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Pressão Laboratório de física B Luka Carlos, Otávio P. Menegatti, Rafael Oliveira, Vinycius Rodrigues Turma 31B 1. Objetivos: O objetivo no qual esse experimento laboratorial está envolvido é desenvolver e aprender a Lei de Stevin (da hidrostática) e, a partir dela, obter diferentes valores de pressão em 3 líquidos distintos através do manômetro, variando a altura de submersão da mangueira. Construir gráficos, aplicar o método de regressão linear e relacionar os coeficientes do gráfico. 2. Introdução Teórica: A Lei de Stevin está relacionada com verificações que podemos fazer sobre a pressão atmosférica e a pressão nos líquidos. Como sabemos dos estudos no campo da hidrostática, quando consideramos um líquido qualquer que está em equilíbrio, temos grandezas importantes a observar, tais como: massa específica (densidade), aceleração gravitacional local (g) e altura da coluna de líquido (h). O instrumento utilizado para a medição das pressões foi o manômetro laboratorial, representado basicamente pela imagem a seguir: Imagem 1: Manômetro laboratorial Da física, tem-se que pressões em pontos de um mesmo plano horizontal referenciado a uma mesma altura em um mesmo líquido, são iguais. Ou seja: PA = PA’. Adotando um referencial fixo, é possível escrever a pressão para dois pontos distintos da seguinte forma: Pa = ρ.g.ha Pb = ρ.g.hb Podemos utilizar um artifício matemático para obter uma expressão que relacione a pressão de B em função da pressão do ponto A (diferença entre as pressões), observando: Pb - Pa = ρ.g.hb – ρ.g.ha Pb - Pa = ρ.g (hb - ha) Pb - Pa = ρ.g.h Pb = Pa + ρ.g.h (I) Utilizando essa constatação para um líquido em equilíbrio cuja superfície está sob a ação da pressão atmosférica, a pressão absoluta “P” exercida em um ponto submerso qualquer do líquido será de: P = Patm + ρ.g.h 3. Materiais utilizados e procedimento experimental: Manômetro Água Água com sal Álcool Proveta Trena Fita adesiva Seringa Primeiramente, uma quantidade de água foi adicionada ao manômetro e na proveta com auxílio de uma seringa. Após isso, foi fixada na proveta e no manômetro, uma fita adesiva para a marcação das alturas H e h. Em seguida, submergiu-se uma ponta da mangueira do manômetro na proveta com água e foram marcadas as diferenças de altura, tanto na extremidade da mangueira submersa na proveta, quanto no manômetro. Na segunda e terceira etapa da prática, a água da proveta foi substituída por água com sal e, posteriormente, por álcool, repetindo os mesmos procedimentos. 4. Resultados: Através do procedimento experimental, obtêm-se as seguintes tabelas de medidas diretas encontradas pelos operadores: H (± 0,05) m h (± 0,05) m H (± 0,05) m h (± 0,05) m H (± 0,05) m h (± 0,05) m 0,013 0,015 0,016 0,022 0,026 0,023 0,025 0,025 0,040 0,043 0,049 0,04 0,036 0,036 0,061 0,068 0,07 0,058 0,058 0,053 0,085 0,096 0,093 0,078 0,08 0,078 0,106 0,116 0,114 0,097 0,102 0,103 0,128 0,145 0,136 0,119 0,123 0,121 0,150 0,167 0,158 0,133 0,146 0,144 0,162 0,180 0,181 0,157 0,168 0,165 0,173 0,190 0,192 0,167 0,19 0,185 0,195 0,219 0,204 0,173 Tabela 1: Água Tabela 2: Água com sal Tabela 3: Álcool Utilizando estes dados, foi possível construir gráficos relacionando ambas as alturas: Gráfico 1: Diferença de altura no manômetro x Altura de submersão (Água) Como a pressão no ponto da extremidade da mangueira é igual a um ponto no mesmo plano horizontal da mangueira na outra extremidade (submerso na proveta), tem-se que: Pc = Pa Patm + ρl.g.H = Patm + ρágua.g.h H = ρágua ρl .h Assim, o coeficiente angular (A) da função referente à curva do gráfico, é a razão entre a densidade da água e a densidade do líquido. Como o valor deste coeficiente é de 1,02, tem-se que: A = ρágua ρl 1,02 ± 0,01 = 1000/ ρl ρl = 980 kg/m³ Os erros, por sua vez, foram calculados da seguinte forma: ∆ρ = ρágua.∆A A² (erro referente somente ao coeficiente angular, pois a densidade da água adotada foi a teórica e sem erros associados.) ∆ρ = 1000.0,01/1,02² = 10 Portanto o valor da densidade da água encontrado a partir do gráfico foi de 980 ± 10 kg/m³. Gráfico 2: Diferença de altura no manômetro x Altura de submersão (Água com sal) Como a função referente ao gráfico é a mesma da anterior (variando somente os valores), temos a mesma relação para o coeficiente angular, permitindo calcular a densidade do mesmo modo do anterior. Acompanhe as contas: ρágua ρl = 0,9 ρl = ρágua A = 980 ± 10 0,9 ± 0,01 = 1089 kg/m³ Os erros, por sua vez foram calculados da seguinte forma: ∆A = ∆ρágua A + ρágua.∆A A² ∆A = 0 0,9 + 980.0,01 0,9² = 12 Obtendo, assim, um valor da densidade da água com sal de 1088 ± 132 kg/m³. Gráfico 3: Diferença de altura no manômetro x Altura de submersão (Álcool) Da mesma forma da anterior, a densidade do álcool foi calculada. Acompanhe os cálculos: ρágua ρl = 1,15 ρl = ρágua A = 980 ± 10 1,15 ± 0,01 = 852 A seguir, os cálculos dos erros: ∆A = ∆ρágua A + ρágua.∆A A² ∆A = 10 1,15 + 980.0,01 1,15² = 16 Obtendo assim um valor da densidade do álcool de 852 ± 16 kg/m3. A seguinte tabela organiza os resultados das densidades obtidos: Erro relacionado à ρágua (kg/m³) Erro relacionado ao coeficiente angular (kg/m³) ρ (kg/m³) ∆ρ Água 0 10 980 10 Água com sal 0 12 1111 12 Álcool 0 8 870 8 Tabela 4: Densidades e erros Para os cálculos das pressões exercidas pelos diferentes líquidos analisados, utilizou-se a equação (II). Segue o modelo das contas realizadas: P = Patm + ρlíquido.g.h P = 101325 + 1000.9,78.0,015 P = 101471,7 Pa Os erros associados às medidas foram propagados da seguinte forma: 1-) Exemplo da água, utilizando a densidade teórica para os cálculos: ∆P = ∆ρlíquido.g.h + ρlíquido.g. ∆h ∆P = 0 + 1000.9,78.0,0005 = 4,89 2-) Exemplo da água com sal, utilizando a densidade encontrada anteriormente: ∆P = 12.9,78.0,022 + 1111.9,78.0,0005 = 8 3-) Exemplo do álcool, utilizando a densidade encontrada anteriormente: ∆P = 8.9,78.0,023 + 870.9,78.0,0005 = 6 Os demais cálculos foram realizados da mesma maneira. Com os resultados em mão, foi possível construir as seguintes tabelas: Pressão (Pa) h (± 0,0005m) Pressão (Pa) h (± 0,0005m) Pressão (Pa) h (± 0,0005m) 101472 ± 5 0,015 101564 ± 8 0,022 101521 ± 6 0,023 101570 ± 5 0,025 101792 ± 10 0,043 101665 ± 7 0,040 101677 ± 5 0,036 102063 ± 13 0,068 101818 ± 9 0,058 101843 ± 5 0,053 102368 ± 17 0,096 101989 ± 10 0,078 102088 ± 5 0,078 102585 ± 19 0,116 102150 ± 12 0,097 102332 ± 5 0,103 102900 ± 22 0,145 102337 ± 14 0,119 102508 ± 5 0,121 103139 ± 25 0,167 102457 ± 15 0,133 102733 ± 5 0,144 103280 ± 26 0,180 102661 ± 16 0,157 102939 ± 5 0,165 103389 ± 28 0,190 102746 ± 17 0,167 103134 ± 5 0,185 103704 ± 31 0,219 102797 ± 18 0,173 Tabela 5: Água Tabela 6: Água com sal Tabela 7: Álcool Os seguintes gráficos foram construídos baseados nos valores das respectivas tabelas: Gráfico 4: Pressão x Altura de submersão (Água) A função referente ao gráfico acima é dada por: P = Patm + ρl.g.h Sendo assim, o coeficiente angular é definido por: ρl.g. Com o valor de A em mãos, é possível calcular novamente a densidade do líquido. Acompanhe os cálculos: A = ρl.g 9780 = ρl.9,78 ρl = 1000 ± 0,014 kg/m³ O erro associado a este valor de densidade foi propagado da seguinte forma: ∆ρl = ∆A/g ∆ρl = 0,14/9,78 = 0,014 Gráfico 5: Pressão x Altura de submersão (Água com sal) Calculado da mesma maneira do anterior, o resultado da densidade da água com sal é: 1232 ± 14 kg/m³. Gráfico 6: Pressão x Altura de submersão (Álcool) Da mesma maneira da anterior, a densidade encontrada do álcool foi de 789 ± 0,024 kg/m³. Os resultados foram organizados na seguinte tabela: Erro associado ao coeficiente angular (kg/m³) ρ (kg/m³) ∆ρ Água 0,014 1000 0,014 Água com sal 14 1232 14 Álcool 0,024 789 0,024 Tabela 8: Densidade e erros 5. Discussão e Conclusão: Nos gráficos H x h obtemos, através da regressão linear, uma função referente a uma reta média dos pontos, no qual se torna possível calcular a densidade do líquido analisado através de seu coeficiente angular. Por sua vez, o coeficiente linear representa a pressão exercida pelo líquido quando a mangueira não se encontra em contato com este. O valor encontrado para os três gráficos está de acordo com o esperado: zero. Analisando as densidades encontradas através destes gráficos, obtêm-se as seguintes conclusões: no caso dos três líquidos, o erro associado ao valor experimental de densidade está estritamente relacionado ao erro do coeficiente angular, pois a densidade da água necessária utilizada para a realização dos cálculos, foi teórica, sem acompanhamento de erros. Devido a isso, o coeficiente angular e erro associado à densidade do líquido estabelecem uma relação inversa de proporcionalidade, no qual o menor valor de inclinação da reta representa o maior erro (da água salgada) e a maior inclinação, o menor erro (álcool). O mesmo ocorre com a densidade, obtendo-se valores mais elevados para retas menos inclinadas: água salgada mais densa (menor coeficiente angular) e álcool menos denso (maior coeficiente angular). Nos gráficos de Pressão x Altura, tem-se que o coeficiente angular relacionado à regressão linear da curva se relaciona de forma direta com a densidade do líquido, ou seja, quanto maior o valor da inclinação da reta, maior sua densidade. O esperado também ocorre neste gráfico, ao obter-se um valor de densidade maior para a água salgada e menor para o álcool. Já o coeficiente linear representa a pressão atmosférica local, no qual se igualda à teórica quando a altura de submersão da mangueira é igual a zero. Os erros propagados para as densidades, neste caso, são relacionados somente ao erro do coeficiente angular, consequentemente, o aumento no erro do coeficiente angular resulta em um aumento no erro da densidade do líquido. É o que ocorre com a água salgada, no qual possui um grande erro no coeficiente angular que, quando propagado para a densidade, atingi um valor próximo de 100 vezes o erro da água. As pressões por sua vez, devem ser analisadas separadamente. Iniciando com a pressão exercida pela água, observa-se uma igualdade nos erros, resultante da utilização de uma densidade teórica em seu desenvolvimento dos cálculos, relacionando-as somente ao erro da medição da altura (que é o mesmo em cada medição). Já para o cálculo da pressão relacionada à água com sal, um valor experimental de densidade foi utilizado, introduzindo um erro a mais a ser associado. Pelos cálculos, o erro propagado pela medição da altura se mantém constante devido a não alteração de erro associado a esse procedimento, diferentemente do erro associado à densidade experimental: com o aumento do valor da altura, há o aumento do erro propagado pela densidade. 6. Bibliografia: Física 2 (Mecânica dos Fluidos – Calor – Movimento Ondulatório) – SEARS.ZEMANSKY.YOUNG – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A – 2ª Edição Física para Cientistas e Engenheiros Volume 1 – TIPLER, Paul A. MOSCA Gene – 6ªEdição http://www.rwengenharia.eng.br/manometros-de-pressao/
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