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CURSO DE DIREITO UDC DIREITO CIVIL IV – CONTRATOS PROFESSOR: ME. LUIS MIGUEL BARUDI DE MATOS BIBLIOGRAFIA: - GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: contratos – tomo I e II. Vol. IV. São Paulo: Saraiva - GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: contratos e atos unilaterais. Vol. III. São Paulo: Saraiva - TARTUCE, Flávio. Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. Vol. 2. São Paulo: Método - TARTUCE, Flávio. Direito civil: Teoria geral dos contratos e contratos em espécie. Vol. 3. São Paulo: Métodoodo O PRESENTE MATERIAL SERVE DE ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO QUE DEVE SER EMBASADO NA BIBLIOGRAFIA INDICADA EXTINÇÃO DO CONTRATO II EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO CONCEITO: meio de defesa pelo qual a parte demandada pela execução de um contrato pode argüir que deixou de cumpri-lo pelo fato da outra parte não ter satisfeito a prestação correspondente. Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. Somente se aplica aos contratos bilaterais (prestações correlatas) nos quais existe a dependência recíproca de obrigações. Exceção substancial que paralisa a pretensão do autor de exigir a prestação acordada ante a alegação do réu de não ter recebido a contraprestação devida. Não se discute o conteúdo contratual nem a existência da obrigação, apenas se contesta sua exigibilidade. A exceção pode ser invocada independentemente do motivo do inadimplemento, seja recusa ou impossibilidade (caso fortuito/força maior). Pode ser apresentada a exceção pelo cumprimento parcial ou imperfeito do contrato. ELEMENTOS CARACTERIZADORES a) existência de contrato bilateral b) demanda de uma das partes pelo cumprimento c) prévio descumprimento pela parte demandante Em decorrência da autonomia da vontade é possível que as partes acordem pela restrição à aplicação do instituto. Nesse caso (cláusula solve et repete) o contratante se obriga a cumprir sua obrigação independentemente do cumprimento da outra parte, restando apenas a possibilidade de demandar pelo cumprimento e perdas e danos. Comum em contratos administrativos. Não tem valor nos contratos de consumo em vista do art. 51, IV do CDC (desvantagem do consumidor). Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; TEORIA DA IMPREVISÃO E RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA TEORIA DA IMPREVISÃO Vinculada diretamente ao princípio do PACTA SUNT SERVANDA, a teoria da imprevisão ou da imprevisibilidade marcou substancialmente a evolução do Direito. Aplica-se aos contratos de duração ou prestações continuadas. Código de Hamurabi (Séc. XVIII, A.C.) REBUS SIC STANDIBUS do Direito Canônico Liberalismo: vontade e razão humana (indivíduo) como centro do universo social. Alteração trazida no pós-guerra (I Guerra Mundial) PACTA SUNT SERVANDA "Os pactos devem ser respeitados" Princípio da força obrigatória dos contratos O contrato faz lei entre as partes Limites na função social do contrato e na boa-fé objetiva REBUS SIC STANDIBUS "Estando as coisas assim" ou "Enquanto as coisas estão assim". Possibilidade de que um pacto seja alterado sempre que as circunstâncias que envolveram a sua formação não forem as mesmas no momento da execução da obrigação contratual, de modo a prejudicar uma parte em benefício da outra. Rebus sic standibus representa a Teoria da Imprevisão e constitui uma exceção à regra do Princípio da Força Obrigatória dos Contratos. A cláusula inserida no contrato é a formalização da possibilidade de revisão ou rescisão contratual quando presente a situação imprevista, adequando-o à nova realidade. Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. TEORIA DA IMPREVISÃO X RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA Teoria da imprevisão permite rediscutir a relação contratual em face de acontecimentos novos, imprevisíveis pelas partes e a elas não-imputáveis. Resolução por onerosidade excessiva já prevê a extinção do contrato em razão do descumprimento involuntário causado pela verificação de onerosidade excessiva gerada por circunstâncias supervenientes. Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. REQUISITOS PARA APLICAÇÃO 1. existência de um contrato de execução continuada ou diferida, não se aplicando aos contratos de execução imediata. 2. superveniência de circunstância imprevisível, não sendo aceita a onerosidade decorrente de previsão contratual (mau negócio). 3. alteração da base econômica objetiva do contrato, impondo a uma das partes ou a ambas a onerosidade excessiva (sempre devido a ocorrência superveniente e imprevisível). 4. onerosidade excessiva que se traduz no aumento da gravidade econômica da prestação para uma das partes (enriquecimento x empobrecimento) ou para ambas (empobrecimento). TEORIA DA IMPREVISÃO X LESÃO Não se confunde a teoria da imprevisão com vício causado por lesão (art. 157), embora se verifique em ambos a desproporção entre as prestações. Na lesão ocorre o vício em face do abuso da inexperiência de uma das partes, sua necessidade econômica e a má-fé da outra, causando a desproporção econômica da prestação. ELEMENTOS DA LESÃO objetivo ou material: desproporção econômica das prestações subjetivo ou imaterial: premente necessidade, inexperiência (lesado) e dolo (lesante) DIFERENÇAS LESÃO: defeito do negócio jurídico apto a impor sua anulação (ex tunc). IMPREVISÃO: existência de contrato válido que por fato superveniente resta desequilibrado substancialmente em sua base econômica (ex nunc). TEORIA DA IMPREVISÃO X INADIMPLEMENTO FORTUITO Caso fortuito ou força maior resultam no inadimplemento fortuito (portanto involuntário) da obrigação e não impõe a obrigação de indenizar. Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente nãose houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
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