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Profa. Manoela Pessanha da Penha Surtos de DTA Ocorrência de quadros clínicos gastroentéricos ou alérgicos em nº superior às ocorrências endêmicas locais, consequentes a ingestão de alimentos em uma mesma comunidade ou coletividade, configurando uma origem de fonte comum. Microrganismos causadores de DTA • Clássicos – Conhecidos epidemiologicamente e clinicamente. – Continuam causando surtos. • Emergentes – Não reconhecidos como causadores de DTA e que estão sendo comprovados como novos agentes etiológicos • Reemergentes – Clássicos que já estavam controlados e que estão causando nova incidência clínica Patógenos clássicos Bactérias Staphylococcus aureus Bacillus cereus (emético e diarréico) Clostridium botulinum Clostridium perfringens Salmonella enteritidis Salmonella typhi Shiguella spp. Yersinia enterocolitica Escherichia coli enteropatogênica (EPEC) Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC) Vibrio cholerae Vibrio parahaemolítico Vírus Hepatite A Rotavírus Parasitos Giardia lamblia Entamoeba histolytica Cryptosporidium parvum Diphyllobothrium spp. Ascaris lumbricoides Trichuris trichiura Toxoplasma gondii Patógenos emergentes Bactérias Escherichia coli enteroinvasiva (EIEC) Escherichia coli enterohemorrágica (EHEC) Campylobacter jejuni Listeria monocytogenes Vibrio vulnificus Aeromonas hydrophila Plesiomonas shiguelloides Pseudomonas aeruginosa Streptococcus sp. Vírus Hepatite E Norovirus (Norwalk) Parasitos Cyclospora cayetanensis Anisakis sp. Nanophyteus sp. Acanthamoeba sp. Patógenos reemergentes Causadores de zoonoses • Micobacterium bovis (Tuberculose) • Taenia sollium (Cisticercose) • Brucella abortus (Brucelose) Staphylococcus aureus Familia: Micrococaceae Características do microrganismo • Cocos gram positivo • Mesófilo (7°C a 47,8°C) • Microrganismo toxigênico • Anaeróbico facultativo • pH 4 a 9,8 • Halotolerantes (10-20% de NaCl e nitratos) • Aa mínima de 0,86 • Dose infectiva – 106 UFC/g ou mL • Em condições ótimas, a enterotoxina torna-se evidente em 4 a 6h Tótima ente 40-45°C pHótimo entre 6 e 7 Staphylococcus aureus Familia: Micrococaceae Características da doença • Intoxicação – ingestão do alimento com a toxina pré- formada • Enterotoxinas (A, B, C1, C2, C3, D e E) • Período de incubação – 2 a 4h • Sintomas: náuseas, vômito, dores abdominais, diarréia e sudorese Epidemiologia • Homens e animais são os principais reservatórios de S. aureus • Alimentos incriminados: leite, cremes, tortas, saladas de batata, atum, frango, presunto e outras carnes cozidas, alimentos curados. neurotoxina Staphylococcus aureus Familia: Micrococaceae Mecanismo de patogenicidade • Produção de enterotoxinas • Termorresistentes • Principal ação da enterotoxina – Emética: atua no nervo vago, estimulando o centro do vômito Staphylococcus aureus Familia: Micrococaceae Medidas de controle • Cuidados na manipulação dos alimentos • Higienização dos manipuladores • Aquecimento do alimento logo após a sua manipulação destrói o S. aureus e previne a intoxicação • Manter os alimentos sob refrigeração • 105 106 UFC/g ou mL do alimento para produzir a toxina Clostridium botulinum Família: Clostridiaceae Características do microrganismo • Bacilos gram positivo • Formadores de esporos termorresistentes • Microrganismo toxigênico • Anaeróbico estritos • Mesófilo (cresce bem de 30 a 40°C) • pHótimo 5,0 • Aa 0,97 (mesmo na presença de NaCl) Tótima 35-37°C Clostridium botulinum Família: Clostridiaceae Características da doença • 3 formas de botulismo são conhecidas – Botulismo clássico: causado pela ingestão de alimentos com a neurotoxina – Botulismo infantil: associado à ingestão de esporos do C. botulinum e subsequente germinação, multiplicação e toxigênese em intestino de crianças com menos de 1 ano de idade. – Botulismo de lesões: causada pela proliferação e liberação de toxinas em lesões infectadas por C. botulinum. Botulismo clássico – intoxicação alimentar Sintomas • Início: vômitos e constipação ou diarreia • Fadiga, fraqueza, vertigem, visão dupla ou turva, dificuldade para falar e engolir, boca seca. • Paralisia e à morte Clostridium botulinum Família: Clostridiaceae Intoxicação alimentar causada pelo C. botulinum • Período de incubação: 4 horas a 8 dias (em geral cerca de 12 a 36 horas). Alimentos incriminados: • Alimentos processados de forma incompleta ou que sofreram abuso de temperatura durante o armazenamento; alimentos enlatados de baixa acidez; riscos potenciais para EAM (embalagem em atmosfera modificada) e produtos deterioráveis rapidamente cozidos. Cuidados: • Conservas caseiras • Controle de tempo e temperatura para itens estabilizados e embalados a vácuo rapidamente cozidos • Sobras • Acidez Clostridium botulinum Família: Clostridiaceae Medidas de controle • Impedir que a toxina seja formada – Evitar a germinação dos esporos e a proliferação da célula vegetativa, quando a toxina é liberada – Neurotoxinas são termolábeis (80°C/30’ ou 100°C/5’) – Adição de nitrato e nitrito (conservantes), associada ou não ao NaCl (sal), e temperaturas de refrigeração, são controles adequados contra o desenvolvimento da bactéria Clostridium botulinum Família: Clostridiaceae Nitrato e Nitrato inibem o crescimento do Clostridium Botulinum Mecanismo de patogenicidade • Toxinas pré-formadas no alimento • 8 toxinas distintas (A, B, C1, C2, D, E, F e G) • Apresentam ação neurotóxica, através do bloqueio de transmissão de neurotransmissores nas junções neuromusculares • Toxina C2 – efeito citotóxico Clostridium botulinum Família: Clostridiaceae
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