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Responsabilidade CDC

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Exercícios de fixação/revisão da matéria
01 - (FCC — 2011 — MPE-CE — Promotor de Justiça) A inversão do ônus da prova para facilitação da defesa dos direitos do consumidor no processo civil é
a) obrigatória quando o pedido se fundar em norma de ordem pública, porque o interesse privado do fornecedor neste
caso deverá ser sempre afastado.
b) obrigatória, sempre que o Ministério Público for o autor da ação e, nos casos em que, intervindo como fiscal da lei,
requerer aquele benefício.
c) inadmissível quando o objeto do processo revestir interesse exclusivamente privado, para não ferir o princípio da
isonomia.
d) admissível, a critério do juiz, desde que a parte o requeira, mediante declaração de pobreza firmada de próprio punho, porque ela firma presunção relativa de sua hipossuficiência.
e) admissível quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.
02 - (VUNESP — 2011 — TJ -SP — Juiz) Assinale a alternativa correta, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor.
a) Nas demandas que versem sobre relação de consumo, é obrigatória a inversão do ônus da prova a favor do
consumidor.
b) Tendo mais de um autor a ofensa aos direitos do consumidor, cada um responderá pela reparação dos danos que
causou.
c) Os riscos à saúde ou segurança, que sejam considerados normais e previsíveis em decorrência da natureza do produto, não precisam ser informados ao consumidor.
d) Um produto pode ser considerado defeituoso se outro de melhor qualidade for colocado no mercado.
e) Havendo prova de culpa exclusiva de terceiro, o fabricante não será responsabilizado por dano causado ao consumidor.
03 - (FCC — 2011 — TJ-PE — Juiz) Dentre os direitos básicos assegurados pela Teoria Geral do Direito abaixo discriminados NÃO se aplica às relações de consumo a regra
a) do pacta sunt servanda.
b) da inversão do ônus da prova.
c) da continuidade dos serviços essenciais prestados pelo Poder Público.
d) da verossimilhança das alegações do consumidor.
e) da desconsideração da personalidade jurídica.
04 - (CESPE — 2010 — DPE-BA — Defensor Público) Acerca dos princípios básicos que regem o direito do consumidor, da teoria da imprevisão e da responsabilidade de fato sobre o produto e o serviço, julgue o item a seguir.
O recall, expressamente previsto no CDC, constitui instrumento por meio do qual o fornecedor busca impedir, ainda que tardiamente, que o consumidor sofra algum dano ou perda em decorrência de vício que o produto ou o serviço tenha apresentado após a sua comercialização.
( ) certo ( ) errado
05 - (CESPE — 2010 — DPE-BA — Defensor Público) Acerca dos princípios básicos que regem o direito do consumidor, da teoria da imprevisão e da responsabilidade de fato sobre o produto e o serviço, julgue o item a seguir.
De acordo com a teoria da onerosidade excessiva, também conhecida como teoria da imprevisão, é possível a revisão contratual, desde que, em virtude de acontecimentos extraordinários, supervenientes e imprevisíveis, fique configurado o desequilíbrio entre as partes contratantes, com extrema vantagem para uma das partes e onerosidade excessiva para a outra. 
( ) certo ( ) errado
06 - (MPE-MG — 2010 — Promotor de Justiça — 50º Concurso) Nos termos do Código de Defesa do Consumidor,
considere as seguintes assertivas.
I. O consumidor tem direito à revisão do contrato, no caso de onerosidade excessiva decorrente de fato superveniente ao negócio, não havendo necessidade de que esse fato seja extraordinário e imprevisível.
II. A nulidade das cláusulas abusivas pode ser alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição e não é atingida pela preclusão.
III. É vedada a inserção, nos contratos de consumo, de cláusulas limitativas de direito do consumidor.
IV. É permitida a cláusula resolutória nos contratos de consumo.
V. O profissional liberal, de nível universitário ou não, responde a título de culpa pelo fato do serviço, sendo possível a
inversão do ônus da prova em favor do consumidor.
A esse respeito, pode -se concluir que estão CORRETAS
a) apenas as assertivas I, II, III e V. b) apenas as assertivas I, II, IV e V.
c) apenas as assertivas II, IV e V. d) apenas as assertivas III e IV.
07 - (TJ -SC — 2010 — Juiz) O Código de Defesa do Consumidor, ao dispor sobre a proteção contratual, estabelece:
I. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
II. A incidência do princípio da interpretação mais favorável ao consumidor pressupõe a presença de cláusulas ambíguas ou contraditórias em contrato de consumo e de adesão.
III. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua assinatura, ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou em domicílio. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
imediato, monetariamente atualizados.
IV. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia, bem como
a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso de produto em linguagem didática, com ilustrações.
a) Somente as proposições I, II e IV estão corretas.
b) Somente as proposições I, III e IV estão corretas.
c) Somente as proposições II e III estão corretas.
d) Somente as proposições I e IV estão corretas.
e) Todas as proposições estão corretas.
08 - (TJ -SC — 2010 — Juiz) Assinale a alternativa correta:
I. Compete à justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviços públicos de telefonia quando a Anatel não seja litisconsorte passiva, assistente, nem opoente.
II. Nos contratos bancários, mesmo aqueles submetidos aos ditames do Código de Defesa do Consumidor, é vedado ao juiz conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.
III. Há diferença fundamental entre a responsabilidade por vício e a responsabilidade por fato do produto: a primeira (vício) trata de perda patrimonial para o consumidor que normalmente não ultrapassa os limites do valor do próprio produto ou serviço em que são observados apenas vícios de qualidade e quantidade a afetar o funcionamento ou o valor da coisa; a segunda (fato do produto) é normalmente de maior vulto, pois constata-se a potencialidade danosa na qual os defeitos oferecem risco à saúde e segurança do consumidor de modo a ultrapassar o valor dos produtos ou serviços adquiridos.
IV. A execução da Política Nacional de Relações de Consumo é orientada, dentre outros, pelos seguintes instrumentos: manutenção de assistência jurídica integral e gratuita para o consumidor carente; instituição de promotorias de justiça de defesa do consumidor no âmbito do Ministério Público; criação de varas especializadas para a solução de litígios de consumo; prestação de informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço.
a) Somente as proposições II e IV estão corretas.
b) Somente as proposições III e IV estão corretas.
c) Somente as proposições I, II e III estão corretas.
d) Somente as proposições II, III e IV estão corretas.
e) Todas as proposiçõesestão corretas.
09 - (CESPE — 2009 — DPE -AL — Defensor Público) A respeito dos direitos do consumidor, julgue o item que segue. O preceito do CDC de que constitui direito básico do consumidor a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas dispensa a prova do caráter imprevisível do fato superveniente, bastando a demonstração objetiva da excessiva onerosidade advinda para o consumidor.
( ) certo ( ) errado
10 - (MPE-GO — 2009 — Promotor de Justiça) Analise o julgado de cunho consumerista e responda: “Civil. Seguro de
assistência médico-hospitalar. Plano de assistência integral (cobertura total), assim nominado no contrato. As expressões ‘assistência integral’ e ‘cobertura total’ são expressões que têm significado unívoco na compreensão comum, e não podem ser referidas num contrato de seguro, esvaziadas do seu conteúdo próprio, sem que isso afronte o princípio da boa-fé nos negócios” (STJ, REsp 264.562, Rel. Min. Ari Pargender, j. 12 -6 -2001, DJ 13 -8 -2001).
a) O julgado está fundado na violação ao princípio da vulnerabilidade do consumidor.
b) O julgado está fundado na violação ao princípio da informação deficiente.
c) O julgado está fundado na violação ao princípio da segurança.
d) Apoia -se o julgado na inobservância do princípio da reparação integral.
11 - (CESPE — TJ/CE — Juiz — 2012) Ao tentar entrar na agência do banco de que é cliente, Ademar foi retido por mais de dez minutos na porta giratória de segurança, que travou em razão do marca-passo implantado em seu coração. Com base na situação hipotética acima apresentada e no entendimento jurisprudencial do STJ acerca de dano moral, assinale a opção correta.
a) O banco é parte ilegítima para figurar no polo passivo de eventual ação por dano moral a ser ajuizada por Ademar,
porque a suposta responsabilidade é exclusiva da empresa prestadora de serviços de segurança.
b) O dano moral poderá advir dos desdobramentos que possam suceder ao travamento da porta, assim consideradas as iniciativas que, tomadas pela instituição bancária ou por seus prepostos, possam majorar os efeitos da ocorrência,
fazendo que ela assuma contornos de vergonha e humilhação, esses, sim, passíveis de reparação.
c) No caso de fixação de danos morais pelas instâncias ordinárias seria vedado ao STJ, em recurso especial, alterar o valor fixado, mesmo quando ínfimo ou exagerado haja vista o impedimento para o reexame das provas dos autos.
d) O simples travamento da porta giratória já é suficiente para lesar a imagem de Ademar, de modo que cabe ao banco indenizá -lo por danos morais.
e) Caso pretenda ajuizar ação por dano moral contra o banco, Ademar não poderá invocar as regras do CDC, inaplicáveis em relação às instituições financeiras.
12 - (FCC — 2013 — DPE-AM — Defensor Público) Segundo o Código de Defesa do Consumidor, são instrumentos para a execução da política nacional das relações de consumo:
a) a criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de
consumo e a harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores.
b) a educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo, estudo constante das modificações do mercado de consumo e a racionalização e melhoria dos serviços públicos.
c) a concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor, a criação de
delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo e a
manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente.
d) a instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público, o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo e o incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo.
e) a manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente, a criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo e o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo.
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL (IRRELEVÃNCIA NO CDC).
A tendência contemporânea é unificar as responsabilidades, sob princípios comuns. 
As vítimas o evento danoso serão consumidoras, embora não tenham firmado contrato de consumo (consumidores por equiparação). A reparação deve ser integral.
OBS.: Na responsabilidade contratual não é preciso provar a culpa (em regra), bastando provar o inadimplemento. Na extracontratual deve ser provada a culpa. Ex.: contratos de transporte.
Na responsabilidade do médicos, apesar de contratual, não há presunção de culpa. Deve ser provada a negligência, imperícia ou imprudência. 
1 – JUROS DE MORA (EXCEÇÃO)
Há um ponto na jurisprudência em que a distinção entre a responsabilidade contratual e extracontratual continua relevante: os juros de mora.
1.1 – RESPONSABILIDADE CONTRATUTAL
Devem incidir a partir da citação (ex.: indenização por má prestação de serviços). Correção monetária a partir da data do arbitramento do quantum indenizatório, conforme STJ.
1.2 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL
Juros de mora desde a ocorrência do evento danoso (e não a partir da citação).
Súmula 54 (STJ): “OS JUROS MORATORIOS FLUEM A PARTIR DO EVENTO DANOSO, EM CASO DE RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL.”
STJ: súmula 362: "A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento"
RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
A responsabilidade é de fato uma obrigação que ocorre por um dever contratual ou extracontratual, assim como, por uma violação de norma que vincula o agente a uma reparação pelo prejuízo causado.
Atualmente, a responsabilidade civil pode advir tanto de atos lícitos quanto dos lícitos que importam riscos. A regra geral prevista no Código Civil é a responsabilidade subjetiva, aquela que depende da comprovação da culpa do agente.
No CDC, art. 6º, VI diz que é direito do consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;”
1 – RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
Para caracterizar a responsabilidade subjetiva são imprescindíveis alguns elementos:
a) conduta humana antijurídica ou conduta ilícita: ocorre quando há ofensa a um principio geral de direito neminem laedere – ninguém pode lesar ninguém, ou seja, há necessidade de ato realizado pelo próprio agente contrário ao direito.
O conceito de culpa aqui utilizado é bastante abrangente, alcançando, para fins de responsabilização civil, todo comportamento contrário ao Direito, seja intencional (dolo), ou não (culpa). Valendo-se dos conceitos lançados pelo Código Penal, é importante observar a redação do seu art. 18, que estabelece o seguinte:
“Art. 18. Diz-se crime:
I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia”.
b) Dano: é a lesão a um bem jurídico ou o prejuízo sofrido pela vítima que pode ser patrimonial ou extrapatrimonial (material ou moral).
c) Nexo de causualidade: é a relação de causa e efeito existente entre a conduta do agente e o resultado danoso obtido. 
A responsabilidade subjetiva está atrelada à noção de conduta culposa do agente causador do dano, no que se aplicamtodas as considerações acima sobre os elementos que devem ser reunidos para a configuração da responsabilidade.
2 - RESPONSABILIDADE OBJETIVA
A responsabilidade civil objetiva prescinde da prova da conduta culposa do agente. Para gerar o direito à indenização, basta à vítima provar o nexo causal e o dano sofrido. Essa nova forma de responsabilização surgiu em decorrência dos avanços científicos e tecnológicos, além da explosão demográfica, ocorridos no século passado.
Percebeu-se que, se fosse compelida a vítima a provar a culpa do agente em numerosas situações, terminar-se-ia por gerar verdadeiras injustiças, dada a dificuldade que a produção dessa prova poderia acarretar.
Embora possa ser afirmado que o direito brasileiro adotou a responsabilização de natureza subjetiva como regra no Código de 1916 e, de forma mais mitigada no Código de 2002, o número de situações em que a responsabilização será de natureza objetiva tem crescido exponencialmente, em especial após a publicação do Código de Defesa do Consumidor, em 1990, que estabelece a responsabilidade objetiva como regra para todas as relações de consumo. A existência de uma cláusula geral de responsabilidade objetiva no artigo 927, parágrafo único, do Código Civil, comprova a tese e exigirá maiores aprofundamentos em aula dedicada ao tema.
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
IMPORTANTE: O CDC adotou como regra geral a responsabilidade objetiva, aquela que independe prova de culpa do agente.
Elementos essenciais da responsabilidade objetiva:
a) Atividade de risco
b) Nexo Causal
c) Dano
Art. 12 e 14, CDC. 
OBS.: O art. 14, § 4º consagra uma exceção a responsabilidade objetiva (ex.: médicos, advogados, psiquiatras, etc.) – obrigação de meio e não de fim. (RESPONSABILIDADE SUBJETIVA – EXCEÇÃO À REGRA GERAL). 
	- O Comerciante por defeito do produto só será solidariamente responsável se ocorrer algumas das hipóteses do art. 13, I, II, III, IV, do CDC.
A teoria que fundamenta a responsabilidade objetiva do CDC é a Teoria do Risco da Atividade. 
2.1 - A TEORIA DO RISCO DA ATIVIDADE
Para o CDC, o desempenho de atividade econômica, por si só, cria o risco de dano ao consumidor, de forma que, se concretizado, surge o dever de repará-lo, independentemente da comprovação de dolo ou culpa do fornecedor. Portanto, no CDC a regra é a responsabilidade objetiva.
A responsabilidade, portanto, surge em virtude da potencialidade de danos da atividade exercida.
OBS.: Vale ressaltar que a responsabilidade objetiva não se confunde com a culpa presumida. Na culpa presumida ocorre uma inversão do ônus de prova. Presume-se a culpa por um comportamento do causador do dano, cabendo a este demonstrar ausência de culpa, para se eximir de indenizar. 
Em caso de culpa presumida deve-se provar a conduta antijurídica, a culpabilidade, o dano e o nexo de causalidade; Contudo, o elemento culpa presume-se provado. Dessa forma, a culpa presumida é espécie de responsabilidade civil subjetiva que só ocorre em casos previstos em lei.
Já na responsabilidade objetiva, o agente responderá mesmo se tiver agido sem culpa e os elementos a serem provados pela vítima em uma eventual ação de indenização são o dano e o nexo de causalidade.
2.1.1 – TEORIA DO RISCO INTEGRAL
Modalidade extremada da teoria do risco em que o agente fica obrigado a reparar o dano causado até nos casos de inexistência do nexo de causalidade. O dever de indenizar surge tão-só em face do dano, ainda que oriundo de culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro, caso fortuito ou força maior.
A doutrina estabelece, geralmente, três hipóteses de risco integral em nosso ordenamento.
I - Dano ambiental: o art. 225, § 3º da CRFB/88 c/c art. 14, § 1º da Lei 6.938/81 estabelecem a obrigação de reparar o dano ambiental independentemente de culpa. A exegese dos referidos artigos importa em uma hipótese de risco integral, pois caso fosse possível invocar o caso fortuito e a força maior, ficaria fora da incidência da lei a maior parte dos casos de poluição (p.ex. carga tóxica de navio avariado em razão de tempestades marítimas).
Art.225, § 3º, CRFB/88 - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Art. 14, Lei 6.938/81 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
(...)
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
II - Seguro obrigatório - DPVAT: A Lei 6.194/74, alterada pela Lei 8.441/92, estabeleceu que a indenização pelo seguro obrigatório para os proprietários de veículos automotores é devida, mesmo que o acidente tenha sido provocado por veículo desconhecido, ou não identificado e ainda que tenha havido culpa exclusiva da vítima. Art. 5º, Lei 6.194/74 - O pagamento da indenização será efetuado mediante simples prova do acidente e do dano decorrente, independentemente da existência de culpa, haja ou não resseguro, abolida qualquer franquia de responsabilidade do segurado.
III - Danos nucleares: dado a enormidade dos riscos decorrentes da exploração da atividade nuclear, também foi adotada a teoria do risco integral. A Constituição em seu art. 21, XXIII, “d” determina que a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa. Todavia, o art. 8º da Lei 6.453/77 exclui a responsabilidade do operador pelo dano resultante de acidente nuclear causado diretamente por conflito armado, hostilidades, guerra civil, insurreição ou excepcional fato da natureza.
Art. 21, CRFB/88 - Compete à União:
(...)
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
(...)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; Art. 8º, Lei 6.453/77 - O operador não responde pela reparação do dano resultante de acidente nuclear causado diretamente por conflito armado, hostilidades, guerra civil, insurreição ou excepcional fato da natureza.
Verifica-se uma crescente conscientização de que a responsabilidade objetiva consiste em uma responsabilização não pela causa, mas pelo resultado.
3 – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Havendo mais de um causador do dano, todos respondem. A responsabilidade no CDC é solidária. 
Arts. 7º, parágrafo único; 18; 19; 25 §1º, 34. 
OBS.: A tendência atual caminha no sentido de prevenir os danos (tutela preventiva ou tutela inibitória), e não apenas esperar que eles ocorram para indenizá-los (tutela repressiva). Efetivação do início do art. 6º, VI, CDC).
4 – FUNÇÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Se por um lado a maior parte dos autores está de acordo com a função compensatória da responsabilidade civil, ou seja, na finalidade de reparar os danos causados à vítima, fazendo com que a situação retorne, da forma mais adequada possível, ao status quo ante, outras funções podem ser encontradas para a disciplina da responsabilidade civil.
A função punitiva do agente do dano é umadas finalidades mais comumente encontradas na doutrina e nas decisões judiciais e cuja própria existência tem gerado sucessivos debates. No cerne da discussão está a compreensão de que a responsabilidade civil não serviria apenas para reparar a vítima do dano, mas também para sancionar o agente do ilícito de forma a desestimular a prática de novas condutas danosas ou mesmo a perpetuação de uma conduta ilícita atual.
À função punitiva geralmente se relaciona uma terceira finalidade, de caráter sócio-educativa (caráter pedagógico), apontando que a responsabilidade civil opera não apenas de forma a educar o autor do dano através de uma punição, mas também instrui a sociedade como todo, alertando para a não admissibilidade de um certo comportamento.
DO VÍCIO E DO DEFEITO
O CDC ora fala em vício e ora fala em defeito. É a mesma coisa? 
Resposta: Há duas correntes:
1ª corrente (adotada pelo CDC) = vício e defeitos são diferentes. 
Para esta corrente, vício é a inadequação do produto/serviço para os fins a que se destinam (ex.: compro uma TV e ela não funciona). 
Já o defeito (normalmente usado como sinônimo de fato do produto/serviço ou acidente de consumo) está associado à insegurança do produto/serviço (ex.: compro uma TV e no meio da programação, ela explode no rosto do consumidor — atinge a integridade física).
Dessa forma, o produto defeituoso é aquele que não oferece a segurança que dele legitimamente se espera. Observam-se a informação do produto, a sua apresentação, os riscos que ele pode causar, levando-se em consideração a época em que foi colocado em circulação. Trata-se da teoria do risco do desenvolvimento.
2ª corrente: não há diferença entre eles. Há o vício/defeito de qualidade e vício/defeito de segurança.
1 – TIPOS DE RESPONSABILIDADES NO CDC
	O CDC traz duas espécies de responsabilidade, quais sejam: 
● Responsabilidade pelo fato do produto/serviço (há produto/serviço defeituoso que gera acidente de consumo. Há uma proteção com a incolumidade físico-psiquica do consumidor, ou seja, proteção à vida e saúde do consumidor, preferencialmente); Problema intrínseco – atinge a pessoa do consumidor. Atinge o produto.
● Responsabilidade pelo vício do produto/serviço (há produto/serviço viciado que gera para alguns incidentes de consumo. Busca-se tutelar a incolumidade econômica do consumidor, preferencialmente). Há um descompasso entre o produto ou serviço oferecido e as expectativas do consumidor. Problema extrínseco – atinge a qualidade e quantidade do produto ou serviço. Atinge a pessoa do consumidor (dano material o moral).

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