a bem móvel). Ou seja, no 
crime de extorsão não é apenas o bem móvel que está amparada, mas também, por 
exemplo, o bem imóvel, Ex. o agente que obriga a vítima a assinar uma escritura pública, por 
meio do qual ela lhe transfere uma propriedade imóvel. 
- Além disso o agente irá constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, com o 
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer (ex. traficantes 
que obrigam o pagamento de propina a moradores, obrigar a quitar uma dívida não paga), 
tolerar que se faça (permitir que o agente rasgue um contrato) ou deixar fazer alguma coisa 
(obrigar a vítima a não cobrar a dívida de um amigo do sujeito ativo do crime). Percebe-se 
que primeiramente existe a ação de constranger realizada pelo coator, a qual é seguida pela 
realização ou abstenção de um ato por parte do coagido. 
OBS: Distinções ! 
1ª) Extorsão (Art. 158 CP) x Constrangimento Ilegal (Art. 146 CP). 
- A ausência da finalidade de obter indevida vantagem econômica poderá configurar 
o crime de constrangimento ilegal (Art. 146 do CP), valendo ressaltar que a principal 
diferença do crime de extorsão para o crime de constrangimento ilegal é que a 
finalidade do agente no crime de constrangimento ilegal é a restrição da liberdade 
(Constrange-se alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver 
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei 
permite, ou a fazer o que ela não manda), enquanto que no crime de extorsão a 
finalidade é o enriquecimento do agente(obtenção de indevida vantagem 
econômica). 
2º) Extorsão (Art. 158 CP) x Roubo (Art.157 CP) 
– A diferenciação dos dois crimes pode ser resumida da seguinte forma: 
Roubo (Art.157 CP) Extorsão (Art. 158 CP) 
1. A ameaça, normalmente, é prometida 
para aquele instante, pois a vantagem 
1. A ameaça, normalmente, é futura, pois 
a vantagem patrimonial é mediata. 
 
patrimonial é imediata. 
2. É um crime material. 2. É um crime formal. 
3. O proveito patrimonial não depende de 
qualquer atuação da vítima, ou seja, a 
colaboração da vítima é dispensável, pois 
o próprio ladrão é que subtrai o bem. 
3. O proveito patrimonial depende de 
atuação da vítima, ou seja, a colaboração 
da vítima é indispensável, pois é a própria 
vítima que entrega o bem. 
 
B) Bem jurídico protegido e Objeto material. 
 
- O bem jurídico protegido, além do patrimônio (aqui entendido num sentido mais amplo do 
que a posse e a propriedade, pois a lei fala em indevida vantagem econômica), também 
pode-se incluir a liberdade individual, a integridade física ou psíquica. 
 
- O objeto material, por sua vez, é a pessoa contra qual recai o constrangimento. 
 
C) Tipo Subjetivo. 
 
- Este crime SOMENTE pode ser praticado na forma DOLOSA, devendo o agente constranger 
alguém, mediante violência ou grave ameaça, com finalidade especial de obter indevida 
vantagem econômica. 
 
OBS: A doutrina esclarece que: 
 Se a vantagem for de natureza sexual: pode haver crime de estupro. (Art. 213, CP) 
 Se a vantagem for devida: pode haver crime de exercício arbitrário das próprias 
razões (Art. 345, CP) 
D) Consumação e Tentativa. 
 
- A consumação do crime de extorsão, por se tratar de um crime formal, ocorre quando o 
sujeito constrange a vítima, mediante violência ou grave ameaça, a fazer, a tolerar que se 
faça ou deixar de fazer alguma coisa, desta forma, o crime se consuma independentemente 
do efetivo recebimento da vantagem indevida. Caso o agente venha a receber a indevida 
vantagem econômica, haverá mero exaurimento do crime. 
 
OBS: Súmula nº 96 STJ - O crime de extorsão consuma-se independentemente da 
obtenção da vantagem indevida. 
 
- A tentativa para a maioria da doutrina não é possível, já que se trata de crime formal. 
Entretanto parte da doutrina entende que seria possível a tentativa se o crime fosse praticado 
de forma escrita, como por meio de uma carta, e esta fosse interceptada. 
 
E) Sujeito Ativo e Passivo. 
 
- O sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa, bem como o sujeito passivo. 
 
4.2 Figuras típicas. 
 
a) Extorsão Simples - Art. 158, caput, CP. 
 
b) Extorsão Majorada (com causa de aumento de pena) - Art. 158, § 1º, CP. 
 
c) Extorsão Qualificada - Art. 158, § 2º do CP. 
 
 
d) Sequestro relâmpago – Extorsão Qualificada – Art. 158, § 3º do CP. 
 
4.2.1 Extorsão Majorada (com causa de aumento de pena). 
- Ela está no Art. 158, § 1º do Código Penal e aumenta-se a pena de um terço até metade se o 
crime é: 
 
a) Cometido por duas ou mais pessoas . 
- Pela redação do artigo, conclui-se que esta majorante, diferentemente do que ocorre com o 
roubo ou o furto, só ocorrerá, se existir, no mínimo duas pessoas executando o crime de 
extorsão,NÃO computando eventuais partícipes. Ou seja, exige-se coautoria e NÃO mera 
participação. 
 
b) Cometido com emprego de arma 
 
- Esta majorante possui as mesmas considerações do crime de roubo. 
 
OBS: Se ligue que o crime de extorsão possui apenas duas majorantes (causas de aumento de 
pena) diferentemente do crime de roubo que possui cinco majorantes. 
 
4.2.2 Extorsão Qualificada. 
- Ela está no Art. 158, § 2º do Código Penal e prevê o seguinte: “Aplica-se à extorsão praticada 
mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior”. 
 
- Ou seja, se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze 
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da 
multa. 
 
- A doutrina majoritária entende que os resultados podem ser atribuídos ao agente a título de 
dolo ou culpa. 
 
- Além disso, nos termos do Art. 1º, III, da Lei 8072/90, a extorsão qualificada pelo resultado 
morte é considerada um crime hediondo. 
 
- Vale lembrar, também, que a extorsão com morte da vítima, assim como o latrocínio, é de 
competência do juiz singular, e não do Tribunal do Júri. 
 
4.2.3 Sequestro Relâmpago. 
- Ele está previsto no Art. 158, § 3º do Código Penal e ocorre na seguinte situação: “Se o crime é 
cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a 
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além 
da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 
2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)” 
 
- O sequestro relâmpago nada mais é do que uma forma de extorsão qualificada, com a 
peculiaridade que neste crime, além de o papel da vítima ser imprescindível para que o 
agente aufira a indevida vantagem econômica, exige-se a restrição da liberdade da vítima 
sendo esta uma condição necessária para a obtenção da vantagem econômica. 
 
 
- Se ligue que no crime de sequestro relâmpago é a própria vítima que deve disponibilizar a 
vantagem indevida depois de ter restringida a liberdade, tendo uma participação ativa, pois se 
a vantagem indevida for disponibilizada por terceiro teremos o crime de extorsão mediante 
sequestro. 
 
Ex. Sujeitos pegam pessoa e a colocam em um carro restringindo sua liberdade para poderem 
levá-la a um caixa eletrônico e a própria vítima vem a sacar uma quantia em dinheiro para os 
criminosos. 
 
- Ou seja, o crime de sequestro relâmpago apenas detalhou uma forma de execução da 
extorsão que é quando existe restrição da liberdade da vítima, sendo uma condição 
necessária para obter a vantagem econômica indevida. 
 
OBS: Dentições: 
 
1ª) Sequestro Relâmpago x Roubo Majorado do Art. 157, § 2º, V, CP. 
 
- No crime de extorsão conhecido como sequestro relâmpago, Art. 158, § 3º, do Código 
Penal do CP, possui as seguintes peculiaridades, NÃO se confundindo com o roubo 
majorado do Art. 157, § 2º, V, CP, tendo em vista que: 
 
1º) Na extorsão o proveito patrimonial do crime depende de colaboração da vítima. 
Logo o crime de roubo NÃO se confunde com a figura do sequestro relâmpago previsto 
no Art. 158, parágrafo 3º do CP. 
 
2º) A privação da liberdade da vítima é um meio necessário para que o agente 
obtenha a vantagem econômica que SÓ a vítima pode oferecer. 
 
3º) Exige-se a participação ativa da vítima para que o agente aufira a vantagem 
econômica, como observa o STJ. 
 
4º) É um crime formal, nos termos da Súmula 96 do STJ, sendo o roubo um crime 
material. 
 
Ex. Vitima é acompanhada por agente para que ela efetua um saque em dinheiro de 
sua conta corrente. Ou vitima é levada a sua residência para que abra um cofre que 
somente ela sabe o segredo. 
 
5º) Vale ressaltar ainda que ela é uma qualificadora pois aumenta a pena base do 
crime de extorsão. 
 
2ª) Extorsão (Art. 158 CP) X Concussão (Art. 316 CP) – O crime de concussão somente pode ser 
praticado por funcionário público existindo uma exigência de vantagem indevida SEM 
violência ou grave ameaça, ou seja, além da vantagem poder ser de natureza patrimonial ou 
não (o que NÃO ocorre no crime de extorsão, tendo em vista que neste a vantagem deve ser 
sempre econômica), no crime de concussão NÃO há o emprego de violência ou ameaça.

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