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VII Crimes Contra a Honra

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1 
 
PENAL II – PARTE ESPECIAL 
 
VALDINEI CORDEIRO COIMBRA 
Advogado (OAB/DF) 
Mestre em Direito Penal Internacional pela Universidade de Granada (Esp) 
Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF 
Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium 
Coordenador do www.conteudojuridico.com.br 
Delegado de Polícia PCDF (aposentado) 
Ex-analista judiciário do TJDF 
Ex-agente de polícia civil do DF 
Ex-agente penitenciário do DF 
 Ex-policial militar do DF 
vcoimbr@gmail.com 
 
 
CÓDIGO PENAL - TÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
Capítulo I – Dos crimes contra a Honra (Arts. 128 ao 145 do CP) 
 
8.  CRIMES  CONTRA  A  HONRA  Conceito.  Objeto  jurídico.  Classificação. 
Elemento  subjetivo.  Elemento  normativo.  Sujeito  ativo.  Sujeito  passivo. 
Exceção da verdade. Calúnia. Difamação.  Injúria. Disposições comuns nos 
crimes contra a honra. Exclusão do crime. Retratação. 
 
CAPÍTULO V 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
Calúnia 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido 
como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a 
propala ou divulga. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
Exceção da verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
2 
 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o 
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I 
do art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi 
absolvido por sentença irrecorrível. 
 Inviolabilidade constitucional à honra: art. 5º, X, dispõe que 
“são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação”. Daí a 
justificativa da punição criminal daquele que, deliberadamente, 
ofende a honra alheia. 
 Espécies de honra: a) honra objetiva - A honra objetiva é a 
visão que as demais pessoas da coletividade têm acerca das 
qualidades físicas, morais e intelectuais de alguém, ou seja, é 
a reputação de cada indivíduo no meio social em que está 
imerso; em suma, é o julgamento que as pessoas fazem de 
alguém. b) honra subjetiva: é o sentimento que cada pessoa 
possui acerca das suas próprias qualidades físicas, morais e 
intelectuais, o juízo que cada um faz de si mesmo (autoestima). 
Subdivide-se em honra-dignidade (conjunto de qualidades 
morais do indivíduo) e honra-decoro (conjunto de qualidades 
físicas e intelectuais). Fala-se ainda em: a) honra comum e 
honra especial. Honra comum é a atinente à vítima enquanto 
pessoa humana, independentemente das atividades por ela 
exercidas. Honra especial, ou honra profissional, é a que se 
relaciona com a atividade particular da vítima. 
 Subsidiariedade: Os crimes contra a honra estão previstos 
também em diversas leis extravagantes, como o Código Penal 
Militar e o Código Eleitoral. Os tipos previstos no Código Penal 
somente serão aplicados quando não se verificar nenhuma das 
hipóteses excepcionalmente elencadas pela legislação 
especial. Se o fato cometido no caso concreto ostentar os 
elementos especializantes contidos na lei especial, esta terá 
preferência sobre a lei geral (princípio da especialidade). 
 Crimes contra a honra por meio de impressa: a ofensa 
perpetrada por meio de imprensa configura crime comum, na 
medida em que o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADPF 
n. 130, entendeu que a Lei de Imprensa (Lei n. 5.250/67) não 
foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988. É claro, 
porém, que, se o crime for cometido pela imprensa, na 
3 
 
propaganda eleitoral, estará caracterizada calúnia, difamação 
ou injúria do Código Eleitoral (Lei n. 4.737/67). 
 Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). Algumas 
pessoas, todavia, são imunes aos crimes contra a honra. Não 
os praticam, ainda que ofendam a honra alheia, pois o 
ordenamento jurídico as afastam da incidência do Direito Penal. 
a) Imunidades Parlamentares: A imunidade material protege 
o parlamentar em suas opiniões, palavras e votos, desde que 
relacionadas às suas funções, não abrangendo manifestações 
desarrazoadas e desprovidas de conexão com seus deveres 
constitucionais. A imunidade material abrange os deputados 
federais e senadores. De acordo com o art. 27, § 1º, da 
Constituição Federal, aos deputados estaduais serão aplicadas 
as mesmas regras sobre imunidades relativas aos deputados 
federais e senadores. No tocante ao Poder Legislativo 
Municipal, dispõe o art. 29, inciso VIII, da Constituição Federal 
que os municípios serão regidos por lei orgânica, que deverá 
obedecer, entre outras regras, a da inviolabilidade dos 
vereadores por suas opiniões, palavras e votos, no 
exercício do mandato e na circunscrição do Município. b) 
Advogados: de acordo com o art. 7º, § 2º, da Lei 8.906/1994, 
“o advogado tem imunidade profissional, não constituindo 
injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação 
de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora 
dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, 
pelos excessos que cometer”. O Supremo Tribunal Federal, na 
Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.127-8, declarou a 
inconstitucionalidade da expressão “ou desacato” constante 
deste dispositivo legal. A imunidade profissional do advogado 
não se estende ao crime de calúnia. c) Promotores: Os 
membros do Ministério Público gozam também de imunidade 
nos termos da Lei n 8.625/93 — Lei Orgânica do Ministério 
Público. Art. 41. Constituem prerrogativas dos membros do 
Ministério Público, no exercício de sua função, além de outras 
previstas na Lei Orgânica: V - gozar de inviolabilidade pelas 
opiniões que externar ou pelo teor de suas manifestações 
processuais ou procedimentos, nos limites de sua 
independência funcional; d) Magistrados1: O art. 41 da Lei 
                                                            
1 Supremo Tribunal Federal: “o Magistrado é inviolável pelas opiniões que expressar ou pelo 
conteúdo das decisões que proferir, não podendo ser punido nem prejudicado em razão de tais 
pronunciamentos. É necessário, contudo, que esse discurso judiciário, manifestado no 
julgamento da causa, seja compatível com o usus fori e que, desprovido de intuito ofensivo, 
guarde, ainda, com o objeto do litígio, indissociável nexo de causalidade e pertinência. Doutrina. 
Precedentes. A ratio subjacente à norma inscrita no art. 41 da LOMAN decorre da necessidade 
4 
 
Complementar n. 35/79, Lei Orgânica da Magistratura, confere 
o mesmo tipo de imunidade aos juízes de direito: “salvo os 
casos de improbidade ou excesso de linguagem, o magistrado 
não pode ser punido ou prejudicado pelas opiniões que 
manifestar ou pelo teor das decisões que proferir”. 
 Sujeito passivo: Pode ser qualquer pessoa física. Os crimes 
contra a honra supõem, em sua configuração estrutural e típica, 
a existência de sujeito passivo determinado e conhecido. Não 
é imprescindível, contudo, que a pessoa moralmente ofendida 
seja objeto de expressa referência nominal. Basta que o 
ofendido seja designado de maneira tal que torne possível a 
sua identificação, ainda que na limitada esfera de suas relações 
pessoais, profissionais ou sociais. Os desonrados, os 
doentes mentais e menores de 18 anos também podem ser 
vítimas de todos os crimes contra a honra. A pessoa jurídica 
pode ser vítima de calúnia (apenas quanto a crimes ambientais) 
e difamação, mas nunca de injúria. Se o sujeito passivo da 
calúnia e da difamação for o Presidente da República, do 
Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo 
Tribunal Federal, a conduta pode ser deslocada do Código 
Penal para o art. 26 da Lei 7.170/1983 – Crimes contra a 
Segurança Nacional. Consentimento do ofendido: A honra é bem jurídico 
disponível. Portanto, o consentimento do ofendido, se prévio, 
emanado de pessoa capaz e livre de qualquer tipo de coação 
ou fraude, exclui o crime. O consentimento posterior, por outro 
lado, pode ensejar a renúncia ou o perdão, extinguindo a 
punibilidade, pois os crimes contra a honra, em regra, somente 
procedem-se mediante queixa. O consentimento prestado pelo 
representante legal de um menor de idade ou incapaz não 
afasta o crime, pois a honra não lhe pertence, e a ninguém é 
dado dispor validamente de direito alheio. 
 Elemento subjetivo: Em regra é o dolo, direto ou eventual, 
não havendo crime contra a honra de natureza culposa. No 
subtipo de calúnia, definido pelo art. 138, § 1º, do Código Penal, 
admite-se exclusivamente o dolo direto, pois consta a 
expressão “sabendo falsa a imputação”. Não basta praticar a 
conduta descrita pelo tipo penal de cada um dos crimes contra 
a honra. Exige-se um especial fim de agir (teoria finalista = 
elemento subjetivo do tipo ou elemento subjetivo do injusto; 
                                                            
de proteger os magistrados no desempenho de sua atividade funcional, assegurando-lhes 
condições para o exercício independente da jurisdição” (STF — Inq. 2.699/DF — Rel. Min. Celso 
de Mello — Pleno — DJe 07.05.2003). 
5 
 
teoria clássica = dolo específico), consistente na intenção de 
macular a honra alheia (animus diffamandi vel injuriandi). 
 Núcleo do tipo: atribuir falsamente a alguém a prática de fato 
definido como crime. Se for contravenção penal, caracteriza 
difamação. A ofensa dirigida contra pessoa certa e 
determinada. 
 Elemento normativo do tipo – “falsamente”: A falsidade pode 
se referir: a) à existência do fato criminoso imputado, hipótese 
em que o agente narra um crime que ele sabe que não ocorreu; 
b) à autoria do crime, ou seja, quando o delito existiu, mas o 
agente, tendo ciência de que determinada pessoa não pode ter 
sido o seu causador, a ele atribui a responsabilidade pelo fato. 
 Objeto jurídico: O bem jurídico tutelado é a honra objetiva, ou 
seja, a reputação da pessoa na sociedade. 
 Objeto material: É a pessoa que tem sua honra objetiva 
ofendida pela conduta criminosa. 
 Consumação: No momento em que a imputação falsa de crime 
chega ao conhecimento de terceira pessoa, sendo irrelevante 
se a vítima tomou ou não ciência do fato. 
 Tentativa: É ou não possível, dependendo do meio de 
execução do crime, ou seja, se o delito apresentar-se como 
plurissubsistente (exemplo: carta que se extravia) ou 
unissubsistente (exemplo: ofensa oral). 
 Meios de execução: A calúnia, tal como os demais crimes 
contra a honra, pode ser cometida de forma verbal, por 
escrito, por gestos ou por qualquer outro meio simbólico (ex.: 
uma charge, um quadro, uma escultura, uma encenação). 
 Formas de calúnia: a) Inequívoca ou explícita: Ocorre 
quando a ofensa é feita às claras, sem deixar qualquer margem 
de dúvida em torno da intenção de ofender. b) Equívoca ou 
implícita: Quando a ofensa é velada, sub-reptícia. O agente dá 
a entender que alguém teria feito alguma coisa. c) Reflexa: 
Quando o agente quer caluniar uma pessoa, mas, na narrativa 
do fato, acaba também atribuindo crime a uma outra. Em 
relação a esta última, a calúnia é reflexa. Ex.: querendo deixar 
uma mulher malfalada, o agente diz que ela procurou 
determinado médico para fazer aborto. Reflexamente, o sujeito 
atribui crime de aborto também ao médico. 
 Subtipo da calúnia (art. 138, § 1º): depois de tomar 
conhecimento da imputação falsa de um crime à vítima, o autor 
leva adiante a ofensa, transmitindo-a a outras pessoas. 
Propalar é relatar verbalmente, enquanto divulgar consiste 
6 
 
em relatar por qualquer outro meio (exemplos: panfletos, 
outdoors, gestos etc.). Essa modalidade do crime de calúnia é 
incompatível com o dolo eventual, pois o tipo utiliza a 
expressão “sabendo falsa a imputação”. 
 Calúnia contra os mortos (art. 138, § 2º): A lei tutela a honra 
das pessoas mortas relativamente à memória da boa 
reputação, bem como o interesse dos familiares em preservar 
a dignidade do falecido. Vítimas do crime são o cônjuge e os 
familiares do morto, pois este último não tem mais direitos a 
serem penalmente protegidos. 
 Calúnia e denunciação caluniosa: Na calúnia o agente visa 
atingir apenas a honra da vítima, imputando-lhe falsamente um 
crime perante outra(s) pessoa(s). Na denunciação caluniosa, 
descrita no art. 339, do Código Penal, a conduta é mais grave, 
pois nela o agente quer prejudicar a vítima perante as 
autoridades constituídas, narrando a elas que tal pessoa teria 
cometido um crime ou contravenção, quando, em verdade, 
sabe que é inocente. Com isso, o agente dá causa ao início de 
uma investigação policial, administrativa ou até mesmo a uma 
ação penal. Em outras palavras, trata-se de crime mais grave 
porque expõe a risco a liberdade de pessoa inocente e porque 
faz com que as autoridades percam seu precioso tempo 
investigando um inocente. A denunciação caluniosa é crime 
contra a administração da justiça. É comum que, com uma só 
ação, o agente cometa denunciação caluniosa e, ao mesmo 
tempo, ofenda a honra da vítima. Nesse caso, nossos tribunais 
firmaram entendimento de que a calúnia fica absorvida pelo 
crime mais grave. Nesse sentido: “Calúnia e denunciação 
caluniosa constituem-se em imputações de que uma é 
excludente da outra, se fundada no mesmo fato” (STF — Rel. 
Clóvis Ramalhete — RT 561/418); “A calúnia, como crime 
menor, é abrangida pela denuncia caluniosa, crime maior, 
quando ambos os delitos estiverem fundados em um mesmo 
fato” (Tacrim-SP — Rel. Gonzaga Franceschini — RJD 4/76). 
 Lei 9.099/1995: a calúnia, em face da pena máxima cominada, 
caracteriza infração penal de menor potencial ofensivo. 
 Exceção da verdade: Só existe calúnia se a imputação for 
falsa. Se ela for verdadeira, o fato é atípico. A falsidade da 
imputação é presumida, sendo, entretanto, uma presunção 
relativa, uma vez que a lei permite que o acusado (ofensor) se 
proponha a provar, no mesmo processo, por meio de exceção 
da verdade, que sua imputação é verdadeira. Assim, se o 
querelado conseguir provar a veracidade de suas afirmações, 
7 
 
será absolvido e, caso o crime imputado seja de ação pública 
e ainda não esteja prescrito, o juiz deverá remeter cópia dos 
autos ao Ministério Público, na forma do art. 40 do Código de 
Processo Penal, para que referida Instituição tome as 
providências pertinentes — promoção de ação penal em 
relação ao autor da infração. A exceção da verdade é um 
verdadeiro procedimento incidental, usado como meio de 
defesa, que deve ser apresentada no prazo da defesa prévia 
(se o procedimento tramitar no JECrim, nas hipóteses em que 
a pena máxima da calúnia não supere dois anos), ou da 
resposta escrita (se a tramitação se der no juízo comum por 
estar presente alguma causa de aumento que retire a 
competência do Juizado Especial). O querelado pode arrolar 
testemunhas que venham a juízo para confirmar a veracidade 
da imputação. O juiz, então, ouve as testemunhas arroladas por 
ambas as partes e, ao final, analisa a exceção da verdade. O 
ônus de provar a veracidade da imputação é do querelado, 
pois, como já mencionado, existe uma presunção — relativa — 
de que ela seja falsa. Assim, caso ele prove cabalmente ser 
verdadeira a imputação, será absolvido da calúnia por 
atipicidade de sua conduta. Caso, todavia, não tenha êxito, 
será condenado, exceto, é claro, se houver alguma outra causa 
que impeça o decreto condenatório. 
 Exceção da verdade quando o querelado goza de foro por 
prerrogativa de função: O art. 85 do Código de Processo 
Penal estabelece que, caso seja oposta exceção da verdade 
contra querelante que goze de foro por prerrogativade função, 
deverá a exceção ser julgada pelo Tribunal e não pelo Juízo 
por onde tramita a ação penal. Assim, suponha-se que um juiz 
de direito, sentindo-se caluniado, ingresse com ação penal 
contra o ofensor, na Comarca de Ribeirão Preto. O querelado, 
então, ingressa com exceção da verdade, dispondo-se a provar 
que o juiz efetivamente praticou o crime que lhe foi imputado. 
Nesse caso, a exceção da verdade deverá ser julgada pelo 
Tribunal de Justiça. A doutrina, contudo, entende que apenas 
a exceção é julgada pela Corte Superior, devendo os autos 
retornarem à comarca de origem para a decisão do processo 
originário, que, todavia, deverá respeitar os parâmetros do 
julgamento quanto à exceção da verdade, que vincula o juiz de 
1ª instância. 
 Hipóteses em que é legalmente vedada a exceção da 
verdade: O art. 138, § 3º, do Código Penal, após declarar, 
inicialmente, que é cabível a exceção da verdade na calúnia, 
8 
 
em seguida, enumera três hipóteses em que a utilização desse 
meio de defesa é vedado: I - se, constituindo o fato imputado 
crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por 
sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das 
pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, 
embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença 
irrecorrível. 
 Possibilidade de condenação por imputação verdadeira: 
nas hipóteses em que a lei veda o uso da exceção da verdade, 
a presunção de falsidade da imputação assume caráter 
absoluto e o autor da imputação pode ser condenado, ainda 
que tenha feito narrativa verdadeira, já que está impossibilitado 
de fazer prova nesse sentido, motivo pelo qual parte da 
doutrina vem sustentando que essas vedações ao uso da 
exceção da verdade ferem o princípio constitucional da 
ampla defesa, porque proíbem o uso de meio de defesa que 
demonstraria a atipicidade da conduta. 
 Exceção de notoriedade do fato: O art. 523 do Código de 
Processo Penal prevê, ainda, a exceção de notoriedade do 
fato, em que o querelado, nos crimes de calúnia e difamação, 
visa demonstrar que apenas falou coisas que já eram de 
domínio público, de modo que sua fala não atingiu a honra da 
vítima, pois o assunto já era, anteriormente, de conhecimento 
geral. 
Difamação 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua 
reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Exceção da verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o 
ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício 
de suas funções. 
 Objeto jurídico: A lei penal protege a honra objetiva. 
 Objeto material: É a pessoa que tem sua honra objetiva 
atacada pela conduta criminosa. 
 Núcleo do tipo: É imputar a alguém um fato ofensivo à sua 
reputação. Consiste, pois, em desacreditar publicamente uma 
pessoa, maculando os atributos que a tornam merecedora de 
respeito no convívio social. 
 Falsidade da imputação: Ao contrário do que ocorre com a 
calúnia, na difamação não se exige que a imputação seja falsa. 
9 
 
Em outras palavras, a lei tenciona que cada um tome conta da 
própria vida e evite fazer comentários desairosos sobre a vida 
alheia, pois, ainda que verdadeiros, constituirão crime de 
difamação. Assim, se alguém viu a filha do vizinho entrando 
para trabalhar em casa de prostituição, não deve espalhar isso 
para os demais moradores, porque, ao fazê-lo, o agente sabe 
que a moça ficará mal falada. Se o fizer, responderá pela 
difamação, ainda que o fato seja verdadeiro. Deve sempre ser 
analisado o animus do autor, pois, se um funcionário de um 
prédio conta para o patrão que a babá de seu filho não cuida 
do menino, quando ele está perto da piscina, para aquela ficar 
namorando ou que usa droga na presença da criança, não está 
configurada a infração por falta de intenção de ofender, já que 
ele visa apenas proteger o infante. 
 Consumação: O crime se consuma quando terceira pessoa 
toma conhecimento da ofensa dirigida à vítima. 
 Tentativa: em alguns casos é possível, dependendo do meio 
de execução do crime (delito unissubsistente – exemplo: 
ofensa oral, ou plurissubsistente – exemplo: difamação por 
escrito, como na carta ofensiva que se extravia). 
 Pessoa jurídica como vítima de difamação: há divergência 
doutrinária e jurisprudencial. Autores como Damásio de Jesus, 
Cezar Roberto Bitencourt e Flávio Monteiro de Barros 
entendem que é possível, pois pessoa jurídica possui 
reputação, nome a zelar, que pode ser afetada pela atribuição 
de fatos desonrosos. A maliciosa propalação de que 
determinada empresa não cumpre suas avenças ou de que 
sempre atrasa as entregas de mercadorias pode afetar 
irremediavelmente seus negócios. O Supremo Tribunal vem 
admitindo a difamação contra pessoa jurídica, em razão do art. 
23, III, da Lei de Imprensa (Lei n. 5.250/67), não havendo 
motivos para que o fato não seja criminoso se, igualmente 
ofensivo, mas cometido por meio diverso, já que o bem jurídico 
tutelado é o mesmo: “A pessoa jurídica não pode ser sujeito 
passivo dos crimes de injúria e calúnia, sujeitando-se apenas à 
imputação de difamação. Precedentes” (STF — Rel. Maurício 
Corrêa — Pet 2491/AgR/BA — DJ 14.06.2002, p. 00127). Ainda 
nesse sentido: RHC 61993/RS; RHC 59290/RS e Inq. 800/RJ. 
Por outro lado, autores como Nélson Hungria e Magalhães 
Noronha recusam a possibilidade de pessoa jurídica ser vítima 
de difamação, argumentando, basicamente, que, estando a 
difamação contida no Título Dos Crimes Contra a Pessoa, só 
pode ter como vítima pessoas naturais, pois é isso o que 
10 
 
ocorre nos demais delitos elencados em tal Título. No Superior 
Tribunal de Justiça, podem ser encontrados inúmeros julgados 
nesse sentido: “Pela lei em vigor, pessoa jurídica não pode ser 
vítima dos crimes contra a honra previstos no Código Penal. A 
própria difamação ex vi legis (art. 139 do CP) só permite como 
sujeito passivo a criatura humana. Inexistindo qualquer norma 
que permita a extensão da incriminação, nos crimes contra a 
pessoa (Título I do Código Penal), não se inclui a pessoa 
jurídica no polo passivo e, assim, especificamente, (Capítulo IV 
do Título I) só se protege a honra das pessoas físicas. 
(Precedentes)” (STJ — AgRg n. 672522/PR — Rel. Felix 
Fischer — DJ 17.10.2005, p. 335). No mesmo sentido: HC 
7391/SP; HC 10602/GO; RHC 7512/MG; Resp. 603.807/RN. 
 Exceção da verdade: Em regra não se admite a exceção da 
verdade no crime de difamação, pois pouco importa se a 
falsidade da imputação não funciona como elementar típica. 
Excepcionalmente, entretanto, o legislador autoriza nos casos 
em que o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa 
ao exercício de suas funções. Assim, a exceção da verdade irá 
permitir que o autor da imputação demonstre que um 
funcionário público agiu de forma irregular, para que ele possa 
ser punido e até mesmo eventualmente desligado de suas 
funções. Se a exceção da verdade for julgada procedente, o 
querelado será absolvido. 
 Lei 9.099/1995: Em face da pena máxima cominada ao delito, 
trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo. 
Injúria 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a 
injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua 
natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a 
raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou 
11 
 
portadora de deficiência:(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 
2003) 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 
9.459, de 1997) 
 Objeto jurídico: Tutela-se a honra subjetiva. 
 Objeto material: É a pessoa cuja honra subjetiva é atacada 
pela conduta criminosa. 
 Núcleo do tipo: Injuriar equivale a ofender, insultar ou falar 
mal, de modo a abalar o conceito que a vítima tem de si própria. 
 Consumação: No momento em que a ofensa à dignidade ou 
ao decoro chega ao conhecimento da vítima. 
 Tentativa: É possível quando a injúria for praticada por escrito 
(crime plurissubsistente). 
 Exceção da verdade: Não se admite. O crime de injúria é 
incompatível com a exceção da verdade, pois é irrelevante a 
natureza falsa ou verdadeira da ofensa. 
 Perdão judicial (art. 140, § 1º, I e II): Trata-se de causa de 
extinção da punibilidade (CP, art. 107, inc. IX), cabível quando 
o ofendido, de forma, reprovável, provocou diretamente a 
injúria ou no caso de retorsão imediata. Também se admite o 
perdão judicial no tocante à injúria praticada por escrito. 
 Injúria real (art. 140, § 2º): Quando a injúria consiste em 
violência ou vias de fato que, por sua natureza ou pelo meio 
empregado, se considerem aviltantes. A contravenção penal de 
vias de fato é absorvida pela injúria real, pois o Código Penal 
prevê autonomia (soma de penas) exclusivamente para as 
lesões corporais (além da pena correspondente à violência). 
 Injúria qualificada (art. 140, § 3º): Ocorre quando para a 
pratica do crime de injúria se utiliza de elementos referentes à 
raça, cor, etnia, religião, origem, ou a condição de pessoa idosa 
ou portadora de deficiência. 
 Estatuto do Idoso (lei 10.741/2003): caracteriza o crime 
tipificado pelo seu art. 96, § 1º, a conduta de desdenhar, 
humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por 
qualquer motivo. 
 Injúria contra funcionário público e desacato – distinção: 
Se a ofensa é realizada na presença do funcionário público, no 
exercício da função ou em razão dela, não se trata de simples 
agressão à sua honra, mas de desacato, arrolado pelo 
legislador entre os crimes contra a Administração Pública (CP, 
art. 331, detenção de 6 meses a 2 anos ou multa). 
12 
 
 Injúria cometida pela internet e competência: Os crimes de 
injúria cometidos pela internet são de competência da Justiça 
Estadual, mesmo se forem utilizadas redes sociais sediadas no 
exterior. 
 Lei 9.099/1995: Em face da pena máxima cominada aos delitos 
do caput e do § 1º, são infrações penais de menor potencial 
ofensivo, incidindo as disposições da Lei 9.099/1995 
(composição, transação e sursis processual), salvo injúria 
qualificada por discriminação prevista no § 3º do art. 140, que 
apenas comporta a suspensão do processo nos termos do art. 
89, da L. 9099/95. 
Disposições comuns 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um 
terço, se qualquer dos crimes é cometido: 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo 
estrangeiro; 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a 
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. 
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de 
deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, 
de 2003) 
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou 
promessa de recompensa, aplica- 
 Natureza jurídica: São causas especiais de aumento da 
pena aplicáveis a todos os crimes contra a honra, aferidas na 
terceira fase da dosimetria da pena. 
Exclusão do crime 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte 
ou por seu procurador; 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou 
científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou 
difamar; 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em 
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do 
ofício. 
 
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria 
ou pela difamação quem lhe dá publicidade. 
13 
 
 Natureza jurídica: São causas especiais de exclusão de 
ilicitude. 
 Alcance: Aplicam-se à injúria e à difamação, por expressa 
previsão legal. 
Retratação 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata 
cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a 
calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a 
retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos 
meios em que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, 
de 2015) 
 Conceito: Retratar-se significa retirar o que foi dito, desdizer-
se, assumir que errou. 
 Natureza jurídica: Trata-se de causa de extinção da 
punibilidade conforme se extrai do art. 107, inciso VI, do Código 
Penal. Tem natureza subjetiva: não se comunica aos demais 
querelados que não se retrataram. 
 Alcance: É cabível unicamente na calúnia e na difamação. Na 
injúria, por sua vez, a retratação do agente não leva à extinção 
da punibilidade, pois a lei não admite e também porque não há 
imputação de fato, mas atribuição de qualidade negativa e 
atentatória à honra subjetiva da vítima. 
 Ação penal privada: A retratação somente é possível nos 
crimes de calúnia e de difamação de ação penal privada. 
 Forma: A retratação deve ser total e incondicional, cabal, em 
decorrência de funcionar como condição restritiva da pena. 
Precisa abranger tudo o que foi dito pelo criminoso. É ato 
unilateral, razão pela qual prescinde de aceitação do ofendido. 
 Momento: A retratação há de ser anterior à sentença de 
primeira instância na ação penal (“antes da sentença”). Ainda 
que tal sentença não tenha transitado em julgado, a retratação 
posterior é ineficaz. Nos crimes de competência originária dos 
Tribunais, a retratação deve preceder o acórdão. 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, 
difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir 
explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério 
do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. 
14 
 
 Finalidade do pedido de explicações: afastar a dúvida sobre 
eventual ofensa, a lei permite àquele que se sentir prejudicado 
pedir explicações em juízo, previamente ao oferecimento da 
ação penal. É medida facultativa, pois a pessoa ofendida não 
precisa dele se valer para o oferecimento da ação penal. 
 Momento: O pedido de explicações somente pode ser utilizado 
antes do ajuizamento da ação penal. 
 Procedimento: Não há procedimento específico para o pedido 
de explicações. Obedece, portanto, ao rito das notificações 
avulsas. No entanto, o requerido não pode ser compelido a 
prestar as informações solicitadas, razão pela qual à sua 
omissão veda-se a imposição de qualquer espécie de sanção. 
O magistrado não julga o pedido de explicações. 
 Prescrição e decadência: O pedido de explicações não 
interrompe nem suspende a prescrição nem a decadência. 
Contudo, torna prevento o juízo para futura ação penal. 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede 
mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da 
violência resulta lesão corporal. 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da 
Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e 
mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo 
artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009) 
 
 Ação penal privada: É a regra geral nos crimes contra a honra, 
pois “somente se procede mediante queixa”. Contudo, há 
exceções. 
 Ação penal pública incondicionada: será públicaincondicionad a injúria real, se da violência resulta lesão 
corporal (art. 145, caput, parte final). A injúria real praticada 
com emprego de vias de fato é crime de ação penal privada. 
 Ação pública condicionada à requisição do Ministro da 
Justiça: Nos crimes contra a honra do Presidente da República 
ou de chefe de governo estrangeiro (CP, art. 145, p. único, 1.ª 
parte). 
 Ação penal pública condicionada à representação do 
ofendido: Nos crimes contra a honra, praticados contra 
funcionário público, em razão de suas funções (CP, art. 145, p. 
único, 2.ª figura); de injúria qualificada pela utilização de 
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elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou 
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, na forma 
do art. 140, § 3º, do Código Penal (CP, art. 145, p. único, in fine, 
com redação dada pela Lei 12.033/2009). No tocante ao crime 
contra a honra de funcionário público, em razão de suas 
funções, se não há relação entre o delito contra a honra e o 
exercício das funções públicas, a ação penal é privada. 
Também é privada a ação penal quando a ofensa se dirige a 
pessoa que já deixou a função pública. E, nos termos da 
Súmula 714 do STF: “É concorrente a legitimidade do ofendido, 
mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à 
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra 
a honra de servidor público em razão do exercício de suas 
funções. ” 
1. BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, vol. 2, parte 
especial, 14ª ed., 2014, Saraiva. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal, 10ª ed., 2014, 
Forense. 
 
PRADO, Luiz Regis Prado. Curso de Direito Penal, vol. único, 13ª 
ed., 2014, RT. 
 
2. BLIBIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal- vol.2, parte especial, 13ª 
Ed, 2013, São Paulo: Saraiva. 
 
DELMANTO, Roberto. Código Penal Comentado, 5. ed., atual. e 
ampl. Rio de Janeiro: Renovar, 2000. 
 
JESUS, Damásio de. Direito Penal, vol. 2, parte especial, 33ª Ed., 
2012, Saraiva 
 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, parte especial, vol. 2, 10 
ed., rev., ampl. e atual. Niterói: Impetus, 2013. 
 
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal, vol. II, 25. ed., 
rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2007

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