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Atividade O´ptica Luan Bottin de Toni(246851) Grupo: Luan, Fabio, Augusto, Ramon Professora: Cilaine Veronica Teixeira 12 de setembro de 2015 Resumo Neste experimento foi analisada a rotac¸a˜o do aˆngulo de pola- rizac¸a˜o da luz ao passar por uma substaˆncia opticamente ativa (gli- cose). Notou-se que esse aˆngulo depende da concentrac¸a˜o da soluc¸a˜o, do comprimento percorrido pela luz dentro desta soluc¸a˜o e do compri- mento de onda da luz incidente. Ale´m disso, vimos que esse aˆngulo foi rotacionado, em todos os casos, no sentido hora´rio. Logo, e´ poss´ıvel afirmar que a substaˆncia utilizada e´ dextro´gira. 1 Introduc¸a˜o Um raio luminoso tem uma vibrac¸a˜o eletromagne´tica associada a ele, essas vibrac¸o˜es ocorrem num plano perpendicular a` linha de propagac¸a˜o do raio e podem ser consideradas como a soma de dois conjuntos separados de vibrac¸o˜es que sa˜o mutuamente perpendiculares, a luz polarizada e´ aquela em que um dos vetores foi removido, a vibrac¸a˜o eletromagne´tica resultante esta´, portanto, em um plano definido. Algumas substaˆncias possuem a propriedade de girar o plano de pola- rizac¸a˜o da luz que as atravessa, o que e´ conhecido como atividade o´ptica. O fenoˆmeno foi primeiramente observado em 1811 pelo f´ısico franceˆs Domi- nique F.J. Arago que descobriu que o plano de vibrac¸a˜o de uma luz linear- mente polarizada variava sua rotac¸a˜o conforme se propagava em uma placa de quartzo. Na mesma e´poca, Jean Baptiste Biot observou o mesmo efeito usando formas l´ıquidas e gasosas de va´rias substaˆncias naturais e notou que algumas dessas substaˆncias rotavam o plano de vibrac¸a˜o para a direita en- quanto outras para a esquerda. Se ao olharmos no sentido contra´rio ao da propagac¸a˜o da onda (como se a onda estivesse vindo de encontro ao obser- vador) e o plano de vibrac¸a˜o e´ girado no sentido hora´rio, a substaˆncia e´ dita dextro´gira, caso contra´rio e´ levo´gira. Uma onda linearmente polarizada pode ser escrita como uma combinac¸a˜o de duas ondas circularmente polarizadas a` direita e a` esquerda (vide re- fereˆncia [3]). A atividade o´ptica ocorre para aqueles materiais cujas mole´culas 1 interagem com luz circularmente polarizada a` esquerda e a` direita de forma diferente. Sendo assim, radiac¸a˜o linearmente polarizada ao atravessar um material com essas caracter´ısticas pode ter sua direc¸a˜o de polarizac¸a˜o alte- rada. O aˆngulo de rotac¸a˜o α do plano de polarizac¸a˜o ocasionado por uma soluc¸a˜o de uma substaˆncia de concentrac¸a˜o c em uma coluna de comprimento l e´ dada por: α = [α]Tλ .l.c (1) onde [α]Tλ e´ uma constante chamada de poder rotato´rio espec´ıfico, carac- ter´ıstico da substaˆncia opticamente ativa. Esta constante depende do com- primento de onda λ e da temperatura T . Portanto, ao incidir luz linearmente polarizada em uma soluc¸a˜o de gli- cose esperamos notar uma dependeˆncia do aˆngulo de rotac¸a˜o do plano de polarizac¸a˜o: com a distaˆncia percorrida pela luz dentro da substaˆncia; com a concentrac¸a˜o dessa substaˆncia; e com o comprimento de onda da luz. Este experimento teve o intuito de verificar essas dependeˆncias, assim como de- terminar se a substaˆncia e´ dextro´gira ou levo´gira. 2 Materiais Utilizados Foram utilizados os seguintes materiais: • Fonte de luz; • Polarizadores; • Filtros de luz vermelha, verde e azul; • Anteparo; • Trena (precisa˜o 0,1cm); • Soluc¸o˜es de a´gua e glicose com diferentes concentrac¸o˜es. 3 Procedimento de coleta de dados O aparato experimental foi montado de forma que o feixe de luz do laser passasse primeiramente por um polaro´ide, desse modo a luz fica linearmente polarizada. Apo´s, atravessa uma cubeta contendo uma soluc¸a˜o de glicose e, por fim, um analisador constitu´ıdo por outro polaro´ide onde e´ poss´ıvel medir o aˆngulo do eixo de transmissa˜o. O esquema esta´ representado na figura 1. 2 Figura 1: Esquema de montagem. Foram utilizados cinco concentrac¸o˜es diferentes de a´gua e glicose para avaliar a dependeˆncia do aˆngulo de rotac¸a˜o do plano de polarizac¸a˜o com a concentrac¸a˜o da substaˆncia. Ale´m disso, para a concentrac¸a˜o de glicose a 1/3 do volume total do l´ıquido foi variado o comprimento da cubeta, adicionando mais duas ao lado para avaliar a dependeˆncia do aˆngulo com o comprimento que a luz atravessa a substaˆncia. Por fim, para a concentrac¸a˜o de 1/4 foram adicionados filtros de cores (vermelho, verde e azul) a fim de observar a rotac¸a˜o do aˆngulo conforme varia o comprimento de onda incidente. Inicialmente o analisador foi ajustado em um aˆngulo α1 de forma que a luz que atinge o anteparo apresente um mı´nimo de intensidade e apo´s a inserc¸a˜o da soluc¸a˜o o analisador e´ girado para o aˆngulo α2 para voltar a condic¸a˜o de mı´nimo de intensidade. Dessa forma, o aˆngulo de rotac¸a˜o e´ dado por α = α2 − α1. A posic¸a˜o α = 0◦ foi definido a` esquerda do observador, ou seja, uma diferenc¸a positiva no aˆngulo indica uma rotac¸a˜o no sentido hora´rio em relac¸a˜o ao observador. Foram feitas 8 medidas para a concentrac¸a˜o de 1/2 e 4 medidas para as restantes devido ao tempo curto no laborato´rio. A partir dessas medidas foi calculado o aˆngulo me´dio (α) para cada caso e sua incerteza determinada pelo desvio padra˜o da me´dia ou pela incerteza do pro´prio equipamento caso esta fosse maior. 4 Dados Experimentais A fim de analisar a dependeˆncia do aˆngulo de rotac¸a˜o com a concen- trac¸a˜o, comprimento e comprimento de onda, fez-se uma tabela para cada grandeza analisada. A concentrac¸a˜o e´ expressa como a raza˜o entre o volume da glicose e o volume total da soluc¸a˜o, logo e´ adimensional. Em todos casos o aˆngulo α indica uma rotac¸a˜o no sentido hora´rio em relac¸a˜o ao observador. As cubetas utilizadas na tabela 1 possuem comprimentos muito semelhan- tes, para fins pra´ticos sera´ considerado l constante para todas concentrac¸o˜es desta tabela. 3 Tabela 1: Aˆngulos medidos para diferentes concentrac¸o˜es (l e λ constantes). Concentrac¸a˜o 1 1/2 1/3 1/4 1/5 23(±1) 14(±1) 10(±1) 9(±1) 4(±1) 29(±1) 17(±1) 12(±1) 9(±1) 4(±1) 29(±1) 12(±1) 12(±1) 7(±1) 5(±1) α(◦) 27(±1) 14(±1) 8(±1) 2(±1) 6(±1) - 15(±1) - - - - 18(±1) - - - - 20(±1) - - - - 15(±1) - - - α(◦) 27(±1) 16(±1) 11(±1) 7(±1) 5(±1) Tabela 2: Aˆngulos medidos para diferentes comprimentos l (concentrac¸a˜o de 1/3, λ constante). l (cm) 5,20(±0,05) 10,40(±0,05) 15, 60(±0, 05) 10(±1) 22(±1) 28(±1) α(◦) 12(±1) 20(±1) 37(±1) 12(±1) 27(±1) 29(±1) 8(±1) 19(±1) 32(±1) α(◦) 11(±1) 22(±2) 32(±2) Tabela 3: Aˆngulos medidos para diferentes comprimentos de onda λ (con- centrac¸a˜o de 1/4, l constante). Filtro Vermelho Verde Azul λ(nm) 625 a 740 500 a 565 440 a 485 7(±1) 9(±1) 11(±1) α(◦) 0(±1) 10(±1) 13(±1) 9(±1) 12(±1) 5(±1) 3(±1) 15(±1) 9(±1) α(◦) 5(±2) 12(±1) 10(±1) 5 Ana´lise dos dados Como dito anteriormente, todos os aˆngulos apresentados representam uma rotac¸a˜o do plano de polarizac¸a˜o no sentido hora´rio, portanto, pode-se afirmar que, ale´m de opticamente ativa, a glicose e´ dextro´gira. A fim de melhor analisar a dependeˆncia entre o aˆngulo α e a concen- trac¸a˜o da soluc¸a˜o foi plotado um gra´fico utilizando os dados da tablea 1 no programa SciDavis. 4 A menor unidade não era 1°? Quando as incertezas são iguais, pode ser escrita junto com o nome ou descrição da variável. A incerteza da média é a mesma que a incerteza de cada medida? Como foram calculadas? Figura 2: Relac¸a˜o entre o aˆngulo de rotac¸a˜o e concentrac¸a˜o. Observa-se na figura 2 que, entre as amostras de glicose com diferentes concentrac¸o˜es, o aˆngulo de rotac¸a˜o aumenta conforme a concentrac¸a˜o au- menta, pois a quantidade de mole´culas presente no meio e´ maior fazendo com que o plano de polarizac¸a˜o gire mais. Outra forma de aumentar o nu´mero de mole´culas que estara˜o dispos-tas no caminho da luz, alterando sua rotac¸a˜o, e´ mantendo a concentrac¸a˜o constante, mas aumentando o caminho a ser percorrido pela luz dentro da soluc¸a˜o. Esta situac¸a˜o esta´ graficada na figura 3 com base nos dados da tabela 2. Figura 3: Relac¸a˜o entre o aˆngulo de rotac¸a˜o e comprimento. Como esperado, ao aumentar o comprimento l percorrido pela luz e, portanto, a quantidade de mole´culas em seu caminho, vemos um aumento no aˆngulo de rotac¸a˜o, indicando uma relac¸a˜o de proporcionalidade aparen- temente linear. Finalmente, ao analisar a tabela 3, vemos uma dependeˆncia do aˆngulo 5 Este gráfico está ao contrário. A variável dependente é o ângulo. Vale o mesmo comentário acima. α com o comprimento de onda λ. Ao aplicar o filtro vermelho nota-se uma rotac¸a˜o menor do aˆngulo em comparac¸a˜o com os filtros verde e azul, que possuem um aˆngulo de rotac¸a˜o semelhante dentro das incertezas. Logo, e´ razoa´vel supor que quanto maior o comprimento de onda, menor sera´ a rotac¸a˜o do seu plano de polarizac¸a˜o. Vemos que para a concentrac¸a˜o de 1/4 onde na˜o ha´ filtro aplicado o aˆngulo de rotac¸a˜o (α = 7(±1)◦) encontra-se entre os valores apresentados na tabela 3, pois a luz branca e´ uma mistura de todos os comprimentos de onda vis´ıveis. 6 Conclusa˜o Notou-se experimentalmente as dependeˆncias do aˆngulo de rotac¸a˜o pres- supostas na equac¸a˜o 1, onde este e´ diretamente proporcional a` concen- trac¸a˜o da soluc¸a˜o e ao comprimento percorrido pela luz, em outras palavras, mostrou-se que a rotac¸a˜o do plano de polarizac¸a˜o depende da quantidade de mole´culas interpostas no trajeto da luz. Ale´m disso, verificou-se que a glicose e´ uma substaˆncia dextro´gira. Tambe´m notou-se a dependeˆncia do aˆngulo de rotac¸a˜o com o compri- mento de onda. Apesar do filtro azul na˜o apresentar maior rotac¸a˜o que o verde e´ razoa´vel supor que essas grandezas sa˜o diretamente proporcionais. As medidas feitas neste experimento podem ter sido afetadas por algumas fontes de erro como: a leitura do aˆngulo de rotac¸a˜o no analisador; impurezas presentes na soluc¸a˜o; e alinhamento da cubeta com o feixe de luz. Refereˆncias [1] EUGENE HECHT Optics, Addison Wesley Longman Inc., 4a ed., San Francisco, 2002. [2] N. CARLIN, E.M.SZANTO, W.A.SEALE, F.O.JORGE, F.A.SOUZA, I.H.BECHTOLD, L.R.GASQUES Birrefringeˆncia em placas de onda e atividade o´ptica de uma soluc¸a˜o de ac¸u´car. Rev. Bras. Ensino F´ıs., Sa˜o Paulo, v. 27, n. 3, p. 349-355, 2005. [3] H. M. NUSSENZVEIG, Curso de F´ısica ba´sica - vol. 4 - O´tica, Relati- vidade, F´ısica Quaˆntica, editora Edgard Blu¨cher, 1a edic¸a˜o, 1997. [4] D. HALLYDAY, R. RESNICK & J. WALKER, Fundamentos de F´ısica vol.4 - O´ptica e F´ısica Moderna, editora LTC, 8a edic¸a˜o, 2010. 6 Introdução. 1,0/1,0 Obtenção e apresentação dos dados. 2,9/3,0 Médias/ desvios padrão. 1,3/2,0 Gráficos. 0,2/2,0 Discussão e conclusão. 2,0/2,0 Total. 7,4/10
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