Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Toledo Acadêmica: Djerly Alcântara Simonetti Disciplina: Tecnologias do Ensino de Matemática Reflexões acerca de impasses e possibilidades em atividades com softwares, na busca de verificação de resultados e com o intuito de construção do conceito baricentro. Cada vez mais o uso de tecnologias em sala de aula vem sendo abordado, principalmente, como potência à uma prática pedagógica plausível. Segundo Maltempi (2008) afirma-se como potência porque se faz necessário analisar as tecnologias como ferramentas de ensino, e não como materiais que dispensam a metodologia empregada no ato de ensinar. Pois, só a inclusão dessas não garante um ensino-aprendizagem. Além disso, exige-se cautela para não perder de vista os conteúdos específicos ao fazer uso deste material. Percebe-se que as tecnologias ampliam possibilidades de ensino- aprendizagem, uma vez que várias pesquisas comprovam qualitativamente e, a sociedade demonstra necessidade em tê-las presente no espaço escolar. Os softwares são ferramentas de ensino, as quais podem apresentar-se de maneira satisfatória na relação ensino-aprendizagem. Caracteriza-se por uma ferramenta em potência porque depende da forma que o professor utiliza, ou seja, implica na atribuição direta do objetivo de se trabalhar com uma ferramenta virtual. Assim, têm-se dois caminhos a considerar: primeiro, o software pode ser compreendido como uma ferramenta de verificação de resultados e, segundo, pode ser atribuído a ele a função de auxiliador na construção de conceitos1. A partir dessa perspectiva analisaremos como pode-se trabalhar o objeto matemático baricentro. Uma das formas, a mais corriqueira, ocorre na 1 Deve-se levar em consideração que o software apenas auxilia no objetivo de construir conceitos mediante instruções do professor. apresentação do conceito em sala, de forma expositiva, com o uso do quadro negro, e logo em seguida exercícios que englobam o tema. Assim, essa forma, geralmente, encaixa-se na memória do aluno como: “conceitos que um dia eu vi”. Mas, será que podemos terminar a frase assim: “e aprendi”? Nesse momento uma das saídas para o professor é optar pelas tecnologias matemáticas. Acredita-se que os softwares matemáticos são os que mais os professores lembram-se ao falar de tecnologia para a educação matemática. Contudo, ainda hoje, muitos professores usam as ferramentas tecnológicas sem o aproveitamento das contribuições que essas podem apresentar. Uma maneira de exemplificar a situação acima explorada seria propor em uma aula de matemática, que os educandos resolvessem exercícios sobre baricentro utilizando algum software. Fazendo uma pesquisa em um livro específico sobre o software geogebra, é possível encontrar exercícios do seguinte porte: (Giovanni & Bonjorno, 2005) Determine as coordenadas do baricentro do triângulo indicado na figura abaixo. A primeira vista não aparenta ser tão difícil a tarefa. Partindo-se do fato de que o educando estará sendo instruído, ou já domina o software utilizado, o que será necessário para a resolução do exercício é o domínio do conceito baricentro e de todos os outros que o compõe. No geogebra, possivelmente, o aluno encontra o ponto médio dos segmentos AB, AC e CB, em seguida, traça uma reta que passa pelo ponto médio com origem no vértice oposto ao lado que contém o ponto médio. Assim, se procede para cada ponto médio e, obtém se uma intersecção entre as três retas traçadas. A essa intersecção, que é apenas um ponto, atribui-se o nome de baricentro. O exercício foi solucionado. Perceba que o aluno só pode chamar a intersecção das três retas traçadas de baricentro se compreender o conceito antes de fazer a atividade. É de extrema importância que termos como ponto médio, intersecção, mediana e baricentro já estejam dominados pelo aluno. Mediante isso, pode-se observar que a contribuição da atividade com o ser em aprendizagem é a verificação de conceitos já dominados. Esse tipo de atividade limita o potencial do software, uma vez que, leva o tempo todo o aluno a buscar conceitos já adquiridos anteriormente. Seria o mesmo que após o educando aprender a fatorar para encontrar raízes de números inteiros positivos, o professor lhe apresentasse a calculadora. Em contraposição, o conceito baricentro poderia ser internalizado pelo aluno através do software sem conhecer necessariamente nenhuma definição do conceito. É possível uma aula na qual as atividades norteiem para reflexões acerca do que o software apresenta. Um exemplo é a atividade a seguir, retirada da internet, do autor Vertuan, na qual os passos para construção no geogebra são seguintes: 1. Crie um triângulo ABC; 2. Obtenha M, o ponto médio de AB e, a seguir, crie o segmento MC (o segmento MC recebe o nome de mediana do triângulo relativa ao vértice C); 3. Crie a mediana BN do triângulo; 4. Obtenha a interseção das medianas MC e BN. Nomeie o ponto de interseção de G; 5. Obtenha P, o ponto médio de BC e, a seguir, crie a terceira mediana AP; 6. Movimente A, B ou C para verificar que as três medianas passam pelo mesmo ponto G (esse ponto recebe o nome de baricentro); 7. Crie os segmentos AG e GF e meça-os. Qual é a razão AG/GP? 8. Movimente A, B ou C. Como se comporta a razão AG/GP? 9. Crie os segmentos MG e CG e meça-os. Qual é a razão MG/GC? É igual a razão AG/GP? 10. Crie os segmentos BG e NG e meça-os. Qual é a razão BG/GN? Ela é igual às razões AG/GP e MG/GC? 11. Movimente um dos pontos A, B e C e investigue sobre as razões. a) O que se pode concluir com isso? b) Qual a definição de mediana? c) Qual a definição de baricentro? Observa-se que nessa atividade, o software auxilia na construção e entendimento do próprio conceito. Diferentemente da atividade anterior, cuja educando precisaria conhecer os termos matemáticos anteriormente. Embora ambas as atividades apresentem objetivos diferenciados, confirmação de conceitos e descoberta dos mesmos, acredita-se que as duas são interessantes, pois depende da turma em questão e da metodologia que o professor baseia-se para aplicar sua aula. Todavia é plausível que o geogebra seja utilizado para a construção de conceitos, e posteriormente, ocorram exercícios de verificação, fixação, revisão. Não faz sentido minimizar o software em questão a atividades “mecânicas”. A existência dessa ferramenta de certa forma garante o interesse do aluno, o qual é o primeiro passo para a aquisição de conceitos matemáticos. Portanto, as possibilidades desta ferramenta, ou até mesmo de outras, devem ser exploradas para ampliar o domínio do professor e possibilitar aulas diferenciadas ricas em conteúdos, almejando a internalização de conceitos. Referências <https://sites.google.com/site/rodolfoevertuan/licenciatura-em- matematica---geral/construcoes-geometricas-e-geometria-descritiva> acesso 10/12/12 Sobre Tecnologias na Educação e Transmissão de Conteúdos. Marcus Vinícius Maltempi - 2008
Compartilhar