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Ciência Psicológia - Capítulo 5

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Universidade Salgado de Oliveira – Psicologia 2017.1 
Processos Psicológicos I | Professor Geraldo 
 
Capítulo 5 – Sensação, percepção e atenção. 
Ciência psicológica: mente, cérebro e comportamento / Michel S. Gazzaniga e Todd F. Heatherton; trad. 
Maria Adriana Veríssimo Veronese – 2. Imp. rev. – Porto Alegre: Artmed, 2005. 
 
A sensação e a percepção ligam os mundos físico e psicológico. 
 
Os estímulos (sensação) precisam ser codificados para serem compreendidos (percepção) pelo cérebro. – 
Psicofísica: relacionando estímulos e respostas. 
 
Processos sensoriais 
 
 
Processos Perceptivos 
 
A percepção é o processamento da informação e ocorre no cérebro, é um problema mal formulado. O 
reconhecimento dos objetos se baseia na forma. 
 
• Percepção de profundidade: importante para localizar objetos; 
• Percepção de tamanho: depende da percepção da distância; 
• Percepção de movimento: envolve deixas internas e externas. 
 
O Caso do Voo 901 da Air New Zealand 
 
Em 28 de novembro de 1979, o voo 901 da Air New Zealand colidiu com o Monte Erebus, na ilha Ross, na 
Antártica, e todos os 257 passageiros e membros da tripulação morreram. Vários fatores contribuíram para 
o desastre. 
 
• O computador de voo da aeronave fora incorretamente programado, de modo que o avião estava 
bastante fora do curso; 
• O piloto descera abaixo da altitude mínima permitida para o voo; 
• Havia um “branco total”, onde o céu e o terreno coberto de neve pareciam se fundir. 
 
Os psicólogos que testemunharam na comissão de inquéritos ofereceram uma explicação possível, apesar 
de surpreendente – os pilotos viram o que esperavam ver. 
•O olho detecta 
ondas de luz.
Visão
•O ouvido é um 
detector de ondas 
sonoras.
Audição
•Os estímulos são 
codificados para 
dor, temperatura e 
pressão.
Tato
•A cavidade nasal 
recolhe partículas 
de odor.
Olfato
•Os estímulos são 
codificados para 
doce, ácido, 
salgado e amargo.
Paladar
Argumentaram que as poucas deixas visuais disponíveis aos pilotos eram suficientemente consistentes 
com o que eles esperavam ver para que suas expectativas fossem confirmadas. 
A combinação de um ambiente visual incomumente escasso com as crenças dos pilotos conspirou para 
enganar seus sistemas visuais para que vissem o que não estava lá e deixassem de ver a montanha que 
estava. 
 
Para perceber o mundo, dependemos de informações fornecidas por nossos órgãos dos sentidos, 
sensíveis a diferentes estímulos físicos, cada um contribuindo com informações diferentes. 
A nossa representação perceptiva do ambiente é limitada pelos estímulos e pelos limites dos nossos 
sistemas sensoriais ao responder a esses estímulos. 
 
Percebemos o mundo em duas fases: sensação e percepção. 
 
• Sensação: como os órgãos dos sentidos respondem aos estímulos externos e transmitem as respostas 
ao cérebro. 
• Percepção: o processamento, a organização e a interpretação dos sinais sensoriais que resultam em 
uma representação interna do estímulo. 
 
 
A maneira pela qual percebemos um estímulo depende de estarmos ou não prestando atenção a ele. As 
expectativas podem influenciar a percepção. Os recursos perceptivos do cérebro são alocados para 
diferentes aspectos do ambiente perceptivo. 
 
Nós nascemos com conhecimento do mundo ou aprendemos o que sabemos por meio da experiência? 
 
• Empirismo: todo o conhecimento humano precisa ser adquirido por meio dos sentidos. O filósofo, 
John Locke concebia a mente como uma tábula rasa, um quadro em branco no qual o conhecimento é 
escrito em resultado da experiência. 
 
• Nativismo: certo conhecimento é inato. O filósofo Kant propôs que as nossas experiências fornecem 
input sensorial que é filtrado por categorias mentais inatas preexistentes, como espaço e tempo, que 
organizam as informações. 
Com a difusão dessas teorias, ficou claro que certas capacidades perceptivas estão presentes no 
nascimento, apesar da experiência ser necessária para que se desenvolva a percepção mental. 
Codificação e Compreensão dos estímulos 
 
Codificação sensorial – maneira pela qual os nossos órgãos sensoriais traduzem as propriedades físicas 
de um estímulo em impulsos neurais. 
 
1. Uma luz verde emite 
fótons.
2. Os olhos detectam 
os fótons através dos 
neurônios.
3. Os neurônios 
transmitem sinais para 
o cérebro (sensação)
4. O cérebro processa 
esses sinais neurais.
5. O observador pensa, 
Essa luz é verde 
(percepção).
Receptores – são neurônios especializados nos órgãos dos sentidos, que passam impulsos para neurônios 
conectores quando recebem algum tipo de estimulação física ou química. 
 
Transdução – é o processo onde os receptores transmitem impulsos aos neurônios conectores ao 
receberem estimulação física ou química. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A codificação sensorial pode ser dividida em duas categorias: quantitativa e qualitativa. 
• Quantitativa: intensidade, brilho e altura, indicada pela frequência da descarga neural. Quanto mais 
neurônios envolvidos nesta sensação e quanto maior a frequência de descargas nervosas, mais 
intensa é aquela sensação. 
 
• Qualitativa: como exemplo, temos as cores e os sabores. Neste caso, diferentes receptores sensoriais 
respondem a diferentes qualidades de um estímulo. O que distingue o amarelo do vermelho são os 
diferentes grupos neuronais envolvidos em cada percepção específica. 
 
Codificação grosseira – ocorre na maioria dos sistemas sensoriais qualitativos, onde as qualidades 
sensoriais são codificadas apenas por uns poucos receptores, cada um dos quais responde a uma ampla 
gama de estímulos. 
 
Psicofísica: Relacionando Estímulos e Respostas 
 
Fechner, físico, interessado pela relação entre os estímulos físicos e as respostas de nossos sistemas 
perceptivos, cunhou o termo psicofísica considerando os limiares – a mensuração física de quanta 
estimulação os órgãos sensoriais precisam para que a estimulação seja detectável. 
 
Limiares sensoriais – de acordo com Fechner, só a partir de uma determinada intensidade/diferenciação 
de um estímulo é que o ser humano é capaz de percebê-lo, podendo variar de indivíduo para indivíduo. 
 
• Limiar absoluto: intensidade mínima de estimulação que precisa ocorrer para que possamos 
experienciar uma sensação, podendo haver variações. 
 
• Limiar diferencial: é a diferença apenas perceptível (DAP) entre dois estímulos – a quantidade 
mínima de mudança necessária para detectarmos uma diferença entre intensidades de estímulos. 
Estímulos Impulsos Neurais Neurônios Cérebro 
Codificação sensorial Transdução 
Os órgãos sensoriais 
traduzem os estímulos em 
impulsos neurais. 
Os receptores passam 
impulsos para neurônios 
conectores quando 
recebem estimulação. 
Os neurônios conectores 
transmitem informações 
para o cérebro na forma 
de impulsos neurais. 
Tálamo Córtex 
Visão 
Cheiro 
Som 
Toque 
Sabor 
Interpretação dos 
impulsos neurais 
A diferença entre 30 e 60 watts parece muito maior do que entre 60 e 90. 
Embora a intensidade da luz física aumente em duas medidas iguais, a maior 
luminosidade da sala após a primeira etapa faz com que a segunda etapa 
pareça ter um impacto bem menor. 
Sentido Estímulo Mínimo 
Visão A chama de uma vela vista a 48 quilômetros em uma noite escura, sem nuvem. 
Audição O tique-taque de um relógio a seis metros em condições de silêncio. 
Paladar Uma colher de chá de açúcar em dois galões de água. 
Olfato Uma gota de perfume difundida no volume total de seis salas. 
Tato A asa de uma mosca caindo na sua bochecha de uma distância de um centímetro. 
 
Lei de Weber – é maisfácil detectar uma pequena diferença entre dois pesos leves do que entre dois 
pesos pesados. Weber descobriu que o limiar de diferença para um estímulo é uma proporção constante de 
sua intensidade. 
 
Lei de Fechner – indica que quando as intensidades do estímulo são altas, grandes aumentos na 
intensidade física são registrados como mudanças muito menores nas sensações experienciadas. 
 
30 60 90 
 
Lei da potência de Stevens – propôs que uma função de potência descreve a relação entre a intensidade 
do estímulo e a intensidade da sensação. Esta é a equação aceita para descrever a relação entre a 
intensidade real e a intensidade percebida de um estímulo, onde, iguais mudanças de proporção na 
condução dos estímulos produzem iguais mudanças de proporção na magnitude da sensação (quanto de 
estímulo necessário para se obter uma resposta). É uma proposição que estabelece uma relação entre a 
magnitude de um estímulo físico e a intensidade/força de sua percepção. 
 
Teoria da detecção de sinal – embora o estímulo seja o mesmo, a eficiência com que você vai detectá-lo 
pode mudar dependendo da situação. Existem quatro variáveis críticas na detecção de um estímulo: sinal, 
resposta, ruído e viés de resposta. Os estímulos estão sempre competindo com um fundo mutável de outros 
eventos perceptivos e psicológicos, de modo que sua saliência nem sempre será a mesma. A detecção de um 
estímulo depende não apenas da intensidade deste estímulo, mas também de nossas experiências, 
expectativas, motivação, e fadiga, variando de pessoa para pessoa e, na mesma pessoa, em diferentes 
situações. 
 
Adaptação sensorial – quando a sensibilidade do observador a um estímulo diminui com o passar do 
tempo. Quando algum aspecto do ambiente muda, é importante para nós sermos capazes de detectar isso, 
porém, não é tão importante continuar respondendo a um estímulo que não muda. 
 
Processos Sensoriais 
 
Os estímulos são detectados e enviados ao cérebro em cada um dos cinco sentidos primários, que são 
frequentemente subdivididos em duas categorias: sentidos de distância e sentidos de proximidade. 
 
• Sentidos de distância: são a visão, a audição e o olfato. Nós não precisamos estar em contato direto 
com os estímulos para vê-los, ouvi-los ou cheirá-los. 
• Sentidos de proximidade: são o tato e paladar. Requerem contato direto com os estímulos para que 
ocorra a sensação. 
A luz passa através da 
córnea.
Raios de luz passam 
pelo cristalino, que 
focaliza a luz para 
formar uma imagem na 
retina.
A pupila se contrai ou 
dilata alterando a 
quantidade de luz que 
entra no olho.
A íris controla o 
tamanho da pupíla e dá 
aos olhos a sua cor.
Os músculos atrás da 
íris mudam a forma do 
cristalino para focar os 
objetos.
O cristalino e a córnea 
coletam e focalizam os 
raios refletidos 
formando uma imagem 
invertida na retina.
 
Sentido Estímulo Receptores 
Audição Ondas de som Células auditivas ciliadas sensíveis à pressão na cóclea do ouvido interno. 
Visão Ondas de luz Bastonetes e cones sensíveis à luz na retina do olho. 
Tato Pressão sobre a pele Terminais sensíveis de neurônios do tato na pele. 
Dor Grande variedade de estímulos potencialmente prejudiciais. Terminais sensíveis de neurônios da dor na pele e em outros tecidos. 
Paladar Moléculas dissolvidas em fluído na língua. Células do paladar em botões gustatórios na língua. 
Olfato Moléculas dissolvidas em fluído nas membranas mucosas do nariz. Terminais sensíveis de neurônios olfatórios nas membranas mucosas. 
 
Visão 
 
É a nossa fonte de conhecimento mais importante. Na percepção, o cérebro utiliza a informação do 
estímulo proximal para construir uma representação do estímulo distal. Na visão, o estímulo proximal são as 
ondas de luz. O processo visual começa quando a luz é transduzida em impulsos elétricos por 
fotorreceptores nos olhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Retina – é a fina superfície interna da parte de trás do globo ocular. A retina contém os fotorreceptores que 
transduzem a luz em sinais neurais. Ela tem dois tipos de células receptoras: bastonetes e cones. 
 
• Bastonetes: respondem em níveis extremamente baixos de iluminação e são primariamente 
responsáveis pela visão noturna. Não suportam a visão para cores e não são bons em resolver 
detalhes finos. 
• Cones: são menos sensíveis a baixos níveis de luz, são primariamente responsáveis pela visão sob 
alta iluminação e para cor e detalhe. 
 
Acomodação – um processo pelo qual os músculos mudam a forma do cristalino, afinando-o para focar 
objetos distantes ou engrossando-o para focar objetos próximos. 
 
Fóvea – o centro da retina onde os cones estão densamente comprimidos. 
 
Transmissão do olho para o cérebro 
 
• Geração de sinais elétricos pelos fotorreceptores na retina; 
• A luz é transduzida em impulsos neurais pelos bastonetes e cones; 
• Produção de células ganglionares converge para 1 milhão; 
• Axônios dessas células ganglionares se reúnem no nervo óptico; 
• Cada nervo óptico carrega informações para o sistema nervoso central; 
• O nervo óptico se divide e toda a informação do lado esquerdo do espaço visual é projetada para o 
hemisfério direito do cérebro e vice-versa; 
• A informação no cérebro viaja para o tálamo (núcleo geniculado lateral – NGL); 
• Transmissão para o córtex visual no lobo occipital. 
 
Células ganglionares – uma classe de neurônios localizados na retina que realizam uma série de cálculos 
sofisticados sobre os impulsos dos bastonetes e dos cones. Os axônios das células ganglionares formam o 
nervo óptico. 
 
Núcleo Geniculado Lateral (NGL) – uma região do tálamo para onde a informação visual vai primeira, que 
depois retransmite a informação para o córtex visual. 
 
A luz visível consiste em ondas eletromagnéticas que variam de 400 a 700 nanômetros (nm) de 
comprimento. A cor da luz é determinada pelos comprimentos de onda das ondas eletromagnéticas que a 
constituem. Cada comprimento de onda de luz corresponde a uma cor diferente. 
 
Luminosidade = dimensão física 
Claridade = dimensão psicológica 
 
Mistura subtrativa de cor – uma maneira de produzir um dado padrão espectral em que a mistura ocorre 
dentro do próprio estímulo e é, na verdade, um processo físico, não um processo psicológico. 
 
Mistura aditiva de cor – uma maneira de produzir um dado padrão espectral em que diferentes 
comprimentos de onda de luz são misturados. O percepto é determinado pela interação desses 
comprimentos de onda com receptores no olho e é um processo psicológico. 
 
Lei das três cores primárias – qualquer cor pode ser produzida misturando-se luz de apenas três 
comprimentos de onda. 
 
Audição 
 
A audição é secundária apenas à visão como fonte de informação sobre o mundo. O estímulo proximal da 
audição é o som, o deslocamento de moléculas de ar causado por uma mudança na pressão do ar. 
 
Onda de som – padrão de mudanças na pressão do ar através do tempo que resulta no percepto de um som. 
 
Dois mecanismos para codificar a frequência de um estímulo auditivo operam em paralelo na membrana 
basilar: a codificação temporal e a codificação de lugar. 
 
• Codificação temporal: mecanismo para codificar estímulos auditivos de baixa frequência, em que a 
frequência do som é codificada pela frequência da descarga das células ciliadas. 
 
• Codificação de lugar: mecanismo para codificar estímulos auditivos de alta frequência, em que a 
frequência do som é codificada pela localização das células ciliadas ao longo da membrana basilar. 
 
Tato 
 
A dor é um sistema de alerta que impede você de continuar atividades que possam infligir danos. O 
sentido do tatotransmite sensações de dor, temperatura e pressão. Os receptores de temperatura, toque e 
dor são neurônios sensórios que terminam na camada mais externa da pele, a epiderme. 
Os neurônios da dor são mais finos do que os neurônios de temperatura e toque. Eles são simplesmente 
terminações nervosas livres encontradas em todos os tecidos corporais que sentem dor: pele, músculos, 
membranas em torno de ossos e articulações, órgãos, e assim por diante. Foram identificados dois tipos de 
fibra de dor: 
 
• Fibras A-delta: dor aguda, imediata. 
• Fibras C: dor crônica, obtusa e constante. 
 
Teoria do controle do portão – afirma que para experienciar dor, os receptores de dor precisam ser ativados 
e o portão neural na medula espinal precisa permitir que esses sinais cheguem ao cérebro. O portão pode 
ser fechado por sinais enviados ao cérebro para a medula espinal, bloqueando a recepção de sinais de dor. 
 
Olfato 
 
O sentido do olfato tem a rota mais direta para o cérebro de todos os sentidos, mas é o menos 
compreendido. 
Epitélio olfatório – fina camada de tecido em que estão inseridos receptores olfatórios, em torno dos quais 
os odores se dissolvem em solução e causam uma reação, que aciona receptores químicos. 
Os pesquisadores identificaram milhares de receptores diferentes no epitélio olfatório, cada um 
responsivos a um grupo químico diferente. Ainda não está claro como, exatamente, diferentes cheiros são 
codificados por esses receptores. Uma possibilidade é cada tipo de receptor estar associado unicamente a 
um odor específico, de modo a existir um receptor que só codifica, por exemplo, o perfume de uma rosa. 
Outra possibilidade é cada odor estimular vários receptores, e o padrão de ativação dos diferentes tipos de 
receptor determinar o percepto olfatório. 
Feromônios – substancias químicas liberadas por animais e humanos, as quais desencadeiam reações 
fisiológicas ou comportamentais em outros membros da mesma espécie. 
Paladar 
 
A tarefa do nosso sentido do paladar é manter os venenos fora do nosso sistema digestivo e 
simultaneamente permitir a ingestão de bons alimentos. O paladar depende muito do sentido do olfato – se 
as suas passagens nasais estão bloqueadas, a comida parece não ter gosto. 
Os estímulos do paladar são substâncias que se dissolvem na saliva. Os receptores do paladar são parte 
dos botões de paladar da língua e da boca. Cada botões de paladar tem aproximadamente 50 células 
receptoras, quando estimuladas, elas enviam sinais elétricos a medula, e dali para o tálamo e o córtex. 
Esses botões de paladar codificam uma das quatro sensações “primárias” de sabor: doce, ácido, salgado e 
amargo. 
 
O Processo de Percepção 
 
Com exceção da olfação, todas as informações sensórias são transmitidas para o cérebro pelo tálamo. Do 
tálamo, as informações de cada sentido são projetadas para regiões específicas do córtex cerebral, as 
chamadas áreas sensoriais primárias. É nessas áreas que o processo perceptivo começa realmente. 
 
Áreas sensoriais primárias – regiões localizadas do córtex cerebral que recebem inputs sensoriais do tálamo. 
 
• O processamento cortical da visão começa no lobo occipital: a complexidade da percepção visual é 
sublinhada pela quantidade de espaço cortical dedicado ao processamento da informação visual. 
Algumas estimativas sugerem que até metade do córtex cerebral pode participar da percepção visual 
de alguma maneira. Lesões nas áreas visuais podem resultar em fenômenos perceptivos interessantes. 
 
• O córtex auditivo primário está no lobo temporal: neurônios auditivos no tálamo estendem seus 
axônios para o córtex auditivo primário (chamado A1) em uma região do lobo temporal superior 
conhecido como giro de Heschl. Experimentos de registro de célula única mostraram que os neurônios 
na A1 codificam a frequência (ou o tom) dos estímulos auditivos. 
 
• O tato é processado primeiro no lobo parietal: as informações do tato vindas do tálamo são 
projetadas para o córtex somatossensorial primário (chamado de S1), no giro pós-central no lobo 
parietal anterior. 
 
• Os sentidos químicos (paladar e olfato): as informações do paladar vindas do tálamo se projetam 
para três regiões diferentes do córtex. Duas dessas regiões estão na base do córtex somatossensorial 
primário e a terceira é uma área do lobo frontal chamada de córtex insular anterior. As informações 
olfatórias se desviam do tálamo a caminho do córtex. Algumas se projetam para o córtex olfatório 
primário e outras para o centro cerebrais inferiores no sistema límbico. As estruturas límbicas estão 
associadas à emoção e à memória, o que pode explicar em parte a facilidade com que os estímulos 
olfatórios podem evocar lembranças e sentimentos poderosos. 
 
A Percepção de Profundidade 
 
Uma das tarefas mais importantes para o nosso sistema visual é localizar objetos no espaço. As deixas 
estão disponíveis para ajudar o sistema visual a perceber a profundidade. Essas deixas podem ser divididas 
nas que decorrem do fato de termos dois olhos, as deixas binoculares de profundidade, e nas que estão 
disponíveis para cada olho isoladamente, as deixas monoculares de profundidade. 
 
• Percepção de profundidade binocular: uma das deixas mais importantes para a percepção de 
profundidade é a disparidade binocular causada pela distância entre os dois olhos. O nosso cérebro 
tem acesso a duas imagens retinais diferentes, mas sobrepostas. O cérebro utiliza a disparidade 
entre essas duas imagens para calcular distâncias de objetos próximos. A capacidade de determinar 
a profundidade de um objeto com base em suas diferentes projeções para cada olho chama-se visão 
estereoscópica. 
• Percepção de profundidade monocular: as deixas monoculares de profundidade nos permitem 
perceber profundidade com um olho fechado. 
 
Deixas de movimento para a percepção de profundidade – o movimento também é uma deixa de 
profundidade. Deixas de movimento como essas ajudam o cérebro a calcular quais objetos estão mais 
próximos e quais estão mais distantes. 
 
A Percepção da Distância 
 
O tamanho da imagem retinal de um objeto depende da distância do objeto relativa ao observador: 
quanto mais distante estiver, menor é a imagem retinal. As ilusões óticas surgem quando os processos 
perceptivos normais resultam em uma representação incorreta do estímulo distal. As ilusões óticas 
aproveitam as deixas de profundidade para nos enganar e nos fazer enxergar profundidade onde ela 
realmente não existe. 
 
• As caixas de Ames – criadas por Adelbert Ames, suas caixas baseavam-se no truque vitoriano em 
que uma pessoa, olhando por um olho mágico, via uma sala mobiliada e depois abria a porta e 
descobria que a sala estava vazia. Ele construiu salas que brincavam com a perspectiva linear e 
outras deixas de distância. 
• A ilusão de Ponzo – primeiramente descrita por Mario Ponzo, às deixas de profundidade 
monoculares fazem com que a figura bidimensional pareça tridimensional. Linhas paralelas parecem 
convergir na distância. O nosso cérebro utiliza deixas de profundidade mesmo quando não há 
nenhuma profundidade presente, isso mostra quanto dependemos da percepção de profundidade 
para avaliar o tamanho. 
• A ilusão da Lua – uma lua cheia parece muito maior quando está perto do horizonte do que quando 
está no alto do céu. Essa é uma ilusão, a lua do horizonte parece mais distante do que a lua no alto 
do céu, mas como estão realmente à mesma distância, elas criam imagens idênticas na retina. A 
única maneira de o cérebro conciliar essa discrepância é supor que a lua do horizonte é maior do 
que a lua no alto do céu. 
 
A Percepção do Movimento 
 
• Efeitos secundários do movimento: ocorrequando olhamos para uma imagem em movimento por 
um prolongado período de tempo e depois mudamos para uma cena estacionária, causando uma 
momentânea ilusão de ver a nova cena movendo-se na direção oposta à da imagem anterior. 
 
• Fatores compensatórios: as imagens se movem através da retina o tempo todo, cada leve piscada ou 
movimento do olho cria uma nova imagem na retina. O cérebro calcula o movimento percebido dos 
objetos monitorando o movimento dos olhos ou da cabeça conforme eles seguem um objeto em 
movimento. O efeito da estrutura de referência é o sistema perceptivo que estabelece uma estrutura 
de referência estável e a utiliza para avaliar o movimento de outros objetos. Mas quando essa 
estrutura de referência é a errada, você pode ser levado a pensar que o objeto errado está se 
mexendo, criando uma ilusão de movimento induzido. 
 
• Movimento estroboscópio: fenômeno baseado em uma ilusão perceptiva, quando duas ou mais 
imagens levemente diferentes apresentadas em rápida sucessão. 
 
O reconhecimento dos objetos 
 
A forma é a deixa mais importante para o reconhecimento dos objetos, a maneira pela qual somos 
capazes de extrair a forma de um objeto a partir da imagem na nossa retina. Somos capazes de reconhecer 
objetos de diferentes perspectivas e em orientações incomuns. 
 
• Características: informações sobre cor, movimento e forma são processadas em caminhos 
separados – embora interconectados – dentro do córtex visual. Um dos primeiros passos para 
processar a forma é codificar as características que a compõem. 
 
Tarefa de busca visual – um experimento utilizado para estudar a percepção da forma, em que um 
observador tenta detectar um estimulo-alvo entre uma série de estímulos distrativos. 
 
Pop-out – no trabalho de Treisman, quando foram empregados estímulos simples, os sujeitos levavam o 
mesmo tempo para acha-los, independentemente de haver poucos ou muitos estímulos distrativos. 
 
• Princípios da Gestalt de organização perceptiva: a palavra alemã Gestalt significa “forma”, mas 
conforme usada na psicologia ela significa um “todo organizado”. A psicologia da Gestalt afirma que 
existem certos princípios organizadores inatos que o nosso cérebro utiliza para organizar as 
informações sensoriais. 
 
• Proximidade e similaridade: o principio da proximidade afirma que quanto mais próximas duas 
figuras estão uma da outra, mas provável que as agrupemos juntas e as vejamos como parte do 
mesmo objeto. O principio da similaridade afirma que tendemos a agrupar figuras de acordo com 
quanto elas se parecem umas com as outras, quer na forma, na cor, quer na orientação. Ambos os 
princípios tendem a juntar elementos da cena visual em agrupamentos, permitindo-nos considera-
los como um todo em vez de em suas partes individuais. 
 
• As “melhores” formas: a boa continuação é a tendência a interpretar linhas que se intersecionam 
como sendo contínuas, em vez de como mudando radicalmente de direção. Os contornos ilusórios é 
um fenômeno que nós percebemos mesmo que não existam. 
 
• Figura e fundo: a ilusão mostra que o nosso sistema perceptual visual divide as cenas em figura e 
fundo. Quando nós identificamos a figura, atribuímos o restante da cena ao fundo. Em figuras 
reversíveis, a atribuição “correta” da figura e do fundo é ambígua, de modo que periodicamente se 
alternam conforme o sistema visual tenta compreender a estimulação. 
 
A percepção é o processamento da informação 
 
A maioria dos modelos de reconhecimento de padrão é hierárquica. Mas a percepção é, na verdade, uma 
combinação de processamento de baixo para cima e de cima para baixo. 
 
Processamento de baixo para cima – um modelo hierárquico de reconhecimento de padrão em que os 
dados são retransmitidos de um nível de processamento para o próximo, sempre avançando para um nível 
mais elevado de processamento. 
 
Processamento de cima para baixo – um modelo hierárquico de reconhecimento de padrão em que as 
informações em níveis mais elevados de processamento também podem influenciar níveis inferiores, 
“anteriores” na hierarquia de processamento. 
 
As informações em níveis mais elevados de processamento podem influenciar níveis mais baixos, 
“anteriores” na hierarquia de processamento. O que nós esperamos ver influencia o que nós percebemos. A 
expectativa e o contexto indubitavelmente influenciam a nossa percepção o tempo todo. 
 
As constâncias perceptivas se baseiam em relações proporcionais 
 
Ilusões são representações inadequadas de estímulos distais. A situação oposta chama-se constância 
perceptiva, em que percebemos corretamente os objetos como constantes, apesar de dados sensoriais 
brutos que poderiam enganar a percepção. O sistema perceptivo é capaz de fazer julgamentos relativos que 
permitem que a constância seja mantida em diferentes contextos perceptivos. 
 
• Teoria de Gibson da percepção direta: a teoria clássica da percepção supõe que a experiência 
perceptiva fornece as informações sobre as relações proporcionais que determinam as constâncias. 
Nesse entendimento, a percepção visual sempre se baseou em inferências inconscientes. James 
Gibson propôs uma teoria diferente, a da percepção direta. 
 
Percepção direta – uma teoria da percepção que afirma que o estímulo já deve ter suficiente informação 
para ser percebido por nós e, portanto, que o sistema visual é construído não para nos permitir ver uma 
cópia exata do mundo real, mas para interpretar deixas que maximizem sua função. 
 
Sua teoria da percepção direta, então, afirmava que os estímulos já têm suficiente informação para 
que os percebamos – nós não precisamos de memórias ou cálculos adicionais para compreender os dados 
sensoriais. 
 
• Processos perceptivos inatos: uma das consequências do desenvolvimento da teoria da percepção 
direta é a tentativa de identificar processos perceptivos inatos ao cérebro. O cérebro tem suposições 
inatas que influenciam as percepções. A vasta maioria das ilusões visuais parece estar além do nosso 
controle consciente – nós não podemos nos obrigar a não enxergar ilusões. Temos processos 
perceptivos automáticos. 
 
Muitos processos perceptivos são inatamente determinados, mas que experiências perceptivas normais 
são necessárias para que os mecanismos perceptivos se desenvolvam normalmente. 
 
Atenção e Percepção 
 
• A atenção visual é seletiva e serial 
 
Nós identificamos automaticamente características “primitivas” (cor, forma, orientação, etc.). Treisman 
propôs que diferentes características visuais dos objetos são analisadas por sistemas separados. Esses 
sistemas processam informações ao mesmo tempo, e nós conseguimos prestar atenção, seletivamente, a 
uma característica ao bloquear efetivamente o processamento adicional das outras. 
Treisman propôs a teoria de dois estágios do processamento da imagem visual. Segundo essa teoria, o 
processamento visual começa com uma extração rápida, paralela, de características elementares. O segundo 
estágio de processamento é mais lento e mais trabalhoso. Nesse estágio, as características são combinadas 
para formar objetos. Esse estágio não é automático, ele requer o emprego da atenção. 
Todo o arranjo é esquadrinhado em paralelo e a característica crítica é rapidamente registrada se estiver 
presente. A busca de conjunção, no entanto, requer atenção e é processada serialmente, de modo que o 
tempo de busca fica mais longo conforme mais distraidores são incluídos. 
 
Segregação das funções visuais – os processos visuais elementares prosseguem em paralelo e são 
integrados relativamente tarde no processamento. 
 
Problema de ligação – quando um observador recebe deixas demais às quais prestar atenção,ocorrem erros 
de ligação. Essas conjunções ilusórias acontecem porque a atenção do observador está dividida e 
superestendida. Consequentemente, as características dos objetos se recombinam para formar um objeto 
que não existe. O sistema de reconhecimento automático de características entra em colapso. 
 
 
 
 
 
• A atenção auditiva permite a audição seletiva 
 
Por causa da atenção, é difícil fazer duas tarefas ao mesmo tempo, especialmente se elas dependem dos 
mesmos mecanismos. O fenômeno da festa de coquetel refere-se à capacidade de focar uma única conversa 
em meio a uma caótica festa de coquetel. Embora a proximidade e a altura do som contribuam, a sua 
atenção seletiva também pode determinar qual conversa você vai escutar. 
 
• A atenção seletiva pode operar em múltiplos estágios de processamento 
 
Teoria do filtro – Donald Broadbent afirmou que nós temos uma capacidade limitada de informações 
sensoriais e, portanto, esquadrinhamos as informações que chegam, só deixando entrar as mais 
importantes. 
 
Teorias da seleção inicial – baseadas na noção de que podemos escolher os estímulos aos quais prestaremos 
atenção, antes de processar suas características básicas. 
 
Teorias da seleção tardia – supõem que as pessoas absorvem informações sensoriais, processam-nas e 
selecionam os aspectos dos estímulos aos quais devem prestar atenção depois do processamento.

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