Buscar

AULA III DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
PROF. VICTOR EDUARDO S. LUCENA
E-MAIL: VICTORLUCENA84@GMAIL.COM
2016.2
AULA - III
 1. Distinções (direitos reais e direitos obrigacionais, situações híbridas e obrigações propter
rem)
 2. Direitos da personalidade
 3. Fontes do direito das obrigações
 4. Princípios do direito das obrigações
1. DISTINÇÕES
1.1. DIREITOS REAIS X DIREITOS OBRIGACIONAIS
 Existem dois grandes grupos de direitos patrimoniais
 Direitos reais
 Direitos obrigacionais
 Diferenças quanto à estrutura:
 Sujeitos
 Direitos obrigacionais: relação jurídica entre pessoas determinadas ou determináveis.
 Direitos reais: relação jurídica entre aquele que exerce o domínio e todos os demais.
 Relação
 Direitos obrigacionais: O credor não pode atuar sobre o objeto desejado. Ele precisa da
colaboração do devedor - seja através de uma conduta positiva ou negativa - para obter o
adimplemento. Os direitos obrigacionais só podem ser ofendidos pelo devedor.
 Direitos reais: Aquele que tem o domínio exerce poder direto sobre a coisa, sem depender do
consentimento de terceiros. Os direitos reais podem ser ofendidos por qualquer pessoa.
 Prescrição
 Direitos obrigacionais: é possível a ocorrência da prescrição.
 Direitos reais: Não existe prescrição de direito real.
 Previsão legal
 Direitos obrigacionais: podem existir relações obrigacionais diferentes daquelas previstas no
Código Civil.
 Direitos reais: o Código Civil traz rol taxativo de direitos reais (art. 1.225).
 1.2. CASOS HÍBRIDOS
 Não obstante as características de cada um dos direitos, há casos nos quais as relações
jurídicas estabelecidas abarcam tanto relações de direito obrigacional como também de
direito real.
 Exemplo: usufruto.
 No usufruto, tanto o usufrutuário como o proprietário exercem direitos sobre o bem e contra
terceiros (direitos reais). Entretanto, a lei determina obrigações ao usufrutuário (art. 1.400 do
Código Civil).
 Obrigações com eficácia real: São aquelas que, embora tenham natureza contratual, por
força de lei, podem ser oponíveis à coletividade.
 Exemplo: contrato de locação averbado no Registro Geral de Imóveis (RGI), cláusulas de
inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade, desde que registradas, e promessa
de compra e venda registrada.
 1.3. OBRIGAÇÕES PROPTER REM
 São obrigações impostas ao titular de determinado direito real, pelo simples fato de tal
condição e por força da lei.
 O sujeito da obrigação propter rem mudará, caso a titularidade do bem que origina a
obrigação mude.
2. DIREITOS DA PERSONALIDADE
 Segundo Francisco Amaral, os direitos da personalidade são "direitos subjetivos que têm por
objeto os bens e valores essenciais da pessoa, no seu aspecto físico, moral e intelectual".
(AMARAL, Francisco. Direito civil: introdução, p. 245.)
 Pietro Pelegrini, por sua vez, entende que "tratando-se a personalidade de um valor, as
situações existenciais não são exauridas na categoria dos direitos subjetivos, podendo ser
hauridas em uma complexidade de hipóteses, como direitos protestativos, faculdades, ônus e
outras categorias". FARIAS, Cristiano Chaves. Curso de Direito Civil: Obrigações, p. 85.)
 Nos direitos obrigacionais, tanto o sujeito como o objeto representam o ser, a pessoa.
 Os direitos da personalidade se inserem no grupo das situações subjetivas relacionadas à
tutela dos atributos fundamentais do ser humano, resguardando-os. Os direitos da
personalidade são os direitos do indivíduo sobre os aspectos da sua personalidade.
 Os direitos da personalidade são extrapatrimoniais (art. 11 a 21 do CC) e representam a
concretização do princípio da dignidade da pessoa humana no direito privado.
 Características:
 Oponibilidade erga omnes
 Vitaliciedade
 Imprescritibilidade
 Relativa disponibilidade
TEMOS
 Dever jurídico: é a adoção de determinado comportamento em função de imposição legal.
Exemplo: Dever jurídico de abstenção em relação ao direito de propriedade alheio.
 Obrigação: é o dever jurídico específico e individualizado, que advém de relação jurídica
firmada entre as partes. é a prestação. Exemplo: Obrigação de entregar 50 sacos de feijão.
 Sujeição: é o poder jurídico que, por ato de livre vontade, produz efeitos jurídicos sobre outra
parte. Exemplo: Mandato.
 Ônus: é a necessidade de adoção de determinada conduta para a defesa de interesse próprio.
O ônus, se inadimplido, não gera sanção. Exemplo: ônus de recorrer de uma sentença
desfavorável.
3. FONTES DAS OBRIGAÇÕES
 Trata-se do fato jurídico constitutivo da obrigação.
 Quais são as fontes das obrigações?
 Para Caio Mario, são duas. "(...) a primeira é a vontade humana, que as cria
espontaneamente, por uma ação ou omissão oriunda do querer do agente, efetuado na
conformidade do ordenamento jurídico; a segunda é a lei, que estabelece uma obrigação para
o indivíduo, em face de comportamento seu, independentemente de manifestação volitiva".
(PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil, p. 26)
 Para Moacir Adiers, "(...) as fontes das obrigações constituem-se pelos fatos jurídicos tidos
como hábeis para produzir o surgimento do dever de prestar de alguém e favor de outrem
(...)". (ADIERS, Moacir. Fontes das obrigações no novo Código Civil, p. 29)
SEPARAÇÃO CLÁSSICA
 Contratos
 Atos unilaterais de vontade
 Atos ilícitos
 Lei
CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES DAS OBRIGAÇÕES SEGUNDO A FUNÇÃO
 Negócio jurídico: segundo a teoria objetivista, o negócio jurídico, como manifestação da
autonomia privada, possibilita que os indivíduos criem normas para regularem seus
interesses, desde que dentro dos limites legais.
 Responsabilidade civil em sentido estrito: há casos nos quais a responsabilidade surgirá
dos danos causados à pessoa ou ao patrimônio, gerando o dever de prestar em prol da
recomposição do status quo ante da vítima (arts. 186, 187 e 927 CC). Nesse caso, a obrigação
surge do dano gerado pelo ato ilícito absoluto, ou seja, pela violação do dever de cuidado.
 Enriquecimento sem causa: a causa da obrigação surgida do enriquecimento sem causa
reside no acréscimo patrimonial injustificado. A finalidade desta obrigação é a restituição da
vontade indevidamente adquirida ao patrimônio do empobrecido.
 Boa-fé objetiva: a boa-fé objetiva estabelece deveres anexos a quaisquer outras relações
jurídicas (deveres de informação, lealdade, respeito, probidade, garantia etc.). Ao exigir
deveres de colaboração mútua, a boa-fé objetiva estabelece obrigações entre as partes.
4. PRINCÍPIOS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
 Paradigmas persigidos pelo Código Civil de 2002:
 Socialidade
 Eticidade
 Operabilidade
4.1. PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE
 O que é direito subjetivo? É o poder de agir do indivíduo, concedido e tutelado pelo
ordenamento jurídico.
 "O ordenamento jurídico concede a alguém um direito subjetivo para que satisfaça um
interesse próprio, mas com a condição de que a satisfação individual não lese as expectativas
coletivas que lhe rodeiam". O objetivo maior do direito das obrigações é a finalidade social.
 A função social é, assim, um limite interno e positivo do direito subjetivo.
 É interno porque ingressa na estrutura do direito (Constituição Federal), garantindo seu
dinamismo e finalidade.
 É positivo porque busca valorizar e legitimar a atuação do indivíduo.
 O princípio da socialidade objetiva preservar o bem comum através da cooperação dos
indivíduos para a satisfação dos interesses patrimoniais recíprocos, sem comprometer os
direitos da personalidade e da dignidade dos sujeitos da relação obrigacional.
4.2. PRINCÍPIO DA ETICIDADE
 O Direito é a técnicaa serviço da ética.
 O princípio da eticidade entra no Direito das Obrigações através das cláusulas gerais, estas
editadas de forma aberta pelo legislador, com conteúdo vago e impreciso e multiplicidade
semântica.
 Segundo Gustavo Tepedino, as clausulas gerais são "normas que não prescrevem uma certa
conduta, mas, simplesmente, definem valores e parâmetros hermenêutios. Servem, assim,
como ponto de referência interpretativo e oferecem ao intérprete os critérios axiológicos e os
limites para a aplicação das demais disposições normativas". (TEPEDINO, Gustavo. Crise de
fontes normativas e técnica legislativa na parte geral do Código Civil de 2002, p. XIX.)
Exemplos de cláusulas gerais:
 Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.
 Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do
contrato.
 Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em
sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
 Aplicação da Teoria Tridimensional do Direito, de Miguel Reale (fato + valor = norma).
4.3. PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE OU DA CONCRETUDE
 De forma subjacente ao indivíduo genérico previsto no Código, existem pessoas concretas,
com particularidades, que se distinguem de outras.
 Esse princípio também propugna por rápidas formas de solucionar as pretenções e pela não
eternização das incertezas e conflitos.
OBRIGAÇÃO COMO UM PROCESSO
 Aplicação da legalidade constitucional ao Direito das Obrigações.
 Primado da valorização da cidadania.
 A obrigação como um processo consiste em uma série de atividades exigidas de ambas as
partes para a consecução de uma finalidade, qual seja o adimplemento.
 Pela visão da obrigação como um processo, busca-se preservar a liberdade dos obrigados,
sem que um esteja em posição de superioridade em relação ao outro, mas sim de
colaboração.
 A obrigação passa a ser relação dinâmica.
 Necessária observância dos deveres anexos à boa fé-objetiva.
 Preservação da transitoriedade das relações obrigacionais, com valorização da liberdade do
indivíduo.
 Os deveres anexos de boa-fé não são enumeráveis. Eles são elásticos e podem ser
aumentados ou diminuídos pelo acordo de vontades.
 Existem, entretanto, dois grupos de deveres de conduta:
 Deveres de finalidade positiva: aqueles que objetivam a concretização do interesse do
credor.
 Deveres de finalidade negativa: aqueles que defendem as partes de intromissões danosas
na vida pessoal e na esfera patrimonial.
 Em uma classificação simples, podemos dividir os deveres de conduta em:
 Deveres de proteção: buscam proteger a pessoa de eventuais danos à personalidade e ao
patrimônio no curso da obrigação.
 Deveres de esclarecimento: é o dever de esclarecer sobre o um interesse justificado, ou seja,
sobre as condições nas quais será contraída a obrigação.
 Deveres de lealdade: é mandamento de cooperação recíproca. Impõe que as partes não
devem falsear sobre o objetivo do negócio nem atingir a dignidade uma das outras.

Outros materiais