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I -‐ OBJETIVO Determinação de leis e grandezas 2ísicas, a partir de dados experimentais e utilização de método grá2ico. II -‐ INTRODUÇÃO Um grá2ico é uma forma compacta de se apresentar varias informações de maneira intuitiva. apresentar varias informações de maneira muito intuitiva. Por exemplo, por exemplo, ao analisarmos um grá2ico da posição de uma partícula em relação ao tempo, podemos saber como a posição da partícula varia com o tempo se a velocidade e a aceleração da partícula são constantes ou variam no tempo. Além disso, podemos obter toda a informação sobre o movimento dessa partícula em um instante que não é apresentado no grá2ico. Preparar um grá2ico consiste basicamente em escolher um sistema de coordenadas. Existem algumas opções, dentre elas, as coordenadas cartesianas, esféricas, cilíndricas, etc. Nesta experiência, trabalharemos com sistema de coordenadas cartesianas e prepararemos grá2icos em papel milimetrado. No início, você sentirá certas di2iculdades, que serão superadas à medida que você for adquirindo mais experiência. II.1 Construção do grá>ico: Um experimentador mediu a velocidade de um corpo em função do tempo e construiu a Tabela 1: II.2 Escolha dos eixos: Podemos notar que v foi medida em função de t, logo: v = f(t)onde: v é uma variável dependente e t uma variável independente. De uma forma mais geral, escrevemos: y = f(x), onde: y ≡ v e x ≡ t. De2inimos, portanto, v (m/s) no eixo y e t(s) no eixo x. II.3 Posicionamento do papel: Observe que seu papel não é quadrado, provavel-‐mente terá dimensões de 25 cm x 30 cm. Neste caso, é a tabela de dados experimentais que de2inirá se o papel vai 2icar deitado ou em pé. � de �1 4 Roteiro 2 -‐ Construção de grá2icos LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL I ROTEIRO 2 -‐ CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS EM PAPEL MILIMETRADO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO -‐ UERJ FACULDADE DE TECNOLOGIA -‐ CÂMPUS RESENDE Tabela 1: Valores de velocidade em função do tempo obtidos em um experimento. v (m/s) t (s) 1,08 0,033 1,50 0,067 1,64 0,100 1,96 0,133 2,34 0,167 2,66 0,200 3,11 0,233 3,48 0,267 3,66 0,300 3,84 0,300 4,27 0,367 Tabela 2: Valores de velocidade em função do tempo obtidos em um experimento. v (m/s) x 10-2 t (s) x 10-3 108 33 150 67 164 100 196 133 234 167 266 200 311 233 348 267 366 300 384 300 427 367 Devemos eliminar as vírgulas. Assim, trabalhare-‐mos com números inteiros, o que facilitará o nosso trabalho. Para isso, usaremos potências de 10. Vejamos qual foi a variação de v e de t: ∆v = (427 -‐ 108) x 10-‐2 m/s → ∆v = 319 x 10-‐2 m/s ∆t = (367 -‐ 33) x 10-‐3 s → ∆t = 334 x 10-‐3 s Observe, no entanto, que a experiência não começou quando t = 0, e sim quando t = 0,033 s. Podemos supor que caiu café na tabela do experimentador, destruindo os primeiro dados. Talvez possamos reconstruir a tabela desde o início. A condição necessária (mas não su2iciente) é que tenhamos nos nossos eixos os pontos: t = 0 e v = 0, logo: ∆v = (427 -‐ 0) x 10-‐2 m/s→ ∆v = 427 x 10-‐2 m/s ∆t = (367 -‐ 0) x 10-‐3 s → ∆t = 367 x 10-‐3 s A maior variação foi da velocidade: 427 x 10-‐2 > 367 x 10-‐3; logo, os valores de v serão distribuídos na parte maior do papel, e t na menor. E, portanto, o papel ficará em pé. II.4 Determinação da Escala: Vamos pensar primeiro na escala para v. A variação total de v foi 427 m/s. Então, temos que distribuir 427 m/s em 30 cm (a potência de 10 já está indicada no eixo de v). Ora, basta então fazer uma regra de três simples:427 m/s -‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐ 30 cm x m/s -‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐ 1 cm logo: 1 cm → 14,23 m/s. O bom senso nos proíbe usar uma escala tão fracionária como esta. Se 2izermos 1 cm → 14,23 m/s, todos esses pontos serão marcados, porém com enorme di2iculdade. Se 2izermos 1 cm → 15 m/s (que é a escala inteira imediatamente superior), teremos uma simpli2icação tremenda embora um pouco do papel seja desperdiçado. Podemos desperdiçar no MÁXIMO 1/3 do papel, em troca de uma escala mais fácil. Vamos agora pensar na escala para os valores de t. Ora, ∆t = 367 x 10-‐3 s. Esqueça, por enquanto, a potência de 10. Temos, então, que distribuir 367 s em 25 cm; logo: 367 s -‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐ 25 cm x s -‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐ 1 cm logo:1 cm → 14,68 s. Ou seja,se 2izermos 1 cm → 14,68 s, o valor 367 coincidirá com o 2im do papel. Você usaria esta escala? Comece a usar seu bom senso, e determine a sua própria escala. Na hora de marcar os valores de t, lembre que todos estão multiplicados por 10-‐3 e indicados no 2inal do eixo, como mostra a Fig. 1. III. INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DO GRÁFICO Como pode ser observado no grá2ico abaixo, os pontos não deram exatamente uma reta, porém isto é perfeitamente explicável, simplesmente porque nenhuma medida é exata, ou seja, sempre somos passíveis de erro (observe as linhas horizontais e verticais entorno dos dados, estas linhas mostram o erro nos dados). No entanto, esta distribuição de pontos nos sugere muito mais uma reta do que qualquer outra curva. Trace sua reta procurando passar pelo maior número possível de pontos e deixando, mais ou menos, o mesmo número de pontos acima e abaixo da reta. A equação da reta é: y = ax + b, onde: y → variável dependente; x→variável independente; a→inclinação da reta; e b→ ponto onde a reta corta o eixo y. � de �2 4 Roteiro 2 -‐ Construção de grá2icos v (m/s) x 10-2 t (s) x 10-3 0 0,1 0,2 0,3 0.4 0.5 0.6 t (s) 0 1 2 3 4 5 6 7 v ( m/ s) 3 m/s 0,31 s Fig. 2: Gráfico de velocidade versus tempo. Fig. 1: Gráfico de velocidade versus tempo. Podemos, então, reescrever esta equação da seguinte forma: v = at + vo, onde vo representa a velocidade quando t = 0. Este valor foi encontrado, prolongando-‐se a reta até cortar o eixo de v . Este método é chamado de EXTRAPOLAÇÃO. A extrapolação só pode ser feita quando o grá2ico nos dá uma reta, pois só aí saberemos (com certas dúvidas) a direção da curva. Outra informação da maior importância é a rapidez com que a velocidade varia com o tempo. A esta rapidez damos o nome de aceleração que é de2inida como: a = ∆v / ∆t(Lembre que a aceleração média é igual a aceleração instantânea quando aceleração é constante). O procedimento para o cálculo de a é análogo ao do cálculo da tangente. Neste caso consideramos a razão entre o cateto oposto e o cateto adjacente, tomados os seus valores nas escalas, assim como suas unidades. No nosso caso, a = ∆v / ∆t = 3 m/s / 0,31s ≃ 9,68 m/s2. Será que este valor pode lhe sugerir que tipo de m o v im e n t o e s t a v a e s t u d a n d o o n o s s o experimentador? Agora que já aprendeu como fazer o grá2ico, construa um grá2ico tomando os valores da Tabela 2 e 3. Responda as seguintes questões usando o grá2ico preparado com dados da Tabela 2: • Qual é a aceleração média da partícula entre os instantes 100 x 10-‐3 s e 200 x 10-‐3 s? • Escreva a velocidade como função do tempo. E obtenha a velocidade no tempo t = 0 s. • Podemos obter informação sobre deslocamento dessa partícula? • Qual é o deslocamento da partícula entre instante 100 x 10-‐3 s e 200 x 10-‐3 s? • Qual é o módulo da força que age sobre a partícula se a massa dele é 0,2 kg? Responda as seguinte questões usando o grá2ico preparado com dados da Tabela 3: • Qual é a velocidade média da partícula entre instante 2,0 e 6,0 s? • A aceleração dessa partícula varia com tempo ou permanece constante? IV GRÁFICOS COM EIXOS LOGARÍMICOS As vezes é conveniente usar os grá2icos com eixos logarítmicos. Por exemplo, um resistor não linear não obedece a lei de ohm, e o relação entre a tensão e o corrente, neste caso, pode ser descrito como V = AIαonde A e α são constantes características de um dado material. Essas constantes podem ser obtidas a partir do grá2ico log V versus log I. Veja: V = AIα ⇒ log V = log A + α log I Neste caso, fazendo y = log V, x = log I, dá uma reta no grá2ico de y versus x. Assim, podemos obter os valores de A e α através dos coe2icientes linear e angular deste grá2ico. Para preparar este tipo de grá2ico é conveniente usar um papel logarítmico. Existem dois tipos de papéis logarítmicos: papel mono log, e papel log-‐log ou di log. No papel mono log, um dos eixos é uma escala logarítmica e o outro é uma escala linear. No caso de papel log-‐log ambos os eixos são escalas logarítmicas. Como podem observar, no exemplo citado acima de um resistor não linear, é mais conveniente usar papel di log. O papel mono log é mais conveniente para apresentar funções de forma y = a e-bx. Um exemplo desse tipo de funções é a lei de decaimento radioativo N(t) = N0 e-λt onde N0 é o número de núcleos radioativos em t = 0, N(t) é o número de núcleos radioativos no tempo t e λ é umaquantidade conhecida como a constante de decaimento. Neste caso, podemos escrever N(t) = N0 e-‐λt ⇒ log (N/N0) = -‐λt, � de �3 4 Roteiro 2 -‐ Construção de grá2icos Tabela 3: Valores de posição em função do tempo obtidos em um experimento. x (m) σ (m) t (s) σsist (s) 11,2 0,4 2,0 0,2 13,0 0,6 3,2 0,2 18,2 0,4 4,5 0,2 21,6 1,0 5,3 0,2 26,0 0,6 6,0 0,2 Neste caso um grá2ico de N/N0 em relação a t é uma reta cuja inclinação é -λ. Actividade a fazer: Usando a Tabela 4, preparem um gráfico no papel di-log. VII BIBLIOGRAFIA 1. Texto adaptado da Apostila “Construção de grá2icos em papel milimetrado propagação de erros". Roteiro para as práticas de Física Teórica e Experimental I da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (FAT-‐UERJ). 2. Texto adaptado da Apostila “Resistores não-‐lineares“. Roteiro para as práticas de Física Teórica e Experimental III da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (FAT-‐UERJ). 3. Fundamentos de Física, Halliday, Resnick, Walker. � de �4 4 Roteiro 2 -‐ Construção de grá2icos Tabela 4: Medidas de voltagem em função da corrente. V (volt) I (A) 1,0 0,50 2,0 2,00 3,0 4,50 4,0 8,00 5,0 12,5 6,0 18,0 7,0 24,5 8,0 32,0
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