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Resumo Cirurgia teorica COMPLETO

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RESUMO DE CIRURGIA – prova teórica 
- Cirurgia ambulatorial 3ed. Savassi. 
- Caderno Flávia Duarte. 
 
Pa1: Breve história da cirurgia. Cirurgia ambulatorial I: conceito, classificação 
dos níveis de cirurgia e ambiente cirúrgico. 
 
1) CLASSIFICAÇÃO 
a) Nível 1: cirurgia ambulatorial 
- anestesia local é feita pelo cirurgião. Não necessita anestesista. 
- Algumas cirurgias que não necessita de auxiliar: drenagem de abcesso, exérese de 
verrugas, pequenas lesões cutâneas, etc. 
- Algumas cirurgias que necessitam de auxiliar: exérese de cisto sinovial, de cisto 
sebáceo, de lipoma, postectomias (retirada do prepúcio). 
 
b) Nível 2: cirurgia ambulatorial 
- Geralmente não há necessidade de internar o paciente: sem cuidados pós operatório. 
O paciente permanece em observação na sala de recuperação algumas horas e é 
liberado para casa. 
 -- Vantagem da não internação: diminui risco de infecção hospitalar, minimiza 
quebra da rotina familiar, menores custos, maior disponibilidade dos leitos 
hospitalares, aumento da cobertura à população e maior aceitação pelo paciente. 
- Anestesia pode ser por sedação. 
- Ex.: hérnia inguinal. 
 
c) Nível 3: 
- Necessidade de cuidados pós operatórios (hidratação endovenosa, drenos, cateteres, 
etc. 
- Ex.: Cirurgia laparoscópica (mínima incisão do abdome – geralmente através de 
videolaparoscopia) 
 
d) Nível 4: 
- geralmente 2 cirurgiões, auxiliares e instrumentador. Monitores e aparelhagem 
sofisticada. 
- Pós-operatório muitas vezes é feito no CTI. 
- Ex.: Laparotomia (incisão do abdome para cirurgia aberta). 
 
2) CONDIÇÕES À CIRURGIA AMBULATORIAL: 
- Pacientes hígidos ou distúrbios sistêmicos leves, sem necessidades de cuidados especiais no 
pós operatório. 
- Acompanhante adulto, lúcido e identificável. 
- Condição psicológica. 
 
3) AMBIENTE CIRÚRGICO AMBULATORIAL: 
- Qualquer nível de cirurgia: Respeito de todos os princípios fundamenteis de assepsia e 
antissepsia. Centro cirúrgico isolado, vedado e não transitável. Ideal: centro cirúrgico 
ambulatorial localizado de forma que pacientes e acompanhantes não precisam transitar pelas 
demais dependências do hospital. 
- Sala de espera, sala de exame e preparo do paciente, vestiários e lavatórios para a equipe, 
sala de cirurgia, salas de recuperação, salas de curativos e retirada de pontos, sala de material 
esterilizado, rouparia, almoxarifado e expurgo. 
- Material necessário para caso de parada cardíaca ou outras complicações: equipamento de 
ressuscitação cardiopulmonar em mesa móvel (monitor cardíaco, desfibrilador, marcapasso e 
eletrocardiógrafo); material para assistência ventilatória, para dissecção de veia e 
medicamentos (adrenalina, noradrenalina, isoproterenol, atropina, digitálicos, gluconato de 
cálcio, morfina, benzodiazepínicos, procainamida, soro fisiológico, soro glicosado isotônico, 
bicabornato de sódio, etc). 
- O material não deve ser improvisado de excedentes de cirurgia de maior porte, pois podem 
ser desproporcionais em tamanho ou inadequados para os tipos de cirurgia em questão. 
- Contar com suporte extra ambulatorial: exames anatomopatológicos, laboratoriais e 
radiológicos, e suporte hospitalar para internação e equipamentos necessários em 
complicações. 
-- Intervenção cirúrgica fora da área hospitalar (clinicas, consultórios): apenas cirurgia de 
nível I e em pacientes ASA I e II (classificação de ASA é de risco anestésico). A dose de 
anestésico não deve exceder 10% da dose total permitida. Deve haver no local: material de 
ventilação, laringoscópio, cânulas orotraqueais e medicação de emergência já citada. Ver 
normas no quadro 1.2. 
 
 
Pa2: Cirurgia ambulatorial II: Diagnóstico da afecção cirúrgica. Avaliação 
clínica pré-operatoria. TCLE. Preparo pré-operatório. 
 
1) PRÉ-OPERATÓRIO: 
 - Nível I: restringe-se a poucos minutos. O cirurgião diagnostica a afecção cirúrgica e faz a 
avaliação clínica. 
- Nível II: Eventuais exames complementares e cuidados pré-operatórios. 
 
a) Avaliação clínica: 
- Apesar de ser de pequeno porte, o procedimento não deve ser menosprezado e não justifica 
o registro insuficiente do exame clínico e tratamento (questões médicas, éticas e legais). 
 
> Diagnóstico da afecção: Anamnese e exame físico. 
- Anamnese e exame físico devem compreender todos os sistemas e serem feitos da forma 
mais detalhada o possível, mesmo em caráter de urgência ou em procedimentos de menor 
porte. 
- Lesões superficiais podem estar associadas a lesões profundas ou ser parte de uma síndrome; 
a HP pode justificar o aparecimento de algumas lesões (ex: neoplasias malignas sobre cicatriz 
de queimadura antiga); HS e hábitos de vida podem favorecer o diagnóstico da afecção (ex.: 
tabagismo e etilismo e lesões pré-cancerosas na cavidade bucal); HF para doenças 
hereditárias, distúrbios metabólicos e de coagulação. 
- Processos infecciosos sistêmicos ou focais contraindicam uma cirurgia ambulatorial eletiva, 
exceto se a cirurgia tiver relação com esse processo. 
- Analisar cicatrização, coagulação/hemorragia, condições imunológicas, HAS, cardiopatia, 
enfisema, DM, alergias, uso de medicamentos, etc. 
- Dados vitais: pressão arterial, FC, FR, e temperatura axilar. 
- Inspeção; palpação (consistência, mobilidade e dor); documentação fotográfica da lesão (com 
autorização prévia) e relatório detalhado para o anatomopatologista. O exame físico pode 
revelar afecções ignoradas pelo paciente e que interfiram no resultado do procedimento. 
Deve-se usar o EPI adequado. 
- Prontuário: as lesões superficiais devem ser descritas quanto a seus aspectos macroscópicos, 
locais exatos e dimensões. 
 
> Avaliação clínica e risco cirúrgico: 
- Objetivo: diagnosticar condições que aumentam o risco anestésico-cirúrgico; reduzir 
morbidade perioperatório; melhor preparo pré-operatorio e planejamento da condução 
perioperatória; diagnosticar outras afecções de tratamento cirúrgico eventualmente tratáveis 
no mesmo ato operatório; diagnóstico de afecções ou condições que possam interferir no 
resultado do procedimento. 
- Estado nutricional é um dos dados mais importantes no perioperatório: obesidade e 
desnutrição interferem negativamente no resultado. 
- Solicitação de exames complementares: principalmente para nível II. Ver quadro 2.1. 
 -- exames orientados pelos exame clínico: para complementar informações não 
esclarecidas pela anamnese e exame físico e avaliar o resultado de terapêuticas instituídas. 
Deveriam ser solicitados mesmo que o paciente não estivesse se preparando para o 
procedimento cirúrgico. 
 -- exames pré-operatórios de rotina: Solicitados mesmo sem alterações no exame 
clínico, de acordo com o nível de cirurgia, idade e sexo do paciente. Não devem ser pedidos 
indiscriminadamente, mas deve-se considerar: frequência das alterações nos exames mais 
indicados, valor especifico de cada exame para o perioperatório do paciente, favorecimento da 
condição terapêutica e a evolução perioperatória em cada caso, problemas médico-legais e 
relação custo-benefício. 
- Em geral, não é necessário suspender medicamentos antes de procedimentos nível I e II, 
exceto anticoagulantes orais (suspender 3 dias antes da cirurgia e substituir por heparina) ou 
os que possam interferir com a anestesia geral (amiodarona, inibidores de monoaminoxidase, 
etc). 
- O risco do paciente em um procedimento anestésico, mesmo que seja local, nunca deve ser 
subestimado. 
- Classificação de risco: o estado clinico geral associado aos exames complementares 
determina o risco. 
-- paciente sem risco especial 
-- Pequeno/ médio / grande risco 
-- sem condições derealizar processo cirúrgico 
 
 
 
 
 
 
b) Preparo psicológico: 
- Explicar ao paciente sobre sua afecção e o procedimento a ser realizado, incluindo eventuais 
cuidados e sequelas pós-operatórias: favorece preparo psicológico, colaboração no per-
operatório e adesão ao seguimento pós operatório. 
 
c) Jejum: evita convulsão, vômito e aspiração do conteúdo gástrico. 
- Nível I: 3 a 4 horas. Não consensual 
- Nível II: crianças: 2 a 4 horas para líquidos e 6 horas para sólidos / adultos: 8 horas. 
 
d) Pré-anestésico: 
- Muito útil em crianças, pessoas ansiosas ou nervosas e pacientes que estão sentindo dor. 
- Aumenta o limiar de sensibilidade da dor. 
- Quando se usa antes de anestesias gerais: alivia dor pré e pós operatória; minimiza efeitos 
colaterais dos anestésicos, como salivação, bradicardia e vômitos. 
- Antes de cirurgias ambulatoriais eletivas, em que o paciente não esteja sentindo dor: 
Benzodiazepínicos: bem tolerados, seguros, não deprimem respiratório, não tem efeito 
adverso sobre sistema circulatório. 
- Antes de cirurgias ambulatoriais de urgência indicadas no tratamento de afecções que 
provocam dor: Opióides (meperidina – 100mg) pela via IM, 1 hora antes da cirurgia. 
 
e) Preparo da região a ser operada: 
- Tricotomia (raspagem do pelo): Aumenta a incidência de infecção (lesa a camada córnea e 
escarifica a pele, favorecendo a proliferação e colonização bacteriana) e pode permanecer na 
intimidade dos tecidos, funcionando como corpo estranho. O risco de infecção é maior quanto 
maior for o tempo entre sua realização e o ato operatório: é preferível que os pacientes não o 
façam em casa. Cílios e sobrancelhas nunca devem ser cortados. Deve-se dar preferência à 
tonsura (corte), mas se não for possível, faz-se a tricotomia. 
 
f) Antissepsia: Reduz os microorganismos 
- Usar antisséptico degermante (solução com detergente) no máximo 1 a 2 horas antes da 
operação: álcool iodado ou sabonete líquido (clorexidina). 
- Já na sala de cirurgia: delimitação da área operatória através da colocação dos campos 
cirúrgicos esterilizados e desinfetados com álcool iodado. Evitar mucosas. 
- Equipe cirúrgica: degermação de mãos e unhas. 
 
g) Preparos especiais: 
- Cirurgias orificiais: clisteres (ou enema – lavagem do anus através da introdução de liquido), 
laxativos ou supositórios. 
- Cirurgias limpas, circunstancias contaminadas ou potencialmente contaminadas, 
imunossuprimidos, portadores de próteses e manipulação de focos infecciosos (sobretudo na 
presença de febre ou linfagite): antibioticoprofilaxia. O uso indiscriminado de antibióticos na 
profilaxia cirúrgica não é recomendado. 
 
h) TCLE: 
- Informa o paciente sobre as consequências que poderão ocorrer a partir do ato cirúrgico. 
- Código de ética médica e Código de defesa do consumidor. 
- Pode evitar que o médico seja acusado de imperícia, imprudência ou negligência. 
- Não deve ocorrer omissão de informação e deve haver troca de informações entre médico-
paciente antes do tratamento. Informações devem ser dadas de forma oral e escrita 
(preferivelmente). Informar sobre o que será feito, eventuais sequelas e cuidados pós-
operatórios. 
 
Disciplina de Cirurgia I - Resumo 
Painel 3. CIRURGIA AMBULATORIAL III: PEROPERATÓRIO (CONCEITOS DE 
ANTISSEPSIA, DESINFECÇÃO, ESTERILIZAÇÃO, ANTIBIOTICOPROFILAXIA, 
HEPARINOPROFILAXIA, PREPARO DA EQUIPE, PREPARO DO CAMPO CIRÚRGICO. 
TERMINOLOGIA CIRÚRGIA (PREFIXOS E SUFIXOS EM CIRURGIA) 
 
PER-OPERATÓRIO 
É o período compreendido entre o início e o término da intervenção cirúrgica. Envolve 
os preparos de 1 a 16, abaixo descritos: 
 1) Procedimento Anestesiológico e Monitoração do Paciente 
A intervenção cirúrgica se inicia com o preparo e a monitoração clínica do paciente, 
englobando desde a redução de sua ansiedade, avaliação clínica, seleção da técnica 
anestésica, introdução de acesso venoso, realização de eletrocardiograma contínuo, 
oximetria de pulso, capnografia (medida da função respiratória através da 
concentração de gás carbônico), controle neuromuscular, medida de temperatura 
corporal, controle de gasometria arterial, avaliação sobre necessidade de cateter 
nasogástrico e cateter vesical. Dependendo do grau de invasão da cirurgia, pode ser 
necessário fazer reposição de sangue. 
 2)Preparo da Sala cirúrgica: 
-utilização de vestimentas (evitar transporte de microrganismos resistentes), gorros 
(cabelos são fonte importante de contaminação por S.aureus) e máscaras (para 
impedir a propagação de microrganismos da nasofaringe dos profissionais para a 
ferida operatória). 
- limpeza rigorosa e desinfecção das mesas de cirurgia e de instrumentação, dos 
instrumentos. 
-controle do número de pessoas que transitam na sala. 
-Preparo das Instalações, equipamentos e materiais: organizar o posicionamento na 
mesa de instrumentos 
-Recursos humanos: devem estar presentes a equipe cirúrgica e algum técnico de 
enfermagem . 
- Recursos técnicos auxiliares: materiais especiais. ATENÇÃO: não usar nada de náilon ou outro 
material sintético que possa conduzir eletricidade devido ao uso de aparelhos 
 3) Antissepsia 
Antissepsia é a redução ou detruição do número de microrganismos localizados na pele ou 
mucosa de um ser vivo. Um antisséptico ideal deve ter: amplo espectro de ação, efeito 
residual(ação prolongada), alto poder germicida, produzir poucos efeitos colaterais, ser 
solúvel, estável, não-corrosivo, de odor agradável e baixo custo. 
São agentes antissépticos utilizados: 
ANTISSEPTICO USO Vantagens Desvantagens 
Clorexidina: sob forma 
de solução aquosa de 
gluconato de 
clorexidina 4% 
(sabonete líquido) 
Degermação do 
cirurgião e do 
sítio cirúrgico 
É uma base forte de 
ação bactericida; tem 
baixo potencial de 
toxicidade e 
irritabilidade 
Custo maior; aparecem 
manchas em tecidos 
quando lavada com 
alvejante 
álcool iodado: Procedimentos 
de risco baixo ou 
médio e infecção 
apesar de eficaz e 
barato 
Falta de efeito residual e 
reação dermatológica de 
hipersensibilidade 
Iodóforos :povidona-
iodo 
Redução da flora 
residente 
 Baixo efeito residual 
 
 A assepsia é o conjunto das medidas adotadas para evitar a chegada de germes a local 
que não os contenha; ausência de germes, ou de impurezas. Pode ser feita, por exemplo, com: 
-agentes físicos: ao mergulhar em água fervente por 30 minutos 
-agentes químicos: são mais usados, por aplicação de substâncias desinfetantes. 
 A flora residente está em equilíbrio com os mecanismos de defesa do organismo e 
pode ser removida por descamação celular natural ou forçada por degermação. Já a flora 
transitória está habitualmente ausente, localizada mais superficialmente e pode ser removida 
pelo suor e pela limpeza com água e sabão. 
Obs. Limpeza é diferente de antissepsia 
Limpeza remove flora transitória 
é feita com água e sabão 
Antissepsia remove flora residente, além 
da flora transitória 
É feita com antissépticos 
 
 4) Esterilização 
É a destruição de todos os microrganismos, tanto na forma vegetativa quanto na forma 
esporulada, em superfícies inertes. 
 5) Desinfecção 
Engloba os processos ou métodos de destruição dos microrganismos patogênicos, exceto dos 
esporulados, existentes em objetos inanimados mediante aplicação de agentes físicos ou 
químicos. 
 A desinfecção pode ser feita em diferentes níveis: 
-nível alto: objetos que não suportam esterilização -lâmina do laringoscópio, enfoscópio 
flexível, equipamentos de ventilação. Usam-se substâncias como glutaraldeído, ácido 
paracético, capazes de eliminar alguns esporos, todas as bactérias vegetativas, fungose todos 
os vírus. 
-nível médio: não elimina esporos, elimina a maioria dos fungos e tem ação intermediária 
sobre os vírus. Usado para materiais que entram em contato com a pele íntegra ou para 
superfícies. O cloro é um exemplo de substância utilizada. 
-nível baixo: não atua sobre esporos, uso igual aos desinfetantes de nível médio. Os comportos 
quaternários de amônia são exemplos de substância utilizada. 
 6) Antibioticoprofilaxia 
 Deve ser utilizada para reduzir o risco de IRS infecção no sítio cirúrgico. Quando é 
usada, a antibioticoprofilaxia deve ser administrada de modo que no momento da incisão já 
haja quantidade tecidual suficiente para evitar adesão das bactérias. As substâncias mais 
utilizadas são cefalosporinas de 1ª geração. Sua ação deve durar no máximo 24 horas. 
 Em quais condições é indicada? 
-Prodecimentos com alta taxa de infecção: implante de próteses, risco de sequelas funcionais 
ou estéticas graves, operações colo-retais, cirurgias de urgências, cirurgias prolongadas, 
operações em áreas nobres ou com grandes áreas de descolamento. 
-Cirurgias infectadas - Dá-se antibioticoterapia, por isso nunca se deve fazer esse tipo de 
profilaxia 
-Cirurgia contaminada - sempre indicada 
-Cirurgia potencialmente contaminada e limpa: deve ser acompanha de antibioticoprofilaxia 
em caso de pacientes maiores de 70 anos, desnutridos, imunossuprimidos, diabéticos 
descompensados ou com obesidade mórbida. 
 7)Heparinoprofilaxia 
 A heparinoprofilaxia é indicada para prevenir ocorrência de Tromboembolismo Venoso 
(TEV), ou seja, trombose venosa profunda e tromboembolia pulmonar. São fatores de risco 
para TEV: contraceptivos orais, obesidade, cardiopatias, neoplasias, varizes em mmii, 
tabagismo e viagens prolongadas. 
 São medidas gerais de profilaxia par aTEV: 
-reduzir o tempo de internação 
-estimular deambulação e movimentação ativa, dos membros inferiores. 
-elevação e evitar compressão dos membros inferiores 
-evitar punções venosas nos membros inferiores 
-utilizar meias compressoras. 
 São medidas específicas de profilaxia para TEV, segundo a estratificação por risco: 
Risco Cirúrgico Quem são Como prevenir TEV 
Baixo - menores de 40 anos 
-operações de pequeno ou 
médio porte sem fatores de 
risco 
-deambulação precoce com 
uso de meias compressivas 
Médio -entre 40 e 60 anos 
-operações de grande porte 
sem fatores de risco 
-operações de pequeno porte 
com fatores de risco 
-heparina 5000u 12/12h 
subcutânea 
-heparina baixo peso mol 
20mg/dia: vantagem é que 
tem efeito mais previsível 
Alto - maiores de 60 anos 
-cirurgias de grande porte 
sem fatores de risco 
-heparina 5000u 8/8h ou 
enoxaparina 40mg/dia 
Muito Alto -maiores de 40 anos com 
antecedente de TEV, 
neoplasia maligna ou 
trombofilia 
-grandes cirurgias 
ortopédicas em mmii, trauma 
múltiplo ou lesão medular 
-medicamentos 
-uso de meias e botas 
 
 8) Preparo da Equipe Cirúrgica 
A equipe cirúrgica deve ocupar o centro cirúrgico devidamente paramentada, retirar 
acessórios, unhas aparadas, mãos degermadas(por 5minutos). No caso de cirurgias 
ambulatoriais nível I, pode-se usar somente máscaras. 
 9) Posições operatórias 
 A posição operatória do paciente na mesa cirúrgica deve ser tal que permita a 
realização dos procedimentos de maneira mais fácil para o cirurgião. No caso de cirurgias 
ambulatoriais, a posição do paciente deve ser confortável para que seja bem tolerada. 
Posições inadequadas, viciosas, na mesa podem resultar na compressão de plexos nervosos, 
estiramentos de músculo, dificuldade de expansão da caixa torácica ou até obstáculo para o 
retorno venoso. Em hipótese alguma, o paciente pode ficar em contato direto com o metal da 
mesa operatória. 
 
10)Preparo do Campo operatório: 
-antissepsia dos campos: engloba tricotomia(retirada de pelos somente se for estritamente 
necessário) e degermação 
 
-colocação dos campos: deve ser adequada para permitir acesso fácil a lesão e a eventuais 
reparos anatômicos necessários. 
 
11)anestesia 
O paciente deve ser realizado do procedimento para evitar assustá-lo. 
12)Técnica cirúrgica 
Obedecer aos princípios fundamentais da técnica operatória é a melhor maneira de prevenir 
infecção incisional e garantir processo rápido de cicatrização. 
13)fios cirúrgicos 
Os fios cirúrgicos devem ser escolhidos de acordo com a técnica e com o local do 
procedimento. 
14)uso de drenos 
 O uso profillático de drenos está indicado em casos de descolamento tecidual extenso, 
com risco de formação de sero-hematomas. Os drenos servem, nesse caso, para remover 
secreção que se forma, manter a aposição dos retalhos cutâneos e facilitar a revascularização 
do plano dissecado. Quanto menos tempo o dreno permanecer, menor a chance de 
complicações com seu uso, por exemplo, contaminação retrógrada por microrganismos. 
15)curativo 
Após o ato cirúrgico, é preciso escolher se será feito ou não curativo sobre a ferida e se será 
feito enfaixamento do segmento operado. 
16)Uso tópico de anti-sépticos e antibióticos 
Não há comprovações científicas de que a aplicação de anti-séptico na ferida tem valor 
profilático ou terapêutico.Poré, isso é muito feito e as drogas mais utilizadas são 
cefalosporinas, rifampicina, etc. 
 
 
 
TERMINOLOGIA E NOMENCLATURA CIRÚRGICA 
 
 Prefixos: indicam o órgão a ser operado 
Ooforo:ovário 
Orqui: testículos 
Salpiga: tubas 
Laparo: abdominal 
 
 Sufixos: indicam o procedimento cirúrgico a ser realizado 
-CENTESE: punção 
-ECTOM- excisão, extirpação, remoção de totalidade ou parte de um órgão 
-OTOMIA- abertura, incisão 
-OSTOMIA- provocar uma boca 
-PEXIA: fixação 
-STASE: parada, detenção 
-PLASTIA: alteração da forma 
-RAFIA: sutura 
-SCOPIA: olhar o interior 
-TRIPSIA: quebrar 
 
 Termos: 
Assepsia: conjunto das medidas adotadas para evitar a chegada de germes a local que não os 
contenha; ausência de germes, ou de impurezas. 
Biópsia: retirada de um fragmento de tecido de um organismo vivo para o exame da natureza 
das alterações nele existentes 
Diérese: secção cirúrgica de uma estrutura anatômica; o ato de cortar/separar tecidos. 
Exérese: extirpação cirúrgica 
Hemostasia: ação ou efeito de estancar uma hemorragia 
DISCIPLINA DE CIRURGIA I - Resumo com base nas anotações de aula do Professor Agnaldo e no livro de 
Fisiologia e Patologia 
 
Pa4. BASES FISIOLÓGICAS DA COAGULAÇÃO, DA CICATRIZAÇÃO (CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS) E DA 
DEFESA ANTIINFECCIOSA. 
 
 Definições 
 
Ferida: presença de solução de contiguidade em um tecido que, anteriormente se encontrava íntegro. 
Pode ter causa diagnóstica, terapêutica ou acidental. 
 
Cicatriz: novo tecido que funciona como elo de ligação entre as duas bordas afastadas e reconstitui a 
integridade orgânica. Pode ser de 1ª intenção ou 2ª intenção. 
 
 
 Fisiologia da Hemostasia 
 
 Hemostasia é manter o sangue no estado fluido em situações fisiológicas mas pronto para reagir de 
maneira explosiva às lesões vasculares, para conter o sangramento até a correção do defeito na parede do 
vaso. Trata-se de um sistema enzimático. É um processo dividido em fases: (1) hemostasia primária, (2) 
coagulação plasmática e (3)fibrinólise. 
 
 Hemostasia Primária 
 As plaquetas são fragmentos de megacariócitos com membrana plasmática, sistema de 
microtúbulos e grânulos intracitoplasmáticos. São as primeiras a chegar, se aderem ao local, são ativadas e 
sofrem agregação, liberando seus grânulos e promovendo a liberação de prostaglandinas. 
 
 Coagulação Plasmática 
 
 Ocorre pela ação da parede vascular (endotélio e subendotélio), das plaquetas e de fatores 
plasmáticos anticoagulantes e pró-coagulantes.Todos os fatores plasmáticos são sintetizados pelo fígado, 
EXCETO o fator tissular(ATENÇãO!). 
 São fatores anticoagulantes: sulfato de heparina, trombomodulina, PGI2,NO, tPA, uPA. 
 São fatores pró-coagulante: Fator tecidual, fator de von willdeband, colágeno, fibronectina, 
laminina. 
 O cálcio é um importante co-fator da coagulação. Nas bolsas de sangue existe um anti-coagulante 
(EDTA) que atua como quelante de Cálcio impedindo coagulação. Sendo assim, ao receber uma transfusão 
de sangue é preciso administrar fatores que compensem esse efeito, por exemplo, administrar cálcio 
intravenoso. O sangue dos bancos de sangue deve ainda ser armazenada em temperaturas baixas, devido a 
temperatura ótima de ação das enzimas da cascata de coagulação. 
 
 Fibrinólise 
 É a solubilização do trombo pela Plasmina, que proteolisa o fibrinogênio e a fibrina que são 
quebrados em produtos de degradação. Os fragmentos D e E são gerados após degradas o fibrinogênio e 
os fragmentos D-dímeros são gerados após degradar fibrina-estabilizada. 
 
 Avaliação da Hemostasia 
 Avaliação da hemostasia é limitada pois só analisa o resultado da cascata, sem permitir saber o 
ponto de anormalidade, se houver. Mas, ainda assim a avaliação do estado de hemostasia do paciente é 
importante e pode ser feita das seguintes maneiras: 
-imprescindivelmente: avaliação clínica via anamnese e exame físico (ex: busca de equimoses, icterícia, 
hiperemia palmar ou plantar) 
-teste do tempo de sangria e curva de agregação plaquetária 
-teste do tempo de tromboplastina parcial (TTPa), tempo de atividade de protrombina (TP) 
-relação internacional normatizada 
-tempo de trombina 
-dosagem de fibrinogênio. 
 
*OBSERVAÇÃO: O uso de AAS compromete o funcionamento de plaquetas pois interfere nos fatores que a 
plaqueta deveria conter (ex: TXA2). Sem esse mediadores em quantidade suficiente, não ocorre agregação 
plaquetária adequada. 
 
 Quais exames solicitar em quais situações? 
-Para história negativa e cirurgia pequena: nenhuma exame 
-Para história negativa e cirurgia grande: exame de plaquetometria e TTPa 
-Para possível história positiva e cirurgia:plaquetometria, TTPa, TP, função plaquetária 
-Para história positiva: screening deve ser realizado de acordo com cada paciente (Protocolos). 
 
-Exame de Tromboelastograma: 
 -mede a influência da formação do coágulo. 
 - Mostra a quantidade de plaquetas e seu funcionamento 
 - mostra quanto tempo leva para coagular 
 -mostra o quão resistente é o coágulo formado 
 Pode resultar em padrões variados: hipercoagulável, coagula bem mas fibrolisa rápido, coagula 
normal mas demora muito, demora muito e não consegue coagular normalmente. 
 
 As fases da cicatrização: Inflamatória + Proliferativa + Reparadora 
 Em resumo: 
A fase inflamatória 
-conta com mediadores 
vasoativos e fatores 
quimiotáticos 
-dura do início até 3a 6 
dias 
-tem as etapas 
trombocítica, 
granulocítica e 
macrocítica 
 
A fase proliferativa: 
 
-é a formação do tecido 
de granulação 
-ocorre formação de 
colágeno 
-dura por até 3 
semanas 
 
 
A fase reparadora: 
 
-é o remodelamento do 
tecido 
-ocorre reordenação do 
colágeno e diminuição 
da vascularização 
- inicia na 3ª semana e 
pode durar até 2 anos 
 
 Em detalhe, as etapas são assim descritas: 
-Injúria ou lesão: é um primeiro sinal que induz liberação neuronal, termina com 
isolamento da área lesada em relação ao meio externo. Forma-se coágulo + 
inflamação. Há liberação de mediadores como histamina, cininas e leucotaxinas. 
 
-Formação do coágulo: Os vasos rompidos se retraem e interrompem o fluco, forma-
se o coágulo, ocorre síntese de colágeno e neoformação vascular. Há ação de trombina 
e prostaglandinas. 
 
-Inflamação: Dura cerca de 3 dias, conta com a participação de neutrófilose monócitos 
fazendo debridamento, ocorre proliferação de fibroblastos e participação de citocinas. 
 
-Angiogênese: ocorre migração e mitose de células endoteliais da periferia para o 
centro da ferida, o suprimento sanguíneo fornece fibroblastos, as células endoteliais 
promovem fibrinólise pela liberação de bradicinina e prostaglandinas. Em feridas de 2ª 
intenção, ocorre neoangiogênese e o aspecto é de tecido de granulação. 
 
-Fibroplasia: os fibroblastos migram, depositam matriz extracelular e sintetizam 
colágeno 
-Epitelização: as células epiteliais migram de acordo com o nível de oxigênio, TGDbeta, 
FCE, INF gama. 
 
-Maturação do Colágeno: a cicatriz sofre degradação e remodelamento, as 
colagenases teciduais destroem colágeno e ele é inibido de ser sintetizado. Ocorre, 
então, redução do estímulo de angiogênese 
 
 Tipos de Cicatrização 
-1ª intenção: ferida é fechada, por aproximação das bordas 
-2ª intenção: as bordas da ferida não estão aproximadas 
-3ª intenção: por medo de infecção, deixa a ferida aberta para granulação e ocorre 
sutura tardia 
 
 Tipos de feridas 
 O tipo de lesão provocada interfere se as bordas serão preservadas. Isso 
depende da intensidade da força aplicada. A razão força/área é diferente para um 
bisturi do que para uma outra estrutura causadora de acidente, por exemplo. São tipos 
de lesões distintos: os cortes contusos e as lacerações. 
 
 As feridas podem ser classificadas segundo o grau de contaminação: 
-Limpa: ferida cirúrgica com preparo antes da incisão, há baixo risco de infecção 
-Potencialmente contaminada: feridas limpas até a abertura das vias respiratórias, 
digestóras ou genitourinárias 
-Contaminada: feridas traumáticas recentes 
-Infectada: ferida traumática com acesso tardio ao tratamento local, com tecidos 
desvitalizados, corpos estranhos ou contaminação fecal. O organismo vivo existe e está 
gerando resposta inflamatória no hospedeiro. 
 
*ATENÇÃO: Contaminação é diferente de infecção: contaminação pode evoluir para 
infecção e infecção já tem resposta efetiva. 
 
 A infecção de sítio cirúrgico ocorre quando o número infectante é de no 
mínimo 100000 bactérias/g de tecido. São fatores no tipo de ferida: 
- fatores locais: técnica cirúrgica, hematomas, corpos estranhos, infecções 
-fatores sistêmicos: doenças pre- existentes, estado nutricional. 
 
 Exemplos de alguns fatores deletérios para cicatrização: 
-desnutrição no pré-operatório: retarda a síntese de mediadores devido a baixa 
disponibilidade de substratos 
-carência de vitamina C: compromete a maturação de fibroblastos e a síntese de 
colágeno 
-Carência de vitamina do complexo B: compromete algumas etapas pois são co-fatores 
do metabolismo de substratos lipídicos 
-Carência de ácido fólico: reduz a produção de colágeno 
-Carência de vitamina E: compromete síntese do colágeno e suas qualidade. 
-Carência de zinco pode causar danos estruturais ao colágeno sintetizado 
-Carência de ferro: é essencial para hidroxilação da molécula de colágeno 
-Idade: aumentada implica em maior dificuldade para cicatrizar 
-Infecções: retardam a cicatrização pois bactérias consomem colágeno e diminuem o 
aporte de oxigênio, além do que TNF em excesso é desfavorável 
-Hipóxia: reduz capacidade funcional das células inflamatórias, favorecendo infecções, 
degradando colágeno e tornando a cicatrização mais frágil 
-Trauma: diminui a velocidade 
- Denervação de feridas: diminui a quimiotaxia de macrófagos e fibroblastos 
-Acidose diminui a síntese de mediadores bioquímicos da cicatrização e de colágeno. 
 
INFECÇÕES BACTERIANAS DE PELE E DO TECIDO SUBCUTÂNEO
Infecção em cirurgia é o resultado da invasão, multiplicação e atividade metabólica e seus 
efeitos fisiopatológicos sobre os tecidos de um indivíduo. Pode ser primária ou secundária 
(associada a trauma ou cirurgia). Em ambos os casos, há um rompimento do equilíbrio entre 
defesa do hospedeiro e virulência bacteriana. Um organismo hígido conta com três 
mecanismos de defesa:
⦁ Primária: Barreiras físicas e químicasque impedem a penetração e crescimento do 
organismo.
⦁ Secundária: Atividade fagocitária PMN e ativação de sistema complemente
⦁ Terciária: Resposta de fase aguda do sistema imune. 
A pele é um mecanismo de defesa muito eficiente, mas isso depende de sua integridade (se 
não há rompimento do mecanismo primário de defesa). A dessecação (meio fica impróprio), 
descamação (remoção) e secreção (remoção) são mecanismos importantes. Os ácidos 
orgânicos da pele mantém seu pH entre 5 e 6, o que já impede o crescimentod e muitas 
espécies bacterianas. A flora normal também exerce um importante mecanismo via 
competição. 
Quando se faz uma incisão na pele, estabelece-se uma solução de continuidade, com 
rompimento da defesa primária, o que favorece a infecção caso não sejam tomados os 
devidos cuidados. 
--> Infecções :
São chamadas comunitárias ou hospitalares (ocorrem com mais de 48h de hospitalização e 
geralmente são resistentes a meticilina).
Impetigo
Impetigo é uma infecção bacteriana comum que atinge as camadas superficiais da pele 
causada por Staphylococcus aureus (resistente a meticilina MRSA)e Streptococcus pyogenes. 
São vesículas com conteúdo ceroso, adquiridas quando for exposta à bactéria 
principalmente quando entra em contato com feridas de alguém que já está infectado ou 
quando entrou em contato direto com itens compartilhados como roupas, lençóis, toalhas e 
até mesmo brinquedos.
Os fatores que aumentam o risco de impetigo incluem:
⦁ Mais comum em crianças dos dois aos seis anos de idade
⦁ Pode ter epidemias (se espalha facilmente em escolas, ambientes infantis e outros 
locais fechados e lotados)
⦁ Clima quente e úmido, comum em estações quentes do ano, facilita a transmissão 
da bactéria
⦁ Lesões na pele causadas por mordidas, picadas de inseto e outros tipos de feridas 
também podem facilitar a ocorrência da infecção
⦁ Idosos e as pessoas com diabetes ou um sistema imunológico comprometido são 
mais propensos a desenvolver impetigo e algumas de suas complicações.
Os principais sinais e sintomas de impetigo são:
⦁ Uma ou mais pústulas com pus que facilmente estouram. Em crianças, a pele é 
1
avermelhada com aspecto machucado, principalmente onde houve rompimento da 
pústula
⦁ Pústulas que coçam, preenchidas com um líquido amarelado
⦁ Vazamento de pus e formação de crostas
⦁ Erupções cutâneas que pode começar com um único ponto, mas espalhar-se para 
outras áreas conforme a pessoa coça
⦁ Lesões de pele no rosto, lábios, braços ou pernas, que se espalham para outras áreas 
do corpo
⦁ Nódulos linfáticos inchados próximos ao local de infecção.
--> Foliculite:
2
Foliculite é a inflamação de um ou mais folículos pilosos. A foliculite superficial, que costuma 
ser a mais comum, afeta apenas a parte superior do folículo piloso. Foliculite superficial 
pode ser:
⦁ Foliculite Estafilocócica
⦁ Foliculite por pseudômonas (foliculite da banheira quente)
⦁ Pseudofoliculite da barba
⦁ Foliculite Pitirospórica
É mais comum em mulheres pelo hábito de se depilarem (nomalmente linfonodos inguinais 
são palpáveis). Também ocorrem por lesão ao se barbear, atrito provocado por roupas 
muito apertadas, transpiração excessiva, condições inflamatórias da pele (dermatites e 
acne), lesões gerais da pele, curativos de plástico ou fita adesiva aplicados sobre a pele. A 
lesão é isolada e circunscrita, mas pode se espalhar, o que exige tratamento com 
antibióticos.
3
--> Furúnculo:
É uma inflamação do folículo piloso com infecção cutânea causada por bactéria que envolve 
este folículo, ou seja: há formação de abcesso (abcesso=drenar. Ou seja, associado ao uso de 
antibióticos deve-se drenar o local). Formação de um nódulo avermelhado, doloroso, 
endurecido e quente, com uma área amarelada na parte central indicativa da presença de 
pus. O tamanho do furúnculo pode variar de acordo com a profundidade dos tecidos 
infectados. É geralmente causado pela bactéria Staphylococcus aureus, mas também pode 
ser causado por outras bactérias ou fungos presentes na superfície da pele. Geralmente 
crescem em locais acometidos por alguma ferida ou picada de inseto, que facilitam a 
entrada da bactéria. A lesão surge especialmente nas regiões com pelos e mais expostas à 
umidade, pressão e atrito, ou a substâncias gordurosas que facilitam a obstrução dos 
folículos pilosos. Os furúnculos são mais comuns no rosto, pescoço, axilas, nádegas e coxas. 
Fatores de risco: 
⦁ Contato físico com pessoas que tenham furúnculo
⦁ Diabetes, que dificulta a ação dos anticorpos contra a bactéria causadora da infecção
⦁ Doenças na pele, como acne e eczema, facilitam o surgimento de furúnculos
⦁ Imunidade comprometida dificulta a reação do corpo a infecções. Pacientes com o 
vírus do HIV são mais suscetíveis a furúnculos
⦁ Obesidade também aumenta a incidência das lesões.
4
--> Panoníqua:
É a inflamação da dobra ungueal (pele ao redor da unha) e pode ser provocada por diversos 
agentes como bactérias, fungos e vírus. Pode ser, também, uma manifestação de alergia.
Paroníquia aguda: a inflamação se desenvolve em algumas horas e, usualmente, se resolve 
em alguns dias (<14d). O agente causador mais comum é a bactéria Staphylococcus.
A dobra ungueal fica avermelhada, muito dolorosa e inchada. Pode haver presença de pus 
sob a pele e os casos mais intensos podem se acompanhar de ínguas e, até mesmo, evoluir 
para um abscesso. Outra complicação possível é a formação de um granuloma piogênico.
Acomete mais as mulheres pelo hábito de ir à manicure e retirar a cutícula.
Paroníquia crônica: é um processo gradual que, em geral, começa por uma das unhas e 
acaba afetando outras. A dobra ungueal fica inchada, avermelhada, dolorida e se eleva em 
relação à lâmina da unha, não sai pus (isso o professor falou na aula, mas no livro tem que 
pode sair pus pela cutícula caso se esprema). A paroníquia crônica pode ser provocada por 
5
diferentes microorganismos, como bactérias, fungos e leveduras, sendo a Candida albicans 
um dos mais frequentes causadores.
A inflamação pode se estender por vários meses ou anos e altera a formação da unha, que 
cresce ondulada e com a superfície defeituosa, tornando-se quebradiça.
É muito comum em pessoas que trabalham constantemente com água, como empregadas 
domésticas, donas de casa e ajudantes de cozinha. As mãos continuamente molhadas 
favorecem a proliferação dos microorganismos e dificultam a eliminação da doença.
--> Erisipela:
É um tipo de celulite superficial da pele (inflamação de origem infecciosa) que apresenta 
envolvimento linfático marcante. Utiliza lesões como porta de entrada mais frequente. Pode 
gerar lesões tão pequenas que passem desapercebidas, mas pode gerar ferimentos maiores 
e lesões ulceradas. Tende a ocorrer em áreas edemaciadas ou com obstrução linfática, sendo 
assim, como ela mesma causa obstrução linfática, são comuns recindivas. Mais frequente 
em membros inferiores. Em crianças também ocorre, em níveis altos, na face e secundário a 
infecção do coto umbilical. Streptococcus é o agente mais comum, mas também pode ser 
gerado por Pseudomonas aeruginosa. 
Fatores de risco:
⦁ estase venosa
⦁ paraparesia
⦁ diabetes melitus
⦁ etilismo
Caracteriza-se pelo aparecimento abrupto de febre, cefaléia, calafrios, mal estar e desânimo, 
6
acompanhado de manchas avermelhado-vivo, quente e dolorosas, de bordas elevadas e 
bem delimitadas (seria possível passar uma caneta no entorno). Apresenta sinais flogísticos 
(de inflamação: dor, calor, rubor, tumor (edema) e perda de função. É recorrente linfangite e 
linfadenomegalia. Pode haver bolhas e ulcerações. O diagnóstico diferencial é feito com a 
celulite. Se evolui para epidermólise (doença do tecido conjuntivo) é chamada erisipela 
epidermótica e se evolui para necrose é erisipela necrotizante. Dependendo do paciente é 
preciso internar e erisipela naface tem sempre que internar e dar antibiótico na veia, pois a 
drenagem da face é feita por seios venosos que direcionam-se ao cérebro. 
--> Celulite:
Inflamação de origem infecciosa do tecido subcutâneo, ou seja: acomete camada mais 
profunda da pele diferentemente da erisipela. Como acomete mais profundamente, 
superficialmente seu aspecto é de uma vermelhidão menos viva e de difícil delimitação. 
Gera menos dor que a erisipela. Causado por stafilococcos em maior nível que por 
estreptococcos. Gera febre, mal estar, vermelhidão difusa e é dificil ser eliminada. Pode 
haver a formação de abcesso. 
7
--> Linfangite
São inflamações de origem infecciosa dos vasos linfáticos. São geradas por Streptococcos 
mais que por Staphilococcos. Há ocorrência de dor, febre, mal estar, leve vermelhidão e 
linfonodos palpáveis. Mais comum em membros inferiores. Pode ocasionar 
glomerulonefrite e febre reumática se cronificar. Para Strepto o tratamento é de penicilina 
por longo período e Staphilococcos (resistentes a penicilina pela B-lactamase) é tratado por 
Amoxicilina + Clavulanato ou Cefalosporina (cada geração aumenta eficiência contra gram 
negativo e reduz contra positivo). Se há dúvida do agente causal, utiliza-se cefalosporina de 
1ª geração. 
8
obs.: Penicilina só entra no SN por via intravenosa. A via intramuscular propicia ação de 
longa duração. 
9
CIRURGIA DE UNHA
A unha geralmente se encrava por corte inadequado: de forma arredondada nas quinas. Isso 
gera uma espícula que fere a pele provocando inflamação. As unhas são importantes, pois 
servem de defesa e ataque e protegem a sensibilidade da ponta dos dedos. (obs.: a cutícula 
também é chamada de eponíquo).
A lâmina da unha se forma a partir de células matrizes, localizadas em correspondência à 
raíz ungueal e recobertas por eponíquo, e é aderida ao leito ungueal. A unha cresce de 2,5 a 
3 mm por mês, influênciado pela alimentação, já que sua origem é predominantemente 
proteica. 
A técnica anestésica utilizada é o bloqueio de dedo lento, no qual se injeta anestésico na ida 
e na volta. Não se deve forçar para não lesar vasos e nervos. Desse modo, se há resistência, 
deve-se retornar, desviar e prosseguir. Para isso é necessário seringa, 3 agulhas e anestésico 
sem vasoconstritor (região terminal). Os instrumentos utilizados são:
⦁ Pinça reta longa (entra embaixo da unha sem arrancá-la)
⦁ Tesoura reta longa forte
⦁ Mesa cirurgica com instrumental inclusive para enfaixamento posterior
obs.: em diabetes a neurovasculopatia pode levar à necessidade de amputação
--> Onicogrifose:
1
É uma alteração das unhas, onde elas se tornam irregulares, espessadas e curvadas. Mais 
frequente nos pés, principalmente no hálux. Mais recorrente em idosos e tende a piorar com 
a idade. Surge em decorrência de trauma ou de outra lesão local. Pode-se fazer o corte da 
unha em V (para desconcavizar a unha) ou , como a recindiva é alta, exérese total de unha e 
destruição do epitélio germinativo do leito ungueal. 
--> Unha encravada:
Ocorre quando a margem ungueal penetra e irrita os tecidos vizinhos, levando à lesão da 
pele na dobra lateral, geralmente se instalando tecido de granulação. Na ausência de tecido 
de granulação deve-se realizar somente aconselhamento para não usar sapatos apertados e 
nem saltos e cortar as unhas corretamente (ângulo de 90º com o eixo longitudinal do 
artelho). Em caso de presença de tecido de granulação: após anestesia troncular, levanta-se 
a borda lateral da unha com pinça hemostática curva de ponta fina, secciona-se a espícula 
com bisturi e introduz-se um pedaço de algodão sob a unha, afastando-a do leito. O algodão 
deve ser embebido duas vezes ao dia com iodo ou PVP-I. Em caso de hipertrofia de toda a 
borda lateral deve-se fazer uma secção em cunha do tecido hipertrofiado, se há espicula ela 
é seccionada e é colocado algodão embebido (como anteriormente) em toda a extensão 
lateral da unha ou se retira o terço lateral ou medial da unha em toda a extensão da mesma, 
retirando-a junto com o tecido de granulação. 
--> Hematoma subungueal:
Para aliviar o hematorma pode-se furar unha para drenar sangue e aliviar a dor. A 
perfuração é feita com agulha fina previamente aquecida ao rubro em chama de álcool. Vai-
se encostando a ponta aquecida (quantas vezes for necessário) no mesmo local, sem fazer 
pressão, até que o calor vai perfurando a mesma. Uma alternativa é usar agulha mais grossa 
e fazer a perfuração por movimentos de rotação. Após isso é colocado o curativo 
compressivo e enfaixamento da mão em posição anatômica (pelo menos 24h). 
--> Avulsão parcial traumática e ferimentos cortantes envolvendo a unha:
Em caso de trauma com perda de unha deve-se recolocá-la para proteger o leito enquanto 
uma nova unha não nasce. Esse procedimento é feito sob anestesia por bloqueio regional.
--> Tumor benigno de unha e região periungueal (tumor glômico):
São tumores extremamente dolorosos. Neles, uma mancha vermelho-arroxeada é vista sob 
o leito ungueal. O tratamento é a exérese cirúrgica (é rara disseminação fora da cápsula). 
Faz-se anestesia regional desloca-se a unha de seu leito e faz-se a excisão total do tumor, o 
que é facilitado pois ele é bem encapsulado. Retira-se o garroteamento e faz-se hemostasia 
cuidadosa. A unha é recolocada no leito, fixada por ponto de mononáilon. A peça deve ser 
enviada para bíopsia em anatomia patológica. Faz-se curativo compressico e a mão é 
enfaixada em posição funcional. A dor desaparace com o tratamento cirúrgico bem 
sucedido. Ocorre recindiva em 10 a 20% dos casos. 
--> Melanoma
2
Uma lesão subungueal escura deve ser considerada maligna até prova contrária da biópsia. 
Em caso de melanoma deve-se amputar o artelho acometido, seguido de quimioterapia 
intralinfática (a amputação é feita sob consentimento do paciente) e esvaziamento linfático 
regional de 4 a 6 semanas após a amputação. Um torniquete deve estar sempre presente 
acima da zona de biópsia ou amputação. 
--> Panarício
O panarício é uma inflamação que se desenvolve ao redor das unhas das mãos ou dos pés e 
pode ser purulenta. O tratamento é demorado e sempre que possível deve ser conduzido 
por dermatologista. Deve-se abster de manusear muita água, expôr-se a ambiente úmido, 
evitar microtraumas e contato com alérgenos. Faz-se aplicação de corticoesteróide e em 
caso de infecção secundária por cândida usa-se imidazólicos associados pela manhã (ou de 
antibióticos quando bactérias). No caso de necrose deve-se fazer exérese parcial ou total da 
unha e o professor indicou nesse caso fazer incisão em O ou T. Depois deve-se fazer curativo 
compressivo e enfaixar a mão em posição anatômica, trocando-se o curativo diariamente. 
3
LESÕES PRÉ CANCEROSAS E TUMOR BENIGNOS DE PELE E SUBCUTÂNEO 
Fernanda Scaramussa 
LESÕES PRÉ CANCEROSAS: 
As dermatoses pré cancerosas são afecções cutâneas que, durante sua evolução natural, se 
transformam ou sobre ela se desenvolvem neoplasias malignas, cuja incidência é significativa 
(superior a 10%). 
Os agentes cancerígenos mais importantes são: 
 Químicos: arsênio, alcatrão 
 Físicos: radiação solar, principalmente, dentre os UV, o UV-B e radiações ionizantes 
 Biológicos: vírus, hormônios, inflamações, ulcerações... 
Definição de conceitos: 
 Ceratose: modificação circunscrita ou difusa da espessura da pele, que se torna mais 
consistente, dura e inelástica. Apresenta superfície áspera e rugosa, resultado do 
espessamento da camada córnea. 
 Hiperceratose: além do espessamento da camada córnea, nota-se o espessamento da 
camada granulosa. 
 Leucoplasia: é a ceratose da mucosa, representa-se por lesão esbranquiçada 
 Disceratose: desorganização na epiderme sugestisva de malignização. Muita atipia e 
mitose celular. 
1. CERATOSE SOLAR - ACTÍNIA OU SENIL: 
Modificaçãocutânea caracterizada por espessamento da camada córnea. Pode ser benigna por 
toda a vida, ou sofrer processo de malignização quando influenciada por fatores biológicos e 
externos. 
Está associada aos raios solares, principalmente, UV-B que são os que apresentam maior efeito 
carcinogênico. Os fatores que mais influenciam são a exposição exarcebada ao sol e a má 
proteção (proteção inadequada) da pele. 
Acomete principalmente face, dorso da mão e antebraço. São lesões que medem menos de 1 
cm, de diâmetro, algumas são pigmentadas e podem ter extensões perifericas ou 
hiperceratose acentuada, características de outras lesões. 
Histologicamente, classificam-se como displasias ou carcinomas in situ, mas clinicamente ainda 
são benignas. 
As lesões têm evolução crônica e dão origem ao carcinoma escamoso (CCE) em 20% dos 
pacientes. O aparecimento de halo eritematoso e infiltração na base pode caracterizar 
infiltração maligna. 
TRATAMENTO: menores que 0,5 cm: curetagem; maiores que 1 cm: cirurgia. 
2- QUEILOSE EROSIVA: 
PROFESSOR FALOU QUE VAI CEMAIR! LESÃO LABIO INFERIOR= QUEILOSE EROSIVA= 
LEUCOPLASIA DE LÁBIO INFERIOR 
São lesões resultantes da ação traumática de radiações solares e da própria involução da 
mucosa localizando-se principalmente na borda livre do lábio inferior. Lesões análogas à 
ceratose que se mostram como vermelhidão no lábio inferior. 
As lesões podem sofre erosão e se infiltrar dando origem ao CCE de lábio inferior. Podem gerar 
metástase em 11% dos casos, pois é uma região melhor vascularizada. Gera, também, infecção 
crônica das glândulas salivares e está intimamente relacionada à exposição ao sol, tabagismo e 
má higiene bucal. 
TRATAMENTO: ressecção cirúrgica (incisão em V). 
3- LEUCOPLASIAS: 
Placas esbranquiçadas, únicas ou múltiplas, na mucosa bucal e vulvar. São resultado de 
espessamento da mucosa, podem se apresentar um pouco elevada e com bordas irregulares, 
porém bem demarcadas. São dificilmente removíveis estão in situ e com características 
anaplásicas. 
 Importancia clínica a leucoplasia de lábio inferior ou leucoplasia tabástica, que se 
manifesta em indivíduos que se expuseram durante muito tempo a substamcias 
lesivas. 
TRATAMENTO: glossomandibulotomia total se a biópsoa der CCE de lábio inferior. 
4- XERODERMA PIGMENTOSO: 
Doença rara autossômica recessiva em que o individua possui sensibilidade exagerada à 
exposição á luz solar. Forma-se alterações cutâneas pigmentadas relacionadas à alta incidência 
de câncer de pele. 
Doença progressiva com alta degeneração da pele, olhos e SN devido ás lesões ao DNA. Ocorre 
em 3 estágios principais: 
1. 1-2 anos: eritema difuso, descamação e “sardas”. Elevada sensibilidade à exposição à 
luz. 
2. 2-8 anos: atrofia da pele, pigmentação mosqueada e telangiectasias dando um aspecto 
de radiodermatite crônica. Ceratoses solar surgem na área de descamação. 
3. Adolescência: presença de tumores malignos (CCE e carcinoma basocelular) que 
podem levar à morte. 
TRATAMENTO: * Preventivo: uso de protetor solar, proteção da pele à exposição a luz, se 
houver lesão, ressecção da mesma e se houver tumor NÃO realizar radioterapia. 
 
5- CICATRIZES VICIOSAS: 
Lesões que se apresentam com ulceração, são antigas, retráteis, duras, traumatizadas e 
instáveis, principalmente, secundária a queimaduras. Portanto, acometem pessoas mais velhas 
(a partir dos 40 anos) e os locais de maior frequência são: MMII, articulação coxo-femoral 
joelho e couro cabeludo devido aos fatores de exposição responsáveis por lesões cutâneas. 
São geralmente CCE de aspecto vegetante ou ulcero-vegetante. 
TRATAMENTO: ressecção cirúrgica mesmo que preventiva. 
OBS: 
TUMORES E MAL FORMAÇÕES CUTÂNEAS: Importancia estética e possibilidade de 
malignização. 
 
TUMOR BENIGNOS DE PELE E SUBCUTÂNEO: 
Os tumores benignos de pele e subcutâneo são responsáveis por 30% dos procedimentos 
ambulatoriais. 
1-CORNO CUTÂNEO: 
Lesão tumoral sólida, cônica com projeção acima do nível da pele. Pode variar de 1 a vários 
centímetros. Corresponde à acentuada ceratose da camada córnea. Pode estar associado a 
lesões pré cancerosas. 
Se for maior que 2 cm, a base se torna pré maligna. 
TRATAMENTO: exérese com margem de segurança. 
2- DERMATOFIBROMA: 
Tumor benigno do tecido conjuntivo que varia de acastanhado a negro. Geralmente é plano, 
mas pode apresentar constituição papulosa. À palpação, pode-se perceber um nódulo bem 
firme em seu interior. Acomete, principalmente, MMII de mulheres na forma única de 5-10 
mm. Sua importância é com relação ao diagnóstico diferencial com lesões de pior prognóstico 
(diferenciar de melanoma quando o dermatofibroma for muito pigmentado). Para isso, é 
caracterizado como uma hiperceratose em casco de tartaruga. 
TRATAMENTO: exérese até o subcutâneo com sutura. 
3- FIBROMA MOLE: 
Lesões pedunculadas e moles de 1-5 mm, geralmente, multiplas. Podem ser da cor da pele ou 
pigmentadas e encontram-se principalmente na região cervical, da virilha e das axilas. 
Acomete pessoas mais velhas e obesas. Corresponde a tecido conjutivo frouxo envolvendo 
vasos, sem fibras elásticas. 
TRATAMENTO: corte com tesoura seguido, quando necessário, de eletrocautério para 
coagulação. 
4- LIPOMA: 
Tumor benigno de células adiposas adultas. Acomete região cervical, nádegas, costas e porção 
proximal das extremidades. É bem delimitado e destacável (móvel) sobre a pele que o recobre. 
 LIPOMATOSE: vários lipomas em MMSS e tronco, bilateralmente: associar á polipose 
intestinal. 
TRATAMENTO: cirúrgico 
5- GRANULOMA PIOGÊNICO: 
Tumor vascular benigno de origem incerta. É uma lesão vegetante, única, vermelha, sólida, 
pedunculada, friável e sangrante. Presente em dedos, gengivas, língua e mucosa oral. A lesão 
pode involuir sozinha. 
TRATAMENTO: ressecção, eletrocautério e curetagem. 
6- LINFANGIOMA: 
Lesões decorrentes de excesso de tecido linfático. Podem ser classificados como simples, 
cavernoso e cístico. 
 Cístico: região cervical posterior até supraclavicular. Pode ser transluminada. Acomete 
principalmente crianças (congênito) e sua involução é incomum. 
 Cavernoso: tumefação compressível que apresenta-se associado a hemangiomas. 
 Simples: lesões pequenas e simples translumináveis. 
TRATAMENTO: cirúrgico ou com injeção de OK 432, quando a cirurgia não é possível. 
7- MANCHA EM VINHO DO PORTO: 
Lesão vascular não involutiva que possui bordas bem definidas. Ao nascimento, apresenta 
coloração rósea e depois torna-se vinho. É A LESÃO DO BICALHO. 
Unilateral, que cresce proporcionalmente com o indivíduo e não apresenta elevação das 
bordas. 
TRATAMENTO: não necessário, mas pode ocorrer cirurgia. 
8- HEMANGIOMAS EM MORANGO- FRAGIFORMES: 
São lesões que se desenvolvem no período neonatal, ou seja, são hemangiomas. As lesões que 
ocorrem no pré-natal, são classificadas como má formação vascular. 
Acomete crianças (vão crescendo até uns 2 anos de idade) na região, principalmente, da 
cabeça e pescoço. São lesões firmes, grandes e de coloração vermelho-vivo. 
 
 
9-NEUROFIBROMA: 
Neoplasias benignas que correspondem à proliferação das células de Schawnn. É o tumor mais 
comum dos nn. periféricos Lesões múltiplas, espalhadas, da cor da pele que podem ser moles 
ou firmes. É um tumor individualizado e não encapsulado. 
Podem ser do tipo 1 ou2: 
 Tipo 1: 
Doença genética de NEUROFIBROMATOSE, caracterizada pela presença de neurofibromas com 
manchas do tipo café com leite que estão associadas a tumores do SNC, medula e 
feocromacitoma. 
 Tipo 2: 
Pode haver Shawnomas vestibulares, meningiomas intracranianos e intraespinhal e 
ependimomas intramedulares. 
Os pacientes NÃOapresentam as mesmas manifestações clínicas. 
TRATAMENTO: ressecção cirúrgica quando for único. Se forem lesões múltiplas, ressecar 
apenas as sintomáticas, com margem de segurança, e enviar para biopsia. 
10- CERATOACANTOMA: 
Tumor epitelial benigno. Incidência na pele que fica mais exposta ao sol (mão e antebraço) e 
em pessoas mais velhas (>50 anos). Apresenta evolução de maneira rápida e espontânea, 
podendo ser múltiplas ou únicas. São decorrentes da multiplicação das células dos folículos 
pilosos. As lesões podem ser salientes, duras, umbilicação ou cratera central. 
OBS: Fazer diagnóstico diferencial com CCE. 
TRATAMENTO: excisão completa + sutura 
11-TRICOEPITELIOMA: 
Tumor da pele benigno, derivado dos folículos pilosos, mais frequente na face, mas que pode 
surgir, também, no couro cabeludo, pescoço e no tronco. É chamado de adenoma sebáceo e 
manifesta-se mais na adolescência. 
12- CISTO SEBÁCEO: 
Oclusão do conduto da glândula sebácea gerando acumulo de secreções e, 
consequentemente, dilatação ductal e glandular. Crescimento lento e secreção caseosa e 
amorfa. Acomete região da face, couro cabeludo e pescoço. 
Pode formar uma cápsula de fácil ressecção. Se houver infecção, deve-se apenas drenar o local 
e tratar com ATB, pois, durante a inflamação, a cápsula não está bem definida podendo 
espalhar a infecção pelo organismo. 
TRATAMENTO: cirurgia. 
13- CISTO DERMÓIDE: 
Má formação embrionária que pode sofrer degeneração maligna. Presente na região frontal e 
periorbital, mas, também, naquelas regiões de “fechadura” primitiva. Lesão semifluida ou 
caseosa com associação de vários componentes do organismo (osso, cartilagem, pelos...). 
TRATAMENTO: exérese cirúrgica. 
14- CALOSIDADES: 
Massas de hiperceratose duras e amareladas, presentes nas regiões que sofrem constante 
atrito e pressão. Caracteriza-se por uma reação de defesa ao trauma repetido podendo ser 
dolorosa ou não. 
TRATAMENTO: eliminar a causa do trauma constante. Pode haver, também, tratamento 
cirúrgico, mas o mais indicado é o Acido Salicilico em forma de pasta. 
DERMATOSCOPIA: DIFERENCIAR MELANOMAS DE LESÕES BENIGNAS PIGMENTADAS 
ABCDE 
A: ASSIMETRIA 
B: BORDAS IRREGULARES 
C: CORES VARIADAS 
D: DIÂMETRO MAIOR QUE 6 mm 
E: ELEVAÇÃO 
EM HIPÓTESE ALGUMA SUBSTITUI A HISTOLOGIA! 
 
Resumo capitulos 21 e 23 do Savassi + caderno 
 
Tumores malignos de pele (melanoma e carcinoma) 
* Mas grande parte da aula foi enxerto/retalho, logo tb contempla esse assunto 
Carcinoma: mais comum, origem em células epiteliais e anexos cutâneos 
Basocelular (mais comum, não dá metástase) 
Espinocelular (mais grave - metastáse) 
Melanoma (mais raro e grave que os carcinomas; metástases precoces e agressivas) 
Sarcoma 
Linfoma 
 Basocelular 
- 80% dos tumores de peles claras; não metastatiza, logo, baixa mortalidade 
-caso suspeito, faz-se biopsia incisional de 3 fragmentos 
- Lesão persistente, de crescimento lento, indolor 
- Excisão com margem de segurança , que deve ser maior em áreas mais propensas a recidiva 
(regiões nasal e periorbital) 
- Localização mais frequente: cabeça e pescoço; 15 % áreas não expostas do tronco; não 
ocorre em mucosas 
- subnotificado 
- 1500 maior o risco em caucasianos do que em negros 
FATORES DE RISCO: olhos e cabelos claros, pele sardenta, raios UV (UVB é o mais 
carcinogênico), historia familiar, genodermatoses (albinismo e xeroderma pigmentoso), 
imunossupressão, HPV 
TRATAMENTO: 
-Ressecção (o que é mais feito, e depois manda para anatomopatológico) 
- Cauterização (ruim, pois lesa o tecido e não dá para fazer biópsia – fica sem diagnostico e 
sem margem de segurança; além de pior resultado estético) 
- Cirurgia de Mohs (praticamente não é usada, o professor nunca viu ninguém fazendo) 
- Radioterapia (tumor radiossensível), crioterapia, quimioterapia tópica (fluorouracil, INF-
alfa...) 
 Espinocelular 
- Geralmente se assenta sobre uma lesão preexistente ou ferida crônica, como queimaduras 
(mas não é transformação dessa ferida) e em áreas expostas ao sol - úlcera de Marjolin 
- 3 vezes mais frequente em homens; incidência aumenta com diminuição da latitude; 
associação com ceratose actínica e ceroacantoma 
- localizações com mais risco de recorrência e metástase: lábios e orelhas 
FATORES DE RISCO: idem a CBC + osteomielite, ceratoacantoma, ulceras de pele, ceratose 
actínica e lesões cutâneas crônicas. 
TRATAMENTO: semelhante ao CBC + tratamento da doença linfonodal 
(linfadenectomia/radioterapia - pq metastatiza) 
 Melanoma 
- origem neurodérmica ; ocorre em pele e mucosas; alta capacidade de metástase, mesmo em 
fases iniciais 
- têm menor incidência e são mais letais 
- processo de carcinogênese: nevos comum – nevos atípicos – melanoma de crescimento radial 
(in situ) – melanoma de crescimento vertical – metastático 
- importância do estadiamento do tumor para tratamento e prognostico; 
- avaliação do acometimento linfonodal – técnica do linfonodo sentinela qdo espessura >1mm: 
faz-se a linfocintilografia, biópsia do linfonodo sentinela e estudo anatomopatológico 
FATORES DE RISCO: melanoma prévio, historia familiar, radiação solar (principalmente a 
radiação intensa e intermitente- prova é que ocorrem mais em áreas não expostas 
cronicamente, que têm exposição esporádica), muitos (>50) nevos benignos, pele clara 
TRATAMENTO: cirúrgico, com margem de segurança de até 2 cm 
DIAGNÓSTICO: clínico, dermatoscopia 
A B C D E 
ASSIMETRIA, BORDAS IRREGULARES, CORES DIFERENTES, DIÂMETRO >6mm, EVOLUÇÃO (se 
aumenta de tamanho) 
-Pode ter qualquer um (não precisa de todos!) critérios 
 
 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO DOS TUMORES DE PELE 
Ressecção, seguida de: sutura direta, retalho ou enxerto 
RETALHO ≠ ENXERTO 
São transposições de tecido, mas enquanto no retalho permanece a fonte arterial e drenagem 
venosa, o enxerto não tem autonomia vascular no princípio e pode ser feito em tecidos muito 
vascularizados, como muscular, tecido de granulação... Já o retalho é obrigatório em ossos sem 
periósteo preservado, tendões exposto, porque esse tecido está sem nutrição. 
*observações interessantes da aula: 
- stress pode aumentar/causar manchas, pois a produção de melanina é a partir de DOPA, que 
está aumentada no stress para via de produção de dopamina. Logo, aumenta as duas vias, 
causando acúmulo de melanina em certas partes do corpo; 
- olheira: acúmulo de melanina + refringência da luz nos vasos sanguíneos + ação de bolsas de 
gordura 
Resumo capítulo 3 do Savassi + caderno 
Capitulo 3 - Anestesia para cirurgia ambulatorial 
Utilizada em procedimentos em que o paciente recebe alta sem pernoitar no hospital 
Vantagens da cirurgia ambulatorial: menor custo; retorno precoce ao lar e trabalho, com 
menos ansiedade e risco de infecção hospitalar; liberação de leitos para pacientes que 
necessitam de internação e agilização das operações. 
A anestesia permitida em ambiente ambulatorial é a local, para pequenos procedimentos 
cirúrgicos, em que a dose de anestesia local não exceda 10% da dose total permitida. 
- Anestesia ideal: condições ideais para a operação, pouco efeito colateral e rápido retorno da 
consciência com pouco efeito residual. 
- Técnicas: 
Local (bloqueia a condução nervosa –sensitiva e/ou motora - de forma temporária e reversível) 
- Topica (em mucosas; lidocaína é mais usada) 
- Infiltrativa (para remoção de pequenas lesões cutâneas; faz-se botão anestésico com 
agulha fina e continua injetando com agulha de maior calibre em vários ângulos.) 
- Bloqueio de campo 
Regional (saber referências anatômicas) 
 - Bloqueio de ramos periféricos 
 - Anestesia nervoaxial 
- Anestesia geral(fármacos de eliminação rápida são mais adequados para 
ambulatório) 
Anestésicos locais 
Primeiro a surgir: cocaína, depois vieram derivados dela como a lidocaína 
Estrutura química com três partes: 
anel benzeno (lipossolubilidade) + cadeia intermediaria (éster ou amida) + amina quaternária 
(determinda a ionização; hidrofílica quando ionizada) 
Bloqueiam canais de Na+ na sua parte interna, impedindo a despolarização. 
*O anestésico entra tanto pelo canal quanto pela membrana plasmática. Dependendo do pH e 
pKa o anestésico estará ionizado ou não. Logo, pKa do anestésico define o período de latência 
anestésica (tempo que demora para iniciar o efeito) pq o fármaco ionizado tem menos 
capacidade de atravessar a membrana. 
O pH do meio tb vai influenciar – tecido inflamado diminui pH; associa anestésico com 
bicarbonato para melhorar a qualidade da anestesia. 
- Cadeia intermediária (determina potencia e toxicidade – diretamente proporcionais) 
Éster: mais reações alérgicas, por derivarem do PABA. Metabolismo plasmático e hepático. Ex: 
procaína, cocaína 
Amida: é o mais utilizado. Metabolismo hepático. Ex: lidocaína (curta duração, ação rápida – 
associar com adrenalina para prolongar a ação), bupivacaína (alta afinidade, logo tem maior 
duração, é cardiotóxico), ropivacaína (mesma duração da bupivacaína, mas com toxicidade 
intermediaria; tem efeito vasoconstritor) 
 Efeitos colaterais de todos: gosto metálico, zumbido, convulsão, parada cardíaca, coma 
- Duração de ação é determinada pela afinidade com o canal (fica mais tempo ligado) 
- Propriedades físico-químicas 
1. Potencia – depende da lipossolubilidade 
2. Latência – depende do pKa principalmente, lipossolubilidade e 
concentração do anestésico. Determinada pelo grupo amina. 
3. Duração de ação – afinidade proteica principalmente, efeito 
vasoconstritor (diminui sangramento e melhora o bloqueio). 
- Farmacocinética: absorção, distribuição pelos tecidos, ligação proteica, transferência 
placentária, metabolismo. 
Adrenalina 
Usada para vasoconstrição (diminui sangramento, absorção sistêmica, prolonga a duração e 
aumenta a intensidade do bloqueio). 
Contraindicações: em anestesia regional intravenosa, órgãos com circulação terminal (dedos, 
artelhos e pênis), cardiopatas, HAS descontrolada, uso de antidepressivos e angina instável. 
Complicações: injeção intravascular ou intratecal, sobredose (sensibilidade do SNC e coração), 
alergias (ao éster ou ao conservante do amida) 
- Quem pode receber a anestesia? 
ASA-1: pacientes sem outras comorbidades; a intervenção é localizada e não gera efeitos 
sistêmicos. 
ASA-2: paciente com doença sistêmica leve a moderada, controlada e sem impacto em 
atividades diárias. 
- Quem não pode receber a anestesia? 
Pacientes com doenças graves ou não compensadas; cirurgias extensas; grande risco de 
sangramento importante; imobilização prolongada no pós-operatório; dores com aplicação de 
opiodes com efeito superior à permanência do paciente no ambulatório. 
- Complicações da cirurgia ambulatorial: dor, náuseas, vômitos, hipotensão, hipotermia, 
sedação prolongada, hematoma na ferida operatória, descompensação de condições clinicas. 
- Preparação: continuar com os medicamentos de uso crônico, exceto: insulina, anticoagulante 
oral, inibidor de ECA e antagonista AT-1. 
- Critérios para alta: 
 Orientação no tempo e espaço 
 Estabilidade de sinais vitais há 1hora 
 Ausência de vômitos e náuseas 
 Ausência de dificuldade respiratória 
 Sangramento mínimo ou ausente 
 Sem retenção urinaria ou dor intensa 
 Apto a locomover e ingerir líquidos 
BIÓPSIAS, INCISÕES, SUTURAS, RETALHOS, Z-PLASTIAS, ENXERTOS: 
1) Incisões: (Diérese feita com instrumentos de corte) 
Incisões em determinadas áreas tendem a ser particularmente desfavoráveis (ombros, dorso, 
região pré-esternal). 
A escolha do tamanho e da direção de uma incisão eletiva deve ser feita em relação às linhas 
de tensão mínima da pele. Feridas cicatrizam melhor quando são realizadas dentro ou 
paralelas a essas linhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de pele: Peles oleosas são desfavoráveis á formação de cicatrizes. 
Idade do paciente: No início da infância as cicatrizes são frequentemente finas ( 1 a 3 meses), 
no restante da infância a pele da criança adquire o máximo de elasticidade, resultando em 
cicatrizes eritematosas e hipertróficas por períodos mais prolongados. Com o processo do 
envelhecimento, as cicatrizes são mais frágeis e estéticas. 
Instrumentos para incisão: Bisturi 
Princípios fundamentais da diérese da pele: 
-Não biselar 
-Seccionar toda a espessura do plano com um só movimento do bisturi 
-Não afunilar a incisão 
-Seccionar os planos subjacentes em maior extensão que os planos superficiais 
Obs: Empunhar o bisturi de maneira correta; manter a lâmina em direção perpendicular à 
superfície cutânea; esticar a pele com os dedos indicador e polegar; introduzir o bisturi 
perpendicularmente à superfície cutânea até que sua ponta toque o plano subjacente; dirigir o 
bisturi ao longo do trajeto planejado, no início em posição obliqua, no final perpendicular. 
 
 
 
O fechamento de feridas na pele é feito com as bordas se tocando, sem eversão. 
2) Suturas: 
Uma precisa aproximação das bordas das feridas sem tensão é o princípio básico para a 
cicatrização de uma ferida com o mínimo de cicatriz. 
São feitas com fios diversos e também grampos metálicos. Podem ser classificadas de acordo 
com a estrutura anatômica envolvida e quanto aos aspectos técnicos especiais  tipo de 
ponto: simples ou especiais; Continuidade  pontos separados ou contínuos; Número de 
planos plano único ou planos múltiplos ou massa total; Aproximação das bordas 
afrontamento (pele), eversão ou inversão das bordas. 
Princípios fundamentais da sutura: 
-Não permitir que as bordas da ferida fiquem sob tensão 
-Não suturar em plano único estrutura com espessura superior a 1 cm 
-Não deixar espaço vazio 
-Não apertar excessivamente os nós nem torcê-los 
 
Tipos de sutura: 
Sutura simples A distância de entrada e saída da agulha na pele, deve distar das bordas uma 
profundidade igual á profundidade da ferida que está sendo suturada. 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto à Donati  Indicado quando o ponto simples não consegue boa aproximação (incisão 
incorreta, bordas irregulares, ponto englobando volumes diferentes de tecido em cada borda). 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto em U horizontal  Permite boa aproximação da pele, útil para fechamentos de feridas 
que estão sob tensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto semi-intradérmico  Utilizado quando há necessidade de manter o nó e as marcas 
apenas de um dos lados da ferida ou quando se deseja compensar a desproporção no 
comprimento entre as bordas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sutura contínua (chuleio)  É rápida e hemostasiante, distribui a tensão por toda a extensão 
da sutura. É útil na sutura do couro cabeludo. 
 
 
 
 
Sutura contínua intradérmica  Para pele muito delgada ou como segundo plano em pele 
mais espessa. Pode ser realizada com fio absorvível ou não. Evita marcas na pele. Deve-se 
respeitar a mesma altura nas duas bordas durante sua execução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tempo médio de retirada dos pontos: 7 dias. 
Fitas adesivas: Podem ser úteis, mas é necessário a aproximação do subcutâneo ou subderme 
com pontos invertidos. 
Colas teciduais: São de fácil execução, rápidas, biodegradáveis. São indicadas para 
fechamentos de feridas sem tensão. 
 
3) Retalhos: 
Consiste em pele e tecido subcutâneo que são movidos de uma parte a outrado corpo, 
mantendo-se, nesse procedimento, um pedículo vascular para sua nutrição. 
Indicações: grandes perdas tissulares, principalmente por trauma, exposição óssea ou 
tendinosa, defeitos congênitos, perdas distantes de boa área doadora. 
Os retalhos cutâneos podem ser divididos em locais ou à distância, de acordo com a 
proximidade da área doadora e do leito receptor. 
Locais: 
-De avanço: Movem-se em direção reta ao defeito. 
-De transposição: Tem um ponto na base do retalho onde o arco de rotação gera maior tensão, 
são retalhos que rodam sob um ponto pivô. 
-De interpolação: São obtidos de áreas próximas, mas não necessariamente subjacentes, 
 
À distância: 
-Diretos: permitem aproximação direta dos sítios doador e receptor. 
-Tubos: Utilizado quando os dois sítios não podem se aproximar diretamente. 
-Livres ou microvasculares: Possibilitam grande transferência de tecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto à composição, os retalhos podem ser: Simples (uma única estrutura anatômica) ou 
composto (duas ou mais estruturas anatômicas). 
Fatores de insucesso: retalho que excede mais de 1,5 vezes a largura do pedículo, dobramento 
do retalho. 
4) Enxertos: 
Consistem em segmentos de epiderme e derme que são completamente separados de seu 
suprimento sanguíneo e de seu sítio doador, antes de serem transplantados ao leito receptor, 
onde irão adquirir novo suprimento sanguíneo. 
Autólogos: Sítio doador e receptor estão no mesmo indivíduo. 
Homólogos: Realizados entre indivíduos diferentes, mas da mesma espécie, 
Heterólogos: Entre indivíduos de espécies diferentes. 
Isólogos: Entre gêmeos idênticos. 
Os enxertos de pele podem ser parciais ou totais (inclui derme total e epiderme). 
A área doadora de enxertos parciais regenera-se a partir da imigração epitelial dos anexos 
cutâneos remanescentes. Esse tipo de enxerto pode ser retirado de qualquer local. 
Nos enxertos totais geralmente ocorre fechamento primário, as principais áreas doadoras são: 
região retroauricular, supraclavicular, palpebral, inguinal, abdominal, dobras articulares, 
aréolas e pequenos lábios. 
O enxerto recebe nutrição nas primeiras 48h por difusão (embebição) do fluido do leito 
receptor. Após 48h ocorre inosculação (conexões vasculares) e após o 6º dia ocorre a 
neovascularização. 
Fatores para bons resultados: técnica correta de obtenção, hemostasia da área receptora, 
tecido de granulação não pode ser abundante, controle prévio de infecção, eliminação prévia 
do edema, antissepsia rigorosa, repouso no pós-operatório. 
Complicações: Não integração (leito receptor mal vascularizado, hematoma, seroma, infecção, 
mobilização do enxerto, erros técnicos) e complicações na área receptora (infecção, 
hipercromia, hipertrofia cicatricial). 
5) Zetaplastia: 
É a transposição de dois retalhos triangulares de pele. 
Propostas básicas: Alongamento de contratura cicatricial linear, dispersamento de cicatriz pelo 
quabramento da linha cicatricial e realinhamento da cicatriz dentro das linhas de tensão 
mínima. 
Na zetaplastia clássica, dois triângulos de pele e tecido subcutâneo de igual tamanho e 
profundidade são delimitados por incisões de igual comprimento e com ângulos de 60 graus. 
Dessa forma, a linha de contratura é quebrada e alongada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6) Biópsias: 
É a retirada de células, fluídos ou fragmentos de tecido do organismo vivo para o exame da 
natureza das alterações neles existentes. 
O médico que pede a biópsia deve também fornecer dados da anamnese, exame físico, 
exames complementares, hipótese diagnóstica e técnica cirúrgica empregada na retirada 
da amostra. 
 
Tipos: incisional (diagnóstico) e excisional (curativa). 
 
Indicação: confirmar diagnóstico, pesquisar concomitância de doença no mesmo orgão, 
estadiamento de tumores, verificar margem de segurança, definir tratamento pelo tipo e 
extensão do tumor, avaliar transplantes de orgãos ou tecidos, avaliar prognóstico de 
doenças malignas ou benignas, avaliar função de tecidos, efetuar prognóstico, controlar 
eficácia de tratamento, documentar um procedimento cirúrgico ( o correto é o cirurgião 
solicitar exame anatomo-patológico de toda afecção por ele removida). 
 
Classificação: 
Quanto á técnica cirúrgica  Incisional (retirada de fragmento de tecido, nunca é 
curativa), excisional (Retirada de toda a lesão, nas lesões benignas é sempre curativa, pode 
ser curativa nas lesões malignas retiradas com margem de segurança e ausência de 
metástase), punção aspirativa com agulha fina ( retirada de células) e punção com agulhas 
especiais. 
Quando à margem de segurança  Com margem x sem margem (lesões com remota 
possibilidade de malignidade) 
Quanto ao material obtido  Tecido, célula ou fluído 
Quando à estrutura anatômica. 
 
Contra-indicações: É um procedimento cirúrgico relativamente simples. As contra-
indicações se relacionam às vias de acesso. Há situações em que biópsias não devem ser 
realizadas, como na suspeita de feocromocitoma ou tumor carcinóide em brônquio. Há 
situações em que um aneurisma pode simular um tumor. 
 
Principios fundamentais: Indicação criteriosa; minuciosa avaliação clínica; sempre em 
centro cirúrgico; acompanhamento de anestesista; retirar amostra significativa; escolha 
criteriosa da área a ser biopsiada (evitar áreas de fibrose, esmagamento, queimadura, 
cicatrização, inflamação, em lesões múltiplas escolher a primária); anestesiar longe de 
lesão suspeita; biopsiar qualquer lesão suspeita; nas lesões verrucosas ou pigmentares na 
pele ou nodulares em regiões diversas, realizar sempre biópsia excisional, respeitando as 
margens de segurança; sempre que possível incluir áreas vizinhas; não embolar a pele; 
rotular o frasco; colocar o fragmento em volume de fixador 2x maior; preencher 
formulário com todas as informações possíveis ao médico anatomo-patologista. 
 
Técnicas: punch, raspagem (shaving), punção com agulha, incisional, excisional. 
 
Complicações: hemorragia, infecção, má cicatrização, lesão de estruturas vizinhas, 
disseminação de processo patológico, troca de lado, perda de material. 
 
PÓS-OPERATÓRIO: 
Compreende o período logo após a saída do paciente da sala de cirurgia até seu 
retorno às atividades diárias. 
Fatores como grau de destruição tissular, tempo de duração da cirurgia, doenças 
prévias e complicações cirúrgicas são determinante da evolução do paciente nesse 
período. 
 
RESPOSTA ENDÓCRINO-METABÓLICA AO TRAUMA CIRÚRGICO (REMTC): 
 
Caracteriza-se por hipermetabolismo generalizado, com aumento da temperatura 
corporal, do débito cardíaco e do consumo de oxigênio. Se o quadro for 
prolongado, poderá ocorrer danos importantes ao organismo, haverá depleção de 
proteínas essenciais, diminuição das defesas do organismo, disfunção de múltiplos 
órgãos e morte. 
Os mediadores endógenos causam metabolismo protéico, levando à depleção da 
massa muscular e liberação de aminoácidos para síntese de glicose e novas 
proteínas. 
Mediadores da REMTC: A hemorragia e edema provocados pela cirurgia estimulam 
receptores de pressão e volume, ocorrendo aumento de aldosterona e 
vasopressina, retenção de sódio, água, perda de potássio e diminuição da diurese. 
A lesão tissular estimula a produção do ACTH, ocorrendo aumento de cortisol, 
glucagon, catecolaminas e alterações hormonais que levam à resistência à insulina. 
A primeira fase da REMTC é a fase catabólica, seguida da fase anabólica e da fase 
de anabolismo prolongado e anabolismo tardio. 
 
Fases do período pós-operatório: imediato (24h), mediato (internação), tardio 
(ambulatório ou consultório).

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