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INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES - Direito Civil

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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
O direito das obrigações é de suma importância para o tema de contratos.
Uma obrigação jurídica tem sua origem em uma lei em sentido amplo. Ela surge quando um caso concreto se encaixa em uma obrigação prevista abstratamente em lei. Para tanto, é necessário que haja um vínculo jurídico, um crédito existente, entre o credor e o devedor.
O devedor deverá prestações de natureza patrimonial.
Credor e devedor: qualquer pessoa pode ser credora ou devedora, sendo tanto pessoa física como pessoa jurídica. Até mesmo os relativamente ou absolutamente incapazes podem ser credores ou devedores desde que devidamente assistidos ou representados, pois eles têm capacidade de direito, porém não de fato.
O credor e o devedor têm que ser determinado ou, no mínimo, determinável.[1: Existem três tipos de capacidade: a capacidade de direito ou de gozo; a capacidade de fato ou de exercício; e a capacidade plena, que é a soma da capacidade de direito com a de fato.
 A capacidade de direito é comum a toda pessoa humana, só se perde com a morte. Já a capacidade de fato, só algumas pessoas a têm, e está relacionada com os exercícios dos atos vida civil. Ou seja, toda pessoa possui capacidade de direito, mas não necessariamente a capacidade de fato.]
O contrato é uma espécie de negócio jurídico, logo, o seu objeto tem que ser lícito, possível e determinado ou determinável. Sendo a impossibilidade podendo ser física ou jurídica.
Vínculo jurídico é a existência de um débito entre o credor e o devedor cujo não cumprimento gera uma responsabilidade
Quase todo o ordenamento jurídico é baseado na relação debito gerando responsabilidade. Tem-se algumas exceções como o fiador, que, mesmo não possuindo debito com o credor, tem responsabilidade; e o caso da obrigação prescrita, na qual há debito, mas não há responsabilidade de pagar.
Após conhecer os elementos de uma obrigação, é possível gerar um conceito de que obrigação é um vínculo jurídico que permite ao credor exigir do devedor uma conduta de dar, fazer ou não fazer algo de natureza patrimonial.
A obrigação pode advir de diversas fontes sendo a maior delas o contrato. Além disso, existe também a declaração unilateral de vontades, assim como um ato ilícito. Essas são as três grandes fontes da obrigação.
Outra fonte de obrigação é a lei. Nessa fonte temos como exemplo a obrigação de pagamento de pensão de um filho ao pai simplesmente porque assim a lei determina. Inúmeros doutrinadores chamam a lei de fonte primaria das obrigações, pois, os contratos, os atos ilícitos e as declarações unilaterais de vontade só geram uma obrigação porque assim a lei determinou.
Obrigação de dar coisa certa
(artigos 233 a 242 do Código Civil)
O termo dar pode tanto ter o significado de entregar como o de restituir. Para que haja a entrega, é necessário que o devedor seja proprietário da coisa, pois será a propriedade que será entregue. Já no caso da restituição, o devedor tem apenas a posse da coisa, e será essa mesma que será restituída.[2: Posse é o aspecto visível da propriedade. A posse leva a uma presunção da propriedade, mas nem sempre essa presunção se confirma.]
A coisa pode ser móvel, imóvel ou semovente, desde que tenha valor patrimonial.
Na obrigação de dar coisa certa não é admitida substituição, nem mesmo por coisa mais valiosa, a não ser que tal troca seja aceita pelo credor.
O cumprimento da obrigação de dar coisa certa móvel, ou seja, a transferência da propriedade se dá por meio da tradição, da entrega do bem. No caso da obrigação de dar coisa certa imóvel, o cumprimento se dá por meio do registro na escritura pública da mudança de propriedade no cartório de registro de imóveis.
Caso as partes nada convencionem sobre os acessórios da coisa dada, eles seguirão o principal de acordo com o artigo 233 do Código Civil. Entretanto, por se tratar de uma norma de ordem privada, as partes, em comum acordo, podem definir o contrário.
Entretanto, existem circunstancia em que, mesmo sem convenção previa das partes, o juiz pode decidir que o acessório não seguira o principal. Tomemos por exemplo a compra de um veículo no valor de R$500 com uma aparelhagem de som com o valor de R$8.000. O comprador paga pelo veículo uma quantia de R$600, o juiz, portanto, poderá decidir que o acessório não seguirá o principal, pois, pelo valor pago, já era pressuposto tal fato.
É importante ressaltar que, para o direito civil independe o dolo ou a culpa no caso de obrigação advinda de ato ilícito. Logo, o valor será o mesmo e ambos serão enquadrados na modalidade culpa.
O bem pode sofrer dois tipos de problemas antes do cumprimento da obrigação: deterioração e perecimento. Na deterioração o bem sofre avaria, mas sua utilização ainda é possível. No perecimento acontece a perda total do bem.
Quando o bem, antes da tradição, sofre algum problema na modalidade de entrega ocorre o seguinte:
 Perecimento Sem Culpa Resolve (desfaz-se a obrigação);
 Perecimento Com Culpa Equivalente + perdas e Danos.
 Deterioração Sem Culpa Resolve (desfaz-se a obrigação) ou abatimento;
 Deterioração Com Culpa Equivalente (resolve) + Perdas e Danos ou Aceita + Perdas e Danos.
Quando o bem, antes da tradição, sofre algum problema na modalidade de restituição ocorre o seguinte:
Perecimento Sem Culpa Resolve (desfaz-se a obrigação);
Perecimento Com Culpa Equivalente + Perdas e Danos.
Deterioração Sem Culpa Recebe do jeito que está;
Deterioração Com Culpa Equivalente + Perdas e Danos (Art. 239 CC) ou a doutrina entende a possibilidade de aplicar o Art. 236 CC, aceitar o bem e requerer perdas e danos.
É importante sempre lembrar da regra de que a coisa perece para o dono (“Res pent domino”) e de que a mora gera uma culpa presumida.
Exercício:
João empresta uma ferramenta ao seu vizinho Antônio, que promete devolvê-la após 10 dias. No dia seguinte, João adquire o veículo de Antônio, pagando-o 10 mil reais, ficando combinado que o carro será entregue no dia em que Antônio devolver a ferramenta emprestada.
Se antes da data combinada, Antônio vende e entrega o carro e a ferramenta a Pedro que desconhecia os negócios anteriores, o que João poderá requerer judicialmente contra Pedro?
O carro antes de ser entregue ao João é do Antônio, assim sendo,
Pedro comprou o carro do proprietário, e cumprida à tradição houve a transferência de propriedade do veículo, que agora passa a ser de Pedro, logo João não tem nenhum fundamento jurídico para requerer o carro do proprietário. O direito de Pedro é maior que o do João, embora este último tenha pago o carro anteriormente.
Já em relação à ferramenta, a propriedade sempre foi de João, e o direito de propriedade só pode ser transferido se é realizado pelo proprietário. No momento em que Antônio vendeu a ferramenta, ele não era proprietário, assim sendo, se alguém compra de alguém que não é proprietário comprou mal, ainda que tenha recebido o bem em tradição, pois o verdadeiro proprietário pudesse voltar contra Pedro e requerer a ferramenta de volta, ficando
Pedro com direito de entrar com uma ação de regresso contra
Antônio.
Se o paradeiro de Pedro é ignorado o que João poderá requerer judicialmente contra Antônio?
Se sumiu ou desapareceu, equivale ao perecimento do objeto da obrigação. Então juridicamente falando estamos diante de duas obrigações distintas: restituir e entregar, nas quais em ambas houve perecimento dos bens, com culpa do devedor. Assim sendo em relação ao carro, João pode pedir o equivalente (10 mil reais) e mais perdas e danos (todo o prejuízo que ele teve) – Art. 234 CC.
 No segundo caso, estamos diante da modalidade de restituir e entregar, onde houve deterioração do bem, sem culpa do devedor. No caso da modalidade entregar, o credor pode aceitar o bem e pedir o abatimento e a outra opção seria a resolução do negócio, ou seja, o desfazimento do negócio, e quem resolve isso é o credor, lembrando que não cabe pedido de perdas e danos, pois não houve culpa do devedor – Art. 235 CC. No caso da modalidaderestituir, João terá que aceitar a devolução da ferramenta pura e simples no estado em que se encontrar e não poderá exigir nenhuma indenização do devedor, pois este último não teve culpa – Art. 240 CC.
Melhoramentos e acréscimos
Assim como a coisa perece para o dono, ela também melhora para o dono. 
Antes da entrega, podem ser feitas algumas melhorias no bem a ser entregue. Essas melhorias vão acrescer o valor do imóvel, podendo o credor pagar a quantia acrescida ou pegar o dinheiro de volta e resolver a obrigação.
Para evitar que o devedor faça vária benfeitorias para inviabilizar o negócio, parte da doutrina faz uma interpretação não literal do artigo 237 do Código Civil dizendo que o adquirente só arcará com as benfeitorias uteis e necessárias. Uma outra parte da doutrina diz ainda que o adquirente só pagará pelas benfeitorias necessárias.[3: São bens que aumentam a utilidade (benfeitorias úteis), enfeitam (benfeitorias voluptuárias) ou impedem a deterioração da coisa (benfeitorias necessárias).]
Já na modalidade de restituição, é necessário verificar se não houve trabalho ou dispêndio para que houvesse a melhoria. No caso de não ter havido trabalho nem dispêndio para que houvesse a melhoria, quem lucrará será o dono sem necessidade de indenizar o devedor (artigo 241 do Código Civil).
Se houver trabalho ou dispêndio para que a melhoria acontecer, deve-se analisar se a posse é de boa-fé ou de má-fé. No caso da boa-fé, o possuidor, ou devedor, tem direito a indenização pelas benfeitorias necessárias e uteis e tem o direito de levar consigo as benfeitorias voluptuárias (artigo 1219 do Código Civil). Já no caso da posse de má-fé, serão ressarcidas apenas as benfeitorias necessárias ao devedor (artigo 1220 do Código Civil).
Na obrigação de dar coisa certa na modalidade de entrega, os frutos percebidos cabem ao devedor e os frutos pendentes cabem ao credor (artigo 237 do Código Civil) e a doutrina entende que se aplica a mesma regra dos frutos pendentes aos percepiendos, já que o próprio código não traz nenhuma regra sobre eles.[4: Aquilo que a coisa produz periodicamente e que sua retirada não altera a essência da coisa principal. Os frutos podem ser civis, industriais ou naturais. A manga é o fruto natural da mangueira; os carros produzidos pela indústria são frutos industriais; e o aluguel é um fruto civil decorrente do imóvel alugado, a renda de dividendos provenientes de ações, são frutos civis das ações.][5: São os frutos colhidos, que já foram retirados da coisa;][6: São frutos que estão grudados a coisa, ou seja, ainda não colhidos;][7: São aqueles que já poderiam ter sido colhidos, mas ainda não foram.]
Na obrigação de dar coisa certa na modalidade restituir, é preciso observar se a posse é de boa-fé ou de má-fé. O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos, porém os frutos pendentes cabem ao credor tendo o devedor direito ao ressarcimento de suas despesas. No caso da posse de má-fé, ao credor cabe todos os frutos tendo o devedor direito apenas ao ressarcimento das despesas (artigo 1214 e artigo 1216 do Código Civil)
Obrigação de dar coisa incerta
Na obrigação de dar coisa incerta, estabelece-se apenas o gênero e a quantidade, sendo necessário, às vezes, identificar a espécie (artigo 243 do Código Civil).
Após comunicada a escolha ao credor pelo devedor, a obrigação de dar coisa incerta se torna obrigação de dar coisa certa. A escolha e a comunicação são chamadas de concentração (artigo 245 do Código Civil) e esse processo é irreversível e não passível de arrependimento.
O direito de escolha pode ser convencionado, mas caso nada seja previamente convencionado quem escolhera será o devedor (artigo 244 do Código Civil), porém o devedor não poderá entregar a coisa pior e nem será obrigado a entregar a coisa melhor.
Sobre a escolha previamente convencionada do credor existem duas correntes. A primeira corrente doutrinária diz que a escolha deve ser absolutamente livre, já a segunda corrente defende a aplicação das mesmas regras aplicadas a escolha do devedor por meio do uso de analogia.
Caso, antes da concentração, o objeto da obrigação pereça, a obrigação não se desfaz. Pois o gênero não perece. Entretanto, essa regra não é aplicada quando há limitação de gênero, pois, caso pereça sem culpa, a obrigação se desfará. Como no exemplo de Sebastião ter vendido uma de suas cinco motocicletas a Marcelo e todas terem pegado fogo, a obrigação se resolvera. Caso haja culpa de Sebastião no incêndio, Marcelo poderá exigir perdas e danos mais o valor pago.
Obrigação de Fazer
Envolve a realização de um ato, atividade ou serviço. Em regra, não há necessidade da tradição para a conclusão da obrigação de fazer como há na obrigação de dar. Excepcionalmente, porém, quando há a confecção de algo a ser entregue haverá tradição, porém ainda será obrigação de fazer.
Na obrigação de fazer não é possível que o juiz obrigue o devedor a realizar o ato, atividade ou serviço, por isso geralmente seu descumprimento gera apenas perdas e danos.
A obrigação de fazer se divide em duas categorias:
Personalíssima (Infungível)
Impessoal (Fungível)
No caso de descumprimento de obrigação personalíssima haverá perdas e danos se houver culpa. Se não houver culpa resolve-se a obrigação.
No caso de descumprimento de obrigação de fazer impessoal haverá perdas e danos. Se não houver culpa também se resolve a obrigação.
Entretanto, quando a obrigação for impessoal e o descumprimento for culposo, o credor poderá propor ação pedindo autorização judicial para a contratação de terceiro para realizar o trabalho e posterior cobrança do valor do trabalho ao devedor.
No caso de situação de emergência no descumprimento da obrigação, é possível buscar a autotutela contratando outro serviço sem pedir permissão ao juiz e posteriormente realizar a cobrança judicial do serviço ao devedor como diz o artigo 249, parágrafo único do Código Civil.
Lembrando que não é possível obrigar coercitivamente o agente a fazer a obrigação, mas é possível requerer ao juiz que ele imponha uma multa diária até o dia do cumprimento da obrigação. Essa possibilidade está regulamentada no artigo 814 do Código de Processo Civil.
Obrigação de não fazer
A obrigação de não fazer é uma obrigação negativa pois exige do devedor uma abstenção. Um exemplo desse tipo de obrigação é a clausula, nos contratos de locação, que proíbe que o locatário subloque o imóvel.
A obrigação de não fazer pode derivar várias ações como tolerar e permitir.
Praticamente qualquer objeto é possível nesse tipo de obrigação a não ser os direitos da personalidade ou objetos que digam respeito à dignidade da pessoa humana.
Existem dois tipos de obrigação de não fazer:
Instantânea: quando não há a possibilidade de retroagir e cumprir com a obrigação depois que ela já foi descumprida uma vez.
Permanente: nesse caso há a possibilidade de conserto da obrigação mesmo após seu descumprimento.
Quando não houver culpa no descumprimento da ação de não fazer, a obrigação será extinta, logo, desfaz-se a obrigação, mas o devedor não tem a obrigação de devolver o valor pago pelo credor. Vale destacar que a obrigação será extinta e não resolvida como ocorre na obrigação de dar ou de fazer.
No caso do descumprimento de uma obrigação de não fazer na qual haja culpa do devedor existem duas possibilidades. Se a obrigação de não fazer for instantânea, só poderá requerer o credor perdas e danos. Se a obrigação de não fazer for permanente, o credor pode requerer perdas e danos mais o desfazimento do que contraria a obrigação.
Obrigação Composta/Complexa
Esse tipo de obrigação surge quando não há só um dever a ser cumprido, nem só um credor ou devedor.
Existem três tipos de obrigações complexas:
Cumulativa: é a somatória de várias obrigações simples.
Alternativa: quando há duas ou mais maneiras de se cumprir a obrigação. Nesse caso o devedor deve escolher qual alternativa será escolhida e comunicar ao credor.
Facultativa
Obrigação composta alternativa
A obrigação compostaalternativa pressupõe uma escolha e comunicação. Quando a concentração é feita, essa obrigação se torna uma obrigação simples.
No caso de omissão sobre quem fará a escolha, a lei determina que será o devedor.
Nas obrigações periódicas a escolha feita em um determinado momento não vincula a escolha em um momento posterior. Quando houver pluralidade de devedores e não houver unanimidade entre eles, quem fara a escolha será o juiz.
Caso o devedor descumpra sua obrigação alternativa e o caso seja levado ao judiciário, o artigo 800 do Código de Processo Civil disciplina que deve ser dada a oportunidade de escolha para o devedor perante o judiciário. Se o devedor permanecer inerte, a escolha será então repassada ao credor.
Quando há impossibilidade do cumprimento da obrigação antes da escolha (uma das opções perece), a escolha ira recair sobre a opção subsistente existindo culpa ou não do devedor. Essa solução é nominada de concentração ficta.
Se a opção subsistente perecer deve-se então se analisar a culpa do devedor. Caso não haja culpa, a obrigação resolver-se-á. Caso haja culpa, o credor pode pleitear perdas e danos referentes a opção subsistente apenas.
Parte da doutrina defende que, mesmo que a opção subsistente pereça sem culpa, se a outra opção pereceu por culpa do devedor, o credor pode pleitear perdas e danos.
Se o direito de escolha for do credor, antes da escolha um dos objetos perecer é preciso analisar se houve ou não culpa do devedor. Caso não haja culpa do devedor, a concentração será ficta. Caso haja culpa do devedor, o credor pode tanto aceitar a opção subsistente quando pleitear perdas e danos.
Se houver nulidade em uma das obrigações, as duas opções dadas serão contaminadas pela nulidade e a obrigação será nula. Entretanto, se o caso for apenas de impossibilidade em uma das opções, a obrigação subsiste como uma obrigação simples.
Obrigação composta facultativa
Na verdade, essa obrigação é uma invenção doutrinária que não tem previsão legal.
Na obrigação facultativa existe um objeto principal que pode ser substituído, se oi devedor desejar, por um objeto subsidiário. Entretanto, o credor só poderá exigir do devedor o objeto principal.
Logo, aos olhos do devedor essa obrigação será alternativa, porém, pelo olhar do credor se tratará apenas de uma obrigação simples.
Se o objeto principal perecer neste tipo de obrigação, caso não haja culpa, o devedor poderá resolver a obrigação, ou, se for de sua vontade, entregar o objeto subsidiário. Caso haja culpa do devedor, ele pode escolher se entrega o objeto subsidiário ou paga por perdas e danos.
Caso pereçam concomitantemente ambos os objetos, o devedor deverá pagar por perdas e danos se houver culpa. 
Obrigação Divisível/Indivisível
Divisível
Obrigação divisível é aquela que pode ser dividida entre os devedores e a parcela cabível a cada um é proporcional, equivalente e, ainda assim, mantem a essência da obrigação por completo.
Tomemos como exemplo um empréstimo de R$300 feito por dois credores a três devedores:
	Credores
	Devedores
	Relações externas
	X (R$150)
	A (R$100)
	X --------- A (R$50)
	Y (R$150)
	B (R$100)
	X --------- B (R$50)
	
	C (R$100)
	X --------- C (R$50)
	
	
	Y --------- A (R$50)
	
	
	Y --------- B (R$50)
	
	
	Y --------- C (R$50)
Quando um dos devedores da obrigação divisível é insolvente, quem suportará o prejuízo será o credor.
Caso haja alguma causa de nulidade em alguma das relações externas causada por apenas um devedor, essa causa não se estenderá para todo o contrato, tornando-se nula apenas aquela determinada relação.
Na obrigação divisível, as causas suspensivas e impeditivas de prescrição entre um credor e um devedor não se estenderão para os outros credores e devedores, correndo assim o prazo prescricional normalmente para as outras relações.
Indivisível
Existem quatro tipos de obrigações indivisíveis descritas no artigo 258 do Código Civil:
Material: existe por conta de uma incompatibilidade matemática entre o número de credores, devedores e o objeto da obrigação, o que faz com que, se dividíssemos, as parcelas não fossem equivalentes ou o objeto perdesse sua essência.
 Jurídica/Legal: surge por conta da lei ou de uma determinação judicial.
Econômica: acontece quando, caso o objeto fosse dividido, perderia seu valor econômico.
Convencional: ocorre através de um contrato, uma convenção entre as partes.
Na obrigação indivisível, o credor pode exigir a integralidade da obrigação a qualquer um dos devedores. Quando o devedor entregar o objeto da obrigação findará a relação externa, entre credor e devedor.
Entretanto, o devedor que entregou a completude da obrigação tornar-se-á credor dos demais devedores podendo assim exigir de cada um a quota parte que lhes cabe (artigo 259 do Código Civil).
No caso de haverem dois ou mais devedores, o devedor deverá pagar conjuntamente a todos os credores, ou cumprir a obrigação apenas para um, mas exigir desde um caução de retificação para fazer prova de que a obrigação já foi cumprida, obrigando, assim, o credor que recebeu o objeto a dar aos demais o que lhes cabe.

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