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1 Minha Primeira Reclamação Trabalhista Técnicas processuais de elaboração da causa de pedir e do pedido Análise de jurisprudência sobre os temas. O OBJETIVO do curso é demonstrar como os pedidos devem ser realizados, indicando na PRÁTICA o passo a passo de como PEDIR direitos trabalhistas, tais como o vínculo de emprego, responsabilidade solidária e subsidiária das Reclamadas, doenças ocupacionais e outros. Mini curriculum – Giéldison Nogueira CUSTÓDIO Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil; Sócio da Tardem e Nogueira Assessoria Empresarial, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil. Contatos: E-mail: g.custodio@uol.com.br e Facebook: Custodio Nogueira FORMATO BÁSICO DA PEÇA INICIAL TRABALHISTA NOS TERMOS DA LEI A petição inicial é a peça em que o Reclamante expõe ao juiz as razões do conflito, demonstra o seu direito e requer a condenação do Reclamado, poderá ser escrita ou verbal. Sendo escrita, deverá seguir o formato da Lei art. 840, § 1º da CLT e art. 319 do NCPC: Art. 840 CLT - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. Art. 319. NCPC - A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 2 Não tem mais o requerimento de citação! VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. (Prejudicado na Trabalhista?) § 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. Quando RCTE não sabe ao certo quem é seu empregador, confusão entre PJ e PF § 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. Para que exista um ponto de apoio na confecção podemos dividi-la em 07 (sete) tópicos: Endereçamento: seguir as regras de competência em razão da matéria e do local. Qualificação: Reclamante: 12 itens (Nome, nacionalidade, estado civil (união estável), profissão, data de nascimento, nome da mãe, CTPS, PIS, RG, CPF e Endereço e e-mail); Reclamada: 3 itens (Razão Social, CNPJ e Endereço) Preliminar: questões iniciais de cunho processual. ATENÇÃO não utilizar o título “Preliminar” na inicial, deixar implícito (Duplo Arquivamento, Distribuição por Dependência, Distribuição Juízo Prevento, Justiça Gratuita, CCP, CCT, Responsabilidade das Reclamadas...). Fatos e Fundamentos Jurídicos: deverá expor os fatos e fundamentos jurídicos (art. 840, § 1º da CLT c/c art. 319, III do NCPC), sintetizando os mesmos sempre dividindo por tópicos exemplo: I) Do Vínculo Empregatício; II) Da Jornada de Trabalho; III) Do Adicional de Insalubridade; IV) Da Responsabilidade Civil do Empregador; Pedido: trata-se do objeto da Reclamação Trabalhista, sempre com base na causa de pedir, formulando os mesmos de forma clara e separadamente, requerendo ao final a procedência da ação e a notificação da Reclamada. Provas: deverá protestar pelas provas que pretende produzir (art. 845 e 787 da CLT c/c 319, VI e 330 do NCPC). Súmula 74, I do c. TST Valor da causa: (art. 319, V e 291 do NCPC). 3 TESE – Estrutura dos Fatos – Contar o Caso (objetivamente com clareza) COMEÇO: Contar o caso (direito material) – limitar a 6/7 linhas – para que não se perca a ideia daquilo que se quer falar. Objetivo – fazer com que o juízo se atenha a leitura do pedido, para fugir dos textos comuns. A simplicidade é a alma do sucesso! Antoine de Saint-Exupéry - autor do livro "O Pequeno Príncipe" PITADAS TÉCNICAS (maldade) – não abrir a tese, narrar o extremo necessário, sem falar muito, apenas para evitar inépcia do pedido. MEIO: É a sequência lógica do fato narrado CASANDO com a fundamentação legal (CF, CLT, CPC, CCB, Leis esparsas, Súmulas e OJs do TST, princípios, ACT, CCT) que serve de base para fundamentar o pedido. A redação é mágica! É inspiração. - Mesmo quando não havia nenhuma esperança, procurei dar o melhor de mim. (Orson Welles) FIM- É o pré pedido, simples e curto. Momento de pedir o que de fato pretende. “Assim sendo, requer a reintegração do Reclamante ao emprego ou a indenização do período correspondente, pelos motivos declinados nesse tópico”. Isto fecha a tese concluindo a ideia limitando a pretensão. 4 OBSERVAÇÕES GERAIS: 1º) FOCO: É fundamental que o advogado(a) saiba concatenar as ideias, tanto que a ausência de lógica na construção da tese poderá significar a inépcia da petição, vejamos: Do Indeferimento da Petição Inicial Art. 330 NCPC - A petição inicial será indeferida quando: § 1o Considera-se inepta a petição inicial quando: III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; PROCESSO CIVIL E TRABALHISTA. CORREÇÃO DE PROVENTOS. INÉPCIA DA EXORDIAL. ARTS. 840, § 1º DA CLT E 295, II, DO CPC. DA NARRAÇÃO DOS FATOS NÃO DECORRE LOGICAMENTE A CONCLUSÃO. Embora o disposto no art. 840, § 1º, da CLT, estabeleça que basta à petição inicial trabalhista conter uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, não sendo exigidos os rigorismos do processo civil, é fundamental a correta indicação da causa de pedir em consonância com o pedido exposto na lide, sob pena de prejudicar a defesa e o entendimento do Magistrado que irá conhecer do feito. O parágrafo único do art. 295 do Código de Ritos Processuais, item II da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão. (TRT-6 - RO: 1297032010506 PE 0001297-03.2010.5.06.0001, Relator: Ibrahim Alves da Silva Filho, Data de Publicação: 12/12/2011) A objetividade é própria da redação técnica jurídica, ou seja, não há espaço para literatura, para escrever além do necessário, isto cansa e NINGUÉM vai ler. Citações legais, doutrinárias e jurisprudenciais na inicial é dispensável. Na réplica sim, poderá ser interessantíssimo. 2º-) HARMONIA: É a capacidade linguística do advogado(a) apresentar uma redação de sentido entre as palavras ligando os períodos (começo, meio e fim). COMEÇO DA TESE O presente pedido decorre do acidente de trabalho trajeto (in itinere) sofrido pelo Reclamante, conforme se comprova pelo incluso Boletim de Ocorrência, registrando que os fatos ocorreram a menos de 800 (oitocentos) metros da residência do obreiro. Em decorrência desse fato, o Reclamante sofreu lesões físicas apontadas no incluso atestado médico. 5 Por conta do referido acidente, o Reclamante permaneceu afastado por 05 (cinco) meses percebendo o respectivo benefício. Assim que retornou ao emprego a Reclamada rescindiu o contrato de trabalho na modalidade sem justa causa. MEIO DA TESE Temos então, hipótese de acidentede trabalho em trajeto o qual está garantido pelo período de estabilidade de 01 (um) ano, após a alta médica concedida pelo INSS, conforme estabelece o artigo 21, inciso IV, alínea “d”, da Lei 8.213/91. FIM DA TESE Com isso, pleiteia a imediata reintegração do Reclamante ao emprego com a condenação da Reclamada no período entre a rescisão do contrato de trabalho e o fim do período estabilitário, ou então, seja condenada a Reclamada em indenizar todo o período correspondente, sem prejuízos dos reflexos em DSR’s, férias + 1/3, 13º salários, horas extras, adicional de insalubridade, aviso prévio e FGTS + 40% e ainda nas verbas rescisórias, saldo de salário, aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário, adicionais recebidos FGTS + multa de 40%, DSRs. OBJETIVIDADE: - É ESCREVER TUDO EM POUCAS LINHAS, INICIAL DE 40 LINHAS, NINGUÉM MERECE. NÃO HÁ ESPAÇO PARA O PROLIXO Que fala ou escreve usando mais palavras do que o necessário. Que se expressa, falando ou escrevendo, através do uso excessivo de palavras; que não consegue resumir uma ideia ou encurtar um pensamento: jornalista prolixo. Enfadonho; definido como entediante; que se estende demoradamente. Abundante; que se desenvolve em demasia; em que há abundância. (Etm. do latim: prolixus.as.um) Fonte: http://www.dicio.com.br/prolixo/ Vamos ver a seguir um Formato Básico de RT: 6 (01) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO (art. 114 CF) DA _____ª VARA DO TRABALHO DE _______. (art. 651 CLT) (2) “___”, nacionalidade, estado civil (união estável), profissão, nascido aos ____ , filho de _____, portador da CTPS nº _____ série _____, RG nº _____ , CPF nº ______ e PIS nº ____, domiciliado na (endereço completo c/ CEP), na cidade de ______, no Estado de ____, endereço eletrônico, por seu advogado que esta subscreve, nos termos da procuração anexa (doc. ), com escritório à (endereço completo), na cidade de ______, no Estado de ________, em nome de quem e para onde requer sejam remetidas às notificações, vem, perante Vossa Excelência, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face de “______”, inscrita no CNPJ nº _______, estabelecida na (endereço completo com CEP), na cidade de ______, no Estado de ______, com fundamento no art. 840, § 1º da CLT e pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: (3) DA DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA CCP – CCT – RESPONSABILIDADE DA RCDA – DUPLO ARQUIVAMENTO DA DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA E DOS REFLEXOS SOBRE O ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E DE PERICULOSIDADE Encontra-se em curso perante este d. Juízo ação reclamatória trabalhista (processo: 00018301220145020072 RT) ajuizada pelo ora Reclamante em face da Reclamada, na qual se aguarda a realização de audiência de instrução. No referido processo, o obreiro postula, entre outras parcelas o adicional de periculosidade e de insalubridade, e, nesta ação se postula os reflexos destes 02 (dois) pedidos, daí o instituto processual da continência. O artigo 104, do Código de Processo Civil, diz que: “Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras”. 7 É que no caso vertente, não há na causa de pedir, nem mesmo no pedido da peça original a referência expressa aos reflexos que se persegue sobre ditos adicionais ante a falta de nitidez da causa de pedir, motivo pelo qual é agora requerida. Pelo exposto, requer a condenação da Reclamada no pagamento do maior adicional de insalubridade e também de periculosidade, por todo o período por ele trabalhado com reflexos nas verbas contratuais (férias + 1/3, 13º salário, adicionais e DSR’s) e nas verbas rescisórias (saldo de salário, aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário, FGTS e multa de 40%). DA BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOS DE QUE RESULTOU O DISSÍDIO – ART. 840, § 1º DA CLT (4) DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS (DIVIDIR POR TÓPICOS/ NARRAR OS FATOS/DEMONSTRAR O DIREITO/FINALIZAR) DO CONTRATO DE TRABALHO A Reclamada admitiu o Reclamante em __/__/__ para exercer a função de _____, sendo que o contrato de trabalho perdurou até ___/___/__, ocasião em que foi dispensado sem perceber qualquer verba rescisória (...), tendo por último salário o valor de R$ _______. DA REVERSÃO JUSTA CAUSA A justa causa não encontra qualquer fundamentação legal, ou seja, a conduta do Reclamante não se enquadra em quaisquer das alíneas do art. 482 da CLT, como a seguir será explicitado, razão pela qual, não merece prosperar. Ressalte-se que... (convencer o juízo das razões PROVA!) DOS PEDIDOS COM FUNDAMENTO NA INCLUSA CCT DA CATEGORIA DA DOENÇA OCUPACIONAL DA INSALUBRIDADE. DA PERICULOSIDADE E SUA CUMULAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR COMO FAZER QUALQUER TESE (CAUSA DE PEDIR): 1º COMEÇO: narrar os fatos – SEM enrolação; 2º MEIO: SEMPRE fundamentar na Lei; CF; CLT; CPC; CC; Leis Extravagantes; Súmulas; Orientações Jurisprudenciais do TST; Normas e Regulamentos Gerais dos Tribunais e jurisprudência atualizada! 3º FIM: pré pedido – desde já requer a procedência, aqui se evita a inépcia do pedido. 8 Do Adicional Noturno. (COMEÇO) Excelência, o Reclamante laborou na escala 12x36 no horário das 19h as 07h. Contudo a Reclamada não pagava o adicional noturno e a hora noturna reduzida. (MEIO) Referida pretensão é devida, eis que as OJs da SDI-1 388 e 395 do TST, garantem a pretensão. (FIM) Nesse sentido, requer a condenação da Reclamada a pagar o adicional noturno referente a 11ª e 12ª hora trabalhada, sem prejuízo da hora noturna reduzida compreendida entre as 22h e 5h e seus reflexos em DSR’s, férias + 1/3, 13º salários, horas extras, adicional de periculosidade, aviso prévio e FGTS + 40% e ainda nas verbas rescisórias, saldo de salário, aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário, adicionais recebidos FGTS + multa de 40%, DSRs. (5) DO PEDIDO – ser extremamente técnico Diante do exposto, pleiteia o Reclamante a condenação da reclamada nos seguintes pedidos, resumidamente: a) Seja descaracterizada a justa causa, fazendo o Reclamante jus a todas as verbas rescisórias; b) Pagamento de saldo de salário; R$ ___ c) Pagamento de aviso prévio; R$ ___ d) Pagamento de férias vencidas e prop. + 1/3; R$ __ e) Pagamento de 13º salário proporcional (__/12);R$ __ f) Horas Extras de todo o período e reflexos ...; R$ __ g) Pagamento da multa do art. 467 e 477 da CLT R$ __ h) Pagamento de FGTS + 40% multa; R$ ___ e Liberação do TRCT, a fim de possibilitar o levantamento dos depósitos fundiários - a calcular – I) entrega das guias do seguro desemprego, sob pena de conversão em indenização - a calcular – J) Requer, outrossim, o pagamento das verbas rescisórias em primeira audiência, sob pena de pagamento acrescido de multa de 50%, nos termos do art. 467 da CLT e também da multa do art. 477 pelo atraso no pagamento. DA PROCEDÊNCIA Requer, ainda, a notificação da Reclamada para responder aos termos da presente ação, comparecendo à audiência que for designada, apresentando a defesa que tiver, sob os efeitos da revelia e pena de confissão quanto à matéria de fato, devendo ser julgada PROCEDENTE, com a consequente condenação da Reclamada nas verbas requeridas, todas acrescidas de correção monetária, juros, custas e demais cominações legais. 9 (6) PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente pelo depoimento pessoal da Reclamada, sob pena de confissão nos termos da Súmula nº 74, I do TST e outras que forem necessárias,que desde já ficam requeridas. (7) VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ ______ (_____). Termos em que, Pede deferimento. Local e data. ________________________ Adv. - OAB/nº ____ DO GRUPO ECONOMICO. Nos termos do § 2º do art. 2º da CLT configura-se o mesmo grupo econômico sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica. As empresas que compõem o mesmo grupo econômico serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis, ou seja a empresa principal e cada uma das subordinadas. Identidade no objeto social, identidade societária e objeto final de interesse comum. É o grupo econômico de fato. Jurisprudência: Ementa: GRUPO ECONÔMICO CARACTERIZAÇÃO. O Direito do Trabalho não exige documento ou prova específica para caracterização do grupo econômico. Assim, tal prova será feita analisando-se o caso concreto. O que se apura nestes autos é a interligação entre as executadas Alvalux e Pérola, restando demonstrado o estreito nexo de coordenação entre as empresas e a convergência de interesses, caracterizada esta a existência de grupo econômico. Agravo de petição a que se nega provimento.PROCESSO Nº: 03019001420035020048 A20 ANO: 2014 TURMA: 17ª TRT 2ªR. Ementa: AGRAVO DE PETIÇÃO. GRUPO ECONÔMICO. IDENTIDADE SOCIETÁRIA. CONJUGAÇÃO DE INTERESSES PARA AUMENTO DA RENTABILIDADE COMERCIAL E ENRIQUECIMENTO DOS SÓCIOS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA RECONHECIDA. Embora formalmente algumas das empresas não explorem estritamente a mesma atividade econômica das devedoras principais, o grupo econômico decorre da identidade societária, que faz presumir a conjugação de interesses para aumento da rentabilidade comercial do grupo econômico e enriquecimento dos sócios. PROCESSO Nº: 00029536120125020057 A28, TURMA: 6ª TRT 2ªR. 10 A Responsabilidade Solidária é a responsabilização da 2ª Reclamada pessoa física ou jurídica respondendo em igualdade com a 1ª Reclamada face aos créditos trabalhistas do empregado, e, para fins de reconhecimento do vínculo empregatício, este pode ser postulado em face de uma ou outra, ou ainda em face de ambas. As pessoas ditas solidárias respondem na qualidade de principais pagadores no mesmo pé de igualdade, como se fossem as contratantes diretas. Grupo Econômico de FATO e de DIREITO. Tese Inicial: III-) DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA E/OU SUBSIDIÁRIA Excelência, a 1ª Reclamada (prestadora de serviços) contratou o Reclamante conforme se infere da anotação em CTPS, verifica-se ainda que o Cartão CNPJ desta indica a atividade de construção e redes de distribuição de energia elétrica e manutenção de redes de distribuição de energia elétrica. Por seu turno o cartão CNPJ da 2ª Reclamada (tomadora), indica atividade de distribuição de energia elétrica. A 1ª Reclamada (prestadora de serviços) é encarregada de dirigir e fiscalizar a prestação de serviços de seus empregados à 2ª Reclamada (tomadora). A prestadora detém o poder de comando e os seus empregados são a ela subordinados, não se admite que a tomadora "tome" essa posição. O mesmo ocorre quanto à pessoalidade, que ocorre somente em relação à prestadora. Pouco importa à tomadora qual o trabalhador que a prestadora colocará no posto de serviço para se desincumbir de sua obrigação contratual oriunda da relação interempresarial. No presente caso, verifica-se que os serviços prestados pelo Reclamante eram de referente a atividade fim da 2ª Reclamada, ou seja, realizava corte de energia, retirada de relógios, religação com prazo normal e nos casos de urgência, justificando o vínculo diretamente com a 2ª Reclamada (tomadora). Insta consignar, que o Reclamante sempre laborou na 2ª Reclamada e sempre recebia ordens diretamente dela, prestando serviços pessoalmente, pois não era substituído em suas ausências, caracterizando a subordinação jurídica e/ou a pessoalidade diretamente com a 2ª Reclamada, estabelecendo o vínculo empregatício diretamente com esta, sendo por tanto responsável solidariamente, devido a ilicitude da terceirização. Requer então, a condenação da 2ª Reclamada na modalidade solidária. CONTUDO, caso Vossa Excelência entenda pela regularidade da terceirização, passa o Reclamante requerer a condenação das Reclamadas na modalidade subsidiária, eis que inequívoco o aproveitamento da mão de obra e o inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte da empregadora (1ª Reclamada). 11 Pelo exposto requer a nulidade do vínculo empregatício com a 1ª Reclamada, bem como, o reconhecimento do vínculo de emprego direto com a 2ª Reclamada que deverão responder solidariamente a presente ação e futura execução, conforme o acima exposto, que será confirmado por ocasião da audiência e não sendo esse o entendimento de Vossa Excelência, que declare a responsabilidade subsidiaria quanto a 2ª Reclamada. Decisão em Primeiro Grau: 12.RESPONSABILIDADE DA 2ª RECLAMADA: Incontroverso nos autos a existência de contrato de prestação de serviços de construção e manutenção de redes de energia elétrica entre as reclamadas (ID cd09b6e), bem como o fato de que o autor era empregado da 1ª reclamada e prestava serviços em benefício da 2ª reclamada na função de eletricista. Pois bem. Sendo regra em nosso ordenamento jurídico que o vínculo empregatício se forme diretamente com o tomador de serviços (Súmula 331, I do C. TST), resta inequívoca a ocorrência de terceirização ilícita no caso dos autos, uma vez que 2ª reclamada presta serviços como concessionária de distribuição de energia elétrica e a função desempenhada pelo reclamante se enquadra em sua atividade-fim (Súmula 331, III do C. TST). Portanto, caracterizada a terceirização ilícita consubstanciada na contratação irregular por interposta pessoa, deve ser reconhecido o vínculo diretamente entre o reclamante e a tomadora de serviços, com fulcro no artigo 9º da CLT. Friso que a existência de qualquer cláusula contratual tendente a excluir a responsabilidade da tomadora não pode ser oposta em face do reclamante, que não participou da relação contratual entre as empresas reclamadas. Diante disso, deve a 2ª reclamada responder de forma solidária pelas verbas acima deferidas. RTOrd-1000656-67.2015.5.02.0313 – 3ª VT GRU. CCT-ACT Como determinar a CCT que deve acompanhar a inicial: Pelo princípio da territorialidade, ou seja, será a CCT do local onde o Reclamante prestou serviços, pouco importando o local da sede da Reclamada. Interpretação sistemática e teleológica do art. 651 da CLT - Local da prestação de serviços. Jurisprudência: ENQUADRAMENTO SINDICAL Ementa: Cediço que o enquadramento sindical dos empregados é determinado pela atividade preponderante do empregador, exceto quando se tratar de profissão pertencente a categoria diferenciada (art. 511, § 3º, da CLT). A par disso, no Direito pátrio, o âmbito de aplicação dos pactos coletivos é o das representações dos sindicatos convenentes, nos termos do art. 611 da CLT, sendo que a convenção coletiva aplicável numa empresa é a firmada pelos sindicatos que têm base territorial equivalente ao local de prestação de serviços de seus empregados, mesmo que outro seja o da contratação ou do domicílio do empregador. TRT10: 1184200380110003 02/06/2004, 1ª T 12 Tese para Peça Inicial: IV-) DOS PEDIDOS COM BASE NO TEXTO COLETIVO: DO REAJUSTE SALARIAL NOS TERMOS DA INCLUSA CCT DA CATEGORIA 2013/2014 – CLÁUSULA 2ª. Requer que a Reclamada traga aos autos todos os holerites do período contratual, pois o Reclamante juntou as CCTs de todo operíodo, possibilitando e requerendo seja apurado eventuais diferenças, pois, se constatada deverá a empregadora ser condenada a pagá-las com reflexos em todas as verbas trabalhistas e rescisórias inclusive as incidentes em eventual procedência dos pedidos desta inicial, assim como, ao pagamento da multa prevista na Cláusula 8ª do texto convencionado, o que desde já se requer. DO ANUÊNIO - NOS TERMOS DA INCLUSA CCT DA CATEGORIA 2013/2014 – CLÁUSULA 4ª. Como o Reclamante atende todos os requisitos do benefício em tela, requer que a Reclamada traga aos autos todos os holerites do período contratual, pois o Reclamante juntou as CCTs de todo o período, possibilitando e requerendo seja apurado o efetivo pagamento do anuênio, pois, se constatado o não pagamento, deverá a empregadora ser condenada a pagá- lo com reflexos em todas as verbas trabalhistas e rescisórias inclusive as incidentes em eventual procedência dos pedidos desta inicial, assim como, ao pagamento da multa prevista na Cláusula 8ª do texto convencionado, o que desde já se requer. DO VALE REFEIÇÃO NOS TERMOS DA INCLUSA CCT DA CATEGORIA 2013/2014 – CLÁUSULA 5º. Pede-se então que a empregadora traga aos autos os recibos de entrega do vale refeição COM OPOSIÇÃO de assinatura do Reclamante, durante todo o período contratual, eis que juntadas todas as CCTs que garantem o benefício, sendo que do contrário deverá a Reclamada ser condenada ao pagamento de R$ 20,00 (vinte reais) por dia durante todo o período em que vigorou o contrato de trabalho, sem prejuízo de aplicação da multa prevista na cláusula 8ª do texto convencionado, o que desde já se requer. DO SEGURO DE VIDA NOS TERMOS DA INCLUSA CCT DA CATEGORIA 2013/2014 – CLÁUSULA 7ª. Determina a redação da Cláusula 7ª da CCT: 07 - SEGURO As empresas pagarão a partir de 01 de dezembro de 2013, um seguro de vida em benefício de seus empregados aeroviários, sem ônus para os mesmos, cobrindo morte e invalidez permanente, total ou parcial, no valor de R$ 11.873,99 (onze mil, oitocentos e setenta e três reais e noventa e nove centavos). 13 Requer então que a Reclamada comprove a contratação do benefício, o qual deverá ter sido renovado durante todo o contrato de trabalho, eis que o Reclamante faz prova do direito por meio da juntada de todas as CCTs do período, nos termos do artigo 396 do CPC: O benefício deverá constar expressamente como segurado/beneficiário o autor desta exordial, pois a obrigação é do empregador. Caso não se comprove tal contratação, que se condene a Reclamada ao pagamento na integralidade do valor consignado em cada CCT juntada aos autos, pois na eventualidade da não contratação teríamos o locupletamento do empregador, devendo portanto, ser pedagogicamente condenado, sem prejuízo de aplicação da multa prevista na cláusula 8ª do texto convencionado, o que desde já se requer. DA CESTA BÁSICA – NOS TERMOS DA CCT 2011/2013 E DAS CCTS ANTERIORES. Tendo em vista que o Reclamante recebia salário inferior ao previsto na Cláusula acima, pede-se então que a empregadora traga aos autos TODOS os recibos de entrega das cestas básicas COM OPOSIÇÃO de assinatura do Reclamante, sendo que do contrário deverá a Reclamada ser condenada ao pagamento de R$ 253,35 por mês, do início do contrato de trabalho até 30 de novembro de 2013, quando cessou a vigência da CCT 2011/2013, sem prejuízo de aplicação da multa prevista na cláusula 8ª do texto convencionado, o que desde já se requer. DO VALE ALIMENTAÇÃO – NOS TERMOS DA CCT 2013/2014. Tendo em vista que o Reclamante recebia salário inferior ao previsto na Cláusula acima, pede-se então que a empregadora traga aos autos TODOS os recibos de entrega do vale alimentação COM OPOSIÇÃO de assinatura do Reclamante, sendo que do contrário deverá a Reclamada ser condenada ao pagamento de R$ 294,30 por mês, a partir de 1º de dezembro de 2013 até a cessação do contrato de trabalho do Reclamante, sem prejuízo de aplicação da multa prevista na cláusula 8ª do texto convencionado, o que desde já se requer. ACIDENTE DE TRABALHO E DOENÇA OCUPACIONAL O que é e, como pedir na inicial: Acidente de Trabalho TÍPICO: Decorre de evento único dentro da empresa e no horário de trabalho. (art. 19 lei 8.213/91). Atípico: Embora não tenha sido causa única (concausa), acabou contribuindo diretamente para a morte do trabalhador, ou perda de sua capacidade ou reproduzido lesão que exija atenção médica para sua recuperação. (art. 21, I, lei 8.213/91). 14 Doenças Ocupacionais: São espécies do acidente de trabalho atípico, como as doenças profissionais (art. 20, I) e as doenças do trabalho (art. 20, II, lei 8.213/91). DOENÇAS OCUPACIONAIS DOENÇA PROFISSIONAL - É aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar à determinada profissão, ou função, ou seja, está diretamente ligada a profissão do trabalhador. Ex.: O soldador que desenvolveu catarata. Jurisprudência: ACIDENTE DE TRABALHO. DOENÇA PROFISSIONAL. CONFIGURAÇÃO. Autorizando as respostas do perito aos quesitos formulados pelas partes a conclusão de que a incapacidade laboral decorreu de esforços físicos exigidos na função desempenhada pelo autor, não se vinculando exclusivamente à moléstia degenerativa constatada, de se manter a r. decisão primeira reconhecendo a existência de doença profissional equiparada à acidente de trabalho. 810200423902 PR, 5ª T., 13/11/2009 DOENÇA DO TRABALHO - Está mais ligada ao meio ambiente de trabalho, é aquela que tem ligação com o ambiente onde o trabalho é exercido. Ex.: Um trabalhador que está exposto ao ruído excessivo, em um galpão de solda, e desenvolve surdez. Esse é um caso típico de doença do trabalho. Jurisprudência: MOLÉSTIA DO TRABALHO. Os autos revelam que o esforço empreendido pelo autor no exercício da função de armador atuou para eclosão da hérnia inguinal esquerda, gerando incapacidade parcial e temporária para o trabalho, restando, pois, caracterizada a doença do trabalho.... Se houvesse eficiente sistema de proteção ao trabalhador e se as condições de ergonomia fossem ideais, certamente o surgimento/agravamento da moléstia teria sido evitado, restando evidenciada a culpa subjetiva das reclamadas pelo acidente. Recurso Ordinário obreiro parcialmente provido. 00013455720145020057, 14ª T., 16/12/2015 CONCAUSA – art. 21, I, da lei 8.213/91. Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; 15 Jurisprudência: DOENÇA DEGENERATIVA AGRAVADA PELO EXERCÍCIO DO TRABALHO. CONCAUSA. DOENÇA OCUPACIONAL CARACTERIZADA. Ainda que a moléstia que acometa o trabalhador seja de cunho degenerativo, como nos casos dos autos, se houver agravamento em virtude do exercício de seu labor, presente estará o nexo entre o mal que o aflige e o dano, na modalidade concausal, nos termos do art. 21, I da Lei n. 8.213/91. (TRT18, RO - 0000861- 25.2011.5.18.0082, Rel. JUÍZA CONV.SILENE APARECIDA COELHO, 3ª TURMA, 01/08/2012). RO 00008612520115180082 GO, 3ª T., 01/08/2012 Acidente de Trajeto – in itinere – art. 21, IV, “d” da lei 8.213/91. Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.Jurisprudência: ACIDENTE DE TRABALHO. IN ITINERE. NÃO-CARACTERIZAÇÃO. O infortúnio ocorrido no percurso da residência do empregado para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado, é qualificado como acidente de trabalho, por equiparação, nos moldes da alínea “d” do inciso IV do artigo 21 da Lei nº 8.213/91. Evidenciado que o empregado sofrera infortúnio em percurso distinto do residência-trabalho, torna-se inviável caracterizar o fato como acidente de trabalho. RO 1241201180110004 DF, 1ª T., 03/02/2012 no DEJT. Contrato de trabalho de PRAZO DETERMINADO. Súmula nº 378 do TST ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91. Tese para Peça Inicial: XI-) DA DOENÇA OCUPACIONAL. DA REINTEGRAÇÃO/INDENIZAÇÃO. DA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA. A Reclamada admitiu o Reclamante gozando de perfeitas condições de saúde, tanto é verdade que ao realizar o exame admissional foi considerado apto para o exercício da função para a qual foi contratado. 16 Pois bem, no decorrer do pacto laboral, com o exercício de atividades que consistiam em movimentos repetitivos, contínuos e diários, sem pausa para descanso, passou o Reclamante a sofrer com fortes dores nos ombros, pulso e antebraços. Tanto que foi diagnosticado um deslocamento dos tendões dos dois ombros, motivo pelo qual, ficou afastado do trabalho por prescrição médica e pelo INSS, conforme comprovam os atestados que seguem anexo. Importante destacar que sequer foi realizado o exame demissional. Evidente, que o Reclamante é portador de moléstia ocupacional, adquirida no exercício de atividades laborais para a Reclamada, doença que lhe causou sequelas e reduziu a capacidade laboral, logo, é portador de estabilidade provisória com fulcro nos artigos 19 e 20 c/c artigo 118 da Lei 8.213/1991. Diante de todo o exposto, temos que o Reclamante faz jus à reintegração em funções compatíveis com sua condição física, ou ainda, à indenização, nos termos da Súmula 396, I do TST, o que resta requerido. A fim de subsidiar a perícia médica que desde logo se requer, pede-se a demandada juntar as fichas de entrega de EPIs com as especificações dos equipamentos, datas de trocas, higienização e devoluções, do certificado de aprovação dos equipamentos entregues, com a data de expedição e validade, e do comprovante de treinamento do Reclamante, com oposição de assinatura do obreiro, sempre dentro do prazo de validade indicado pelo fornecedor do equipamento, juntando aos autos 01 (uma) amostra do EPI que fornecia, o que desde já se requer. Requer que a Reclamada junte ainda o PPP (Perfil Profissional Profissiográfico), o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), o LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho) e ainda, o laudo de que trata o artigo 160 da CLT. Deverá ainda a Reclamada demonstrar que cumpriu integralmente as obrigações do artigo 157 da CLT, notadamente pela juntada das ordens de serviços para comprovar ter oferecido orientação ao Reclamante sobre o fiel cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho, sem prejuízo de outros que se fizerem necessários ao deslinde da causa. Pelo exposto, requer seja reconhecida a doença ocupacional determinando a reintegração do obreiro em função compatível com a lesão sofrida bem como pela indenização do período entre a demissão e a reintegração com todos os reflexos devidos. Caso reste afastado, deverá a Reclamada indenizar todo o período de estabilidade com os reflexos devidos. Em decorrência de um acidente de trabalho (típico ou atípico) e, dependendo das sequelas como diminuição ou cessação da capacidade laborativa torna-se interessante pedir indenização (pensão vitalícia): 17 Art. 950 CCB - Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. Tese para Peça Inicial: DA PENSÃO MENSAL VITALICIA. Independentemente da modalidade de responsabilidade civil que vier a ser conhecida na presente reclamação, deverá a empregadora ser condenada ao pagamento de pensão mensal vitalícia, no valor do último salário percebido pelo Reclamante, posto que, o comprometimento físico do autor limita sua capacidade laboral, nos precisos termos do artigo 950 do Código Civil. Subsidiariamente, requer a condenação da Reclamada no importe comumente pago aos empregados que exercem a mesma atividade que o Reclamante exercia (o que será comprovado por meio da juntada do CAGED e RAIS anuais de todos os colaboradores que ocupam a mesma função e que hoje estão em atividade na empregadora), o que se requer seja juntado aos autos pela demandada, levando-se em conta ainda, os aumentos anuais (dissídios), 13º salário e férias acrescido de 1/3, e ainda o bônus de final de ano que incorporará a pensão vitalícia. Requer, por fim, a constituição de capital para custear a pensão mensal, bem como que os valores da pensão sejam pagos de uma única vez, conforme previsto no art. 950, parágrafo único, do Código Civil, apurando-a conforme elementos declinados. Jurisprudência: ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL. PENSÃO MENSAL VITALÍCIA. PAGAMENTO EM PARCELA ÚNICA. ARTIGO 950, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CCB. Existindo nexo causal entre a lesão sofrida pela reclamante e o trabalho desenvolvido junto à reclamada, bem como havendo redução da capacidade de trabalho, é devida a indenização por dano material, a ser paga em parcela única, conforme postulado, nos termos do artigo 950, parágrafo único, do CCB. Recurso ordinário interposto pela reclamante a que se dá provimento parcial, no item. RO 00008606820115040522 RS, 25/02/2014. ACIDENTE DE TRABALHO. CULPA CONCORRENTE DA VÍTIMA. INEXISTÊNCIA. Inexistindo provas de que o empregado concorreu culposamente para o evento danoso, não há de se falar em redução eqüitativa do quantum indenizatório (CCB/2002, art. 945). ACIDENTE DE TRABALHO. PENSÃO VITALÍCIA. COMPENSAÇÃO COM BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSSIBILIDADE. A pensão vitalícia de que trata o art. 18 950 do CCB/2002 - possui natureza indenizatória, decorrente da responsabilidade civil, não guardando correlação com os valores pagos a título de benefícios previdenciários. Assim sendo, não é possível a compensação das reparações civis com as parcelas de natureza previdenciária, em razão de sua natureza distinta. Recursos da Reclamada e Reclamante conhecidos e desprovidos. RO 926200501310852 DF, 3ª T., 06/03/2009. DANO EMERGENTE E LUCRO CESSANTE: advém do dano material, pois é possível quantificar tanto o dano atual (emergente) como o futuro (lucro cessante): Art. 402 CCB - Salvo as exceções expressamente prevista em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”. Tese para Peça Inicial: XIV-) DOS DANOS EMERGENTES E DOS LUCROS CESSANTES O dano emergente advém do acidente de trabalho que o Reclamante sofreu, por culpa da Reclamada, resultando sequelas permanentes, pois o Reclamante perdeu totalmente a sensibilidadede seu dedo e, por consequência, a capacidade laborativa foi consideravelmente reduzida, bem como jamais irá laborar com a mesma perfeição técnica de outrora. Além disso, diante da constatação da incapacidade para o trabalho pelo INSS, o Reclamante se viu obrigado em ficar afastado por meses do trabalho, momento em que ficou privado de desenvolver atividade laborativa remunerada, traduzindo o lucro cessante. No caso dos autos o Reclamante permaneceu afastado do dia do acidente 26/01/2013 até 29/09/2013, conforme comunicado de decisão do INSS. Com isso requer a condenação da Reclamada a pagar os salários deste período devidamente atualizados. Jurisprudência: ACIDENTE DE TRABALHO. LUCROS CESSANTES. PERÍODO DE AFASTAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Em caso de acidente de trabalho, os danos materiais devidos pelo empregador incluem os LUCROS CESSANTES até o fim da convalescença do empregado, ou seja, os salários devidos desde a data de afastamento até o termo final de percepção do benefício previdenciário, período no qual o empregado ficou privado de desenvolver atividade laborativa remunerada em face do infortúnio, conforme se extrai do art. 950 do Código Civil. A percepção de benefício previdenciário não prejudica o deferimento da verba indenizatória, pois a Constituição da República estabelece claramente que o pagamento das parcelas decorrentes do seguro acidentário não exclui a indenização devida pelo empregador (CR/88, art. 7º, XXVIII). - (TRT-3 - RO: 01114201414803002 0001114-21.2014.5.03.0148, Relator: Sebastião Geraldo de Oliveira, Segunda Turma, Data de Publicação: 14/08/2015). 19 Art. 7º, XXVIII CF - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
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