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Políticas e indústrias culturais na América Latina

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Resumo
As indústrias culturais na América Latina desempenham papel fundamental na 
conformação de suas culturas ao lado da produção simbólica tradicional. No 
entanto, tais indústrias estão nas mãos de corporações privadas e os poderes 
públicos têm evitado intervir nesses setores. Esse texto se propõe a discutir as 
tensas relações entre as políticas e as indústrias culturais no subcontinente, em 
uma perspectiva diacrônica e sincrônica.
Palavras-chave: Política Cultural; Indústria Cultural; América Latina.
Abstract
The cultural industries in Latin America play a fundamental role in shaping their 
cultures alongside the traditional symbolic production. However, these industries are 
in the hands of private corporations and governments have avoided intervening in 
these sectors. This text aims to discuss the strained relations between the political and 
cultural industries in the subcontinent, in a diachronic and synchronic perspective.
Keywords: Cultural Policy, Cultural Industry; Latin America.
Políticas públicas e o patrimônio histórico:das primeiras ações a economia da cultura
Ed.17 | Vol.9 | N1 | 2011
Políticas e indústrias culturais 
na América Latina
Policies and cultural industries 
in Latin America
Alexandre Barbalho | alexandrebarbalho@hotmail.com
Professor dos PPGs em Políticas Públicas e Sociedade da UECE 
e em Comunicação da UFC.
Políticas públicas e o patrimônio histórico:das primeiras ações a economia da cultura
Ed.17 | Vol.9 | N1 | 2011
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Introdução
Em um livro publicado no início deste novo século, Néstor García Canclini 
(2002) se indaga sobre os significados que o pertencimento à America Latina 
proporciona na contemporaneidade. Ou em outras palavras: “o que significa 
ser latino-americano”. A tese do autor é a de que não são apenas as respostas a 
esta questão que têm se transformado, mas a própria questão, uma vez que ela 
já não comporta um lugar geográfico e afetivo muito claro, resultado da mera 
soma de Estados-Nações situados no continente americano com língua oficial 
de origem latina (espanhol, português e francês).
Com as migrações de latino-americanos, em especial para a Europa e os 
Estados Unidos, e com o fluxo mundializado das produções simbólicas origi-
nárias daquela parte do continente, sentir-se da América Latina não implica 
mais estar fixado em alguma parte do território entre o México e a Argentina. 
Por outro lado, habitar algum dos países latino-americanos já não garante mais 
uma “identidade nacional” ou “regional” estável, integradora do “ser”. Essa 
sensação de desterritorialização não resulta apenas da mundialização da cultu-
ra e do consumo intenso de seus produtos. 
À crise dos parâmetros culturais endógenos aos quais recorriam os ideólogos 
da nacionalidade há que somar outro dado, de ordem político-cultural e social, 
que é o questionamento feito por dentro da nação por aqueles setores margina-
lizados pela tradição inventada que sustenta o discurso identitário ocidental: a 
herança europeia do homem branco cristão. Contra a História oficial insurge 
o pensamento liminar com suas histórias locais. Histórias das lutas de diver-
sos movimentos sociais que se somam à tradição de resistência dos movimentos 
operários, campesinos e indígenas latino-americanos: os movimentos feministas, 
dos jovens, dos afrodescendentes, dos ecologistas, dos homossexuais, enfim, das 
diversas minorias e seus devires. Cada um deles possui sua própria comunidade 
imaginada e a negocia com aquela mais ampla, que procura se impor como tota-
lidade e integradora, como hegemonia, que é a das elites da Nação.
Retornando ao desafio proposto, pensar sobre o lugar dos latino-americanos 
no novo século, Canclini nos coloca a seguinte hipótese: “aun reconociendo 
el vigor y la continuidad de la historia compartida, lo latinoamericano no es 
una esencia, y más que una identidad es una tarea” (CANCLINI, 2002, p. 
32). Sua argumentação se desenvolve em torno de como três esferas profun-
damente inter-relacionadas da vida contemporânea podem informar sobre a 
latino-americanidade: o Estado nacional, cujo sujeito é o cidadão; as indústrias 
culturais, cujo sujeito é o espectador; o mercado, cujo sujeito é o consumidor.
A partir desse contexto, proponho discutir como a presença do Estado e suas po-
líticas na esfera das indústrias culturais respondem, ou não, à tarefa de estabelecer 
uma latino-americanidade plural, aberta não apenas à diversidade, mas inclusive 
às diferenças – distinção entre diversidade e diferença que se faz necessária por 
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causa da tradição de nossas políticas culturais de fazerem do discurso da diver-
sidade um elemento de integração autoritária, esvaziando todo conflito que a 
diferença traz (BARBALHO, 2007). Uma América Latina onde o cidadão não 
se transforme apenas em consumidor e nem em mero espectador.
Para dar conta desse debate, nosso percurso vai se dividir em três momentos: 1. 
Definindo de onde se fala: o que se entende por política cultural; 2. Políticas cultu-
rais na América Latina: uma perspectiva histórica; e 3. Cruzamentos entre as polí-
ticas de cultura e as indústrias culturais na América Latina: uma visão de conjunto.
defInIndo de onde se fala: o que se entende por polítIca cultural
Há uma riqueza de significados que a palavra “política” tem na língua inglesa e 
que não possui no português: policy e politics. Não há consenso na ciência polí-
tica sobre o significado desses termos, o que exige sempre um recorte e o esta-
belecimento de onde se fala. Nesse sentido, parece-me interessante a definição 
proposta por Klaus Frey, na qual policy se refere à “configuração dos programas 
políticos, aos problemas técnicos e ao conteúdo material das decisões políticas”. 
Se a policy é da ordem material, a politics é processual e dá conta do “processo 
político, frequentemente de caráter conflituoso no que diz à imposição de ob-
jetivos, aos conteúdos e às decisões de distribuição” (FREY, 1999, p. 4).
Para diferenciar, na língua espanhola, os sentidos de policy (que “se refiere más 
bien a la acción pública, al aspecto programático de la acción gubernamental”) 
e politics (que “tiene que ver con la política como lucha por el poder”), Eduardo 
Nivón Bolán (2006, p. 59) propõe chamar a primeira de “Política”, com mai-
úscula, e a segunda como “políticas”, com minúscula e no plural.
Ao acrescentarmos o qualificativo cultural, teríamos então cultural politics e cul-
tural policy, que agregam as distinções comentadas acima ao campo da cultura. 
Como não é possível este mesmo jogo de palavras e significados em português, 
proponho falarmos em “política cultural”, para dar conta da cultural policy, e em 
“política de cultura”, para fazer referência ao universo da cultural politics.
Assim, política cultural (cultural policy) diz respeito ao universo das políticas públi-
cas voltadas para a cultura implementadas por um Governo. Em outras palavras: 
un proceso en el que el Estado impone un tratamiento político – es 
decir, resultado del debate público sobre el sentido de la acción del 
Estado – a aquello que llama “cultura” y cuyos objetivos consiste en 
ordenar, jerarquizar o integrar un conjunto necesariamente hetero-
géneo de actores, discursos, presupuestos y prácticas administrativas 
(BOLÁN, 2006, p. 60).
Em sentido próximo a Bolán, Toby Miller e George Yúdice definem polí-
tica cultural como os “soportes institucionales que canalizan tanto la creatividad 
estética como los estilos colectivos de vida” (MILLER; YÚDICE, 2004, p. 11).
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Já as políticas de cultura (cultural politics) se referem às disputas de po-
der em torno dos valores culturais ousimbólicos que acontecem entre os mais 
diversos estratos e classes que constituem a sociedade. Apoiando-se em Jim 
McGuigan (1996), podemos afirmar que elas dão conta do confronto de ideias, 
das disputas institucionais e das relações de poder na produção, circulação/
distribuição e recepção/consumo de bens e significados simbólicos.
É nesse sentido que podemos entender a afirmação de Sonia Alvarez, 
Evelina Dagnino e Arturo Escobar de que os movimentos sociais na América 
Latina contemporânea, ao desafiarem os sentidos hegemônicos de nação, de 
raça, de gênero, de religião, de geração, de desenvolvimento, enfim, ao colo-
carem em xeque a cultura política dominante, acabam por colocar em ação 
políticas culturais. Por política cultural, os autores entendem o “processo posto 
em ação quando conjuntos de atores sociais moldados por e encarnando dife-
rentes significados e práticas culturais entram em conflito uns com os outros” 
(ALVAREZ; DAGNINO; ESCOBAR, 2000, p. 24-25).
Mesmo entendendo que as dimensões da cultural policy e da cultural 
politics não são independentes, muito pelo contrário, são interdependentes, já 
que as ações e disputas de uma alimentam a outra e vice-versa, assumimos que 
neste artigo o lugar privilegiado de análise será o da política cultural (cultural 
policy). Isso significa que focaremos a atuação do Estado e dos governos e de 
suas políticas públicas em detrimento das disputas políticas entre os diversos 
agentes do campo cultural no estabelecimento de suas normas.
Definido o conceito de política cultural, podemos passar para o ponto 
seguinte que é o de fazer um balanço histórico das relações do Estado e da 
cultura na América Latina. 
polítIcas culturaIs na amérIca latIna: uma perspectIva hIstórIca
Para discutirmos as políticas culturais na América Latina em uma pers-
pectiva diacrônica, iremos nos apoiar em um artigo de Néstor García Canclini, 
publicado no Brasil em 1983.
Naquele início de década, Canclini (1983) se preocupava com as possibi-
lidades de uma política popular na América Latina e o lugar que nela ocuparia 
a cultura. Daí o debate acerca das concepções de “nacional-popular”, vigentes 
na região ao longo de sua história e suas correlatas políticas culturais: 1) a 
biológico-telúrica; 2) a partidária do Estado; 3) a mercantil; 4) a militar; e 5) 
a histórico-popular.
A concepção biológico-telúrica é mais afeita aos regimes oligárquicos 
e ao nacionalismo de direita, pois entende a nação como uma unidade defi-
nida por laços naturais, seja geográfico (o espaço territorial), seja biológico (a 
raça) e irracionais (o amor à terra natal, a religião). Essa concepção integradora 
desconsidera as diferenças socioculturais e políticas que compõem a nação, e 
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busca, no plano simbólico, operar com uma identificação hegemônica do que 
considera como “interesse nacional”.
Como define Canclini (1983), o “Ser nacional” é aquele estabelecido 
pelas grandes famílias privilegiadas e aristocráticas, com suas concepções de 
submissão à ordem e respeito às origens. A constituição histórica e conflituosa 
da nação é diluída na noção apaziguadora de “tradição” em prol das institui-
ções: Igreja, Exército, Família e Propriedade.
A política cultural correspondente à concepção biológico-telúrica tem 
como base a promoção do “folclore” que é a fossilização e a despolitização 
da cultura das camadas populares. Assim, não está interessada em enten-
der as “novas práticas de apropriação com que os setores populares tentam 
modificar sua dependência da cultura hegemônica ou criam, inventam, o 
que o sistema dominante não lhes dá para satisfazerem suas necessidades” 
(CANCLINI, 1983, p. 41). O movimento que importa é o de afirmação da 
identidade nacional em contraposição à alteridade daquele que não pertence 
ao meio, mas que vem perturbar a sua paz.
A outra concepção é a estatista, também apoiada em uma visão subs-
tancialista do nacional. Só que aqui a base da nacionalidade é o Estado. É ele 
quem legitima os valores a serem cultuados pelo povo e que integra a socie-
dade, regulando os conflitos. Não se trata de um Estado democrático, mas 
sustentado nas corporações e no ideário populista, geralmente personificado 
na figura de um “grande líder”, como Vargas no Brasil e Perón na Argentina, 
ou de um partido coeso, como o PRI no México.
A política cultural estatista, na simbiose entre nacional e Estado e se po-
sicionando contrariamente às oligarquias, procura unir as camadas populares 
e a burguesia nacional. Para isso, promove tanto determinadas expressões das 
culturas populares, como o samba no Brasil e o tango na Argentina, quanto 
das indústrias culturais, como o rádio e o cinema.
Como situa Canclini, ao contrário da “adesão declamatória do racismo” 
das oligarquias pautadas pela concepção biológico-telúrica, aqui a tradição é 
adaptada pelo Estado a novas etapas do desenvolvimento capitalista nacional: 
“o artesanato mostra a multiplicidade de lugares nos quais o capitalismo pode 
tornar funcionais objetos e símbolos à primeira vista estranhos a seus fins” 
(CANCLINI, 1983, p. 43-44).
A outra concepção é a mercantil, na qual o Estado se faz presente pau-
tado prioritariamente, não pela questão da cultura nacional, mas pela cons-
tituição de um mercado nacional. O esforço é o de unificar os padrões e os 
costumes, de modo a formatar o consumidor e potencializar a circulação das 
mercadorias, inclusive ou principalmente, a de bens simbólicos.
Se na lógica estatista há a transformação do étnico e do popular no 
nacional, na lógica mercantil eles se reduzem ao “típico”, mais uma vez em 
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detrimento da pluralidade e das diferentes expressões culturais da nação. 
Geralmente esse típico é apresentado (e/ou vendido) recorrendo a formatos es-
petaculares, em um movimento que, como define Canclini, perde em explica-
ção e ganha em exposição. O que ocorre, desse modo, é uma política cultural 
promotora da padronização em nome do mercado.
A quarta concepção é a militar, que tomou sua forma mais bem-acabada 
após o golpe no Brasil em 1964 e que, posteriormente, foi seguido por outros paí-
ses latino-americanos, como Argentina, Chile, Bolívia, Equador, Peru e Uruguai. 
Como força presente nos rumos políticos da região desde os momentos iniciais 
da independência, o Exército resolve assumir o controle do Estado e da socieda-
de diante das ameaças externas (o comunismo), da desordem interna (conflitos 
sociais) e em nome da ética no combate à corrupção dos governos populistas.
A base ideológica e pretensamente legitimadora dos golpes militares de 
Estado na América Latina é a “Doutrina da Segurança Nacional”, motivada 
pelos temores gerados pela Guerra Fria e pela revolução cubana e fundamen-
tada nos ensinamentos vindos da Academia Militar Norte-Americana, com 
posterior contribuição dos militares franceses. A política cultural gerada por 
tal doutrina é a da apologia de determinados elementos da cultura nacional, 
mais apropriados à necessidade de controle por parte dos militares e, por outro 
lado, inibindo a participação da população e de suas organizações (sindicatos, 
organizações de bairro, estudantis etc.).
Na realidade, não se trata de uma política cultural inovadora. Pelo con-
trário: seu programa é o de reproduzir determinadas práticas aristocráticas 
(concepção biológico-telúrica) e tecno-burocráticas (concepção estatista), com 
um viés de extremo autoritarismo. O que se evidencia em suas atuações negati-
vas: censura, fechamento de instituições culturais, perseguição, prisão, tortura 
e exílio de intelectuais.
Por fim, a concepção histórico-popular. Analisando o que naquele 
momentorepresentava as experiências dessa concepção (Cuba, Nicarágua, 
Guatemala, El Salvador, Unidade Popular Chilena, Peronismo Revolucionário 
Argentino), Canclini conclui que esses movimentos estão unidos mais pelas 
ações político-econômicas e sociais do que por suas políticas culturais e que 
existem várias e divergentes concepções acerca do “popular”, sendo que, muitas 
vezes, a cultura não está nem explicitada como vetor das lutas sociais. O que 
há, portanto, é muito mais um “repertório de problemas” do que uma “fórmu-
la alternativa ou de projetos elaborados do que seria uma política popular na 
cultura” (CANCLINI, 1983, p. 48).
Mas como caracterizar essa concepção, que aparece como um conjunto de 
ações e intenções dispersas? É possível afirmar, acima das diferenças e singulari-
dades, que é aquela que vai se constituindo nos próprios projetos populares, que 
percebe o popular como força contra-hegemônica e não como algo essencializa-
do, substancializado, folclorizado, tipificado, como nas outras concepções.
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Analisando os dilemas da democracia na América Latina nos anos 1980, 
quando os regimes autoritários começavam a dar lugar a governos eleitos direta-
mente, Albert Hirschman (1986) observa que qualquer análise desse tipo deve 
“partir do pessimismo”. Na sua avaliação, não adianta muito buscar a “causa 
fundamental” das instabilidades dos regimes democráticos na região, porque se 
trata de um amplo conjunto de fatores entrelaçados, inclusive de estrutura cultu-
ral. Seria também pouco producente alinhavar os elementos necessários para que 
tal estabilidade possa existir (crescimento econômico, fortalecimento da socieda-
de civil e dos partidos políticos, imprensa independente etc.).
Apesar de seu pessimismo, Hirschman indica o caminho que deve ser 
seguido: o importante é compreender como “a democracia pode sobreviver 
e se fortalecer, não só em face de como apesar de várias situações adversas 
persistentes ou emergentes”. Portanto, a posição do analista é a de atenção. 
É preciso estar atento não às “condições necessárias”, mas àquilo que é da 
ordem do acontecimento, do inesperado, das “constelações raras de eventos 
favoráveis, caminhos estreitos, avanços parciais aos quais talvez se sigam ou-
tros, e assim por diante. Temos que pensar no possível, em vez do provável” 
(HIRSCHMAN, 1986, p. 86).
Portanto, o desafio é o da passagem da concepção para a elaboração e exe-
cução de políticas populares para a cultura aproveitando os “eventos favoráveis”. 
Como defende Canclini, são as organizações populares e seus movimentos que 
podem “socializar os meios de produção cultural, não resgatar, mas reivindicar o 
próprio, não difundir a cultura de elites, mas apropriar-se criticamente do melhor 
dela para seus objetivos” (CANCLINI, 1983, p. 48 – itálicos do autor). 
Como se observa, a análise de Canclini, no momento em que foi feita, 
não poderia dar conta de fenômenos que são imediatamente posteriores, ocor-
ridos desde a segunda metade dos anos 1980 até os dias correntes, como o fim 
do bloco socialista, a ascensão do liberalismo, bem como a escalada do processo 
de globalização e o gradual retorno à democracia nos países latino-americanos.
Em relação a esse último ponto, Guillermo O’Donnell (1998) observa 
que a redemocratização na América Latina é questionada por vários analistas 
por ela não responder aos desafios do acesso aos direitos básicos (moradia, 
trabalho, educação, saúde, cultura, assistência social etc.). Seriam, portanto, 
democracias políticas, ou “poliarquias”, com governos eleitos livremente, mas 
sem resultados satisfatórios no que se referem a outras dimensões da democra-
cia. A tarefa que se coloca nesse processo é o de efetivar os direitos civis formais 
e responder às demandas por ampliação da cidadania, inclusive a cultural.
Levando em consideração todas essas transformações e desafios, é neces-
sário atualizar a tipologia traçada por Canclini. Diante das variáveis, retomo 
a questão fundamental de sua reflexão, qual seja, discutir as concepções de 
nacional popular e as correspondentes políticas culturais. Para dar conta des-
ta conjuntura de redemocratização e de integração na região, bem como da 
Políticas públicas e o patrimônio histórico:das primeiras ações a economia da cultura
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globalização e do neoliberalismo, parece-me interessante pensar na “concepção 
de espaço cultural latino-americano” e sua política cultural.
Para isso, recorremos a Manuel Garretón, que conceituou o “espaço cul-
tural latino-americano”. O autor levanta três hipóteses que considera básicas 
para compreender este espaço na contemporaneidade: 1. “No habrá integraci-
ón de los países latinoamericanos a la globalización si no es por medio de la 
integración en un bloque proprio; 2. “La dimensión cultural constituye un eje 
fundamental en la conformación de un bloque latinoamericano que se integra 
al mundo globalizado”; 3. “Si la conformación del gran espacio mundial se 
hace a través de espacios culturales, América Latina puede ser uno de esos 
espacios” (GARRETÓN, 2008, p. 45-48).
Por outro lado, Garretón enumera três dificuldades que têm que ser en-
frentadas para que esse espaço consiga se efetivar. A primeira é que com a crise 
das comunidades nacionais, provocada, entre outros vetores, pela globalização, 
faz-se necessário recompor os parâmetros de pertença. O que pode ser uma 
oportunidade de superar os padrões de nacionalidade excludente, elaborados 
pelas concepções anteriores (biológico-telúrica, estatista, mercantil e militar), 
e efetivar um modelo mais democrático não alcançado pela concepção históri-
co-popular, mas que dê conta dos parâmetros locais, nacional e supranacional.
A segunda dificuldade é a da exclusão social, ou seja, “la expulsión 
de masas que ya no pertenecen a las comunidades nacionales ni siquiera en 
calidad de explotadas u oprimidas, sino que aparecen como simplemente 
sobrantes” (GARRETON, 2008, p. 48). A questão é como essa grande 
parcela de latino-americanos deixa de ser vista como sem qualidade, uma 
sobra, e se transforma em cidadãos.
Por fim, a falta de vontade política dos grupos dirigentes para a cons-
trução do espaço cultural latino-americano que está formado por alguns 
componentes básicos: identidades; patrimônio; memória; educação; ciência e 
tecnologia; indústrias culturais.
A política cultural correspondente ao que poderíamos denominar de 
concepção espaço cultural latino-americano passou por dois paradigmas 
nas duas últimas décadas. Nos anos 1990, segundo Garretón, suas carac-
terísticas eram “más de aparatos e instituciones que de sustrato”, o que se 
configurava na “generación de institucionalidades para desarrollar cultura, 
protección frente a la globalización, incorporación o acceso a la cultura 
autonomizada de la educación pero con clara prioridad de ésta, predominio 
de los enfoques multiculturalistas” (GARRETÓN, 2008, p. 54).
Nos anos 2000, acrescentando-se a elementos vindos do paradigma an-
terior, às políticas culturais se colocam questões de substrato. Em outras pala-
vras, como responder à nova problemática latino-americana, o que requer
“una redefinición del pasado en función de nuevos proyectos históri-
cos, industrias culturales o poderes e influencias mediáticos, que de 
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no abordarse a nivel latinoamericano dejarán a estos países dependien-
tes de los poderes fácticos transnacionales” (GARRETÓN, 2008, p. 
54 – grifos meus).
Diante desse quadro, vale investigar que relações existem ou são possí-
veis entre as políticas e as indústrias culturais na região.
cruzamentos entre as polítIcas e as IndústrIasculturaIs na 
amérIca latIna: uma vIsão de conjunto
Quando observamos as relações entre as políticas e as indústrias culturais 
na América Latina, a primeira constatação é de que, historicamente, tais relações 
são muito tênues. Ou seja, independente se o modelo for o biológico-telúrico, o 
partidário do Estado, o mercantil, o militar, ou até mesmo o histórico-popular, 
não há uma tradição de presença do poder público no que se refere a este campo 
da cultura. Mesmo o seu papel regulador sofreu com as medidas de desregula-
mentação desde os anos 1980, período em que também ocorreram as privatiza-
ções das poucas empresas públicas do setor, em especial as de telecomunicações.
Dessa forma, basicamente, as ações das políticas culturais latino-ame-
ricanas se restringiram àqueles setores da cultura identificados com a cultura 
popular, ou com as expressões da cultura erudita e das expressões artísticas de 
vanguarda que necessitam das benesses governamentais para poderem existir. 
Assim, os poderes públicos se abstiveram de entrar em uma área de extremo 
interesse para o setor privado, mas que, ao mesmo tempo, são os principais 
meios de formação e de informação da população.
Pensando não mais em termos de políticas culturais nacionais, mas na 
construção do espaço cultural latino-americano, ações públicas no âmbito das 
indústrias culturais tornam-se mais viáveis na medida em que ocorram no 
marco de cooperações regionais. No entanto, se a tarefa da latino-america-
nidade não deve se resumir apenas ao campo da política e muito menos da 
economia, e que, muito pelo contrário, ela é acima de tudo cultural, quando 
observamos os blocos regionais muito pouco se fala e menos ainda se faz em 
relação à cultura e, em especial, às indústrias culturais. Trata-se mais de ques-
tões ligadas ao livre comércio entre os países membros do que da constituição 
de um espaço político-social e cultural comum.
No caso específico do Mercosul, há uma tensão interna entre ser um 
tratado de livre comércio, como o Nafta, ou um instrumento de integração re-
gional, como a Comunidade Comum Europeia (ACHUGAR, 1997). Mesmo 
na perspectiva mais econômica, ainda que compreendendo seu valor para a 
construção de “nossos projetos coletivos, nossos sonhos e valores”, a cultura 
não tem ganhado destaque nas preocupações e nas ações do Mercosul. 
Um sinal desse desprestígio é que em sua página oficial (http://www.
mercosur.int), onde se conta a trajetória e a atual situação do Mercosul, a cul-
tura não aparece. A questão da integração cultural e a discussão sobre o seu 
Políticas públicas e o patrimônio histórico:das primeiras ações a economia da cultura
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significado e consequências só foram introduzidas na Cúpula de Fortaleza, em 
1996, de onde surgiu o “Protocolo de Integração Cultural do Mercosul”.
Em relação às indústrias culturais, apesar de pouca ação prática ter 
sido de fato executada, algo avançou em termos de discussão sobre o assun-
to desde então. Especificamente, na XV Reunião de Ministros da Cultura 
dos países do Mercosul, em 2002, no Rio de Janeiro, ocorreu o “Seminário 
Indústrias Culturais no Mercosul”, cujo documento final recomendava: 1. 
Criação de um sistema de informações culturais; 2. Constituição de um 
Observatório Cultural do Mercosul; 3. Aumento do intercâmbio das indús-
trias culturais entre os países do bloco, levando em conta tanto a integração 
regional, quanto a interna a cada país; 4. Políticas de estímulo à produção de 
conteúdos para as grandes, médias e pequenas empresas do setor; 5. Criação 
de circuitos integrados de produção e distribuição entre os grandes e os pe-
quenos mercados consumidores; 6. Livre circulação dos produtores e tra-
balhadores das indústrias culturais; 7. Criação de contas satélite na cultura 
de modo a tornar visível o papel das indústrias culturais na economia dos 
países-membros e associados (ÁLVAREZ, 2003).
Como se observa, as recomendações privilegiam mais o papel do setor 
privado do que o do público. A participação do Estado no processo de produ-
ção, circulação e consumo de bens culturais continua restrita a um papel de 
financiador, observador e regulador. Sem dúvida, papéis fundamentais. No 
entanto, se as políticas culturais quiserem oferecer um contraponto aos valores 
que regem a lógica de mercado, devem fortalecer a criação de empreendimen-
tos públicos nas diversas indústrias culturais, que possam, assim, ofertar pro-
dutos e serviços diversos que não interessam às empresas privadas por sua baixa 
rentabilidade financeira (sem falar nas restrições ideológicas).
Em dimensão próxima, talvez a experiência mais interessante no que 
se refere a uma atuação conjunta dos países latino-americanos no âmbito das 
indústrias culturais é a TeleSur/Sul, uma empresa pública multiestatal criada 
em julho de 2005 com sede na Venezuela e que hoje é mantida também por 
outros seis países: Argentina, Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Uruguai, 
além do apoio logístico do Brasil.
A TeleSur/Sul utiliza-se de um satélite de natureza pública, o Satélite 
Simón Bolívar, e possui correspondentes e colaboradores em várias cidades la-
tino-americanas, além de Washington. O canal não tem fins comerciais, por-
tanto quase não há publicidade, e ele pode ser acessado gratuitamente em seu 
site e em canais locais de países de língua espanhola ou de algumas operadoras 
de TV a cabo ou TV satélite que disponibilizam seu sinal.
O lema da TV explicita claramente sua política editorial: “Nuestro 
norte es el sur”, o que, além de implicar em uma opção geopolítica pelo sul 
do globo (inspirada no desenho do artista Joaquín Torres García), aposta 
também na integração latino-americana. Sua missão, exposta na página 
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web da emisora, é ser “un medio de comunicación latinoamericano de vo-
cación social orientado a liderar y promover los procesos de unión de los 
pueblos del SUR. Somos un espacio y una voz para la construcción de un 
nuevo orden comunicacional”. Sua visão é a de funcionar como “un canal 
de servicio público con cobertura global que, desde el SUR, produce y di-
vulga contenido informativo y formativo para una amplia y leal audiencia; 
con una visión integradora de los pueblos”1.
Apesar de seu pouco tempo de existência e das dificuldades que en-
frenta, a TeleSur/Sul é certamente a experiência mais concreta de integração 
por meio das indústrias culturais na América Latina a partir de uma lógica 
pública. Daí o seu papel como contraponto às imagens hegemônicas sobre os 
países da região, feitas tanto pelas empresas privadas de comunicação latino-
-americanas, quanto estadunidenses.
consIderações fInaIs
Retomando a questão geradora deste artigo, ou seja, se, na América 
Latina, as políticas públicas de cultura têm respondido ao desafio de fun-
cionar como um contraponto ao mercado, o que observamos é que só muito 
timidamente os governos atuam no contexto das indústrias culturais, setor 
privilegiado do mercado simbólico. Com alguma presença no campo do pa-
trimônio histórico, da cultura popular e das expressões artísticas de fruição 
mais restrita, as políticas culturais latino-americanas quase não se voltam 
para os meios massivos, meios estes fundamentais na formação das comuni-
dades nacionais na contemporaneidade.
Esta opção dos Estados latino-americanos se revela em toda a sua dimensão 
dramática, no que se refere aos seus interesses culturais, com a radicalização da 
transnacionalização, pois poucas indústrias culturais são de propriedade de empre-
sários latino-americanos e menor ainda é o número daquelas que são de propriedade 
estatal ou mista (empresas com capital público e privado). Essa situação vem se agra-
vando nos últimos trinta anos, como resultado dos movimentos de reformaliberal 
que significam, entre outras coisas, a desregulamentação e a privatização de vários 
setores das economias nacionais, como os de telecomunicações. Isso provoca novas 
tensões que “remetem seu alcance e seu sentido às diversas representações nacionais 
do popular, à multiplicidade de matrizes culturais e aos novos conflitos e resistências 
que a transnacionalização mobiliza” (MARTÍN-BARBERO, 1997, p. 231).
Outro fator que se agrega a essa tendência é o da convergência tecno-
lógica entre telecomunicação, informática e indústria cultural, que tem pro-
movido processos de fusões entre as transnacionais que atuam nessas áreas, 
provocando a formação de grandes conglomerados produtores e distribuidores 
de bens simbólicos. São essas megaempresas que estão comprando algumas das 
indústrias culturais latino-americanas, nos mais diversos ramos, ou tornando-
-se sócios, muitas vezes majoritários, das empresas da região.
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Na realidade, são bastante escassos e dispersos os dados e informações 
quantitativas e qualitativas sobre as indústrias culturais na América Latina, 
mas as pesquisas existentes apontam para o processo de concentração de em-
presas e centralização de produção, o que resulta na dificuldade de acesso por 
grande parte da população a estes bens e serviços (BECERRA; MASTRINI, 
2008; LOPES; MELO, 1997; MASTRINI; BOLAÑO, 1999). Os indícios são 
de que o processo de conglomeração tende a aumentar na região de modo que 
se impõe certo modelo que mistura velhos padrões (propriedade familiar) com 
novos paradigmas (diversificação produtiva; convergência tecnológica; amplia-
ção de parcerias; busca do mercado externo).
A conjunção desses fatores (privatização, desregulamentação, convergên-
cia tecnológica, monopolização e transnacionalização) vem ratificando o lugar 
da América Latina como espaço integrado no circuito mundializado da cul-
tura, inclusive como grande fornecedor de mão de obra (criadores) e conteúdo 
simbólico, mas sem deter a posse dos meios de produção, de distribuição e, 
muitas vezes, de consumo de bens culturais. Daí podermos falar da importan-
te presença das indústrias culturais na América Latina, mas das dificuldades 
enfrentadas por aquelas que ainda são da América Latina.
A partir desse contexto, podemos concluir que o Estado e suas políticas 
culturais não estão conseguindo fomentar uma latino-americanidade pluralis-
ta à altura dos desafios que a produção e o mercado simbólicos contemporâ-
neos impõem. Concordamos, por fim, com a afirmação categórica de Teixeira 
Coelho de que tais políticas devem se voltar para a indústria cultural-comu-
nicacional regional, o que, por si só, não garante “uma mudança radical de 
cenário”, mas “propiciaria em prazo mais curto (e talvez esse seja o único prazo 
de que dispomos, diante da velocidade do mercado) a consolidação do espaço 
latino-americano” (COELHO, 2000, p. 102).
notas
1Disponível em http://www.telesurtv.net/noticias/canal. Acessado em 14.abril.2010
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