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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL ÁREA DO CONHECIMENTO DE CIÊNCIA DA VIDA MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA – CLÍNICA MÉDICA DE RUMINANTES PROFº - GILSON A. PESSOA ACADÊMICAS: DANIELA F. GIL, JULIANA M. VARGAS, ROBERTA F. ZORZI CLÍNICA MÉDICA DO SISTEMA NERVOSO DOS RUMINANTES CAXIAS DO SUL, 07 DE JUNHO DE 2017. 2 Conteúdo Introdução…………………………………………………………………………...3 RAIVA……………………………………………………………………………………3 BOTULISMO………………………………………………………………………….4 POLIOENCEFALOMALACIA…………………………………………………….6 FEBRE CATARRAL MALIGNA…………………………………………………..8 CENUROSE……………………………………………………………………………8 LISTERIOSE………………………………………………………………………….9 TÉTANO………………………………………………………………………………10 INTOXICAÇÃO POR Solanum fastigiatum……………………………..11 INTOXICAÇÃO POR Prosopis juliflora……………………………………11 ENCEFALITE POR HERPESVÍRUS BOVINO TIPO 5 (BoHV-5)……12 BABESIOSE CEREBRAL…………………………………………………………13 ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA (BSE) ………………..14 LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA…………………………………………….15 OTITE PARASITÁRIA……………………………………………………………..16 ABCESSOS CEREBRAIS........................................................17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………19 3 Introdução No Brasil, existem diversas doenças que acometem o sistema nervoso central (SNC), essas doenças são de extrema importância devido aos prejuízos econômicos e também devido a alta mortalidade nos rebanhos. Os distúrbios caracterizados por sintomatologia nervosa constituem-se em um importante grupo de doenças de bovinos no qual, apenas a raiva, é responsável pela perda anual de aproximadamente 50 milhões de dólares em todo mundo (King & Turner, 1993). A importância do estudo das enfermidades do SN aumentou desde o aparecimento da encefalopatia espongiforme dos bovinos (BSE), em meados da década de 1980 (Wells et al., 1987). Devido as exigências sanitárias internacionais, nos últimos anos, o Brasil assumiu uma maior importância para a realização dos diagnósticos dessas doenças. Como os sintomas são comuns a diversas doenças, não é possível fechar diagnóstico apenas com os sinais clínicos. RAIVA A raiva é uma enfermidade infecciosa causada por um vírus que afeta o sistema nervoso central de várias espécies, sendo uma das doenças mais frequentes em bovinos no Brasil (Brasil, 1998). Há duas variantes do vírus detectadas no Brasil: (1) uma associada ao ciclo urbano, isolada de cães, gatos e humanos e que causa a forma furiosa da raiva; (2) outra associada ao ciclo silvestre da doença, isolada de bovinos e morcegos e que causa a forma paralítica de raiva (Ito et al., 2001, Heinemann et al. 2002, Kobayashi et al. 2006). A última forma da doença é considerada endêmica em diversas regiões do país, inclusive no Rio Grande do Sul. A variabilidade de sinais clínicos e a sequência de sua progressão seriam determinadas principalmente pela concentração do inóculo viral, pela patogenicidade da cepa infectante, pela distância entre o local da inoculação e o encéfalo e pelo estado imune do animal (Dierks, 1979). Normalmente, o tempo de incubação é de 2 a 12 semanas, mas já foram relatados maiores períodos. 4 A raiva, é causada por um vírus RNA envelopado, do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, é uma doença fatal tanto em animais quanto em humanos. A forma encontrada nos bovinos é a forma paralítica que se caracteriza pela paralisia e hipoestesia dos membros pélvicos e também paralisia flácida da cauda, além disso, inicialmente o animal acometido apresenta também ansiedade, midríase, pêlos eriçados e períodos curtos de excitação. Posteriormente são observados transtornos locomotores, caracterizados por incoordenação dos membros posteriores (Mori & Lemos et al, 1998). O animal começa a se posicionar em decúbito esternal, tenta se levantar e se locomover sem sucesso, seguido de morte. Na forma furiosa, há mugidos constantes e roufenhos (ocasionalmente violentos a ponto de produzir enfisema subcutâneo), agressividade, hiperexcitabilidade e hiperestesia a qualquer estímulo (Barlow, 1989; Jubb & Huxtable, 1993; Swanepoel, 1994; Hudson et al., 1996). A forma mais comum de infecção é pela mordedura de um animal infectado, mas a infecção também pode ocorrer através das membranas mucosas por meio de aerossóis, embora seja raro. Não há predisposição de raça, sexo ou idade (RADOSTITS et al., 2000; Langohr et al., 2003), mas a doença pode ser maior observada em animais jovens, e essa prevalência maior se dá pela baixa imunidade do animal, já que nessa fase ainda não foi vacinado e há o declínio colostral. As lesões da raiva são limitadas ao sistema nervoso central e perceptíveis apenas ao exame histológico (Jubb & Huxtable, 1993), mas em alguns casos podem ser encontradas lesões secundárias durante a necropsia. Atualmente, a forma mais adequada de diagnóstico dessa doença é a imunofluorescência direta, considerada superior a todas as outras formas pela sua rapidez e sua acurácia (Zimmer, 1990). Por não existir tratamento, as formas de controle e profilaxia da raiva se dá pelo combate às populações de morcegos hematófagos e pela vacinação anual dos bovinos. BOTULISMO O botulismo em bovinos é causado pela ingestão da toxina pré-formada do Clostridium botulinum (Dutra et al., 1993), essa toxina é caracterizada como 5 um bacilo anaeróbico e seus esporos podem serem encontrados no solo, água ou no trato digestivo de diversas espécies animais. Em sua forma vegetativa, o C. botulinum se desenvolve em ambientes de anaerobiose como carcaças em decomposição, matéria vegetal em putrefação ou lodo e águas paradas (LANGENEGGER et al., 1983) e, nessas condições, ocorre a formação de toxinas potentes antigenicamente diferentes entre si (Lemos et al, 2005). Foram identificadas até então, neurotoxinas ordenadas alfabeticamente de A a G, sendo as toxinas C e D consideradas de maior importância epidemiológica em bovinos, devido aos bovinos serem extremamente sensíveis às ações dessas toxinas. No Brasil, onde grandes áreas do solo são pobre em minerais, notadamente o fósforo, os acidentes botulínicos ocorrem mais comumente pela ingestão de restos de carcaças contaminadas. Em virtude da carência mineral, os animais são levados a desenvolver hábitos de aberração do apetite, ingerindo restos de cadáveres (Baldassi, 1991). O botulismo pode ocorrer em gado de leite e gado de corte, animais jovens, em torno de 2 anos mais ou menos estão entre os mais afetados, devido à predominância de osteofagia. Quando um animal saudável ingere os esporos do C. botulinum, eles passam pelo trato digestivo sem causar nenhum problema, dessa forma, são importantes apenas na disseminação do agente pelo ambiente. Quando as toxinas são ingeridas pelos animais, são absorvidas e transportadas aos neurônios sensíveis por via hematógena (Carter, 1988), e atuam nas junções neuromusculares, principalmente no sistema nervoso periférico, onde provocam paralisia funcional motora sem interferência na função sensorial do animal (LISBOA et al., 1996). Isso ocorre devido à falha na passagem dos impulsos nervosos para o músculo, essa falha é causada pelo bloqueio da liberação da acetilcolina, levando à paralisia flácida do músculo. A principal categoria animal afetada são as vacas de cria ou gestantes, que por sua maior exigência nutricional estão mais sujeitas a osteofagia e, consequentemente, predispostas à ingestão da toxina botulínica (LISBOA et al., 1996). Os sinais clínicos se iniciam com paralisia flácida parcial ou total dosmúsculos da locomoção, mastigação, respiração e deglutição. Primeiramente a paresia e paralisia se inicia nos membros posteriores e evoluem para os membros anteriores, por fim, atingem a cabeça e o pescoço.Um sinal clínico 6 importante é a dificuldade respiratória manifestada pelos animais, a qual é observada nos flancos, principalmente quando os animais estão em decúbito lateral (Stober, 1984). Nos estágios avançados da doença, o animal tende a permanecer em decúbito esterno abdominal, com a cabeça apoiada ao flanco, e não consegue retrair a língua se esta é tracionada para fora cavidade oral (Fernandes, 2001). O botulismo também é conhecido como a “doença da vaca caída”. Não são observados achados de necropsia ou histopatológicos de importância para o diagnóstico, mas lesões incidentais como enterite catarro- hemorrágica, petéquias no intestino delgado e no endocárdio, bem como degeneração gordurosa no fígado podem estar presentes (Trueman et al., 1992). O diagnóstico baseia-se no quadro clínico e epidemiológico e na ausência de lesões macroscópicas e histológicas significantes (LANGENEGGER & DOBEREINER, 1988; LISBOA et al., 1996; SANTOS et al., 1993). Além disso, para diagnóstico do botulismo é muito utilizada a técnica de microfixação, outro diagnóstico utilizado é o de ELISA no qual é considerado um método de triagem rápido. Não existe tratamento específico para o botulismo em bovinos, pois não existem soros hiperimunes (Riet-Correa et al., 2001). O controle e a profilaxia do botulismo deve ser realizado com a restrição do contato dos bovinos com as fontes que contém a toxina e além disso, é necessário realizar a imunização desses animais. POLIOENCEFALOMALACIA A polioencefalomalacia (PEM), é também conhecida como necrose cerebrocortical, devido à necrose com amolecimento (malacia) da substância cinzenta (pólio) do encéfalo. Anteriormente, o termo polioencefalomalacia foi designado para diagnosticar uma doença apenas no bovinos, causada devido a deficiência de tiamina. Hoje em dia, sabemos que nem sempre os casos de polioencefalomalacia estão associados com a deficiência de tiamina. Muitos pesquisadores observaram que a PEM em ruminantes pode ter várias causas, incluindo intoxicação por enxofre (Gould 1998, Loneragan et al. 1998, Gould 2000, Kul et al. 2006), intoxicação por sal associada à privação de água (Lindley 1977, Trueman & Clague 1978, Scarratt et al. 1985), intoxicação por 7 chumbo (Christian & Tryphonas 1971, Priester & Hayes 1974, Lemos et al et al. 2004, Traverso et al. 2004, Krametter-Froetscher et al. 2007), administração de determinados anti-helmínticos, como levamisole e tiabendazole (Linklater et al. 1977) PEM é descrita como uma doença nervosa e não-infecciosa que afeta bovinos (BARROS et al. 2006, RADOSTITS et al. 2007), ovinos (LIMA et al. 2005, RADOSTITS et al. 2007), caprinos (Colodel et al. 1998, LIMA et al. 2005, RADOSTITS et al. 2007) e bubalinos (Guimarães et al. 2008). Essa enfermidade é considerada responsável por grandes perdas econômicas em todo o mundo, já que possui distribuição mundial. No Rio Grande do Sul, um surto da doença foi diagnosticado em cabras, associado a ingestão de “Uva do Japão” (Hovenia dulcis), sugerindo-se como causa do problema a elevada quantidade de açucares presentes na planta (Colodel, et al., 1998). Trabalhos recentes têm demonstrado que, em ruminantes, a maioria dos focos de PEM que ocorrem em diversos países são causados pelo alto consumo de enxofre, nas formas de sulfato, sulfito e sulfeto nos alimentos ou na água (GOULD, 1998, 2000; LONERAGAN et al., 1998; OLKOWSKI, 1997; DEBRA, 2003). No Brasil, a maioria dos animais acometidos pelo botulismo eram adultos e estavam soltos a campo, diferente da literatura internacional no qual relata que a maior incidência da enfermidade é em bovinos na faixa etária de 8 a 12 meses de idade, confinados e que sofreram mudanças bruscas na alimentação. A PEM apresenta como principais sinais clínicos cegueira, opistótono, choque em obstáculos, nistagmo, tremores musculares e incoordenação com andar cambaleante, além de excitação seguido de depressão. O quadro de evolução da doença é relativamente rápido, pois se o animal não for tratado com tiamina, o óbito ocorre entre 2 e 3 dias após o aparecimento dos sinais, entretanto, essa evolução varia de animal para animal, alguns morrem poucas horas depois, já outros permanecem até 10 dias em decúbito. Os achados de necropsia variam de acordo com a severidade e duração do curso clínico (LEMOS et al., 2005), e algumas dessas alterações podem ser difíceis de serem visualizadas macroscopicamente. Quando os animais são diagnosticados logo no início do curso da doença, o tratamento é eficaz. O tratamento irá depender da causa da polioencefalomalacia. Como é difícil definir o que desencadeia a polioencefalomalacia, não é possível caracterizar medidas exatas de controle e profilaxia. Medidas gerais como 8 fornecimento adequado de suplementação mineral, evitar a privação de água, evitar mudanças bruscas de alimentação ou excesso de enxofre na alimentação são recomendadas na prevenção da enfermidade (Lemos et al., 2005). FEBRE CATARRAL MALIGNA A febre catarral maligna (FCM) é uma doença infecciosa, viral, pansistêmica, altamente fatal, com distribuição geográfica ampla (Garmatz et al., 2004), é causada pelo Herpesvírus da subfamília Gammaherpesvirinae. Existem duas formas da doença: a africana, causada pelo alcephaline herpesvírus-1 e a americana, causada pelo herpesvírus ovino-2. É uma doença de alta letalidade, mas já foram relatados formas crônicas da doença e até algumas recuperações na forma clínica. Uma característica epidemiológica importante é que ocorre, somente, se há ovinos em contato com bovinos (Riet- Correa et al., 2001) O período de incubação fica entre 2 a 8 semanas e os sinais clínicos de acordo com Selman et al., 1974, Barker et al., 1993, Barnard et al., 1994, caracteriza-se por febre alta, depressão, corrimento nasal e ocular,erosões e ulcerações na mucosa do trato respiratório superior, ceratoconjuntivite, linfadenopatia, enterite hemorrágica, diarréia, encefalite, exantema cutâneo e artrite. O diagnóstico da FCM pode ser realizado de acordo com os dados epidemiológicos, sinais clínicos e lesões vistas durante a necropsia, e o definitivo pode ser feito por lesões histológicas características. Não se conhece tratamento ou medidas eficientes de controle. Como profilaxia a única medida recomendável é a de evitar a introdução de ovinos provenientes de áreas nas quais ocorre a doença (Riet-Correa et al., 2001). CENUROSE A cenurose é uma doença parasitária cosmopolita, observada com frequência em ruminantes, principalmente ovinos, de todo mundo, conhecida também como torneio verdadeiro, que ocorre no sistema nervoso central (SNC) dos ruminantes. É causada pela forma larval, denominada Coenurus cerebralis 9 da Taenia multiceps que é um parasito do intestino delgado dos cães e outros canídeos silvestres (SOULSBY, 1987). São reconhecidas duas formas de cenurose em ovinos: 1) a forma aguda, que ocorre cerca de um mês após a invasão larval no SNC e 2) a forma crônica, associada ao desenvolvimento de sinais clínicos secundários à ocupação de espaço pelo cisto parasitário (INNES & SAUNDERS, 1962). Os sinais clínicos na fase aguda se apresentam como ataxia, tremores musculares, hiperestesia, hipermetria e decúbito. Já na forma crônica, o animal se isola do rebanho, apresenta também depressão, cegueira, andar em círculos, desviode cabeça e incoordenação. O diagnóstico de cenurose pode ser feito com achado epidemiológicos, clínicos e também de necropsia, além de que o diagnóstico pode ser confirmado por meio da histopatologia. O exame radiográfico é usado principalmente em casos onde há perspectivas de remoção cirúrgica, procedimento realizado quase exclusivamente em animais de alto valor zootécnico (TIRGARI et al., 1987), medidas terapêuticas para ovinos afetados incluem a administração de fármacos antiparasitários (GHAZAEI, 2006). Como prevenção o ideal é interromper o ciclo do parasita, não fornecer vísceras de ovinos para os hospedeiros definitivos e vermifugar os cães da propriedade a cada 3 meses. LISTERIOSE Listeriose é uma doença infecciosa causada pela bactéria do gênero Listeria spp. Afeta várias espécies animais, induzindo três formas de manifestação clínica: (1) septicemia com abscessos em vísceras como fígado e baço, (2) aborto e (3) doença neurológica (meningoencefalite) (Ricci et al., 2006). Sendo que durante um surto, apenas uma forma é observada. Uma das principais fontes de Listeria é a silagem mal conservada, em que o pH está acima de 5,5. Os casos da forma neurológicas são mais comuns de serem encontrados no inverno e no início da primavera, em regiões de clima temperado. Outras fontes de infecção incluem solo e alimentos contaminados e fezes ou leite de animais portadores (Schneider 1994). 10 Na macroscopia podem ser encontradas algumas lesões como hiperemia das leptomeninges e líquido cefalorraquidiano de coloração turva, de acordo com Summers et al., 1995, ocasionalmente, em cortes transversais do tronco encefálico, observam-se focos de malacia castanho-amarelados. O diagnóstico pode ser confirmado pela cultura, detecção do microrganismo em colorações especiais (Gram), na imunofluorescência ou imunohistoquímica - IHQ (Peixoto 1986, Marco et al. 1988, Johnson et al. 1995, Campero et al. 2002, Loeb 2004), ou pela técnica de reação em cadeia de polimerase - PCR (Batt 1999). TÉTANO O tétano é uma enfermidade infecciosa não-contagiosa, altamente fatal, causada pela toxina do Clostridium tetani. Em ovinos o tétano é mais freqüente que em bovinos, ocorrendo em consequência da castração ou por feridas de tosquia (Riet-Correa et al. 1998). Clostridium tetani é comumente encontrado em solos contaminados por fezes (Tortora 2000). Esporadicamente o tétano pode ocorrer devido a ferimentos externos contaminados como umbigo mal curado ou por lesões internas ou, ainda, em forma de surtos, geralmente após práticas de manejo, submetendo vários animais às mesmas condições de contaminação como castrações, colocação de brincos ou vacinações (Riet- Correa et al., 2001). Quando se trata de bovinos jovens existe alta taxa de mortalidade, já nos bovinos adultos a taxa de recuperação é bastante significativa. Os sinais clínicos se iniciam em torno de 1 a 3 semanas após a infecção e se caracteriza por rigidez muscular, tremores, trismo mandibular, prolapso na terceira pálpebra, cauda rígida,tetania dos músculos masseteres, levando o animal à morte por parada respiratória ou convulsões. O diagnóstico é realizado através do exame clínico e dos dados epidemiológicos. Os princípios mais importantes no tratamento do tétano são eliminar a bactéria causadora, neutralizar toxinas residuais, relaxar a tetania muscular para evitar a asfixia e manter o relaxamento até que a toxina seja eliminada ou destruída. (Riet-Correa et al., 2001). Os animais localizados em 11 regiões enzoóticas devem ser imunizados com toxóide, toxina precipitada com hidróxido de alumínio. INTOXICAÇÃO POR Solanum fastigiatum A Solanum fastigiatum, é conhecida popularmente por “joá-preto” ou “jurubeba”, podem chegar a 1m de altura e tem como característica folhas largas e flores brancas. São comumente encontradas da região sul do Brasil e no Uruguai. Para que ocorra a intoxicação é necessário que os bovinos consumam grandes quantidades da planta; a doença caracteriza-se por sinais neurológicos causados por vacuolização dos neurônios de Purkinje (Riet- Correa et al. 1983b, Barros et al. 1987). Os animais intoxicados pela S. fastigiatum apresentam sinais clínicos como convulsões, perda de equilíbrio, opistótono, nistagmo e quedas. As crises podem serem observadas quando há maior excitação do animal, essas crises costumam durar apenas alguns segundos. A doença é crônica, e a regressão dos sinais clínicos é muito rara. Geralmente não ocorrem mortes, mas podem ocorrer consequências de traumatismos produzidos durante a queda, ou em animais, que emagrecem progressivamente, permanecendo posteriormente em decúbito permanente (Riet-Correa., 2001). No geral não são encontradas lesões macroscópicas, mas já foram relatados leve hipoplasia cerebelar. Na microscopia são observados vacuolização, degeneração e o desaparecimento das células de Purkinje com esferóides axonais na capa granular do cerebelo (Riet-Correa, 1998). O diagnóstico pode ser realizado através da avaliação dos sinais clínicos e dados epidemiológicos, além disso, pode ser baseado também nas lesões histológicas. INTOXICAÇÃO POR Prosopis juliflora A P. juliflora, conhecida também como algaroba, é uma leguminosa característica do semi-árido. Possui crescimento relativamente rápido e pode chegar até 12m de altura. Os frutos da algaroba são muito utilizados como forragem que são consumidos a campo mesmo, ou são utilizados para produzir rações para diversas espécies. A intoxicação é causada pela fava da 12 leguminosa, para que isso ocorra, o animal deve ingerir uma ração que contenha pelo menos 50% dos frutos da P. julifloraI por um período aproximado de 3 meses. Os sinais clínicos, mais evidentes durante a ruminação, são característicos de uma insuficiência dos nervos cranianos. Observa-se relaxamento da mandíbula, torção da cabeça durante a mastigação e ruminação, movimento involuntários da língua, salivação profusa, bocejos, dificuldades para deglutir e atrofia dos messéteres (Riet-Corrêa et al., 2005). Em alguns animais podem ser encontrados também sinais de nervosismo, anemia, atonia ruminal, e perda de peso. Durante a necropsia podem ser encontrados músculos de mastigação atrofiados. Para evitar a intoxicação é necessário administrar rações contendo não mais do que 40% de favas de algaroba, principalmente se o período de administração é superior aos 60 dias (Riet-Corrêa et al., 2005). ENCEFALITE POR HERPESVÍRUS BOVINO TIPO 5 (BoHV-5) A enfermidade é causada pelo herpesvírus bovino tipo 5, a encefalite é considerada uma doença infecto-contagiosa, aguda e altamente fatal. Normalmente acomete bovinos jovens que estão em situações de estresse. A enfermidade é causada por um vírus da família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae e foi descrita como a segunda causa mais freqüente de meningoencefalite viral em bovinos no Sul do Brasil (Sanches et al. 2000), embora ela seja frequentemente encontrada em todo território nacional. Estudos relatam que a via olfatória é a principal via de acesso ao sistema nervoso central (SNC). BoHV-5 é o agente etiológico de meningoencefalite necrosante, principalmente em bovinos jovens, e a infecção apresenta baixos ou moderados índices de morbidade e alta letalidade (Salvador et al. 1998, Colodel et al. 2002, Elias et al. 2004, Riet-Correa et al. 2006, Rissi et al. 2006). Os sinais clínicos aparecem em média 10 a 11 dias após o contato do animal com o vírus e se caracterizampor depressão profunda, descarga nasal e/ou ocular, e de acordo com (Lemos et al., 2005), incapacidade na apreensão 13 de alimentos ou ingestão de água. Além disso, os animais acometidos apresentam andar em círculos, choque nos obstáculos, cegueira, sialorréia, bruxismo, paralisia da língua, opistótono, nistagmo, convulsões. Quando ocorre evolução do quadro o animal se posiciona em decúbito esternal, seguido de decúbito lateral no qual irá permanecer até o óbito. Os achados macroscópicos variam, podem serem ausentes ou pode haver também protusão do cerebelo pelo do forame magno, vasos meníngeos congestos e líquido cefalorraquidiano aumentado. O método mais substancial de diagnóstico da forma encefálica do BHV-5 é o isolamento do vírus do cérebro e secreção nasal de animais doentes (FRENCH, 1962). Não há tratamento específico para a meningoencefalite por BoHV-5 (George 1991). Além da vacinação, outras medidas podem ser adotadas para prevenir ou reduzir os prejuízos ocasionados pela enfermidade. Dentre essas medidas recomenda-se: i) testar sorologicamente os animais a serem introduzidos nos rebanhos, ii) minimizar as situações de estresse, sobretudo no desmame, e iii) isolar os animais afetados (RISSI et al., 2007). BABESIOSE CEREBRAL A babesiose bovina, uma doença importante em regiões tropicais (RADOSTITS et al., 2002), é causada pelos protozoários Babesia bovis e Babesia bigemina inoculados pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus (SOARES et al., 2000; FARIAS, 2001), e é pertencente ao complexo da Tristeza Parasitária Bovina, é uma doença que causa gigantescos prejuízos econômicos. A babesiose cerebral é regiões enzoóticas e principalmente nos meses de verão e outono, tendo uma predisposição maior por raças européias. A babesiose cerebral é a manifestação clínica da infecção por B. bovis em que são observados sinais neurológicos como incoordenação motora, hiperexcitabilidade, opistótono, cegueira, tremores musculares, paralisia dos membros pélvicos, movimentos de pedalagem, andar em círculos, agressividade e coma (ALMEIDA et al., 2005; RODRIGUES et al., 2005). Na macroscopia a alteração a ser encontrada é o córtex de coloração róseo- cereja, essa alteração é considerada de extrema importância para o diagnóstico post-mortem. Essa coloração é devida ao acúmulo de eritrócitos 14 parasitados, em vasos de pequeno calibre e ocorre na substância cinzenta pelo maior número desse tipo de vasos em relação à substância branca (CALLOW & McGAVIN, 1963). O diagnóstico precoce e a rápida terapia babesicida são fundamentais para obter recuperação, porém, em casos com anemia severa, hemoglobinúria e sinais neurológicos, o prognóstico é desfavorável (CARLSON, 2006). ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA (BSE) A encefalopatia espongiforme bovina (EEB ou BSE), é conhecida popularmente por “doença da vaca louca”, causada por um agente infeccioso “príon”, é classificada com uma zoonose e os humanos são infectados pela ingestão de carnes contaminadas. É caracterizada como uma doença neurodegenerativa que interfere no sistema nervoso central (SNC) do animal, que por possuir distribuição mundial, é responsável por grandes perdas econômicas. A EEB possui um longo período de incubação, variando de dois anos e meio no mínimo a oito anos, sendo doença que acomete animais adultos. (RADOSTITS et al., 2000). O principal sinal clínico é a hipersensibilidade, quando estimulado ocorre contração excessiva do panículo muscular, além disso, o animal apresenta também agressividade, incoordenação dos membros pélvicos, quedas e decúbito permanente, que precede a morte. O quadro se inicia com passadas hipermétricas, ligeiro cambaleio dos membros posteriores e finos tremores musculares (ORTOLANI, 1999). É necessário que os animais sejam sacrificados por ser uma doença, que não possui tratamento clínico (STOKKA & BOEING, 2000). Por ser uma doença de importação econômica, de alta contaminação e por apresentar diagnóstico definitivo post mortem, é importante que qualquer manifestação clínica nervosa, similar a da EEB, em qualquer animal do rebanho, seja feito uma notificação obrigatória e suas ocorrências ou suspeitas devem ser imediatamente informada à autoridade de defesa sanitária animal local, para que sejam realizados os exames confirmatórios, feitos somente por 15 médicos veterinários autorizados (ORTOLANI, 1999). Para erradicação da encefalopatia espongiforme bovina são necessárias medidas drásticas e de grande valor econômico. LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA A leucose enzoótica bovina (LEB), conhecida também por leucemia dos bovinos ou linfossarcoma, é uma enfermidade infecto-contagiosa que se apresenta na forma subclínica ou tumoral, com quadro de evolução crônico que acomete principalmente bovinos de leite, causando importantes prejuízos econômicos, as perdas ocorrem pela morte do animal e pela condenação de carcaça. Essa doença é causada por um Retrovírus do tipo C, conforme (Miller et al., 1969), conhecido comumente como vírus da leucose bovina (BLV). A doença pode contaminar os bovinos no período pré-natal (via intra-uterina), ou pós-natal (Evermann et al., 1978, Miller & Maaten 1979, Piper et al., 1979). Outros métodos de contaminação ocorrem através da transfusão sanguínea, castração e cirurgias em geral. A disseminação da doença em rebanhos leiteiros é favorecida pela concentração de animais e pela manutenção de bovinos com mais idade no rebanho (Sorenson, 1979). Atua principalmente no sistema linfóide, determinando a desorganização dos seus tecidos e órgãos, principalmente os linfonodos, que perdem suas características primárias e são substituídos por um novo tecido, de natureza neoplásica, formando os linfossarcomas, podendo acarretar em um processo leucêmico (CORDEIRO et al., 1994; SCHWARTZ et al., 1994). A transmissão do vírus se dá principalmente por contato direto com fluídos biológicos contaminados, em especial sangue. A LEB já foi registrada em diversas regiões do mundo, mas no Brasil devido a falta de controle sanitário, a disseminação da doença ocorre em todos os estados. As manifestações clínicas dependem do órgão e sistema que é afetado, os sinais mais comuns de serem encontrados são adenomegalia, diminuição na produção, perda de peso que consequentemente causa caquexia e leva o animal ao decúbito. Os animais que apresentam lesões sacrolombar possuem também como sinais clínicos incoordenação, paresia progressiva dos membros pélvicos e na sequência decúbito permanente. De acordo com (Riet-Corrêa et 16 al., 2005), bovinos com lesões nos tecidos retrobulbares do olho apresentam exoftalmia. Lesões do útero podem causar obstrução retal. Lesões dos linfonodos ilíacos podem causar partos distócicos. Lesões cardíacas levam ocasionalmente, a insuficiência cardíaca, com pulso venoso positivo e edema do peito e barbela. Podem ser observados, também, diarréia, anemia, dispnéia e abortos. Na macroscopia no geral são encontradas em qualquer órgão massas tumorais, firmes e esbranquiçadas. O diagnóstico clínico e de sangue não são suficientes para definir diagnóstico, pois existem outras doenças com sinais clínicos e achados semelhantes, então como teste definitivo tem sido muito utilizado a prova de imunogeldifusão em ágar (IGDA). Esse teste tem a capacidade de detectar anticorpos no soro ou plasma contra glicoproteína maior do vírus. Não existe vacina, nem tratamento para LEB, como prevenção é necessário programas que tenha como intuito dificultar a distribuição dessevírus. As formas de controle da infecção pelo BLV são classificadas em três diferentes categorias: teste e remoção dos animais reagentes, principalmente, quando o objetivo é a erradicação; segregação do rebanho em animais soropositivos e soronegativos; e, adoção de práticas de manejo visando reduzir a transmissão horizontal e vertical do vírus (Riet-Corrêa et al., 2005). OTITE PARASITÁRIA No Brasil, os agentes causadores da otite parasitária são o ácaro Raillietia auris e alguns nematódeos da família Rhabditidae. R. auris é um parasita mesostigmata que usualmente reside no canal auditivo externo do gado, mas ocasionalmente invade o canal auditivo médio e interno (Riet-Corrêa et al.,2005). Os animais acometidos pelos parasitos apresentam ulcerações e exsudato purulento no canal auditivo. Há anorexia, sensibilidade à compressão do meato auditivo e perda ou diminuição da audição devida, provavelmente, ao acúmulo de restos purulentos e tumefação dos tecidos auriculares que bloqueiam a transmissão dos sons até o tímpano (Riet-Corrêa et al., 2005). Além desses, os animais podem apresentar outros sinais clínicos como inclinação da cabeça, nistagmo constante. O animal também pode vir à óbito 17 com sinais de encefalite, mesmo que em raros casos pode haver disfunção do nervo facial. O diagnóstico da otite parasitária é baseado no histórico e no exame físico. A pesquisa de parasitas é feita através da infusão de solução fisiológica estéril, virando-se, posteriormente, a cabeça do animal e recolhendo o líquido onde poderá ser observado o parasita (Riet-Correa et al., 2005). A enfermidade deve ser diferenciada de outras causas de paralisia do nervo facial em bovinos, principalmente, a listeriose (Shild, 2005). O tratamento normalmente é realizado com a aplicação de Trichlorfon e ATB no conduto auditivo. ABSCESSOS CEREBRAIS Abscessos do sistema nervoso central (SNC) ocorrem frequentemente em animais jovens. Sendo os principais agente envolvidos são Actinomyces spp., Staphylococcus aureus, E. coli, Streptococcus spp. e Pseudomonas spp. Os osso do crânio e as meninges são barreiras que protegem o SNC, apesar disso podem ocorrem processos infecciosos (Riet-Corrêa et al.,2005). Os agentes infecciosos podem acessar o SNC por diversas vias, sendo a principal via a hematógena. Geralmente acompanhada de meningites, sendo frequente a formação de abcessos no hipotálamo e córtex. Os êmbolos bacterianos podem ser oriundos do umbigo, faringe e trato gastrointestinal, ou até mesmo dos seios paranasais. A disseminação do agente ocorre também quando o animal está septicêmico (Riet-Corrêa et al.,2005). Em bovinos e ovinos, abcessos por extensão de lesão adjacente são comuns. Em geral, causadas por lesões em ossos do crânio, em ovinos por consequência da sinusite supurativa devido a miíases (Oestrus Ovis). Já em bovinos pode ser uma complicação da descorna (Riet-Corrêa et al.,2005).. Os sinais clínicos dependem da localização do abscesso, como sinal clínico geral observa-se depressão, febre moderada e anormalidades no reflexo ou no tamanho pupilar. Quando há compressão dos nervos cranianos pode ser observado ataxia cerebelar, opistótono, andar em círculos, quedas, compressão da cabeça contra objetos e cegueira. Os sinais específicos podem aparecer de forma aguda, intermitentes ou ainda se desenvolver lentamente (Riet-Corrêa et al.,2005). 18 O diagnóstico clínico é possível, devido a apresentação clínica estar diretamente relacionada com a região do SNC afetada. Para auxiliar no diagnóstico podem ser solicitados exames como análise do fluido cefalorraquidiano. Sendo o diagnóstico confirmatório por necropsia. A cultura e antibiograma devem ser realizados a fim de identificar o agente causador da doença, para que seja instituído um tratamento correto para o rebanho (Riet- Corrêa et al.,2005). O tratamento de abscessos cerebrais é realizado com antibióticos de amplo espectro, porém a resposta é limitada, e os animais em geral apresentam sequelas. Os procedimentos como corte de cauda e colocação de tabuleta para desmame devem ser realizados com os cuidados higiênicos necessários. Em animais recém nascidos devem ser feitas a correta desinfecção do umbigo (Riet-Corrêa et al.,2005). 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Antônio Carlos L. Câmara, N. d.-C. (Março de 2009). Intoxicação espontânea por vagens de Prosopis juliflora (Leg. Mimosoideae) em bovinos no Estado de Pernambuco. Pesq. Vet. Bras, págs. 233-240. Daniel R. Rissi, R. R. 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