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ANÁLISE GRANULOMÉTRICA 1. OBJETIVOS Realizar uma separação mecânica de areia através da utilização de peneiras e apresentar os resultados sob a forma de tabelas e gráficos. Resolver os exercícios propostos. 2. INTRODUÇÃO TEÓRICA 2.1. Propriedades dos Sólidos Particulados O conhecimento das propriedades dos sólidos particulados é fundamental para o estudo de muitas operações unitárias como a fragmentação, o peneiramento, a fluidização, a mistura, o armazenamento, as separações mecânicas, o escoamento de fluidos através de leitos granulares e a adsorção. De um modo geral as propriedades são de duas categorias: as que só dependem da natureza das partículas e as que se associam com todo o sistema. Do primeiro tipo são a forma, dureza, a densidade, o calor específico e a condutividade das partículas. As da segunda categoria são a densidade aparente, a área específica, as condutividades, a permeabilidade e o ângulo de repouso natural. Neste segundo caso a propriedade passa a ser uma característica do conjunto (ou da amostra) e não mais do sólido em si. O que se tem verificado é que as propriedades da segunda categoria, ou seja, as propriedades do leito poroso constituído das partículas sólidas separadas umas das outras na amostra, dependem principalmente da porosidade do leito, que por sua vez está associada com a distribuição granulométrica das partículas, além de outros fatores. 2.2. Caracterização Granulométrica Tanto a especificação da finura desejada, como o cálculo da energia necessária para realizar uma operação de fragmentação, requerem a definição prévia do que se entende por tamanho das partículas do material. A determinação de outras características do produto moído também exige o conhecimento prévio da granulometria e geometria das partículas que o constituem. O assunto interessa igualmente a outras operações unitárias, como a mistura, as separações inerciais e a adsorção, além de ser importante em processos como a catálise heterogênea. Muitas vezes as propriedades sofrem a influência marcante do grau de sub-‐divisão. A toxidez de certas poeiras depende da distribuição granulométrica, além da composição química. Distinguem-‐se pelo tamanho cinco tipos de sólidos particulados. Apesar de não ser muito nítida, esta classificação é útil por ser descritiva: • pós, com partículas de 1 µm até 0,5 mm; • sólidos granulares, cujas partículas têm 0,5 a 10 mm; • blocos pequenos: 1 a 5 cm; • blocos médios: 5 a 15 cm; • blocos grandes: maiores do que 15 cm. 2.3. Materiais Heterogêneos Para materiais heterogêneos os materiais terão que ser separados em frações com partículas uniformes por qualquer dos métodos de separação: decantação, elutriação, centrifugação, etc. O meio mais prático, no entanto, consiste em passar o material através de uma série de peneiras com malhas progressivamente menores, onde cada uma delas retém uma parte da amostra. Esta operação, conhecida como análise granulométrica, é aplicada a partículas de diâmetros compreendidos entre 7 cm e 40 µm. O material retido em cada peneira é pesado separadamente, sendo a sua quantidade relacionada com a abertura da malha que o reteve. A análise granulométrica é realizada com peneiras padronizadas quanto à abertura das malhas e à espessura dos fios de que são feitas. Há diversas séries de peneiras, sendo mais importantes as do British Standard (BS), do Institute of Mining and Metallurgy (IMM), do National Bureau of Standards e a série Tyler, que é mais comumente utilizada no Brasil. 2.4. Módulo de Finura A classificação da areia é realizada através do Módulo de Finura (MF). O MF é o valor resultante da soma das percentagens acumuladas em todas as peneiras dividido por 100. Quanto maior o módulo de finura mais grossa é a areia. Para MF<2,4 a areia é caracterizada como areia fina, para MF>2,4 e MF<3,9 é areia média e para MF>3,9 é areia grossa. MF = (Σ %Acumulada (sem o Fundo)) /100 2.5. Diâmetro Médio Superficial das Partículas É o diâmetro da partícula de superfície externa média, que é a partícula cuja superfície externa, ao ser multiplicada pelo número de partículas da amostra, fornece a superfície externa total. Esse diâmetro é importante para se caracterizar materiais como os adsorventes e catalisadores sólidos, cuja atividade depende da superfície externa. É também apropriado para o estudo do escoamento de fluidos através de leitos porosos e para calcular velocidades de dissolução, energia de moagem e difusão da luz. O diâmetro médio superficial é calculado pela equação a seguir. ∑ ∑ Δ Δ = n i i i n i i iS D X D X D 3 3. EQUIPAMENTOS E MATERIAL Para a realização da análise granulométrica é utilizado um agitador por vibração com temporizador e um conjunto de peneiras da série Tyler (9, 14, 20, 28, 32 Tyler). A pesagem é realizada em balança com precisão de duas casas decimais. As amostras utilizadas no ensaio são areias de diferentes granulometrias. 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL O ensaio consiste em colocar a amostra previamente seca sobre a peneira mais grossa utilizada no ensaio e agitar em ensaio padronizado o conjunto de peneiras colocadas umas sobre as outras na ordem decrescente da abertura das malhas. Abaixo da última peneira há uma panela que recolhe a fração contendo as partículas mais finas do material e que conseguem passar através de todas as peneiras da série. A fim de padronizar o ensaio, o conjunto é vibrado mecanicamente, por um tempo de 15 min ajustado no equipamento. Terminando o ensaio, as quantidades retidas nas diversas peneiras e na panela são determinadas por pesagem e as diversas frações retidas podem ser calculadas dividindo as diversas massas retidas pela massa total da amostra. Limpar tudo que foi utilizado e devolver os materiais para os seus lugares. 5. CÁLCULOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS 5.1. Faça uma tabela com as seguintes informações: Número da peneira Intervalo de Diâmetro Abertura da malha Diâmetro médio da partícula Massa retida (g) Fração Ponderal (%) Fração Acumulada (%) 5.2. Grafique a curva de “Diâmetro médio da partícula x Fração Ponderal (%)” e “Diâmetro médio da partícula x Fração Acumulada (%)”. 5.3. Determine o Módulo de Finura e o Diâmetro Médio Superficial para cada amostra e comente o resultado. Exercícios Propostos: 1) Supondo que o material cuja análise granulométrica é o da tabela a seguir (com massa específica de 3,53 g/cm3; a=18,6 e b=2,1), calcule: a) A superfície específica (cm2/g) das frações –8 +35 inclusive; b) O número de partículas nessas frações por 50 g de amostra seca. Fração Di (cm) Fração ponderal 8/10 0,2006 0,3207 10/14 0,1410 0,2570 14/20 0,1000 0,1590 20/28 0,0711 0,0538 28/35 0,0503 0,0210 2) Vinte gramas de café solúvel com partículas esféricas de massa específica 1,5 g/cm3 apresentam a análise granulométrica dada na tabela a seguir. Calcule o número de partículas para 20 g de amostra e seu diâmetro médio superficial. Fração Di (mm) Fração ponderal 35/48 0,356 0,0 48/65 0,252 0,56 65/100 0,178 0,30 100/200 0,111 0,10 200/fundo 0,056 0,04 6. REFERÊNCIAS FOUST, A.S. et al. Princípios das Operações Unitárias. Rio de Janeiro: LTC, 1982. GOMIDE, R. Operações Unitárias: operações com sistemas sólidos granulares. São Paulo: Edição do Autor, 1983. GOMIDE, R. Operações Unitárias: separações mecânicas. São Paulo: Edição do Autor, 1980. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA EM AÇÚCAR CRISTAL Realizar análise granulométrica de amostras de açúcar cristal. Utilizar 2 peneiras (20 e 32 mesh) e um fundo para isto. Determinar se os açúcares são aceitáveis ou não para o processo. Os limites de aceitação são: • Mínimo 30% retido na peneira 20 MESH; • Máximo 70% retido na peneira 32 MESH; • Máximo 10% retido no fundo. Com base nos resultados obtidos apresentar um parecer sobre os açúcares. Obs.: não é necessário realizar os cálculos e exercícios propostos no experimento análise granulométrica em açúcar cristal. A introdução teórica atende parcialmente a este ensaio.
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