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1 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MURILO HNRIQUE DA SILVA - RA: 2115201155 PATRICK GIULIANO TARANTI - RA: 2515201547 VALDEMIR PEREIRA SILVA - RA: 2315201705 DISCIPLINA DE PRÁTICA DE ENSINO – ICONOGRAFIA EM SALA DE AULA: ATIVIDADE 02 (AV1) SÃO PAULO 2017 2 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MURILO HNRIQUE DA SILVA - RA: 2115201155 PATRICK GIULIANO TARANTI - RA: 2515201547 VALDEMIR PEREIRA SILVA - RA: 2315201705 DISCIPLINA DE PRÁTICA DE ENSINO – ICONOGRAFIA EM SALA DE AULA: ATIVIDADE 02 (AV1) Trabalho em grupo apresentado a Disciplina de Prática de Ensino: Iconografia em Sala de Aula do Curso de Licenciatura Plena em História (modalidade EAD) da Universidade Nove de Julho - UNINOVE, como requisito parcial avaliativo para composição de nota AV1. Docente: Profa. Dra. Cristina de Toledo Romano. SÃO PAULO 2017 2 PRIMEIRA PARTE DA ATIVIDADE PROPOSTA A Academia Imperial de Belas Artes no final do século XIX: Considerações acerca do texto disponibilizado na Plataforma AVA Observamos que esta abordagem possui como foco elementar a produção iconográfica pictórica com sustentáculo para questão da abordagem da crise política instalada no Brasil no início do século XIX, dentro da temática problematizada no ensino fundamental II e médio. Para problematização do conteúdo proposto, cabe ao docente realizar uma breve explanação do contexto histórico acerca do ato de proclamação de independência do Brasil, bem como, dos fatos que antecedem a proclamação da república, partindo, então, para apresentação formal da obra de Pedro Américo, “Independência ou Morte!”, levando os alunos a refletir sobre os estudos realizados pela historiadora Cláudia Valladão de Mattos. Estudos estes que visam compreender a obra como uma produção voltada para construção de uma imagem nacionalista de base e redenção na monarquia, contrapondo dissabores e desprestígios que alcançavam a família imperial e o seu governo. Onde a Academia Imperial de Belas Artes foi amplamente utilizada como instrumento ideológico de “sistema de produção de imagens adaptado às necessidades políticas do Império” (MATTOS, 1999, p. 80), sobretudo a partir dos meados do século XIX, onde a Academia “passou diretamente a serviço da construção do imaginário do Império" (Idem, p. 83). Ressalta a estudiosa que a produção pictórica, e não só esta mas toda a iconografia, dedicava-se ao projeto nacionalista, de modo a destacar como elemento de reforço ideológico, a imagem de D. Pedro II como estadista ligando a figura deste a elementos tipicamente locais, brasileiros, cujo objetivo é a construção de imagens evocativas da nação. Observa-se que no ao final da segunda metade do século XIX, a composição iconográfica, sobretudo a pictórica, passa por uma transformação de foco 3 ideológico intenso, deixando de lado a questão divina monárquica, para construção de uma imagem dos estadistas, priorizando não mais o contexto regionalista de proximidade, mas sim a feitos notáveis, históricos, atos de bravuras, que induzem a percepção de uma imagem de coragem e liderança nacionalista, muito semelhante ao que ocorreu na França de Bonaparte. Tem- se desse modo, a apresentação de um ideário paternalista, protetivo e de liderança. Tal mudança de foco temático iconográfico, foi necessário e essencial como arma de combate ao crescente movimento republicano, o qual basicamente era defendido por movimentos literários, e, o império sob bem aproveitar este aspecto, uma vez que boa parte da população, incluindo-se nestas componentes de classes mais abastadas, eram de todo analfabetos. Dessa forma, as imagens tiveram um papel de destaque neste embate político, pois as estórias dos feitos dos governantes monarcas eram agora visualizadas gerando um impacto positivo a seu favor. Nota-se que a Escola Imperial de Belas Artes passou a ser um instrumento ideológico de reforço frente aos crescentes questionamentos sociais contra a monarquia e sua manutenção, a exultação dos feitos belicosos de bravura e patrióticos passaram a ser explorados largamente, deferentemente do que ocorrera em décadas anteriores, no qual era exultado o caráter divino da monarquia para sua manutenção – os oficiais do exército, assim como os republicanos “passaram a identificar a monarquia como um regime de privilégios, corrupto e administrativamente incompetente”. 4 A ideologia da elite cafeeira em São Paulo (XIX-XX): Considerações acerca do texto disponibilizado na Plataforma AVA Observamos que esta abordagem possui como foco elementar a produção iconográfica pictórica com sustentáculo para questão da abordagem representativa de um investimento ideológico da elite paulista que se dedicava a produção e comercialização do café no final do século XIX no Brasil, sob a ótica do historiador Caleb Faria Alves. Segundo nos informa o estudioso, a obra de Pedro Américo, “Independência ou Morte!”, sob encomendada não pelo governo de D. Pedro, mas sim pela Comissão que na época era responsável pela construção do Monumento do Ipiranga, ou seja, a pretensão de sua produção ocorreu no seio do movimento republicano. Para sustentar sua tese Alves buscou elementos alegóricos da obra, colocando-os em posição de destaque aos demais, a exemplo, o homem rurícola do povo paulista, o caipira a frente ao carro de boi, assim como os elementos geográficos e paisagísticos teriam sido retratados pela primeira vez em uma pictografia daquela dimensão, enfatizando que as retratações desses elementos somente haviam sido retratadas de forma tímidas em aquarelas e óleo sobre papel. Destaca o historiador, que a obra buscava apresentar um destaque para sociedade paulista, frente ao cenário nacional, já que esta era tida como atrasada e composta por elementos simplórios no que se refere a hábitos e disposição populacional e arquitetônica. Observa, Alves, que desde o século anterior a obra (XVIII), em oposição a imagem estabelecida ante aos paulistas, desenvolvia-se uma produção ideológica que propunha incutir uma imagem que se ressalte os valores do povo paulista ressaltando suas qualidades de liderança, coragem, integridade e bravura. Características estas postas aos sertanistas (bandeirantes) no século XIX (período contemporâneo a obra). Tal ideologia visava ressaltar a importância destes para o desenvolvimento da nação independentemente da vontade do império português, levando a crença de que estes, os paulistas, 5 sempre estiveram pautados nos interesses do interior do que os da metrópole, dessa forma a presença dos bandeirantes no desenvolvimento do país passou a ser valorada de sobremaneira, possuindo como consequência a prosperidade de seus descendentes, a elite cafeeira. Dessa forma a representatividade dos habitantes locais, sobretudo o carroceiro, denota a intenção de continuidade e a importância do processo de continuidade da saga bandeirante para o progresso do país, tal assertiva possui sustentáculo em produções historiográficas e literaturas regionais contemporânea ao quadro. Dessa forma o destaque do carroceiro em segundo plano ao imperador é tão importante quanto. Outra questão levantada é o fato de que é mantida a importância do feito da independência, porém esta só possui significação por ter ocorrido em solo paulista, indicando a necessidade de crescente processo do progresso, de modo a enaltecer a nação,corrobora para este fato a presença da elite cafeeira ao fundo da obra, apontando a ligação do imperador com o povo paulista e seus feitos progressistas, neste sentido destaca Alves: “as ligações de Pedro com outros círculos de poder, e quais os grupos que se identificaram e quais se sentiram atingidos por todo esse processo e pela forma final da tela” (p.189) Para sustentar sua tese de encomenda da obra pela elite cafeeira o historiador baseia-se em documentos obtidos da época para tal propósito, a produção da obra. Destaca que a imagem do carroceiro não encontra-se em desproporcionalidade de visão face a do imperador, em que pese a do segundo encontra-se ao centro, a primeira está em destaque e em plano semelhante, tão rico em detalhes quanto ao outro. Alves observa que a obra de Pedro Américo gerou descontentamento da Academia, quando observada em conjunto as obras de mesmo gênero contemporâneas (feitos históricos e heroicos), apontando esta com desvios de padrões, ou seja, houve um desvio neoclássico no que refere-se aos elementos, quando destaca uma figura popular destro do contexto histórico, destacando dessa forma a valoração do povo paulista. Américo era 6 simpatizante claro da causa paulista estado adaptado a esta e a nova situação sócio-política quando da criação da obra. Tal fato é expressivo quando observado o período de transição entre o império e a república, onde houve a ascensão da elite cafeeira na primeira república, com Prudente de Moraes, ganhando dessa forma projeção nacional. Cotrim, vindo de encontro a tese de Caleb, aponta o fato de marginalização pelo governo monárquico do povo, sobretudo paulista, quando este é renegado a mero expectador alheio ao ato da independência. Assim como já exposto na abordagem anterior, cabe ao docente inteirar- se dos fatos que envolvem a obra para sua utilização da obra, buscando as mais diversas abordagens dentro do campo da história, valendo-se das ciências de apoio. 7 PRODUÇÃO DE ATIVIDADES DIDÁTICAS 1) Atividade proposta para alunos do Ensino Médio a) Tema da Aula: A tela “Independência ou Morte!”, um olhar de abordagem histórica contemporânea do final da período imperial brasileiro. b) Objetivo: Promover, junto aos alunos, uma atividade que permita não só a análise da obra de arte apresentada, mas, sim um contexto histórico e as características do período ao qual pertence a obra e a que ela retrata. Visa permitir ao aluno criar um vínculo entre os períodos passados e suas implicações. c) Proposta: Em um primeiro momento apresentar a obra e permitir que os alunos façam uma análise simples desta, assim podendo analisar a perspectiva e o conhecimento dos alunos sobre o tema. Após, apresentar o contexto histórico do período Neoclassicismo Brasileiro, as principais características. Em seguida, apresentar a entrevista correlacionada a produção da obra, sobre o contexto de sua produção e estória e historiografia relacionada a imagem. Propor aos alunos que realizem uma análise crítica da obra, relacionando-a aos mapas contemporâneos aos fatos, a análise da obra deverá ser pautada nos seguintes aspectos: o contexto histórico apresentado e o transmitido, e as características mais marcantes da obra. Após, instigar os alunos a realizar um paralelo entre os dois períodos históricos que a obra se referência (apresentado visualmente e pretendido tacitamente) com a realidade vivenciada atualmente. d) Documentos e Atividades: Observe a obra de Pedro Américo atentamente, assim como os mapas (sobretudo a região localizada entre a Mooca e Pinheiros – caminho de Santos via Escadaria do Lacerda) e assista atentamente a entrevista, reflita sobre o contexto de sua produção do quadro à época, respondendo os questionamentos propostos e, após debata com os demais colegas de classe sobre o que você percebeu em relação a obra e o contexto histórico contemporâneo a sua produção. 8 Iconografia de Pedro Américo de Figueiredo e Melo Independência ou Morte! Fonte: Museu Paulista Ficha técnica Ano: 1888 Técnica: óleo sobre tela Dimensões: 415 x 760 cm Local: Museu Paulista (Museu do Ipiranga) Disponível em: <http://www.mp.usp.br/sites/default/files/imagecache/wysiwyg_imageupload_colorbox_preset/wysiwyg_imageupload/27 /independencia_ou_morte_pedro_americo_1-19158-0000-0000.jpg>. Acessado em: 19 maio 2017. Carta da capital de São Paulo - 1842 9 Fonte: Revista Franco-brasileira de geografia. Carta da capital de São Paulo. Arquivo Histórico do Exército, Rio de Janeiro. Escala: 200 braças (1 braça =10 palmos = 2,2 m). Nota: O mapa da fortificação da cidade de São Paulo por ocasião da Revolta Liberal de 1842. Disponível em: <http://www.arquiamigos.org.br/info/info20/img/1842-download.jpg>. Acessado em: 17 maio 2017. Planta Geral da Capital de São Paulo – 1897 10 Fonte: Revista Franco-brasileira de geografia. Planta Geral da Capital de São Paulo. Amigos do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo, São Paulo. Escala:1:20.000. Disponível em: <http://www.arquiamigos.org.br/info/info20/img/1842-download.jpg>. Acessado em: 17 maio 2017. Entrevista com a Historiadora Maria Lígia Prado História: Imagens da Independência do Brasil e do Uruguai - Maria Lígia Prado (UNIVESP) Canal da TV UNIVESP no youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=VX8TnWVn2mE>. Acessado em: 16 maio 2017. 1. Identifique o tipo e o local de produção dos documentos e em que época foram produzidos e a que se referem. 2. Qual foi a intencionalidade quando da produção da pictografia no seu entendimento? O a imagem nos apresenta explicitamente e o que ela pretende informar tacitamente? 3. Quais são as principais informações que a historiadora nos traz sobre a imagem? 4. Levando em consideração o documento iconográfico e sua época de produção, contextualize o local que este representa com os mapas, ou seja, no fato histórico representado e o local na contemporaneidade de sua produção. 11 5. Formule uma explicação para a produção da obra no seu entendimento. 6. Relacione imagem com realidade do povo paulista da época bem como a crise enfrentada pelo governo monárquico. 7. Discuta com seus colegas suas impressões sobre a tela agora com os novos conhecimentos adquiridos. 2) Atividade proposta para alunos do Ensino Fundamental II a) Tema da Aula: A tela “Independência ou Morte!”, um olhar de abordagem histórica contemporânea do final da período imperial brasileiro. b) Objetivo: Promover, junto aos alunos, uma atividade que permita não só a análise da obra de arte apresentada, mas, sim um contexto histórico e as características do período ao qual pertence a obra e a que ela retrata. Visa permitir ao aluno criar um vínculo entre os períodos passados e suas implicações. c) Proposta: Em um primeiro momento apresentar a obra e permitir que os alunos façam uma análise simples desta, assim podendo analisar a perspectiva e o conhecimento dos alunos sobre o tema. Após, apresentar o contexto histórico do final do período Imperial Brasileiro, as principais características e os movimentos republicanos. Em seguida, apresentar os vídeos correlacionados a produção da obra, sobre o contexto de sua produção e estória e historiografia relacionada a imagem. Propor aos alunos que realizem uma análise crítica da obra, relacionando-as aos fatos, a análise da obra deverá ser pautada nos seguintes aspectos: o contexto histórico apresentado e o transmitido, e as características mais marcantes da obra. Após, instigar os alunos a realizar um paralelo entre os dois períodos históricos quea obra se referência (apresentado visualmente e pretendido tacitamente) com a realidade vivenciada atualmente. d) Documentos e Atividades: Observe a obra de Pedro Américo atentamente, assista atentamente os vídeos, reflita sobre o contexto de sua produção do quadro à época, respondendo os 12 questionamentos propostos e, após debata com os demais colegas de classe sobre o que você percebeu em relação a obra e o contexto histórico contemporâneo a sua produção. Iconografia de Pedro Américo de Figueiredo e Melo Independência ou Morte! Fonte: Museu Paulista Ficha técnica Ano: 1888 Técnica: óleo sobre tela Dimensões: 415 x 760 cm Local: Museu Paulista (Museu do Ipiranga) Disponível em: <http://www.mp.usp.br/sites/default/files/imagecache/wysiwyg_imageupload_colorbox_preset/wysiwyg_imageupload/27 /independencia_ou_morte_pedro_americo_1-19158-0000-0000.jpg>. Acessado em: 19 maio 2017. Vídeo 01 O Brado do Ipiranga: a cena que Pedro Américo imaginou para o Brasil Canal da Ciência USP no youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=hj3Ad4y6jvk>. Acessado em: 16 maio 2017. Vídeo 02 Lendo imagens - Independência ou morte (Pedro Américo, 1888) Canal da Prof. Elton Zanoni no youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IzlXf6DkTBY>. Acessado em: 16 maio 2017. 1. Identifique o tipo e o local de produção da obra e a época em que foi produzida, assim como o local e época que ela retrata e a que se refere 13 em um primeiro momento, visualmente. 2. Qual foi a intencionalidade quando da produção da pictografia no seu entendimento? O a imagem nos apresenta explicitamente e o que ela pretende informar tacitamente? 3. Quais são as principais informações que a historiadora nos traz sobre a imagem? 4. Formule uma explicação para a produção da obra no seu entendimento. 5. Relacione imagem com realidade do povo paulista da época bem como a crise enfrentada pelo governo monárquico. 6. Discuta com seus colegas suas impressões sobre a tela agora com os novos conhecimentos adquiridos.
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