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Estrutura e função de carboidratos Profª.Priscila de Faria Pinto Departamento de Bioquímica/ICB/UFJF Glúcides Sinônimos: carboidratos, glicídios, açúcares, sacarídeos Conceito: São estruturas compostas por: a. Polihidroxialdeídos (aldoses) glicose ou b. Polihidroxicetonas (cetoses) frutose ou c. Substâncias que liberam estes compostos após hidrólise amido. Classificação – quanto a função química principal Podem conter como função orgânica principal: Aldeídos como a glicose, por exemplo. A GLICOSE é um Polihidroxialdeído Cetonas como a frutose. A FRUTOSE é uma Polihidroxicetona Classificação De acordo com a posição da carbonila: ALDEÍDO CETONA Estruturas ALDEÍDO V V V A. Os glúcides possuem várias hidroxilas polaridade; B. Possuem como grupo funcional principal aldeído ou cetona. Gliceraldeído Aldotriose Dihidroxicetona Cetotriose D-Glicose Aldohexose D-Frutose cetohexose Classificação – quanto ao número de carbonos De acordo com o número de carbonos a. Triose - com 3 átomos de carbonos b. Tetrose - com 4 átomos de carbono c. Pentose - com 5 átomos de carbono d. Hexose - com 6 átomos de carbono Nomenclatura a. Monossacarídios: corresponde a apenas uma unidade glucídica, p.e., glicose, frutose, ribose. b. Oligossacarídios: conjuntos formados por até 6 unidades glicídicas ligadas, p.e., sacarose, maltose, lactose. c. Polissacarídios: conjuntos compostos por mais de 6 unidades glucídicas, p.e., celulose, amido, glicogênio. Nomenclatura Existem diferenças da nomenclatura em relação a aldeídos e cetonas: OSE aldose ribose (pentose) ULOSE cetose ribulose (pentose) Principais funções dos glúcides a. Função energética: combustível celular (glicose e frutose); b. Função de reserva: reservas de monossacarídios (amido, glicogênio); c. Função Estrutural: celulose vegetal e a quitina de insetos. ISOMERIA ÓPTICA Isômeros ópticos: antípodas ou enantiômeros ou enantiomorfos uma molécula é a imagem especular da outra. Caracterizam-se pela presença do carbono quiral As propriedades físicas e químicas são iguais. ISÔMEROS ISÔMEROS – compostos químicos de mesma fórmula mas com estruturas espaciais diferentes. Ex: frutose e glicose. Quando um glúcide é a imagem especular do outro chamamos ENANTIÔMEROS. Quando a diferença é em apenas um carbono que não pertence ao grupo funcional, chamamos de EPÍMEROS; Atenção para D e L Mamíferos Forma D ISÔMEROS Os carboidratos são moléculas de grande importância biológica. Seus isômeros são uma grande forma de aumentar a diversidade destas estruturas na natureza. Em mamíferos, apenas o isômero D tem aplicações biológicas. Epímeros D- Glicose D- Galactose Epímera em C4 D- Manose Epímera em C2 Compostos com a mesma fórmula estrutural, mas estruturas espaciais distintas. Atenção a dextrógiro e levógiro - atividade óptica Uma onda de luz viaja no espaço vibrando em vários planos, quando um feixe de luz é submetido a um cristal especial, existente no polarímetro, ela passa a vibrar em um único plano; Uma solução contendo um enantiômero (molécula) é submetida a esse equipamento, ela pode desviar o plano para a direita ou para a esquerda, como na figura ao lado. Se o plano é desviado para a esquerda, diz-se que a substância levorrotatória (-) ou levógira (latim laevu = esquerda). Se o plano for desviado para a direita, diz-se que a substância dextrorrotatória (+) ou dextrógira (latim dextro = direita). Principais glúcides Nas tabelas a seguir, são mostrados os principais glúcides de acordo com seu número de carbonos e função orgânica principal (aldeído ou cetona). Os principais representantes estão em destaque. Classificação por número de carbonos na cadeia do glucídio. Com 4 carbonosCom 3 carbonos D-gliceraldeído D- eritrose D- treose Pentoses derivadas de aldeídos Com 5 carbonos Hexoses derivadas de aldeídos Com 6 carbonos D- Glicose D- Manose D- Galactose Glucídios derivados da função orgânica CETONA Dihidroxicetona D- eritrulose D-Cetoses Com 3 carbonos Com 4 carbonos Pentoses e hexoses derivadas de cetonas. D- FrutoseD- Ribulose D- Xilulose D-Cetoses Com 5 carbonos Com 6 carbonos Estruturas cíclicas in vivo - Ciclização O carbono que contém o grupo funcional – aldeído ou cetona, é atacado pelo oxigênio da hidroxila do carbono na posição 5. A molécula se torna : a) Um ciclo contendo 6 átomos – piranoses (glicose) b) Um ciclo contendo 5 átomos – furanoses (ribose) Formação da D-Glicopiranose Ciclização a. A ciclização acontece entre os carbonos C1 e C5 – formando uma PIRANOSE; b. A molécula continua D; c. Todas as hidroxilas localizadas a direita da estrutura linear (Fischer) devem ser desenhadas voltadas para o exterior do ciclo; d. As hidroxilas a esquerda, devem ser desenhadas para o interior do ciclo. Ciclização de uma cetose A. A estratégia continua a mesma, porém o grupo funcional que será atacado está no carbono C2; B. Então, a interação será entre C2 e C5, formando um ciclo com 5 átomos – FURANOSE; C. A posição das hidroxilas segue a mesma Formação da D-Frutofuranose Anômeros e O carbono da função aldeído e cetona não são assimétricos; Após a ciclização, estes carbonos se transformam em carbonos quirais; Assim, surgem 2 novos isômeros = anômeros e ; Serão diferenciados pela posição da hidroxila no ciclo = posição equatorial ou axial. Anômeros α-glicose e β- glicose Quando ocorre a ciclização, a hidroxila do carbono anomérico pode assumir 2 posições espaciais: alfa ou beta. Carbono anomérico Hidroxilas anoméricas O carbono do grupo funcional quando se torna assimétrico passa a ser chamado de carbono ANOMÉRICO. A nova hidroxila, será chamada de hidroxila anomérica. Estrutura em cadeira para α-D-glicose e β-D-glicose Posição equatorial = Posição axial = Atenção a posição do oxigênio no heterociclo e a torção do ciclo.....Iremos precisar disto mais adiante... Propriedades redutoras dos glúcides Quando o oxigênio da hidroxila do carbono anomérico está livre, o glúcide pode atuar como agente redutor, Desta forma, o glúcide doa seus elétrons passando a uma forma oxidada, Pode ser visualizado pelas reações de Benedict e Tollens (espelho de prata). Reação de BENEDICT Os íons cobre (cúpricos) são reduzidos a íons cuprosos = óxido cuproso que se mostra como um precipitado laranja no tubo de ensaio; A solução inicial é de cor azul, na presença dos íons cúpricos. Óxido Cuproso Referências: Farrell, S.O. Bioquímica Combo, editora Cenage Learning, São Paulo, 1ª ed. 2007. Voet, D. & Voet, J.G. Bioquímica, editora Artmed, São Paulo, 3a ed. 2006.
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