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DIREITOS REAIS


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PROPRIEDADE
CONCEITO POR CAIO MÁRIO: É o direito real por excelência. 
Art. 1225, I, CC. Propriedade é um direito real sobre coisa PRÓPRIA. Já os outros direitos são reais de coisa ALHEIA. 
CARACTERÍSTICAS 
ABSOLUTISMO: tem efeito erga omnes.
PERPETUIDADE: o direito de propriedade tende a ser perpétuo. Até porque ninguém é obrigado a vender, doar o bem, salvo se ele quiser. Claro que existem exceções, como por exemplo a desapropriação. 
DIREITO DE SEQUELA (característica intrínseca): direito de perseguir a coisa que foi retirada do domínio de forma injusta. 
Se um invasor invadir a minha casa, eu posso ingressar em juízo para tirá-lo de lá? Sim. 
Se um infrator da norma penal levou meu carro e um belo dia ao parar em um certo local, vejo o meu carro estacionado, posso chamar uma autoridade para demonstrar que aquele carro me pertence? Sim.
Então não é o fato de alguém estar usando contra a minha vontade, de alguém tirar de perto de mim contra a minha vontade que eu deixo de ser dono. Daí surge o direito de sequela, que é o direito de perseguir, buscar, ir atrás da coisa. 
FACULDADES JURÍDICAS DO PROPRIETÁRIO:
Art. 1228, caput. CC: 
DIREITO DE USAR (JUS UTENDI): é a faculdade de o dono servir-se da coisa e utilizá-la diretamente na maneira que entender mais conveniente. Nesse caso, não aluguei, nem emprestei, eu mesmo estou morando na casa. 
Ex.: morar numa casa, dirigir um carro.
DIREITO DE GOZAR OU USUFRUIR (JUS FRUENDI): é o poder de perceber os frutos naturais e civis da coisa e aproveitar economicamente os seus frutos. Gozar no sentido de fruir da coisa. 
Ex.: apanhar uma fruta de uma árvore em sua propriedade. 
Ex.: Ao alugar um imóvel, estou gozando do bem, pois estou colhendo os frutos civis da coisa (o aluguel). 
DIREITO DE DISPOR (JUS ABUTENDI OU JUS DISPONENDI): é o direito de dispor da coisa, se desfazer, de transferi-la ou aliená-la a outrem a qualquer título; envolve o poder de consumir o bem, de dividi-lo ou gravá-lo. 
OBS.: Como regra, o direito de dispor do proprietário, está acima do contrato de locação. Por isso no Brasil, vigora o princípio: Venda interrompe locação. Então se eu quiser vender o imóvel no curso do contrato de locação, eu posso? Sim, porém tenho que dar direito de preferência ao locatário. Se o locatário não quiser, aí então, posso vender para um terceiro.
DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA: Alguns autores dizem que são 4 faculdades jurídicas. Outros dizem que são 3 faculdades jurídicas e 1 direito. 
DIREITO DE REAVER/REIVINDICA A COISA: é o direito de sequela, direito de reaver a coisa, de reivindicá-la das mãos de quem injustamente a detenha; ele envolve o poder da proteção específica da propriedade, que se perfaz pela ação reivindicatória. 
FUNÇÃO SOCIAL:
Se sou proprietário, tenho que dar função social a minha propriedade? Sim. 
Dar função social é dar destinação, é limitar o egoísmo do proprietário.
O código civil não fala expressamente sobre a função social. Quem fala é a constituição Federal. 
Art. 5º, XXII e XXIII, CF:
XXII-é garantido o direito de propriedade;
XXIII-a propriedade atenderá a sua função social.
OBS.: É uma imposição da CF.
Art. 1228, §1º,CC. O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais, de modo que seja preservado, em conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitar a poluição do ar e das águas. 
Acima temos a previsão civilista que a propriedade deve atender a função social. Mesmo não dizendo expressamente, ao citar “finalidades” no texto, está se referindo à função social. 
É tão importante essa função social, que o atual Código vedou EXPRESSAMENTE, a noção dos atos emulativos. 
Ao exercer o direito de propriedade, é vedado ao proprietário realizar atos e/ou condutas com o objetivo de prejudicar o outro.
ATOS EMULATIVOS: 
O atual veda os atos emulativos (condutas realizadas com o objetivo de prejudica o outro), pois afetam a função social de outras pessoas. 
Art. 1228, §2º, CC: São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade ou utilidade e sejam animados pela intenção de prejudicar o outro. 
Uma conduta lícita, pode se tornar ilícita civilmente em razão da finalidade.
Exemplos: 
1- Vamos supor que eu seja proprietária de uma casa dentro de um condomínio edilício. E aí, vem acontecendo muitos roubos, furtos e violência. E a polícia não consegue dar a garantia que eu preciso. Não há nenhuma lei municipal, estadual ou federal me proibindo de construir um muro de 5 metros com a FINALIDADE de diminuir a incidência de violência na minha propriedade. Ocorre que esse muro, fez sombra na piscina do meu vizinho. E o meu vizinho restou prejudicado. 
Perguntas: 
A lei me proibiu? Não.
Qual a finalidade de construir o muro? Proteção em razão dos atos constantes de violência. 
2- Meu vizinho é meu ex namorado. Quando eu namorava com ele, o muro era bem baixinho, tinha uma piscina linda e maravilhosa no quintal dele onde passávamos os finais de semana de sol. Ocorre que ao passar certo tempo, o meu ex começa a namorar com outra menina do condomínio. Continua não tendo nenhuma lei me proibindo de construir um muro de 5 metros, então construir para gerar sombra na piscina do meu ex namorado. 
Perguntas: 
Essa conduta tinha o intuito de prejudicar o outro? Sim. 
Se o meu ex provar que eu construí o muro com a única finalidade de fazer sombra na piscina, ele consegue derrubar o muro? Sim.
Conclui-se então que o que importa na noção dos atos emulativos é a finalidade, não o ato em si. 
EXPROPRIAÇÃO PRIVADA 
O Código Civil fala de expropriação privada no art. 1228, §§ 4º e 5º, CC.
Alguns autores definem a expropriação privada como um grupo de particulares em face de um ou mais proprietários. 
A ABRANGÊNCIA DA PROPRIEDADE
Art. 1229, CC. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e do subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício. Não podendo o proprietário … atividades que sejam realizadas por terceiros a uma altura ou profundidade tais que não tenha ele interesse legítimo em …
Ex.: Nos moramos em Copacabana e por baixo da casa passa o metrô. Vão ter que nos indenizar? Não, porque não há um interesse útil para que o metrô não passe por ali. 
Ex.: Os cabos de fibra óptica que passam por baixo da minha casa: não cabe indenização.
Ex.: O sistema de saneamento básico.
OBS.: Art. 1230, CC. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais. 
> Propriedade não abrange o petróleo. 
> Se no meu terreno tem uma nascente, ela não é minha. 
> Não posso represar essa água. 
> Posso cobrar para que entrem na minha propriedade para usar a cachoeira. 
Parágrafo único. Se eu quiser pegar um balde de água no Sana, para molhar minhas plantinhas não tem problema. 
OBS.: Para vender água mineral é preciso ter concessão estatal. 
Art. 1231, CC. A propriedade presume-se plena e exclusiva até prova em contrário.
Até que se prove o contrário, tudo se presume do proprietário. 
OBS.: Nem sempre o bem é do proprietário. Ex.: Chego na faculdade com uma ferrari toda semana. A presunção é que a ferrari é minha. Mas será que ela é minha? No documento da ferrari consta que há uma alienação fiduciária de automóveis e eu ainda não quitei. De quem é o carro? É da financeira. Só será minha quando quitar o carnê da negociação.
E no imóvel? No imóvel consta o meu nome na condição de proprietário, mas na realidade eu já vendi e o novo proprietário ainda não registrou. Então em tese, eu ainda sou proprietária. Pela boa-fé objetiva, eu sei que já vendi o imóvel. Posso vender de novo? Não. 
AQUISIÇÕES DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA (bens imóveis)
1. ACESSÕES
A aquisição por acessão pode se dar: 
Art. 1248, CC. 
I- por formação de ilhas
II- por aluvião 
III- por avulsão 
IV- por abandono de álveo 
V- por plantações ou construções (do art. 1253 ao 1259, CC) 
As quatro primeiras são reflexos dos fenômenos da natureza, a última é consequência da ação humana (artificial). 
OBS.: Em relação a alguma estrutura de rios, de correntes de água a nível jurídico mesmo que eu não possa mudar o curso artificialmente, mesmo que eu não possa represar, mesmo que eu não possa negociar ou industrializar, alguns rios são considerados de caráter privado. 
Acessão por formação de ilhas. 
Art. 1249, I, II, III, CC.
> Se aparecer uma ilha em um rio, é propriedade privada. 
> Como eu sei se um rio é da união e a ilha que se forma é da união, e quando o rio é da união e a ilha que se formar é do proprietário privado? Se há interesse público de navegação, o curso do rio é da união. Quando não houver interesse público de navegação, aquele curso de águas do rio é privado. Isso não quer dizer que posso represá-lo ou mudar seu curso. Nesse caso, as ilhas que se formarem pertencem aos proprietários ribeirinhos. 
> Se de forma natural se formar uma ilha exatamente no meio do rio cujo curso de águas é privado, metade da ilha será do proprietário A e a outra metade é do proprietário B. 
> Se essa ilha aparecer apenas no lado do proprietário A, a ilha é do proprietário A. Se apareceu apenas no lado do proprietário B, a ilha é do proprietário B. 
> Se naturalmente o braço do rio começou a passar por dentro da propriedade A, e surge uma ilha nesse braço, a ilha pertence ao proprietário A. 
> Se for uma área de reserva natural, a ilha pertence à união. 
Acessão por abandono de álveo. 
Art. 1252, CC.
Quando tem uma ilha, ainda tem água no rio. E se o rio secar totalmente? Metade daquela área pertence ao proprietário do terreno A e metade pertence só proprietário do terreno B enquanto aquele leio estiver abandonado. Por isso temos a figura do álveo abandonado (álveo é o chão que está abandonado do espelho de água que passava sobre ele).
Prédio marginal: é o que está a margem do rio.
Acessão por avulsão.
Art. 1251,CC.
Em época de chuva, geralmente ocorre o desabamento de terra. Um montante de terra que pertencia a propriedade A, muitas vezes é deslocada para o terreno vizinho. 
Quando isso acontece de forma abrupta, violenta, perceptiva: você vai dormir, tinha uma geografia. Quando acorda está tudo diferente e você sabe exatamente para onde foi aquela porção de terra que estava no seu terreno. Isso se chama AVULSÃO.
Havendo a avulsão, o proprietário do terreno que “recebeu” deve indenizar se quiser ficar com a terra. 
Se ele não quiser indenizar, ele deve permitir que proprietário retire a terra que se deslocou. 
Passado 1 ano que ninguém foi atrás, essa terra passa a compor a propriedade pra onde ela foi deslocada. 
Acessão por aluvião.
Art. 1250, CC.
Ocorre de forma discreta, quase imperceptível. É aquela terra que vem pelo vento e vai se acumulando nas margens.
Ex.: O leito do rio que tinha 4 metros de largura e 10 anos depois, o leito tem 2 metros e meio.
Nesse caso, não cabe indenização até porque não há como saber de onde veio aquela terra/areia. 
Acessão por plantações ou construções. 
Essa é a única forma de acessão artificial prevista no código civil. 
O artigo 1253 começa a nos dar a noção sobre a quem pertence as coisas móveis que são acopladas ao bem imóvel. 
O bem imóvel sempre vai ser o terreno. 
O tijolo, a porta e a janela hoje são considerados bens imóveis pois estão fixados no solo. 
Se eu tirar a porta do bem imóvel ela passa a ser móvel. 
Essas regras nos dão noções para solucionar problemas e saber os efeitos de tal ato se:
Eu com boa ou má-fé pegar objetos móveis que não são meus e construir no meu terreno, ou oposto;
Se eu tenho os bens móveis de boa ou má-fé e construí ou plantar no terreno do outro. 
O art. 1253, CC diz que toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa até que se prove ao contrário.
Primeira coisa que a lei fala é que eu posso utilizar inteiramente o material de outra pessoa de boa ou má-fé, ou eu posso utilizar parcialmente o imóvel de uma outra pessoa de boa ou má-fé. 
Art. 1254, CC. Sou dono do terreno. Semeei, plantei ou construí com o bem móvel de outra pessoa (sementes, mudas ou material de construção). Como estão anexados em meu solo, eu adquiri esses bens, mas não deveria. 
Se eu provar que estava de boa-fé, eu vou ter que indenizar o dono da semente, do material ou da muda que eu usei e que não era meu. 
Se eu não provar a boa-fé, eu ainda responderei por perdas e danos. 
Sempre tenho que analisar se quem utilizou coisa do outro estava de boa ou má-fé. 
Art. 1255, CC. É o oposto. Sou dono dos bens móveis (semente, muda ou material de construção). E eu plantei, semeei ou edifiquei/construí em terreno que não é meu. Em regra, esses bens vão pertencer ao dono do terreno. Porém, se eu provar boa-fé posso exigir que o dono do terreno me indenize. E se eu estava de má-fé, não ganho nada. 
O parágrafo único diz CUIDADO: Se o terreno valia 50 mil e depois que construí uma casa, passou a valer 400 mil, quem fica com o imóvel é quem construiu a casa. É claro, que indenizando o terreno que ele utilizou.
Art. 1256, CC. Se de ambas as partes houver má-fé (tanto quem é o dono da construção, semente ou muda, como quem é o dono do terreno) a lei privilegia quem é o dono do solo, mas este tem que indenizar a parte dos bens móveis. 
Parágrafo único: Presume-se má-fé do proprietário quando o trabalho de construção ou lavoura se fez em sua presença e sem impugnação sua. 
Art. 1257, CC. O disposto no art. antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio. 
Invasão parcial: Art. 1258, CC: Se a construção feita parcialmente em solo próprio invade solo alheio em proporção não superior a vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte. E responde por indenização que represente também o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
Vigésima parte corresponde à 5%. Então se o proprietário tinha 100% agora ele pode ter no mínimo 95%. 
Este artigo está dizendo que você de boa-fé invadiu até a vigésima parte e o que você construiu excedeu o próprio valor desse terreno se nada tivesse construído, você vai ficar dono desses até 5%. Mas você tem que indenizar o dono desse terreno que foi invadido parcialmente e indenizar pela desvalorização causada.
Parágrafo único. Invadi até a vigésima parte, não provei minha boa-fé. Logo, estou de má-fé terei de pagar a indenização multiplicada por 10. 
Art. 1259, CC. Se invadi parcialmente de boa-fé e excedi a vigésima parte deste (sem chegar a 100%), adquiro a propriedade da parte do solo invadido e respondo por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer a construção + a área invadida + a área perdida + a desvalorização da área remanescente. 
Se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados que serão devidas em dobro. Nesse caso, invadi acima da vigésima parte e não provei a boa-fé. 
2. REGISTRO
Art. 1245, c.c 1227, CC. 
Se eu tenho uma escritura pública de compra e venda e eu não levei a registro no cartório do registro de imóveis, sou proprietária do imóvel? Não.
Título translativo é qualquer documento que tenha possibilidade de ser registrado no registro imobiliário e que transfira propriedade. Ex.: uma sentença de usucapião, uma escritura pública de compra e venda, escritura pública de doação, etc. 
3.USUCAPIÃO
Trata-se de uma forma originária de aquisição de propriedade.
ESPÉCIES DE USUCAPIÃO DE BENS IMÓVEIS: Temos 6 espécies tradicionais de usucapião. 
-EXTRAORDINÁRIA: art. 1238, CC e parágrafo único. 
Existem duas espécies de usucapião extraordinárias, do caput e do parágrafo
único. 
Vale observar que sempre que o código reduz o prazo da usucapião, ele aumenta os requisitos. 
No caput, não preciso provar boa-fé, mas eu preciso provar o animus domini, o lapso temporal envolvendo aquela espécie e a lei não me impõe demais requisitos impostos em outra espécie. 
Art. 1238, CC. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
> 15 anos. 
> animus domini
> sem interrupção
> sem título e boa-fé 
Quero reduzir o prazo da extraordinária do parágrafo único, posso? Posso, mas nesse caso, o legislador impõe ou que naquele local seja servido moradia, ou para realizar algum serviço relevante. Por exemplo: Ao explorar ilicitamente um terreno, plantar bananas e vendê-las, estou desenvolvendo uma atividade, ou se eu uso o local para minha própria moradia. Se eu fizer isso, eu reduzo o prazo do caput, para o prazo do parágrafo único. 
Obs.: Não há limitação de espaço, nem de área nesse caso. 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a 10 anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
-ORDINÁRIA: 
Art. 1242, CC. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por 10 anos. 
Na ordinária, além de ter que provar todos os requisitos que em tese eu provaria na extraordinária, no caput do art. 1242, ainda tenho que provar justo título e boa-fé. Então veja que aqui foi acrescido um requisito. 
Parágrafo único: Será de 5 anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. 
No parágrafo único, foram acrescidos vários requisitos. Eu tinha que ter levado esse imóvel a registro no Registro Imobiliário, esse registro foi cancelado a posteriori, e ainda tenho que usá-lo para estabelecer moradia. 
Tenho limitação de área aqui? Não porque a lei não exige isso na ordinária, nem na extraordinária. Mas Carla, eu já ouvi tanto falar que a pessoa só pode usucapir um bem se ele só tiver 50 m². Nesse caso, não estamos falando de usucapião ordinária nem extraordinária, mas sim a usucapião especial ou constitucional.
-ESPECIAL OU CONSTITUCIONAL: 
Alguns autores a chamam de usucapião constitucional porque antes dela compor o código civil de 2002, já era prevista na CF/88. Código civil copiou o que já havia na Constituição. Mesmo que ele não copiasse, elas existiriam pois estão na Cf. 
Art. 1240, CC. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por 5 anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
Vejam que aqui devo ter todos os requisitos de uma usucapião extraordinária + a área só pode ser de até duzentos e cinquenta metros; a área tem que ser em espaço urbano; a área tem que ser usada necessariamente para moradia; quem está usucapindo não pode ser proprietário de outro imóvel (urbano ou rural). 
Alguns autores chamam essa usucapião especial de pró-moradia, pois o objetivo é morar. 
-ESPECIAL OU PRÓ-LABORE: 
Art. 1239, CC. Aquele que, não sendo proprietário rural ou urbano, possua como sua, por 5 anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a 50 hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Essa é rural; tem uma área máxima de cinquenta hectares; é obrigatório que aquele que está usucapindo tire o sustento ou trabalhar a terra de alguma forma; tem que usar o local como sua moradia; não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
OBS.: Fazer uma tabelinha com os pressupostos de cada usucapião e tentar resolver casos concretos. Ela dará alguns requisitos para que a gente descubra qual tipo é. 
-FAMILIAR: art. 1240-A, CC.
Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² cuja propriedade divida com ex cônjuge ou ex companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Particularidade própria: Na realidade, as pessoas estão discutindo propriedade, não posse. Marido e mulher, ambos já são proprietários do bem, só que um diz que vai comprar cigarro e não volta mais; vai fazer uma viajem e não volta mais, some. Então o cônjuge que ficou vai pleitear a usucapião da parte que não era dele. Por isso a lei reduziu para dois anos.
-COLETIVA: art. 10 do Estatuto da Cidade.
As áreas urbanas com MAIS de duzentos e cinquenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por 5 anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
O Estatuto da Cidade traz todos os requisitos intrínsecos da usucapião extraordinária + outros. Aqui necessariamente, se fala em área urbana; não falo em área máxima, mas sim área mínima (de 250 m²); há um certo número de pessoas (não é no singular); essas pessoas devem ser de baixa renda; essas pessoas deverão ter feito daquele local moradia; não há como definir quais são os limites de uma moradia para outra; também não podem ser proprietárias de outro imóvel urbano ou rural. Então TUDO ISSO é requisito. 
-ADMINISTRATIVA: 
Art. 216-A Lei 6015/73 de Registros Públicos. 
Essa usucapião é levada diretamente ao cartório de registro de imóveis, porém NÃO SE CONFUNDE COM O EXTRAJUDICIAL DO CPC. 
Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será diretamente perante o cartório de registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: 
I. ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores, conforme o caso e as circunstâncias;
II. planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes;
III. Certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do requerente;
IV. justo título ou qualquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel.
Tem limites para usucapião administrativa. Se houver litígio, o registrador não pode prolatar uma sentença, pois não tem jurisdição. Essa espécie serve pois em muita ação de usucapião, o proprietário não aparece pra impugnar. E com isso, o que poderia levar pouco tempo na esfera administrativa, levam 5, 10, 15, 20 anos na esfera judicial. 
AQUISIÇÃO DE BENS MÓVEIS
Art. 1226, CC. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. 
REGRA: Se adquire com a tradição.
EXCEÇÃO: Casos de venda com reserva de domínio. 
Ex.: Art. 1361 Considerar-se-á fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere
ao credor. 
§ 1º Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro. 
§ 2º Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa. 
§ 3º A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, tornar eficaz, desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária. 
OBS.: art. 1368-A, CC. As demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade fiduciária submetem-se à disciplina específica das respectivas leis especiais, somente se aplicando as disposições deste Código naquilo que não for incompatível com a legislação especial. 
USUCAPIÃO DE BENS MÓVEIS
Art. 1260, CC. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e inconstantemente durante 3 anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.
Art. 1261, CC. Se a posse da coisa móvel se prolongar por 5 anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé. 
Art. 1262, CC. Aplica-se a usucapião das coisas móveis o disposto nos artigos 1.243 e 1.244.
OCUPAÇÃO
Art. 1263, CC. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquirir a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. 
OBS.: coisa sem dono é diferente de coisa perdida.
ACHADO DO TESOURO
Art. 1264, CC. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. 
Art. 1265, CC. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado. 
Art. 1266, CC. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor. 
ESPECIFICAÇÃO
Art. 1269,CC. Aquele que, trabalha em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. 
Art. 1270, CC. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova. 
§1º Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima. 
§2º Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escultura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmente o da matéria-prima. 
Art. 1271, CC. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270, se ressarcirá o dano que sofrerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do § 1º do art. antecedente, quando irredutível a especificação. 
DA CONFUSÃO, DA COMISSÃO E DA ADJUNÇÃO. 
Art. 1272, CC. OBS.: Entendemos “comissão” como “comistão”. Marcar exatamente como está no código (comissão).
As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertence-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração. 
§1º Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado.
§2º Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizado os outros. 
Art. 1273, CC. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado. 
Art. 1274, CC. Se da união de matéria de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, comissão ou adjunção, aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273. 
PERDA DA PROPRIEDADE
Art. 1275, CC. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: 
I. por alienação;
II. Pela renúncia;
III. Por abandono;
IV. Por perecimento da coisa;
V. por desapropriação.
OBS.: Rol enunciativo e não taxativo. 
Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II (perda por alienação e renúncia), os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. 
CONDOMÍNIO EDILÍCIO
Art. 1331, CC. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. 
§1º As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, SALVO autorização expressa na convenção de condomínio. 
§2º O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente, ou divididos. 
§3º A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. 
§4º Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada ao acesso ao logradouro público. 
§5º O terraço de cobertura é parte comum, SALVO disposição contrária da escritura de constituição do condomínio. 
Art. 1332,CC. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de imóveis. Devendo constar em lei especial: 
I. a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns.
II. a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e as partes comuns.
III. O fim a que as unidades de destinam.
OBS.: Constitui com registro imobiliário. 
Art. 1336, CC. São deveres do condômino: 
I. contribuir para as despesas do condomínio, na proporção das suas frações ideais, SALVO disposição em contrário na convenção;
II. não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
III. Não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;
IV. dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.
§1º O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de 1% ao mês e multa de até 2% sobre o débito. 
§2º O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá assembleia geral, por 2/3 no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. 
OBS.: A lei não proíbe animais em condomínio mas a convenção pode proibir. 
CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO
Duas ou mais pessoas são proprietárias ao mesmo tempo do mesmo bem. 
Art. 1314, CC. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. 
Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem
dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros. 
Pode ser estipulado em qualquer bem: móvel e imóvel. 
REGRA: um proprietário (exclusivo)
CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO: mitiga os efeitos da exclusividade. 
É possível ter um condomínio voluntário dentro do condomínio edilício. 
CONDOMÍNIO NECESSÁRIO
Art. 1327, CC. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307).
> art. 1.297. Proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo seu prédio e pode constranger seu confinante a renovar marcos apagados, destruídos, repartindo-se entre os interessados as respectivas despesas. 
§1° Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, etc, presumem-se pertencer a ambos até prova ao contrário. Estes são obrigados a concorrer em partes iguais, as despesas de sua construção e conservação. 
§2º As sebes vivas, as árvores, ou quaisquer plantas que servem de marco, só podem ser cortadas ou arrancadas de comum acordo entre proprietários.
§3º A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas. 
>art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse justa; e não se achando ela provada, o terreno contestado de dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro. 
Art. 1320, CC. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão. 
REGRA: pode dividir o condomínio voluntário. OBS.: bens indivisíveis. 
EXCEÇÕES: 
Art. 1320, §1º, CC. Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. 
Art. 1320, §2º, CC. Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador. 
É possível dentro dos parágrafos acima, acabar também com o condomínio voluntário. Desde que tenha um justo motivo. Art. 1320, §3º, CC. A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo
Art. 1322, CC. Coisa indivisível. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, não as havendo, o de quinhão maior.
Consorte: condômino.
OBS.: Sempre preferindo o condômino ao estranho. Parágrafo único. Se nenhum dos condôminos tem benfeitorias na coisa comum e participam todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em condições iguais, o condômino ao estranho. 
Art. 1328, CC. Despesas no condomínio necessário. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297).

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