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Direito das Sucessões: Histórico e Conceitos

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Direito das Sucessões – Professora Flávia Azevedo
Sucessão – Substituição de um sujeito titular de direito de propriedade por outro, transferido “causa mortis”.
Histórico do Direito das Sucessões
Suceder é substituir uma pessoa, numa determinada obrigação, ficar no seu lugar tomando conta de seus bens.
Intervivos – Direito Civil. Uma pessoa substitui outra
Causa Mortis – Utilizado apenas para sucessões. Também utilizado apenas no direito sucessório, quando tratar de herança de cujus.
Admite-se duas formas de sucessão:
- Legítima: Decorrente da Lei (é a que ocorre na prática no Brasil)
 Descendente/Cônjuge
 Ascendente/Cônjuge
 Cônjuge
 Colaterais
 Estado
- Testamentária (Raramente se faz, mas era muito usada nos primórdios do Direito Sucessório)
As famílias deviam ter um filho homem, para continuar a família. Não existia a sucessão feminina, acabaria a família se não tivesse um filho homem. Se não houvesse o pai fazia um testamento para adotar um filho homem. Se não tivesse um testamento nem filho homem haveria um processo para distribuir os bens. Começaram a se desenvolver novas formas de sucessão. Do direito francês vem o direito da saisine, influenciando os dias atuais.
Sucessão é o ato pelo qual uma pessoa assume o lugar de outra substituindo-a na titularidade de determinados bens. No Direito Sucessório o vocábulo é empregado em sentido estrito para designar a sucessão decorrente da morte de alguém. A expressão latina “de cujus” é a abreviatura da frase “de cujus sucessioneagitur”, que significa aquele de cuja sucessão se trata. A sucessão somente se opera em relação às pessoas naturais. A importância do direito das sucessões no Direito Civil se dá em razão de que o homem desaparece, mas os bens continuam e grande parte das relações humanas migra para a vida dos que sobrevivem.
O nosso direito é um direito que vem da sociedade capitalista, você trabalha para adquirir bens, cada vez você quer adquirir mais. Para quê? Você vai morrer e seus bens vão ficar para quem? Ao morrer você vai passar a ter herdeiros. Não existe herança de pessoa viva, então alguém só é herdeiro quando outra pessoa morrer. Então quando você é filho e vê todo aquele patrimônio do seu pai você tem expectativa de direito de um dia receber aquilo ali. Mas nada impede de que o pai, fazendo negócios acabe perdendo seu patrimônio. Você não pode processar seu pai porque ele perdeu tudo. Não é sua herança. Então você não tem esse poder, tem uma expectativa de herdar aquilo ali.
Na sociedade socialista se acumulam riquezas em vida, que depois será deixada para o Estado.
Na sociedade capitalista se acumulam riquezas em vida, que serão distribuídas para os herdeiros.
Nas sociedades socialistas se pregava que a pessoa acumula riqueza, mas quando morresse ia tudo para o Estado. Era contra essa sucessão. Mas isso nem sempre foi assim.
Evolução histórica
O direito sucessório remonta à mais alta antiguidade, sempre ligado à idéia de continuidade da religião e da família. Em Roma, na Grécia e na Índia a religião desempenhava papel de importância para a continuação da família. Não havia castigo maior para uma pessoa do que falecer sem deixar quem lhe cultuasse a memória, de modo a ficar seu túmulo ao abandono. Por isso, nesse tempo e por séculos seguintes, a sucessão transmitia-se apenas pela linha masculina, pois o filho era o sacerdote da religião doméstica. Então a sucessão era transmitida ao primogênito varão. O conhecimento da evolução histórica do direito das sucessões torna-se mais nítido a partir da Lei das 12 tábuas do Direito Romano, que concedia liberdade ao chefe da família de dispor de seus bens para depois da morte (surge o testamento).
Sem testamento a sucessão se dava em três classes: (uma classe exclui a outra)
- “Sui etnecessarii”: eram os filhos sobre o poder do pater que se tornavam “sui iuris” com a sua morte. Eram os filhos, netos e esposa; filhos ou pessoas que viviam sobre o poder do pai.
- Agnati: eram os parentes mais próximos do falecido, colaterais paternos;
- Gentiles (gens): era o grupo familiar amplo.
Com o Código de Justiniano, a sucessão legítima passa a fundar-se no parentesco natural, estabelecendo uma ordem de vocação hereditária.
a) Descendentes;
b) Ascendentes, em concorrência com irmãos e irmãs bilaterais;
c) Irmãos e irmãs consangüíneos e uterinos;
d) Outros parentes colaterais.
O Cônjuge estava excluído dessa sucessão. Ele criou a expressão legítima baseado na sucessão natural, só sanguínea.
Os romanos utilizavam muito o testamento e para eles nenhuma desgraça superava a de falecer “ab intestato” (sem testamento).
O Direito Germânico desconhecia a sucessão testamentária, só eram considerados os herdeiros de sangue.
O germânico vai dar origem ao Direito Francês.
Na França, desde o século XIII, criou-se “droit de saisine”, de origem germânica, pelo qual a propriedade e a posse da herança passam aos herdeiros imediatamente com a morte do hereditando (“de cujus”).
Do Direito Civil Alemão, seguindo o Direito Medieval, afirmava-se igualmente que o patrimônio do “de cujus” passava de pleno direito diretamente aos herdeiros.
Das fusões e influências desses direitos surgiu o direito sucessório contemporâneo. Os parentes, herdeiros pelo sangue, são os sucessores legítimos se não houver testamento ou se este não prevalecer.
O princípio da saisine foi introduzido no Direito Português em 1754. A influência da codificação francesa também se operou em nossa legislação, mesmo antes do Código de 1916. Antes a vocação hereditária previa que se poderia chegar até o 10º grau de parentesco e só posteriormente o cônjuge supérstite (sobrevivente). Em 1839 a lei inverteu a posição do cônjuge com os colaterais limitando o direito ao 6º grau de parentesco, limite que continuou no Código Civil de 1916. Em 1946 o Decreto-Lei 9461 reduziu a vocação dos colaterais ao 4º grau, limite que é mantido até hoje.
Sucessão legítima: segue a determinação legal. Pela nossa lei recebe, nessa ordem:
No CC/1916 Descendentes, ascendentes, cônjuge, colaterais até 4º grau, depois o Estado.
No CC/2002 Descendentes em concorrência com o cônjuge, ascendentes em concorrência com o cônjuge, cônjuge, colaterais, Estados. A União estável não está contemplada, posteriormente foi colocada em concorrência com os colaterais. Uma classe exclui a outra.
Fundamento do Direito das Sucessões
O primeiro fundamento da sucessão foi de ordem religiosa. A propriedade era familiar e a família era chefiada pelo varão, mais velho, que tomava o lugar do “de cujus” na condução do culto doméstico, como já mencionado.
Quando a propriedade passa a ser individual o fundamento da sucessão desloca-se para a necessidade de conservar o patrimônio dentro de um mesmo grupo, como forma de manter poderosa a família impedindo a divisão de sua fortuna entre os vários filhos.
Para alguns autores, o fundamento do direito das sucessões repousa na continuidade da vida humana, através das várias gerações.
Washington de Barros diz que a sequência da vida humana não depende da sucessão.
Para Orlando de Gomes a sucessão mortis causa encontra suas justificação nos mesmos princípios que explicam a propriedade.
Os socialistas afirmavam que a sucessão contraria princípios da justiça e interesse social, gera desigualdade ente os homens acumulando riquezas nas mãos de uns indivíduos.
Em posição oposta situam-se os que defendem a transmissão hereditária, assentando a riqueza da nação sobre a riqueza individual ou defendendo a transmissibilidade dos bens como meio de desenvolver a poupança e de assegurar na descendência a continuação dos valores acumulados estimulando o trabalho e a economia.
Conteúdo do direito sucessório
A Constituição Federal assegura em seu Art. 5º. XXX o direito de herança.
Art. 5º, CF
(...)
XXX – é garantido o direito de herança;
O Código Civil disciplina o Direito Sucessório em quatro títulos:
- Sucessão em geral;
- Sucessão legítima;
- Sucessão testamentária;
- Inventário e Partilha.Relação com outros ramos do Direito
Para um perfeito entendimento do direito das sucessões precisaremos relembrar conceitos apreendidos desde o Direito Civil I, como noções de início e fim da personalidade, comoriência e ausência.
De certa forma o Direito Sucessório se relaciona com vários ramos do direito, principalmente com o Direito de Família.
Noções de Herança
Geralmente se emprega o termo sucessão como sinônimo de herança, porém sabemos que eles não tem o mesmo significado.
- O termo herança é exclusivo do Direito Sucessório.
- Herança: é o conjunto de direitos e obrigações que se transmitem em razão da morte, a uma pessoa, ou a um conjunto de pessoas.
- A expressão “de cujus” está consagrada para referir-se ao morto de quem trata a sucessão.
- Espólio: conjunto de direitos e deveres pertencentes ao “de cujus”, utilizado basicamente sob o prisma processual. É uma ficção jurídica.
- A herança constitui-se de uma universalidade de bens, que poderá o herdeiro recebê-la toda ou em frações quando ocorrer a partilha.
- Legatário: aquele que sucede a titulo singular.
Abertura da Sucessão
Dispõe o Art. 1.784, CC:
Aberta a sucessão, a herança transmite-se desde logo aos herdeiros legítimos e testamentários.
O patrimônio do “de cujus” que não é constituído apenas de bens materiais e corpóreos, como um imóvel ou um veículo, mas representa uma universalidade de direitos.
A existência da pessoa termina com a morte real (Código Civil, Art. 6º).
Art. 6º, CC. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Não há de se falar em herança de pessoa viva, embora possa ocorrer a abertura da sucessão do ausente presumindo-lhe a morte (CC, 26).
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
A lei prevê ainda ao lado da morte natural a morte presumida do ausente, como referido. O Art. 6º, CC, com efeito, refere-se à ausência como morte presumida.
Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens.
- Fundamento
Primeiramente Ordem religiosa. Transmitir seus bens, seu patrimônio para aqueles que tem maior afinidade com você (herdeiros).
- Conteúdo do Direito das Sucessões
Assegurado pela CF e pelo CC.
Art. 5º, XXX. Direito de herança.
Art. 5º, CF
(...)
XXX – é garantido o direito de herança;
CC Disciplina essa matéria. Sucessão em geral, legítima, inventário e partilha.
- Relações com outros ramos
Direito Empresarial
Direito Penal
Direito de Família
Etc.
- Noções de herança
Herança bens deixados pelo “de cujus”. Espólio é o mesmo que herança, mas se trata na parte processual.
Universalidade de bens que o herdeiro poderá receber em porções ou de uma vez.
Legatário – quando abrir o testamento já estará discriminado.
Herdeiro -
- Abertura da sucessão
Art. 1.784, CC. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Abre a sucessão pela morte. Todos os seus bens vão ser transmitidos imediatamente aos seus herdeiros (princípio da saisine – ficção jurídica).
Funciona como se o morto já tivesse passado seus bens para o herdeiro ainda em vida. Qualquer um dos herdeiros pode reivindicar qualquer coisa. Podem gerir, mas não podem gastar nada até fazer a apuração. Funciona como se fosse um condomínio até a partilha.
Morte presumida – provável que a pessoa tenha falecido, apesar de não ter um corpo.
Ausente – desaparece sem deixar representante, nem dizer para onde vai.
A lei autoriza os herdeiros do ausente a ingressarem com um pedido de abertura da sucessão provisória, se depois de 10 anos o ausente não tiver retornado ou não se tenha confirmação de sua morte, os herdeiros poderão requerer a sucessão definitiva.
Quando o corpo não é encontrado, a lei de registros públicos prevê um procedimento de justificação e o CC, no seu Artigo 7º, I e II, também trata da morte presumida. Nesse caso será requerida a declaração de morte presumida.
Art. 7º, CC. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Art. 1.785, CC. A sucessão abre-se no último lugar (domicílio) do falecido
Art. 1.786, CC. A sucessão dá-se por lei ou ato (disposição) de última vontade.
Parte disponível aquilo que se pode testar. O cálculo é feito pelo contador e seu advogado.
Para que haja sucessão, é necessário que o herdeiro sobreviva ao hereditando. É o princípio da coexistência. O sucessor e o “de cujus” devem coexistir no momento da morte.
Há casos em que ambos falecem em condições que impossibilitam precisar qual deles morreu primeiro. Essas são hipóteses de comoriência (Art. 8º, CC).
Art. 8º, CC Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Não havendo como determinar quem morreu primeiro, não há transferência entre os comorientes.
O normal do direito sucessório é o princípio da coexistência. A pessoa que falece e o seu herdeiro devem estar vivo pelo menos um minuto para que se dê a transmissão. Há exceções, como aquele que nasce logo após a morte do pai, o qual ddeixou bens para ele.
Princípio da saisine
É uma ficção jurídica onde os herdeiros logo após a morte do autor da herança já são responsáveis por esta. A lei presume que o próprio “de cujus” investiu seus herdeiros na posse indireta do seu patrimônio.
Para o direito sucessório só interessa comoriência se as pessoas forem parentes. A sucessão será aberta individualmente, sem que se distribua a herança, não há transferência.
O princípio da saisine surgiu na Idade Média. Foi instituído pelo Direito Costumeiro Francês, como reação ao sistema feudal.
Saisine quer dizer posse e foi introduzido no Direito Luso-Brasileiro em 1786. O CC/1916 também acolheu este princípio, assim como o CC atual no Art. 1.784.
A herança defere-se como um todo unitário ainda que vários sejam os seus herdeiros (é uma espécie de condomínio). Na condição de possuidores os herdeiros podem até valer-se dos interditos possessórios para defesa e posse dos bens da herança.
Todos são responsáveis, mais um deles será nomeado administrador.
Em decorrência do princípio da saisine regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura da sucessão (Art. 1.787, CC). A lei do dia da morte rege todo o direito sucessório. Não pode uma nova lei disciplinar sucessão aberta na vigência de lei anterior. As disposições testamentárias também sempre serão regidas pela lei do tempo da abertura da sucessão. Outra conseqüência do princípio da saisine é o princípio da coexistência.
Art. 1.787, CC. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.
No momento da abertura da sucessão deve-se verificar os valores do acervo hereditário de forma a determinar o monte partível e o valor do imposto de transmissão causa mortis.
Súmula 112, STF. O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão. Art. 1.787, CC.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento ...
Herdeiros legítimos Art. 1829.
Descendente/Cônjuge (necessário)
Ascendente/Cônjuge (necessário)
Cônjuge (necessário)
Colaterais
Estado
Havendo problema com a sucessão testamentária se recorre à sucessãolegítima.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II – aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III – ao cônjuge sobrevivente;
IV – aos colaterais.
Havendo herdeiros necessários o testador poderá dispor de metade de sua herança (menos para a concubina, sob pena de anulação pelos herdeiros necessários).
Companheiro/companheira não é herdeiro necessário.
Não pode deixar pra concubina, tendo união estável.
Espécies de Sucessão
- Legítima
Segue a determinação da lei.
- Testamentária
Ocorre por ato de última vontade. Geralmente quando não tem herdeiros necessários ou quando tem patrimônio muito grande. Deve procurar um contador para verificar seu acervo e efetuar a divisão, pois a pessoa só pode testar da sua parte disponível.
- Legítima e Testamentária
Quando o “de cujus” não tratou de todos os seus bens no testamento. Quando fez o testamento há muito tempo e adquiriu novos bens, que acabaram ficando de fora. Se o testamento caducar, vai pra legítima. Se aparecer muita nulidade, vai pra legítima.
Herdeiros Necessários (não podem ser excluídos)
a) Descendentes/Cônjuges
b) Ascendentes/Cônjuges
c) Cônjuges
Sucessão a título universal e singular
A título universal - ocorre quando se transfere ao sucessor a totalidade do patrimônio do “de cujus” ou uma fração determinada dele abrangendo o ativo e o passivo. Neste caso, o sucessor é chamado de herdeiro.
Primeiro se liquida a herança, depois divide.
A título singular – ocorre quando o sucessor recebe um patrimônio específico. Neste caso, ele é chamado de legatário (só aparece na testamentária).
No testamento já vem determinado qual bem o legatário irá receber. Só responde sobre o bem que vai receber.
≠ Entre herdeiro e legatário
O herdeiro recebe o bolo todo, vai pagar as dívidas, o legado. Recebe o ativo e o passivo. O legatário recebe apenas o bem especifico, não recebe o passivo, apenas o que acompanha o bem.
- Aceitação da herança
Segundo Washington de Barros a aceitação é o ato jurídico pelo qual a pessoa chamada a suceder declara que deseja ser herdeiro e recolhe a herança. Normalmente a aceitação é tácita e retroage a data da morte.
É a fase que se segue logo na abertura do inventário. Antigamente só se aceitava a herança se o ativo fosse maior que o passivo, sob pena dos patrimônios se confundirem e o herdeiro pagar as dívidas do “de cujus”.
A aceitação expressa se dá quando o juiz chama um herdeiro para aceitar. É o caso, por exemplo, de um herdeiro que estava viajando durante o óbito. Se não se pronunciar supõe-se que há aceitação.
Antes dava-se valor à aceitação porque no Direito antigo o patrimônio do “de cujus” se confundia com o do herdeiro. Então o herdeiro só aceitava a herança se o ativo superasse o passivo. Hoje existe o benefício do inventário a própria herança paga as dívidas, os patrimônios não se misturam.
A herança sendo uma universalidade não pode ser aceita parcialmente, sob condição ou termo.
Abertura da Sucessão – momento da morte 
Art. 1.784. CC. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
“Droit de Saisine” - A fórmula que regula a transmissão por sucessão é chamada “droit de saisine”, uma ficção legal segundo a qual a morte e a transmissão legal coincidem em termos cronológicos, presumindo a lei que o próprio de cujus investiu seus herdeiros no domínio e na posse indireta de seu patrimônio. O patrimônio mencionado é a herança, composta pelos bens, direitos e obrigações do de cujus.
Lei – Vigente no momento da morte do “de cujus”.
Comoriência – Quando o “de cujus” vem a falecer, o herdeiro deve estar vivo, mesmo que por poucos instantes depois, se o herdeiro morrer com o “de cujus” e não houver como estabelecer a diferença do momento da morte de ambos, presume-se a morte simultânea, ou comoriência, onde o herdeiro deixa de sê-lo. 
Art. 8º CC. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Espólio – Herança, Massa Hereditária – conjunto de bens, direitos e obrigações deixados pelo “de cujus”, não tem personalidade jurídica. 
Meação – Direito da metade do patrimônio. A meação não pertencia ao falecido, não se transmite, meação é direito de família, pertence ao cônjuge sobrevivente.
Espécies de Sucessão:
Legítima – Obedece a ordem de vocação hereditária prevista em Lei. 
 A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Art. 1.829. CC. 2002. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Art. 1.603.CC 1916:
A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes;
II - aos ascendentes;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais;
V - aos Municípios, ao Distrito Federal ou à União.
Testamentária – Disposição formal de última vontade, declaração por escrito. 
A sucessão pode ser legítima e testamentária simultaneamente, quando houver patrimônio não constante do testamento; quando o testamento não puder tratar de todo o patrimônio, por exemplo, no caso da Legítima – metade da herança que deve ser obrigatoriamente transferida para os herdeiros legítimos, caso hajam herdeiros necessários. 
A sucessão será sempre legítima, quando não existir testamento, quando o testamento é nulo ou caduco (válido mas ineficaz)
Contratual – “Pacta Corvina” - Vedada. 
Exceção – Partilha em vida - a partilha em vida é permitida pelo art. 2.018 do NCC e até mesmo ampliada, pois antes era faculdade do pai e agora dos ascendentes. 
Art. 2.018. CC. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.
Art. 426. CC. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Tipos de Herdeiros – Legítimos e Testamentários:
Legítimos - Os herdeiros legítimos decorrem de determinação legal e dividem-se em herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge) e facultativos (colaterais até 4º grau e companheiro).
Necessários – herdeiros da herança no limite mínimo de 50%, ou por exclusão, por indignidade ou deserdação – descendentes, ascendentes ou cônjuge. 
Art. 1.845. CC. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
A herança pode ser testamentada até 50%. o que excede será legítima.
Facultativos – colaterais e cônjuge.
Art. 1.850. CC. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar.
Testamentários:
Herdeiro - O herdeiro testamentário é aquele beneficiado pelo autor da herança ("de cujus"/falecido) através de testamento. Pessoa que substitui o de cujus em seus direitos e obrigações. O herdeiro sucede o falecido a título universal. Portanto, não há herdeiros sem que ocorra a morte de uma pessoa.
Legatário - O legatário não é herdeiro. É um sucessor instituído no testamento para receber coisa singularizada. Pessoa que sucede a título singular,isto é, recebe um bem determinado em função de testamento válido.
O Legado é um bem determinado, ou vários bens determinados, especificados dentro do acervo hereditário, do espólio.
Sucessão a Título Universal - Quando houver transferência da totalidade ou de parte indeterminada da herança, tanto no seu ativo como no passivo, para o herdeiro do de cujus, que se subroga, abstratamente, na posição do falecido, como titular da totalidade ou de parte ideal daquele patrimônio no que concerne ao ativo, assumindo a responsabilidade relativamente ao passivo.
Sucessão a Título Singular - Quando o testador transfere ao beneficiário apenas objetos certos e determinados. Nessa espécie é o legatário que sucede ao de cujus sub-rogando-se concretamente na titularidade jurídica de determinada relação de direito, sem representar o morto, pois não responde pelas dívidas da herança. 
Sucessão Anômala ou Irregular - é a disciplinada por normas peculiares e próprias, não observando a ordem da vocação hereditária estabelecida no art. 1.829.
Abertura de Inventário – Arts. 1785 CC e 96 CPC
Art. 1.785. CC. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Art. 96. CPC. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. É, porém, competente o foro:
I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo;
II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes.
Prazo - Art. 983 CPC. O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte.
OBS: Codicilo - pequeno testamento informal de pequenos valores.
Abertura do inventário: Local do último domicilio do falecido, se não tiver, onde se encontram os bens, se for impossível apurar, no local do óbito.
Prazo de abertura do inventário: 60 dias – após incide multa. 
Espólio – considerado bem imóvel – até a partilha respeita o regime de condomínio (necessário). 
Aceitação da herança:
Expressa - 
Tácita – Art. 1.805 CC. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
Características:
Unilateral -
Não receptícia –
Indivisível - Art. 1.808 CC. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.
Incondicional – 
Direta ou Indireta – 
Irretratável – Art. 1.812 CC . São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.
Renúncia:
Unilateral –
Forma – 
Não Receptício – 
Indivisível – 
Incondicional – 
Irretratável – 
Tipos: 
Abdicativa – 
Translativa – 
Restrições à liberdade de renúncias: 
Capacidade – 
Outorga uxória –
Lesão a credores – Art. 1.813 CC. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.
1o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato.§ 2o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros.
Efeitos da Renúncia: 
Quinhão volta ao monte - Herança como se o herdeiro renunciante não existisse – 
Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subsequente.
Não há direito a representação – 
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
Não há limitação à administração e usufruto de bens dos filhos – 
Efeitos da Renúncia: 
Quinhão volta ao monte - Herança como se o herdeiro renunciante não existisse - O quinhão hereditário do renunciante, na sucessão legítima, transmite-se aos outros herdeiros da mesma classe. Se for o único da classe, os bens passam aos da subsequente.

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