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RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS

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RELAÇÕES ÉTNICO – RACIAIS NO BRASIL – RESUMO PARA ESTUDO
 RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL: Lei 10.639/2003 – inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira . Lei 11.645 de 10 de março de 2008, inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”. Estatuto da Igualdade Racial > Lei 12.288/2010; 2011: Ano internacional dos afrodescendentes pela ONU – Organização das Nações Unidas. Nossa disciplina é um resultado destes movimentos. Conceito de Conceito de “raça”: Conceito criado no século XVI – diferenciação biológica dos seres humanos: conceito desconsiderado pela ciência – raça humana; ; genes > características hereditárias > genótipo/fenótipo. “Raça” e “etnia” não são sinônimos: “Raça” forjada nas tensas relações entre brancos e negros, muitas vezes simuladas como harmoniosas. Termo utilizado com frequência nas relações sociais brasileiras para informar como determinadas características físicas – como cor de pele, tipo de cabelo, entre outra – influenciam, interferem e, até mesmo, determinam o destino e o lugar social dos sujeitos no interior da sociedade brasileira. O conceito de “raça”: construção social, política e cultural: Aprendemos a ser negros e brancos como diferentes na forma como somos educados e socializados, a ponto dessas ditas diferenças serem introjetadas em nossa forma se ser e ver o outro , na nossa subjetividade, nas relações sociais mais amplas. O que é Etnia: Um grupo possuidor de algum grau de coerência e solidariedade, composto por pessoas conscientes, pelo menos em forma latente de terem origens e interesses comums. Um grupo étnico não é mero agrupamento de pessoas ou de um setor da população, mas uma agregação consciente de pessoas unidas ou proximamente relacionadas por experiências compartilhadas. Implica posicionamento, pertencimento, opção, escolha, autodenominação do sujeito, tendo por referência determinado grupo étnico. Portanto a atribuição de pertencer a um determinado grupo étnico pode se: endógena – parte do próprio sujeito, devendo ser necessariamente a decisão de pertencimento dele; exógena – quando os significados atribuídos partem de outros grupos. O conceito de “etnia”: principais aspectos da identidade étnica : Atribuição categorial: (processo sócio-histórico): os atores identificam-se ou são identificados pelos outros (endógena ou exógena). Origem comum: (processo simbólico): necessidade dos atores de demonstrarem uma ancestralidade com o seu grupo étnico por meio de símbolos identitários. Relações étnico-raciais no Brasil: Histórico – Positivismo > justificativa da organização social. Histórico – Nazismo > superioridade de raça humana. Histórico – Grupos eugenistas > contrários à miscigenação. Conflito – Racismo Científico + Teoria Racionalista x Identidade Nacional > Mito da Democracia Racial= Ideologia da Alienação. O racismo científico: Doutrina científica que sustentou, ideologicamente, durante os séculos XIX e XX, as políticas racistas e de exclusão comandadas pelos europeus. Naturalização – redução do cultural ao biológico. Determinismos – status social explicado características naturais. Justificação – missão justificadora das diferenças sociais, a fim de esconder suas causas reais e as relações de poder. Hierarquização – diferenças entre as raças colocam as pessoas, naturalmente, como umas superiores às outras. O racismo à brasileira : História do Brasil: sociedade hierarquizada e autoritária. Heranças do Brasil colonial: brancos como colonizadores; índios como população original; negros como escravos. Processo de estigmatização das raças na construção da identidade nacional. A mistura de raças no Brasil era vista como um elemento negativo que explicaria, inclusive, o porque de nossas mazelas sociais, de nosso fracasso político e de nossa dependência econômica. O mito da democracia racial no Brasil : 1933 – publicação do livro “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freire. A partir de então, o racismo no Brasil toma outra configuração: bases para a construção do mito da democracia racial. Miscigenação: ganha contornos positivos, com ênfase nas qualidades do povo brasileiro miscigenado e mestiço. Suposta “convivência harmoniosa” entre as três raças: força e estatuto de uma ideologia dominante. Cordialidade: outro mito – o brasileiro como “o homem cordial”. O que é racismo :Biologicamente, não existem raças, somos uma só raça humana. Raça é um conceito político. O racismo pressupões: hierarquização, inferiorização , preconceito, discriminação e desigualdade. Pressupostos do racismo: Hierarquização: existência de raças humanas com diferentes qualidades e habilidades. Inferiorização: da hierarquização decorre em que uns são considerados superiores aos outros. Preconceito: crenças e expectativas de ação que não estão formalizadas. Discriminação: ações concretas que diferenciam grupos ou pessoas segundo critérios raciais. Desigualdade: desigualdade de oportunidades. A condição dos afrodescendentes na sociedade brasileira : Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): Censos – a cada 10 anos, um levantamento completo sobre cada família brasileira. PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) – anualmente seleciona apenas uma amostra dos domicílios brasileiros para um levantamento parcial. Ambos trazem uma visão bastante representativa de nosso país e são importantes recursos para que sejam elaboradas políticas publicas que encontrem as melhores soluções para nossos principais problemas sociais. Dados do IBGE : Autodenominação de cor/raça nos levantamentos censitários brasileiros o próprio entrevistado escolhe entre branco, preto, pardo, amarelo ou indígena. São considerados negros os entrevistados que se denominam como pretos e pardos. Pelos dados preliminares do Censo 2010, já somos mais de 190 milhões de brasileiros. Entretanto, quando o assunto é a igualdade social entre brancos e negros, os números são bastante desoladores e o pais precisa ainda melhorar muito em distribuição equitativa de direitos e oportunidades. Instituto Ethos : Distribuição racial brasileira: desigualdade no mercado de trabalho – Instituto Ethos > perfil social, racial e de gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas: executivo, gerência e supervisão (2003/2010). Desigualdade racial no sistema educacional : Analfabetismo: PNAD – 2009 > acima de 15 anos > negros e pardos 13% > brancos 6%. Anos de estudo > negros e pardos 7% e brancos 8, 5% > consequência ... desigualdade no mercado de trabalho. Qualidade do ensino > analfabetismo funcional > aluno aprende códigos linguísticos e numéricos. Europa e América do Norte > alfabetismo funcional > nível de letramento > exigências do mercado globalizado. A questão de gênero e a condição feminina da mulher negra : Mulher negra: experimenta situações de exclusão, marginalidade e/ou discriminação socioeconômica maiores que as mulheres brancas e que os homens brancos e negros. Quanto mais pobre, piores as condições de vida, menor o acesso aos serviços de saúde, assim como ao pré –natal. (6% brancas, 12,8% negras – não realizaram); consequentemente, maior o risco de doenças durante a gravidez, e portanto maior a incidência de mortalidade materna. A condição social dos indígenas no Brasil : Diversidade étnica e cultural dos povos indígenas > duas línguas indígenas no mesmo domicílio. Baniwa (2006, p.122): “..a discriminação linguística acarreta consequências muito graves. Por um princípio pedagógico aceito mundialmente, a língua materna deve ser utilizada para alfabetizar e educar as crianças, sobretudo nos primeiros anos Significado do trabalho para os indígenas = identidade coletiva. Movimentos sociais e ações afirmativas: é possível acelerar o processo de mudança? Após tantos dados comprovando a condição desfavorável em que se encontram os negros na sociedade brasileira , você deve estar se perguntando: mas, afinal, será possível reverteresse processo perverso ? Vamos apresentar algumas dessas possibilidades, partindo dos movimentos negros que atualmente lutam contra o racismo e por uma outra condição afrodescendente passando a definição de ações afirmativas e suas principais implicações. O papel do movimento negro contemporâneo na luta contra as desigualdades raciais no Brasil : Promoção de uma outra condição do afrodescendente. Tomada de consciência da importância dessas questões. Implantação de ações afirmativas. Resultado de um longo processo histórico: período pré-abolicionista (séculos XVI ao XIX). Os negros, de fato, nunca foram “passivos”, “pacíficos” ou “acomodados”. A realidade após a Lei 10 639/2003 : As crianças precisam aprender uma outra História do Brasil. Esta lei torna obrigatório que a perspectiva africana e afrobrasileira seja considerada no ensino de História. Apagar o estigma do negro apenas como “escravo”: : é preciso ensinar o outro lado da história. Após a lei, grande incentivo à produção de material didático e pedagógico sobre a história da Africa e dos negros do Brasil . Principais consequências do movimento negro : Legislação penal: pune todo ato discriminatório, considerando o racismo como “crime inafiançável”. Ações afirmativas que visam promover a igualdade de oportunidades a grupos desfavorecidos socialmente. Mas o que buscam as ações afirmativas? Uma “reparação” às perdas de oportunidades vividas pelos negros em consequência de políticas segregacionistas. Uma “aceleração” na lentidão histórica para a inclusão social a curto prazo dessa população, assim como a ascensão de minorias étnicas, raciais e sexuais. Medida paliativa, transitória e, portanto, temporária. Por que as ações afirmativas são realmente necessárias? Acelerar um processo histórico. Combater a “inércia histórica”. Assumir o “racismo institucional” presente no sistema social. Desmontar o “mito da democracia racial”. Ações afirmativas : Promover uma “discriminação positiva” – facilidade temporária para um acesso mais rápido aos direitos sociais básicos que lhes foram por tanto tempo negado. A polêmica das cotas para negros: Cotas deficientes físicos, mulheres > obrigatórias a universidades, empresas e partidos políticos. O antirracismo na legislação brasileira: Temos as leis mais modernas e avançadas do mundo: Constituição de 1988. ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8069 de 1990. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394 de 1996. E tantas outras E tantas outras... Mas o grande problema é que nossas leis não têm correspondência com nossa vida cotidiana, o que dificulta, e muito, que sejam colocadas em prática. A carta maior: a Constituição Brasileira de 1988 : “Art 5º, XLII – A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei ” termos da lei.” Inafiançável e não prescreve. Promulgada a Lei 7 .716/89: crime resultante de preconceito de raça ou cor. Modificada em seus artigos pela Lei 9.459/97 - art 140 do código penal. Brasil: primeiro país em todo o continente americano a regular práticas racistas através de legislação específica. Movimento negro: Citação De Paula e Heringer (2009, p. 9): A partir dos anos 1990, observou-se a emergência de novos atores na luta antirracista. Começam a se constituir nas favelas e periferias urbanas brasileiras grupos de jovens ligados a iniciativas de cultura e arte, com um discurso de enfrentamento da violência, afirmação de pertencimento ... orgulho racial. Estatutos específicos: o ECA e o Estatuto da Igualdade Racial : Visam a proteger grupos de minorias, bem como promover sua inclusão social e a garantia de acesso a direitos fundamentais desses cidadãos. Segundo o Portal Brasil, “um estatuto é um regulamento ou código com significado e valor de lei ou de norma (disponível em: http://www.brasil.gov.br). Alguns exemplos: Estatuto do Idoso, Estatuto do Índio, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e Estatuto da Igualdade Racial. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8069 de 1990: “Art. 5º: Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência crueldade e opressão, punido na forma da lei, qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Crianças e adolescentes passam a ser tratados como cidadãos de direitos. Consequência de intenso debate internacional: Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948; Declaração dos Direitos da Criança em 1959 (ONU) e convenção internacional dos direitos da criança,, em 1989, ( ONU ). Estatuto da Igualdade Racial, Lei 12288 de 20 de julho de 2010: Em maio de 2003, o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou o projeto de lei do Senado que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial. No dia 20 de julho de 2010, o projeto foi aprovado com emendas validando através da Lei 12288, o Estatuto da igualdade racial. O documento versa sobre os principais direitos garantidos à população afrodescendente no Brasil, bem como busca combater toda forma de discriminação e intolerância étnica. Principais pontos do Estatuto da Igualdade Racial: Pena de até três anos para quem praticar racismo pela internet. Incentivo à contratação de negros pelas empresas. Reconhecimento da capoeira como esporte. Reserva, nos partidos políticos, de 10% das vagas para candidatos negros (atualmente, só há reserva para mulheres). Retira a obrigatoriedade de cotas nas universidades pública para alunos negros. Leis e diretrizes educacionais: Grande influência do ECA sobre os debates educacionais a partir de sua publicação em 1990. Processos sociais de conquistas de direitos são lentos, graduais e integrados. Resultado de amplo e longo debate entre grupos e movimentos. A igualdade racial não pode ser encarada como uma necessidade apenas do movimento negro, mas de todos os brasileiros que buscam encontrar suas verdadeiras raízes históricas e culturais e querem viver em uma sociedade mais justa e igualitária. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9394 de 1996: Art. 26 do Cap. 2 § 4º- “O Ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro especialmente das matrizes indígena, africana e europeia”. Daí a aprovação da Lei 10639 de 2003 foi um passo, garantindo a afirmação, o reconhecimento e a valorização dos negros no quadro da diversidade da cultura brasileira. Lei 10639 de 2003 : Altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afrobrasileira”. Essa legislação consegue chamar a atenção de autoridades, educadores e da sociedade para a importância da inclusão no currículo escolar da perspectiva étnico racial. Institui o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra. Parecer n . 003/2004 : Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana de 2004 – Parecer CNE (Conselho Nacional de Educação) nº 003/2004 . Traz orientações, informações e estratégias para a implantação da Lei nº 10639. Busca identificar as contribuições da Lei 10639 para o reconhecimento e a valorização da diversidade étnico-racial brasileira, passo fundamental para uma sociedade de fato igualitária e livre do racismo. Plano Nacional de Implementação do Parecer 003/2004: Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações étnico -raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana, de 13 de maio de 2009. Após 6 anos, o MEC, juntamente com a Subsecretaria de Políticas de Ações Afirmativas da SEPPIR (SubAA), toma a iniciativa de publicar este Plano, visando a facilitar o processo de implantação da lei 10639/2003 em todas as escolas brasileiras. Estatuto do Índio :Lei 6001/73: dispõe sobre as relações do Estado e da sociedade brasileira com os índios e os coloca como sendo relativamenteincapazes e devem ser tutelados. Constituição Federal de 1988: reconhece o direito do índio de manter e preservar sua própria cultura. Novo Código Civil (2003): retira os índios da condição de relativamente incapazes, estipula legislação própria. Estatuto está em construção. Africanidades: alguns aspectos da história africana dos negros no Brasil : As questões históricas são fundamentais para compreendermos: A inserção dos negros africanos no processo de colonização brasileira. As raízes de nossa construção nacional. Os fundamentos de nosso “racismo velado”. O conceito de africanidades: Processo de valorização e resgate da história e cultura africana e afrobrasileira, a fim de desfazer os estereótipos raciais construídos pelos grupos dominantes (diga -se: brancos, homens, proprietários, livres e ricos). Reconstrução histórica, através de uma perspectiva diferente daquela que temos aprendido em nossas escolas durante tanto tempo, que perceba toda a ampla contribuição que os africanos tiveram na formação do Brasil. Fio da História: África antes de 1500 : As populações africanas dominavam inúmeras tecnologias quando incorporadas à empresa colonial portuguesa: Mão de obra especializada: área têxtil, construção de materiais como madeira e sabão. Regiões do continente africano destruídas pelos europeus por 400 anos de guerras, imposição da dominação ocidental. Heranças coloniais e formação de um país chamado Brasil: Contexto histórico – século XVI: Colonização do Brasil: iniciativa política da monarquia portuguesa. Empresa capitalista: patrocinada pela então burguesia comercial. Projeto capitalista ambicioso: fazer essa empresa crescer e ser o mais lucrativa possível. Capitalismo comercial: monopolista e manufatureiro (envio de matérias-primas à Europa). Alguns mitos sobre a formação do Brasil : Nossos problemas atuais estão diretamente ligados ao tipo de população que foi enviada pra cá naquele momento. Para povoar um país-continente como o nosso, foram mandados para cá os “piores cidadãos” portugueses, indesejados na Europa, como ladrões, bandidos, vagabundos, prostitutas e desocupados de todo tipo. É por isso que nosso país “não deu certo”. Como assim? Pense conosco ... Éramos a empresa mais rentável para Portugal na época. Alguém mandaria para o comando de sua empresa pessoas desqualificadas, desonestas e incapazes? Algum empresário, em sã consciência, seria leviano o bastante para entregar seu negócio a bandidos e vagabundos que levariam tudo a perder? Claro que não! A incumbência de fazer esse país-continente crescer e dar lucro : Homens e mulheres passam a ser enviados ao Brasil. Esse país-continente deveria fornecer riquezas o bastante para sustentar os luxos e as extravagâncias da família real e sua aristocracia. Além disso era preciso pagar os investimentos feitos pela burguesia na empresa colonial. Os portugueses começaram a explorar de todas as formas o território brasileiro, retirando de nossos solos e florestas todas as matérias-primas que tivessem algum valor no mercado capitalista e europeu. A dinâmica de uma colônia de exploração: No início, a extração do pau-brasil. Portugueses em pequeno número em relação à população indígena, que era de 5 milhões em 1500. Convivência possível entre portugueses e índios até 1530. Depois do extrativismo, a agricultura. Escassez de mão de obra e de terras: conflito com tribos indígenas. Na guerra dos portugueses com os índios, milhões de índios foram dizimados. A solução: escravos africanos! Problema: a falta de mão de obra numerosa para a exploração de terras tão extensas. Solução: escravização de africanos, vindos da Angola e do Congo. Como os portugueses já dominavam a arte das navegações , não foi difícil forçar populações africanas a se transferirem para o Brasil, submetendo-os a uma das condições de vida e trabalho mais desumanas que a história já assistiu. Diáspora e travessia dos escravizados: 1550: começam a chegar ao Brasil os primeiros africanos escravizados. Em mais de 3 séculos: cerca de 3,6 milhões de pessoas foram trazidas ao Brasil para o trabalho escravo. Isso representava um terço da população africana da época. Verdadeira diáspora: deslocamento separou e alterou : culturas, línguas, costumes, religiões etc. As raízes de nossa sociedade hierarquizada e autoritária : Foram quase 4 séculos de escravidão. Crença na existência dos escravos como categoria natural, ou seja, na existência de seres humanos que nasceram escravos na África. Naturalização da ideia de servidão e senhorio. Roberto DaMatta: “cada coisa tem um lugar e cada lugar tem uma coisa: “ a ausência de valores igualitários. Lembre-se: nascemos todos livres, até que algum sistema nos escravize no decorrer de nossas vidas. Omissão da história da África: “As condições deploráveis dos navios negreiros, das senzalas, os castigos e suplícios” (BANZO). Transformação em boçais. Outra forma de transformar seres humanos em coisas: apagar definitivamente toda sua herança cultural e histórica, sua origem e sua personalidade. Historia da África foi apagada e a nova história sob perspectiva do colonizador. A importância da Lei 10639/2003 : Os livros de história do Brasil também colaboraram para “apagar” esse passado africano: ausência da perspectiva africana e afrobrasileira . Importância de uma lei que obrigue esse resgate histórico e cultural: promoção da igualdade racial nas escolas e na sociedade. E nossa disciplina vem colaborar nesse sentido, preparando professores e professoras para uma prática educativa consciente e igualitária. A transferência de pensamentos e tecnologias africanas para territórios não africanos: Vasta contribuição africana na formação do Brasil. Vamos destacar apenas 3 aspectos: 1 - No campo econômico: os negros como força de trabalho não remunerada, ajudando a construir as riquezas do país. 2 - No campo demográfico: o elevado número de africanos fizeram parte da população brasileira. 3- No campo cultural: influência linguística, religiosa e no campo das artes, seja através de instrumentos musicais, ritmos, danças. A resistência negra: passiva ou ativa? Resistência passiva: ações não utilizam violência direta, como recusa a trabalhar, trabalhos malfeitos, fugas e faltas. Resistência ativa: movimentos mais coletivos e violentos, seja através da organização dos quilombos, seja por meio das insurreições, guerrilhas, entres outros movimentos realizados durante todo o regime escravista no Brasil. Importância de ambas as manifestações de resistência contra a escravidão no Brasil: caráter extremamente conflituoso na relação senhor/escravo. Alguns exemplos de resistência negra durante a escravidão: As revoltas urbanas: Revolta dos Alfaiates (Bahia, 1798). Revolta dos Malês (Bahia, 1835). Cabanagem (Pará, 1835-1840). Sabinada (Bahia, 1837-1838). Balaiada (Maranhão, 1838-1841). Os Quilombos: Seu principal objetivo era a implantação de uma nova forma de vida e organização social, diferente da estrutura política colonial e escravista. Foram centenas de quilombos espalhados por todos os estados do país, que tiveram duração mais curtas ou continuam ativos até os dias de hoje. A importância dos quilombos : Importante demonstração de que os negros pretendiam construir no Brasil um outro modelo de associação entre os homens: Aberta a todos que pudesse desmontar a estrutura escravocrata. Implantação de “uma outra forma de vida, uma outra estrutura política na qual se encontraram todos os tipos de oprimidos” (MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. “O Negro no Brasil de Hoje”. O abolicionismo como um movimento conservador: Movimento organizado pela classe política da ocasião, que procurou trazer poucos ou nenhum prejuízo aos senhores de escravo nesse processo de “libertação”. A preocupação da elite da época era que a abolição se desse de forma pacífica, sem sustos e nem revoluções. Daí as três grandes leis abolicionistas: Ventre Livre (1871), Sexagenários (1885) e Áurea (1888) terem tido muito mais benefícios aos próprios senhores do que uma novacondição à população negra. A abolição como dissimulação de qualquer processo de confronto: Entretanto, a abolição foi-nos passada como um presente, uma dádiva: imagem de superação lenta, ordenada, gradual e controlada pelo Estado . Base para o “mito da democracia racial”: como se o processo abolicionista tivesse sido capaz de acabar com todos os conflitos anteriores existentes entre senhores e escravos e, a partir da abolição, o país passasse a experimentar uma relação cordial e amistosa entre essas classes. Ideologia da igualdade racial e da oportunidade igual para todos. O projeto nacional de branqueamento: Falta de planejamento do poder público no sentido de incorporar a mão de obra negra recém-liberta ao novo mercado de trabalho nacional naquele momento. O projeto nacional de branqueamento: a Guerra do Paraguai como estratégica sucção de mao de obra negra ( cerca de 90.000 negros morreram nesta guerra ). Tática para branquear a população brasileira e também justificar a política imigrantista, que trouxe para o Brasil cerca de 4 milhões de imigrantes brancos a partir de 1808. Movimentos negros pós Abolição : 1888: Lei Áurea. Desigualdades sociais entre brancos e negros continuaram a existir, mesmo após a “libertação” dos escravos. Libertação “na força da lei”: efeitos diretos na continuidade da condição do negro. “Longo e árduo processo de construção de igualdade e de acesso aos diversos setores sociais” (MUNANGA e GOMES, 2006, p. 107). O processo de marginalização do negro: Sem possibilidade de trabalho remunerado, os negros “recém-libertos” acabaram se instalando nas periferias das cidades nas regiões mais pobres do Brasil Somando-se a essa “periferização” das populações negras, outras formas de exclusão se impuseram, devido a processos discriminatórios e racistas. Esses e outros dados ainda são confirmados pelos levantamentos estatísticos atuais. As ideologias raciais: o alcance das políticas de branqueamento no Brasil: A ideologia racial do branco: “consciência social de dominação, em que o próprio branco se representa superior aos outros isto é com direito de dispor dos outros ” A ideologia racial do negro: “fundada numa relação de inferioridade em face do branco, que detém presumivelmente o poder, exprime uma consciência de submissão.” A pedagogia da exclusão: imagens e representações do negro no Brasil: Projeto nacional de branqueamento. Era preciso “apagar” tudo o que remetia ao “nosso passado negro”. O mito da democracia racial. Racismo à brasileira: uma ideologia cada vez mais difícil de se detectar, desvendar e decodificar. Todos esses processos sociais continuam a marcar as imagens e representações feitas sobre o negro, seja por parte da mídia, na literatura ou no ambiente escolar. Imagens e representações do negro na literatura: Monteiro Lobato: período pós-abolicionista. Seus livros reproduzem os estereótipos do negro como submisso e subserviente: “Embora liberto, não poderia sobreviver sem a tutela do senhor pois era senhor, pois era hereditariamente predisposto ao trabalho servil e desprovido de qualquer autonomia enquanto pessoa.” A polêmica do “livro proibido” de Monteiro Lobato : No final de 2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) proibiu a distribuição nas escolas públicas do país do livro Caçadas de Pedrinho , de Monteiro Lobato. Em suas descrições físicas de negros, os traços africanos se comparam muito ao de animais e recebem uma conotação negativa. O conselho justifica o pedido citando dois trechos da obra: “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão [...]”.O papel da literatura na permanência de estereótipos dos negros: Consideramos naturais algumas atitudes, piadas e ditos populares de cunho preconceituosos. Derivam dessas ideias cristalizadas expressões do tipo: os “pretos de alma branca”, “tenho bons amigos pretos” e muitas outras que se perpetuaram e criaram raiz em nossa sociedade historicamente racista. A literatura como pedagogia da exclusão social: o trabalho de reforço dos estereótipos. Imagens e representações do negro na mídia: Revisão: ontem – as personagens na televisão interpretados por negros também reproduziam os papéis tradicionais de subserviência e servidão; hoje – personagens negros em papéis semelhantes aos brancos, com família constituída, com profissão bem remunerada, com formação acadêmica; ações afirmativas + politicamente correto. Internalização da ideologia do branqueamento : Representações acabam sendo internalizadas pelos próprios negros, num processo bem-sucedido de “aceitação passiva”: “O inconsciente racial coletivo brasileiro não acusa nenhum incômodo em ver tal representação da maioria do seu próprio povo, e provavelmente de si mesmo, na televisão ou no cinema.” Naturalidade” na produção e recepção dessas imagens. A “monumental contradição do racismo no Brasil: Consequências da pedagogia da exclusão e da ideologia da alienação: a população “branca” brasileira se supõe “branca-europeia”; percepção absolutamente imaginária (e ilusória) de que somos de alguma forma descendentes de uma “linhagem europeia pura”; é como se todas as cabeças pensassem num único sentido: contra nós mesmos. O conceito de violência simbólica (Pierre Bourdieu, sociólogo francês): A violência simbólica é uma das formas de dominação mais profundas e cruéis que se pode conceber: mecanismos sutis de dominação social utilizados por indivíduos, grupos ou instituições, e impostos sobre outros. A construção da identidade brasileira se enraíza na interiorização por todos os brasileiros (todos mestiços, afinal) de normas enunciadas pelos discursos dos estrangeiros que nos colonizaram. Assumir o universo simbólico de um outro, sem perceber que essa “transferência” foi feita na forma de uma dominação no plano simbólico. Imagens e representações do negro na escola : Para Bourdieu, na escola também se realiza a violência simbólica, quando esta passa a tratar como iguais indivíduos que são desiguais. A escola procura encobrir as diferenças de raça, cor, classe, origem etc., dando a todos os alunos um único tratamento e favorecendo, assim, aqueles que já estão na condição de favorecidos. A eficácia da violência simbólica: esta só triunfa se aquele(a) que a sofre contribui para a sua eficácia. Trata -se de m longo processo de aprendizado capaz de manter cada coisa em seu lugar e cada lugar em sua coisa. A violência simbólica na escola: Imagens e representações que, muitas vezes, o professor traz de maneira inconsciente para sua prática cotidiana em sala de aula e que colabora para a reprodução de estereótipos. Outra dificuldade: professoras afrodescendentes que : não reconhecem sua origem étnico-racial. Os estereótipos vão sendo assimilados como verdades pela criança, que é vítima dessa violência simbólica. O processo de construção da identidade afrodescendente na infância e na juventude: A igualdade jurídica em meio a uma sociedade hierárquica. Dificuldade enfrentada por crianças e adolescentes negros em construírem sua identidade negra. O que significa “fazer-se negro”? Como a criança pode construir sua identidade negra? Conceito de identidade: grupo social e cultura: A criança percebe o mundo que a rodeia, passa a compreender suas regras, linguagens, hábitos, proibições [ ] É capaz de interiorizar alguns elementos culturais no processo de sua constituição como indivíduo, sujeito de sua própria identidade [...]” (LARAIA, 2008; KEMP, 2009) > base educação. A identidade se constrói no plano simbólico, isto é, no conjunto de significações, valores, crenças, gostos, que o indivíduo vai assumindo na sua relação com o outro. “Tornar-se negro se negro” numa sociedade hierarquizada: Estas relações são permeadas por estereótipos raciais, preconceitos e desigualdades. Sociedade paradoxal: leis garantem igualdade de direitos e oportunidades para brancos e negros, mas as relações sociais revelam uma estrutura claramente hierarquizada e encharcada com um racismo às escondidas. Finalizando: como é construídaa identidade?: Herança cultural: transmitida pelo grupo familiar ou social. Socialização: processo de formar um novo membro da sociedade, apto a viver naquela determinada cultura (educação informal ou formal). Construção de si: seleção de aspectos da cultura com os quais o sujeito se identifica (relação eu-outro / trocas simbólicas). Cultura: dinâmica, diálogo e inter-relação entre os sujeitos. Diversidade e currículo : Tarefa difícil à escola: 1. desconstruir estereótipos de raça/cor; 2. desmistificar os mitos raciais existentes na sociedade brasileira; 3. ter atitudes com os alunos em relações não discriminatórias e equitativas em sala de aula. O livro didático: Influências: representação simplificada dos fatos históricos; estigmatiza segmentos sociais como mulheres, negros, idosos e trabalhadores; reforça estereótipos; invisibilidade dos segmentos sociais desfavorecidos. A importância da diversidade na construção identitária : As nossas noções de igualdade e diferença: podem ser valorizadas, codificadas, trocadas e ressignificadas nesse complexo que é a formação do sujeito autônomo. Respeito às diferenças, necessário à construção identitária e às trocas sombólicas realizadas. A construção da identidade brasileira precisa passar necessariamente pela realidade da miscigenação e da constituição de nossa cultura a partir de nossas raízes negras, indígenas e europeias, ao mesmo tempo e em igual relevância. Como se constroi a identidade negra no Brasil? Resultado de um longo processo histórico de colonização e escravização do continente africano e de seus povos. A identidade negra é entendida, aqui, como um processo construído historicamente em uma sociedade que padece de um racismo e do mito da democracia racial .Como qualquer processo identitário, ela se constrói no contato com o outro, na negociação, na troca, no conflito e no diálogo “ ser negro no Brasil, é tornar-se negro “.Identidade, interação e diversidade: por uma educação cidadã: Resumindo: a identidade é um processo construído a partir da interação entre os sujeitos, que na contraposição de suas diferenças e no respeito a essa diversidade , atribuem significados ao universo simbólico que passa a compor sua visão de mundo, influindo em suas escolhas e nos caminhos que irá percorrer. Professor como figura central de mediação nesse processo: persistência e personalidade para optar por valores éticos e uma prática educativa equitativa. Escola e diversidade: a promoção da igualdade racial : Todos os envolvidos no processo educacional precisam estar atentos para a desconstrução de estereótipos de raça/cor , para a desmistificação dos mitos raciais existentes na sociedade brasileira. Escola: uso de recursos que possibilitem a ressignificação de conceitos como negro, África, africanos, de modo a transformar, no imaginário coletivo, representações negativas em positivas. Diversidade, livro didático e currículo: desafios para a prática educativa: Livro didático: inúmeras pesquisas demonstram que a maioria traz uma representação muito simplificada dos fatos históricos. Isso ajuda a estigmatizar, caricaturar ou reforçar estereótipos de segmentos sociais como mulheres , negros, idosos e trabalhadores, por exemplo. Isso faz com a criança afrodescendente não tenha parâmetros de igualdade e diversidade para a construção de sua identidade étnico-racial. Invisibilidade recalque e inferiorização: O conceito de recalque (Freud): uma tentativa de esquecer que ocorre inconscientemente. Recalcamos justamente aqueles pensamentos, ideias ,lembranças etc que não se ajustam à imagem ideal que temos do mundo e de nós mesmos. A inferiorização dos seus atributos por meio de estereótipos conduz esse povo a desenvolver comportamentos de autorrejeição, resultando em rejeição e negação dos seus valores culturais e na preferência pela estética e valores culturais dos grupos sociais valorizados nas representações. Diversidade e currículo : Os currículos são fruto de escolhas políticas e debates calorosos, que incorrem em incluir ou excluir assuntos, disciplinas ou aspectos que nos interessam ou não no processo da formação da criança e do jovem. Lei 10.639/2003 : reconhece a necessidade urgente de : incluir de uma vez por todas em nossos currículos a problemática das relações étnico-raciais, por meio do estudo da história e da cultura Africana e Afro Brasileira em todos os níveis escolares, chegando também à formação universitária dos professores e professoras. A prática educativa com intencionalidade: “Entender o que é a pobreza e como ela afeta de maneira trágica a vida de uma grande parcela da população . Nos posicionar politicamente dentro desse debate e construir práticas efetivas e democráticas que transformem a trajetória escolar dos nossos alunos e alunas negros e brancos em uma oportunidade ímpar de vivência, aprendizado, reconhecimento respeito às diferenças e construção de autonomia.” Escola e a promoção da igualdade racial: estratégias e possibilidades: Lei 10.639/2003: todos os envolvidos na instituição escolar estão convocados a promover mudanças estruturais no ensino: reformulação dos currículos, dos projetos pedagógicos, dos planos de aula, de materiais didáticos e paradidáticos, enfim, de toda a prática educativa de modo geral; promover o reconhecimento, o respeito e a garantia das diversidades culturais e, de forma especial, da população afrodescendente no Brasil. Africanidades brasileiras na escola: Abordar o tema “africanidades brasileiras” em sala de aula. Três pontos dos princípios da pedagogia antirracista, a saber: 1. respeito às africanidades; 2. reconstrução do discurso pedagógico; 3. estudo da recriação das diferentes raízes da cultura brasileira. A escola e a comunidade: Todos os agentes do processo de aprendizagem devem se colocar mais próximos da realidade sociocultural de seus alunos. Isso significa conhecer a comunidade escolar, seu perfil socioeconômico, o entorno da escola, os principais problemas do bairro, da cidade, assim como as principais manifestações culturais da comunidade, arte, música, religiosidade e outros aspectos que aproximem os educadores e educadoras aos alunos e seus familiares. O que o professor e a professora podem fazer? : “Incorporar o discurso das diferenças não como um desvio, mas como algo enriquecedor de nossas práticas e das relações entre as crianças . Isso irá possibilitar desde cedo o enfrentamento de práticas de racismo e a construção de posturas mais abertas às diferenças e, consequentemente, à construção de uma sociedade mais plural.” Construção de novos afetos, de novas formas de nos relacionar com o diferente, com a diversidade. É na relação com o outro que constituímos nossa subjetividade, nossas diferenças. Construção de subjetividades outras , livres da clausura, causada pelo modelo dito pelo ideal. É preciso que os professores se encontrem por meio da pluralidade e diferenciação, livrando-se dessa clausura subjetiva. “Repensar a preponderância desse modelo hegemônico de vida (de ser). Escapar de toda essa homogeneização a partir da qual fomos produzidos e com a qual nos acostumamos. Lutar contra todas as formas de ‘assujeitamento’ (uma maneira de modelar as pessoas de uma mesma forma), uma luta contra as forças que nos querem fracos, tolos e servos, além de racistas.” Para concluir: o que você pode fazer?: Mudança de discursos e de práticas. Respeito à pluralidade. Novas relações interpessoais, mais afetuosas, profundas e significativas. Uma subjetividade livre de clausuras e modelos preestabelecidos. Crítica ao atual modelo hegemônico de homogeneização e “assujeitamento”. Recriação de novos sentimentos e reconhecimentos, Recriação de novos sentimentos e reconhecimentos, especialmente em relação a si mesmo, num movimento de respeito a toda forma de diversidade.

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