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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO/ CAMPUS DE SINOP CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA DISCIPLINA: NUTRIÇÃO ANIMAL Nutrição Animal: Carboidratos, Definição, Classificação e Metabolismo Prof. Douglas dos Santos Pina (Zootecnista) Carboidratos: Abrangem um dos maiores grupos de compostos orgânicos encontrados na natureza e juntamente com as proteínas formam os constituintes principais dos seres vivos, além de serem a mais abundante e econômica fonte de energia para o homem (Bobbio & Bobbio, 2003). Carboidratos: são os principais componentes dos tecidos das plantas. Compreendendo até 70 da MS de forragens e até 85% da MS de grãos de cereais, sendo sintetizado a partir de: CO2 + H2O + Energia solar Definição dos Carboidratos: são aldeídos ou cetonas polihidroxilados (Teles, 1981). ≠ Ácido Acético Classificação dos CHO MONOSSACARÍDEOS OLIGOSSACARÍDEOS POLISSACARÍDEOS Não podem ser hidrolisados a moléculas menores Após hidrólise, geram de 2 a 10 moléculas de monossacarídeos Após hidrólise, geram mais de 10 moléculas de monossacarídeos Glicose Maltose: Gli α (1,4)-Gli Sacarose: Gli α (1,2)-β-Fru Lactose: Gal β (1,4)-Gli Celobiose: Gli β (1,4)-Gli Amido: Gli α (1,4)- Gli Amilopectina e Glicogênio: Gli α (1,4) e α (1,6)- Gli Celulose: Gli β (1,4)- Gli Hemicelulose: Gli β (1,4) e xilose α (1,6) Triose: dihidroxicetona e gliceraldeído (presentes da rota da glicólise) Tetrose: eritrose (ciclo das pentoses) Pentose:Ribose (ciclo das pentoses) 3 – Classificação MONOSSACARÍDEOS (3 a 7 C): Não podem ser hidrolisados (enzimas) a moléculas menores Hexose: glicose frutose (ciclo das pentoses, principal fonte de energia espermatozóides) galactose (leite e forragens) ácido galacturônico (componente da pectina) manose (ovo e soro sanguíneo) glicose frutose galactose COOH Ácido galacturônico Heptose: sedoheptulose (ciclo das pentoses) .....3.1 – Monossacarídeos Sacarose: glicose + frutose, ligação α 1 - β 2 (presente na cana-de-açúcar) Maltose: glicose + glicose, ligação α – 1,4 (produto da hidrólise do amido, pela amilase) Isomaltose: glicose + glicose, ligação α - 1,6 (produto da hidrólise do amido por enzimas alfa 1-6 glicosidase) Lactose: galactose + glicose, ligação β1- α4 (principal CHO componente do leite) Celobiose: glicose + glicose, ligação β - 1,4 (produto da hidrólise da celulose por celulases - microbianas) DISSACARÍDEOS Amido: polímeros de glicose - Amilose (normalmente 20 a 30% do amido): cadeia linear α1- α4 (até 6.000 monômeros de glicose): em hélice milho < 1.200 mandioca/ batata: < 6.000 - Amilopectina (normalmente 70 a 80% do amido): cadeia linerar (α1- α4) com ramificação (α1- α6) a cada 20-25 moléculas de glicose. - Importância: - reserva natural nos vegetais; - segunda maior fonte de CHO nos vegetais; - principal fonte de CHO dietético utilizado pelos animais não-ruminantes; - fonte de CHO dietético que proporciona maior desempenho em animais ruminantes. Contudo, o consumo excessivo de amido degradado no rúmen, reduz o pH ruminal (abaixo da faixa ótima), comprometendo a manutenção da microbiota ruminal, o desempenho e a saúde animal. Polissacarídeos: alto peso molecular, insolúveis em água, principal forma de CHO encontrada na natureza Glicogênio: polímeros de glicose - cadeia linear (α1- α4) com ramificações (α1- α6) - sintetizado no fígado e músculo esquelético, sendo utilizado como reserva energética em animais (menos de 1% do corpo) Celulose: polímeros de glicose - Cadeia linear β1- β4 - Importância: - principal fonte de CHO nos vegetais (estrutura da parede celular); - 20 a 50% do peso seco das forragens; - Somente a microbiota tem sistema enzimático capaz de hidrolisar as ligações da celulose; - principal fonte de CHO dietético utilizado pelos animais ruminantes; - a digestibilidade nas câmaras de fermentação é afetada pela quantidade de lignina na parede celular; - insolúvel em detergente neutro. Hemicelulose: heteropolissacarídeo (xilose, arabinose, ácido urônico, glicose e manose) Gramíneas: cadeia linear de xilose (β1- β4) com ramificações (β1- β3) contendo principalmente arabinose (se liga por meio de ligações tipo éster com a lignina) e ácido glicurônico. Leguminosas: cadeia linear de xilose (β1- β4) com ramificações (β1- β3) contendo principalmente galactose e glicose - Importância: - componente da parede celular ; - somente a microbiota tem sistema enzimático capaz de hidrolisar suas ligações; - se liga diretamente com a lignina (por meio de ligações tipo ésteres); - interage com a celulose por meio de pontes de H; - a digestibilidade nas câmaras de fermentação é afetada pela quantidade de lignina na parede celular; - insolúvel em detergente neutro. Pectina: heteropolissacarídeo Cadeia linear de ácido galacturônico (α1- α4), intercalada por unidades de ramanose (α1- α2 - ramificação); - componente da parede celular (lamela média); - solúvel em detergente neutro e insolúvel em detergente ácido; - somente a microbiota tem sistema enzimático para hidrolisar as ligações da pectina; - não se liga diretamente com a lignina; - a digestibilidade nas câmaras de fermentação não é afetada pela quantidade de lignina na parede celular. β -glucanos: heteropolissacarídeo Cadeia linear de glicose (β1- β4), intercalada por unidades de ramanose, xilose e galactose (β1- β4) e (β1- β3) - Importância: - componente da parede celular (lamela média); - solúvel em detergente neutro; - somente a microbiota tem sistema enzimático capaz de hidrolisar as ligações dos β – glucanos; - não se liga diretamente com a lignina; - a digestibilidade nas câmaras de fermentação não é afetada pela quantidade de lignina na parede celular; - forma gel viscoso em água na luz do TGI (implicações negativas no consumo, na digestibilidade, disponibilidade de minerais e no desempenho de animais não-ruminantes (não herbívoros); Fructanas: heteropolissacarídeo Cadeia de frutose (β2 - β6) ou (β2- β1) - Importância: - presente no conteúde celular de plantas (principalmente gramíneas temperadas principal carboidrato de reserva); - solúvel em detergente neutro; - somente a microbiota tem sistema enzimático capaz de hidrolisar as ligações das fructanas; - CNF, CHO presentes no conteúdo celular + β Glucanos e Fructanas solúveis em Detergente Neutro + ácidos orgânicos. CARBOHIDRATOS FDN, CHO presentes na parede celular (celulose, Hemicelulose, lignina, Nitrogênio e Matéria Mineral insolúvel). Carboidratos A B1 B2 C Açúcares e A. Org. Amido e S. Pécticas FDN FDNi (Lignina x 2,4) Partição dos CHO’s (CNCPS) Polissacarídeios não amiláceos FSDN FDN CARBOIDRATOS DAS PLANTAS Conteúdo Celular Parede Celular Ácidos Orgânicos Açúcares Amido Fructanas. S. Pécticas H. celulose Galactanas B-glucanos Figura 1. Adaptada de Hall, (2003). FDA = fibra insolúvel em detergente ácido, FDN = fibra insolúvel em detergente neutro, FSDN= fibra solúvel em detergente neutro (inclui todos polissacarídeos não amiláceos ausentes na FDN, CNF= carboidratos não fibrosos. CNF FDA Celulose Partição dos CHO’s (Hall, 2000) Divisão dos CNF baseados em suas características de digestão Ácidos Orgânicos Açúcares Amidos Fructanas Substâncias Pécticas Beta - Glucanos Potencial para formação de ácido láctico durante a fermentação Fermentação reduzida em condições de baixo pH ruminal Digeridos por enzimas de mamíferos Sustentam o crescimento microbianoConteúdo de FDN, CNF e CNE ALIMENTOS FDN CNF CNE % MS Silagem de alfafa 51,4 18,4 7,5 Feno de alfafa 43,1 22,0 12,5 Mistura de feno de gram. 60,9 16,6 13,6 Silagem de milho 44,2 41,0 34,7 Milho moído 13,1 67,5 68,7 Polpa de beterraba 47,3 36,2 19,5 Caroço de algodão 48,3 10,0 6,4 Cevada 23,2 60,7 62,0 Casca de soja 66,6 14,1 5,3 Farelo de soja (48% PB) 9,6 34,4 17,2 CNF= 100-(FDN + PB + EE + MM) e CNE método enzimático (Smith, 1981). Variação na composição dos CNF ALIMENTOS Açúcar Amido Pectina Ác. Org. % dos CNF Silagem de alfafa 0 24,5 33,0 42,5 Feno de gramínea 35,4 15,2 49,4 0 Silagem de milho 0 71,3 0 28,7 Cevada 9,1 81,7 9,2 0 Grão de milho 20,9 80,0 0 0 Polpa de beterraba 33,7 1,8 64,5 0 Casca de soja 18,8 18,8 62,4 0 Farelo de soja (48%PB) 28,2 28,2 43,6 0 Adapta NRC (2001). Dependendo do método de preservação, tipo de grão, a composição dos CNF pode variar bastante, o que pode afetar a taxa e extensão da degradação e o valor energético do alimento para o animal. Padrão de Fermentação dos Carboidratos 1. Glicose, Frutose, Sacarose – Imediata 2. Maltose, Lactose, Galactose – Rápida 3. Amido – Velocidade Intermediária (Processamento) 4. Pectina + digestível que a celulose e hemicelulose 5. Celulose e Hemicelulose – Lenta 6. Lignina – Indisponível Interfere no CMS Interfere no pH Interfere na síntese de gordura do leite Fermentação in vitro 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 12 24 36 48 60 72 Tempo de incubação (h) Vo lu m e fin al d os g as es (m L) cana goiaba mandioca casca polpa cítrica soja casca a) fonte de amido: tubérculo > grão Grão: Aveia, cevada, triticale > milho > sorgo b) Relação amilose/ amilopectina c) Característica do grão: - resistência do pericarpo; - quantidade de matriz protéica; - proporção de endosperma vítreo (córneo)/ farináceo; d) Atividade enzimática: amilase Principais fatores que afetam a digestão do amido Teores de MS e amido (% MS) de alguns ingredientes e suas respectivas degradabilidades efetivas Itens Milho Sorgo R. Mandioca Triticale Trigo Aveia Cevada MS 87,74 88,42 88,33 87,97 87,67 88,47 86,32 Amido 71,80 72,40 83,91 71,31 70,38 52,71 66,07 Amido a 8,8 12,7 23,1 18,8 11,9 25,8 12,7 b 91,2 87,3 76,9 76,9 86,4 66,4 86,1 c 0,013 0,027 0,073 0,182 0,322 0,051 0,071 DE (2%/h) 41,6 e 62,1 d 80,6 bc 88,6 ab 93,2 a 75,8 c 79,4 c DE (8%/h) 18,4 d 33,4 c 57,1 b 73,6 a 81,2 a 56,8 b 54,3 b Adaptada de Zeoula et al. (1997) Médias seguidas de letras iguais nas linhas, não diferem estatisticamente (P>0,05) pelo teste de Tukey Vários fatores afetam a degradabilidade efetiva dos grãos, dentre eles podemos destacar: Cultivares Processamentos Nível de ingestão Características Físicas dos Grãos Valor nutritivo do amido de milho e de batata p/ aves Amido Ganho Conversão Alimentar EM (kcal/ g) Milho Cru 247 b 2,45 c 3,15 b + H2O 16 o C 241 b 2,48 c 3,16 b + H2O 78 o C 292 c 2,24 d 3,21 b Batata Cru 176 a 5,07 a 1,59 a + H2O 16 o C 196 a 4,51 b 1,55 a + H2O 78 o C 301 c 2,21 d 3,17 b Adaptado de Rostagno (1994). Proporção dos AGV’s fermentação ruminal de diferentes CHO Carboidratos AGV’s (proporção molar) pH Referências Acetato Propionato Butirato Glicose 58 27 14 5,87 Giduck & Fontenot, 1987 Sacarose 54 25 20 6,40 Lactose 63 23 13 5,44 Amido 65 18 15 6,70 Hemicelulose 60 38 3 - Marounek et al., 1985 Pectina 88 9 3 - Amido 65 30 6 - Adaptado de Hoover & Miller-Webster, (1998). Porcentagem de FDN e CNF em dietas para vacas de leite Estado Fisiológico Recomendações FDN 1 CNF 2 Seca distante do parto 60 – 65 20 – 25 Seca próximo ao parto 32 – 36 35 – 40 Produção de Leite em (lb / dia) Menor 31 48 28 – 30 Entre 31 – 46 40 32 – 34 Entre 47 – 64 35 34 – 36 Entre 65 – 80 31 36 – 38 Maior 80 28 38 – 40 Adaptada de Hoover & Miller-Webster, (1998). 1 Baseado em Mertens (1985); 2 baseado em Stokes et al. (1991). Locais de Digestão Celulose Rúmen » 70 – 90 % I. grosso » 10 – 30% Hemicelulose Rúmen » 60 – 85 % I. grosso » 15 – 40% Amido Rúmen » 50 – 95% I. Delgado » 5 - 50 % CHO solúveis Rúmen » 95 – 98% Digestão e Fermentação dos CHO Boca Rúmen Intestino Delgado Intestino Grosso - AGV + PBMic Glicose AGV - AGV + PBMic - AGV Maltose/ Iso. - Glicose AGV - - - AGV Amido C.F.Amido C.F. Principais Enzimas • -amilase pancreática • Maltase • Isomaltase • Lactase • Sacarase •Trealase -1,4 -1,4 maltose isomaltose oligossacarídeos = Glicose = Frutose sacarose SACARASE = galactose lactose LACTASE trealose TREALASE amido MALTASE ISOMALTASE - AMILASE Limitado Ruminantes Sistemas de transporte/absorção Carreador Local de atuação Características SGLUT-1 Mucosa intestinal, tubos renais Co-transporta uma molécula de GLI ou GAL e 2 íons de Na. Não transporta FRU GLUT-1 Cérebro, eritrócito, cél. endotelial, tecidos fetais Transporta GLI (alta afinidade) e GAL, não FRU. Atuando em muitas células. GLUT-2 Fígado, célula beta pancreática, ID e rim Transporta GLI, GAL e FRU. Baixa afinidade, alta capacidade de transportar GLI; funciona como um “sensor de GLI” nas células beta pancreáticas. GLUT-3 Cérebro, placenta Transporta GLI (alta afinidade) e GAL, não FRU. O principal transportador de GLI para o neurônio. GLUT-4 Músculo esquelético e cardíaco, adipócitos O transportador de GLI insulina-responsívo. Alta afinidade pela GLI GLUT-5 ID, espermatozóide Transporta FRU, mas não GLI ou GAL. Presente também no cérebro, rim, adipócitos e músculo SGLUT (1 – 6) e GLUT (1 – 12) = complexidade da liberação de glicose nas células. Absorção intestinal de glicose Abosorção de Açúcares Animal Taxa relativa de absorção de açúcares (%glicose) Galactose Glicose Frutose Manose Xilose Arabinose Rato 109 100 42 21 20 12 Gato 90 100 35 - - - Coelho 82 100 - - - 60 Homen 122 100 67 - - - Peixe 97 100 62 - 57 49 Aves 110 100 40 15 - - Adaptado de Pond et al., (2005). Metabolismo dos CHO • Sequência, ou sucessão, de processos bioquímicos os quais ocorrem nos organismos vivos (McDonald et al., 2002). – Anabolismo: processos metabólicos nos quais compostos complexos são sintetizados à partir de moléculas simples. – Catabolismo: processos metabólicos nos quais compostos complexos são degradados a moléculas simples. • Inclui todas as reações que sofrem os CHO’s, se fornecidos na dieta ou formados no organismo a partir de fontes de não-CHO´s. • Os CHO´s dietéticos fornecem a maior parte da energia necessária para o desempenho de trabalho metabólico, crescimento, reparo, secreção, absorção, excreção e trabalho mecânico em animais homeotérmicos (Beitz, 1996). Glicólise • Sequência de reações pela qual a glicose é convertida em Piruvato no citossol de todas as células animais (Beitz, 1996). • Controle: – Hexoquinase (↓ Glicose-6-P); – Fosfrutoquinase (↓ ATP, Citratato; ↑ AMP); e – Piruvato-quinase (↓ ATP). • Produção de 7 ou 5 ATP’s (2 NADH e 4 ATP, -2ATP’s). – Malato – Aspartato (fígado, rim e coração); e – Glicerol-P (Musculatura esquelética e no cérebro). Gliconeogênese • Síntese de glicose a partir de compostos não-CHO; • Não é uma simples reversão da glicólise: – Enzimas reguladoras (Fosfoenolpiruvato carboxiquinase, glicose – 6 –fosfatase e frutose -1,6 – difosfatase); – Processo altamente endergônico. • Componentes: – Propionato; – Aminoácidos; – Lactato; e – Glicerol. Gastos p/ converter 2 piruvatos - glicose: 6 ATP s e 2 NADH s A engergia para a gliconeogênese oriunda principalmente da degradação de ácidos graxos. Gliconeogênese a partir de Propionato Vitamina B12 Biotina Glicose Succinil-CoA Gliconeogênese Aproveitamento do Lactato – Ciclo de Cori Glicogênese Glicose-6-fosfato Fosfoglicomutase Glicose-1-fosfato Uridine difostato glicose UDP - glicoseGlicogênio 2 – 8% peso úmido do fígado 0,5 – 1% peso úmido do músculo Insulina ; glucagon e adrenalina Amilo (α 1,6 – α 1,4) transglicosidase UDP – glicose pirofosforilase Glicogenólise Glicose-6-fosfato Fosfoglicomutase Glicose-1-fosfato Glicogênio-fosforilase (a +P; b -P) Glicogênio Glicose-6-Fosfatase Glicose Amilo – 1,6 glicosidase Insulina; glucagon e adrenalina Fermentação Digestão/Aborção pela células microbianas Glicólise Absorvido pelo epitélio veia porta Adesão e formação de biofilme o AGVs a. Acetato/ ácido acético (2 carbonos) b. Propionato/ ácido propiônico (3 carbonos) c. Butirato/ ácido butírico (4 carbonos) o Suprem 50-70% do requerimento de Energia dos ruminantes CH H H C OH O CH H H C O C H H OH CH H H C O C H H C H H OH Celulose hemicelulose pectina amido sacarose Hidrólise (digestão) glicose acetato propionato butirato fermentação piruvato lactato CO2 metano AGV (1-7carbonos) – maior fonte de energia dos ruminantes (50 – 70%) Diminui o pH glicólise Locais de absorção de AGV degradação no rúmen-retículo epitélio do rúmen, retículo, omaso e abomaso degradação no ceco-cólon epitélio do ceco-cólon Via de transporte: veia porta Mecanismo de transporte: - Duas fases de transporte: - lúmen célula da granulosa difusão passiva da forma protonada e não-protonada dos AGV - células da granulosa veia porta difusão passiva apenas da forma protonada (lipossolúvel) Ácidos Graxos Voláteis (AGV) (1 a 7 carbonos) Oriundos da degradação microbiana de CHO nas câmaras anaeróbias do TGI Ac- + H+ Forma não protonada ou dissociada pKa Acetato = 4,76 Butirato = 4,85 Propionato = 4,87 Lactato = 3,85 AcH Forma protonada ou não dissociada + Hidrossolúvel + Lipossolúvel Condições: pH = pKa 50% não-protonada + 50 % protonada pH > pKa maior parcela não- protonada (impermeável) pH < pKa maior parcela protonada (permeável) Absorção dos AGV HAc HPr HBu Ac- Pr- Bu- Líquido Ruminal HAc HPr HBu Ac- Pr- Bu- H+ HCO3 - H2CO3 CO2 H2O HCO3 _ HAc Ac- + H+ HPr Pr- + H+ HBu Bu- + H+ HBu HB-OHBu HB-OHBu B-OHBu- + H+ HPr HLa HLa La- + H+ HAc CO2 CO2 H2CO3 H2O HCO3 - H2CO3 H2O H+ Células Granulosas do Epitélio Sangue ANIDRASE CARBÔNICA ACETATO Acetil-CoA Gliconeogênese Ciclo de Krebs B OH Butirato 75% Acetoacetato 25% -Oxidada ( Ciclo de Krebs) - Síntese de AG (T. adiposo) - Síntese de AG úbere (AG < 16C) Epitélio ruminal (2 a 5% de conversão a lactato) Epitélio ruminal 90% Fígado Locais de Utilização dos AGV’s PROPIONATO BUTIRATO Etapas Substrato Enzima Tipo da reação Reagentes/ Coenzimas Produtos/ Coenzimas 1 Oxaloacetato Citrato sintase Condensação Acetil CoA + H 2 O CoA-SH 2 Citrato Aconitase Desidratação/Hi dratação H 2 O H 2 O 3 Isocitrato Isocitrato desidrogenase Oxidação NAD + NADH + H + 4 α-Cetoglutarato α-Cetoglutarato desidrogenase Decarboxilação oxidativa NAD + + CoA-SH NADH + H + + CO 2 5 Succinil-CoA Succinil-CoA sintetase Fosforilação ao nível do substrato GDP + P i GTP + CoA-SH 6 Succinato Succinato desidrogenase Oxidação FAD FADH 2 7 Fumarato Fumarase Adição (H 2 O) H 2 O 8 L-Malato Malato desidrogenase Oxidação NAD + NADH + H Etapas do Ciclo de Krebs 3 – Utilização pelo tecido animal dos AGV Oxidação dos AGV até CO2 e Água liberação de ATP (energia livre) a) Acetato Balanço de ATP Gasto Liberação Saldo - 1 Acetato 1 acetil-CoA = 2 -2 - 1 Acetil-CoA 2 CO2 + 1 Àgua (Ciclo de Krebs) = 10 10 Total ATP/mol acetato = 2 10 8 Acetato 2 ATP Liberação líquida: 3 NADH2 x 2,5 ATP = 7,5 ATP 1 FADH2 x 1,5 ATP = 1,5 ATP 1 GTP Total = 10 ATP/mol de acetil-COA Ciclo de Krebs Adaptado de McDonald et al., ( 2002). 3 – Utilização pelo tecido animal dos AGV b) Butirato Balanço de ATP Gasto Liberação Saldo - 1 Butirato 2 acetil-CoA (1 FADH2 + 2 NADH2 - 1 NADH2 – 4 ATP) = 6,5 6,5 0 - 2 Acetil-CoA 4 CO2 + 2 Àgua (Ciclo de Krebs) = 20 20 Total ATP/ mol butirato = 6,5 26,5 20 Butirato 1 ATP Liberação líquida: 3 NADH2 x 2,5 ATP = 7,5 ATP 1 FADH2 x 1,5 ATP = 1,5 ATP 1 GTP Total = 10 ATP/mol de acetil-COA Ciclo de Krebs 2 Adaptado de McDonald et al., ( 2002). Liberação líquida: 3 NADH2 x 2,5 ATP = 7,5 ATP 1 FADH2 x 2 ATP = 1,5 ATP 1 GTP Total = 10 ATP/ mol de acetil-COA Propionato c) Propionato Balanço de ATP Gasto Liberação Saldo - 2 Propionato 1 mol de Glicose (2 FADH2 + 2 NADH2 - 2 NADH2 – 8 ATP) = 16 12 -4 - 1 mol Glicose 4 CO2 + 2 H2O (Ciclo de Krebs) = 2 34 32 Total ATP/ 2 moles propionato = 18 46 28 Total ATP/ mol propionato = 9 23 14 Adaptado de McDonald et al., ( 2002). Liberação líquida: 3 NADH2 x 2,5 ATP = 7,5 ATP 1 FADH2 x 2 ATP = 1,5 ATP 1 GTP Total = 10 ATP/ mol de acetil-COA Propionato d) Propionato Balanço de ATP Gasto Liberação Saldo 1 mol Propionato 1 mol succinil – SCoA = 2,5 0 -2,5 1 mol succinil – SCoA 1 mol de malato = 0 2,5 2,5 1 mol malato 1 mol de fosfoenolpiruvato = 1 2,5 1,5 1 mol fosfoenolpiruvato 1 mol acetil-SCoA = 0 3,5 3,5 1 mol acetil-SCoA CO2 + H2O = 0 10 10 Total ATP/ mol propionato = 3,5 18,5 15 Adaptado de McDonald et al., ( 2002). Eficiência de oxidação da glicose em CO2 + H2O + ATP - Energia bruta (EB) de 1 mol de glicose = 672 Kcal/mol (condições fisiológicas) - Oxidação de 1 mol de glicose (CO2 + H2O) = liberação de 32 ATP x 11,5 Kcal/mol ATP = 368 Kcal/mol - Eficiência da transformação EB em Energia livre = 368 / 672 = 55 % Eficiência de degradação glicose AGV oxidação até CO2 e Água a) Acetato - 1 mol de glicose ===== 2 acetato 4 ATP (microbiota ruminal) - 2 acetato =========== oxidação no tecido animal 16 ATP (tecido animal) Total de ATP produzido/mol de glicose = 20 ATP x 11,5 Kcal/mol ATP = 230Kcal/mol Tecido animal (16/20) = 80% do ATP liberado Eficiência da transformação EB em Energia livre = 230/ 672 = 34 % b) Butirato - 1 mol de glicose ===== 1 butirato 3 ATP (microbiota ruminal)- 1 butirato =========== oxidação no tecido animal 20 ATP (tecido animal) Total de ATP produzido/mol de glicose = 23 ATP x 11,5 Kcal/mol ATP = 264,5 Kcal/mol Tecido animal (20/23) = 87% do ATP liberado Eficiência da transformação EB em Energia livre = 264,5/ 672 = 40% Eficiência energética da utilização da glicose (Rúmen x Intestino Delgado) c) Propionato - 1 mol de glicose ===== 2 propionato 4 ATP (microbiota ruminal) - 2 propionato ==== glicose oxidação no tecido animal 30 ATP (tecido animal) Total de ATP produzido/ mol de glicose = 34 ATP x 11,5 Kcal/mol ATP = 391 Kcal/mol Tecido animal (30/36) = 83% do ATP liberado Eficiência da transformação EB em Energia livre = 391 / 672 = 58% RESUMO DA EFICIÊNCIA OXIDAÇÃO LIBERAÇÃO DE ENERGIA LIVRE Glicose absorvida no ID oxidada = 55% Glicose degradada no rúmen ou I. grosso acetato oxidado = 34% Glicose degradada no rúmen ou I. grosso butirato oxidado = 40% Glicose degradada no rúmen ou I. grosso propionato oxidado = 58% Eficiência energética da utilização da glicose (Rúmen x Intestino Delgado) • Mais ou menos 28% da glicose requerida p/ uma vaca lactante alimentada com dieta alta em amido é proveniente da absorção intestinal; • Maior capacidade de digestão do amido é ruminal; • ID teria uma capacidade ótima em torno 1,3 kg/ dia; • A degradação ruminal esta relacionada com um maior aporte de energia p/ microrganismos e conseqüentemente uma maior produção de PBMic; • É desejado uma tx degradação que maximize a síntese de PBMic, não tenha um efeito depressor no pH ruminal e conseqüentemente na ingestão de MS e no desempenho dos animais. Eficiência energética da utilização da glicose (Rúmen x Intestino Delgado) Importância da Glicose • Fonte de energia p/ T. nervoso, eritrócito e enterócito; • Fonte de glicerol-3-P e NADPH p/ síntese AG; • Manutenção das reservas hepáticas e musculares de glicogênio; • Fornecimento de α-cetoácidos p/ síntese de AA; • Precursor p/ síntese de Ribose (DNA, RNA, Nucleotídeos); • Síntese de lactose na glândula mamária; • Clearence de lactato e glicerol; Item Não-ruminantes Ruminantes AGV mMol 0,16 - 0,75 mM/mL 1,60 mM/mL Glicose 80-100 mg/100mL 40-60 mg/100mL Concentração AGV’s e de glicose na veia-porta em não-ruminantes e ruminantes Fontes: Bergman (1990); Van Soest (1994) Necessidade de ajustes metabólicos para conservar e sintetizar glicose: a) Menor uso de glicose para síntese de gordura; b) Maior uso de outros substratos para síntese de gordura (AGV); c) Menor ação enzima hexoquinase no fígado (menor utilização); d) Maior uso de outros fontes de energia (AGV, corpos cetônicos, lactato, aminoácido); e) Maior gliconeogênese (síntese de glicose no fígado, rins). RESUMO COM AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE ANIMAIS NÃO- RUMINANTES E RUMINANTES QUANTO AO METABOLISMO DE CHO s Não-ruminantes Ruminantes Principal fonte de CHO dietético Amido Celolose, Hemicelulose, Amido e Pectina Principal local de digestão e absorção Intestino delgado Rúmen-Retículo-Omaso (pré-gastrico) Produtos da digestão ou degradação dos CHO´s Hexoses (glicose, frutose, galactose) Ácidos graxos voláteis, proteína microbiana ruminal, gases (CO2 e CH4) Sacarase no intestino delgado Presente Ausente Absorção de glicose no intestino delgado Alta Média-Baixa Glicose no sangue 80 a 120 mg/dL 40-60 mg/dL Ácidos graxos voláteis no sangue 0,16 - 0,75 mM/mL 1,60 mM/mL Não-ruminantes Ruminantes Principal fonte de C para síntese de “novo” de ácidos graxos Glicose Acetato (ácido graxo volátil produzido pela fermentação ruminal de carboidratos) Oxidação hepática da glicose Presente Praticamente ausente (baixa atividade da enzima hexoquinase) Resposta do cérebro à hipoglicemia Captação de glicose é reduzida Captação de glicose é pouco alterada Gliconeogênese Média-baixa Alta Principal fonte de C para síntese de de glicose Aminoácidos Propionato (ácido graxo volátil produzido pela fermentação ruminal de carboidratos) RESUMO COM AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE ANIMAIS NÃO- RUMINANTES E RUMINANTES QUANTO AO METABOLISMO DE CHO s
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