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CONSUMIDOR SEGUNDO A TEORIA MAXIMALISTA
Para a teoria maximalista, a definição de consumidor é puramente objetiva. A aplicação do CDC deve ser a mais ampla possível, não importando se a pessoa física ou jurídica busca ou não o lucro quando adquire um produto ou utiliza um serviço. Portanto, o destinatário final é o destinatário fático do produto, aquele que o retira do mercado e o utiliza.
CONSUMIDOR SEGUNDO A TEORIA FINALISTA
A corrente finalista faz uma interpretação restritiva da figura do consumidor. Para os finalistas, o campo de aplicação do CDC deve restringir-se àqueles que necessitam de proteção. Por isso, consumidor é a pessoa física ou jurídica que, além de ser a destinatária fática, é também a destinatária econômica, pois, com a utilização do bem ou serviço, busca o atendimento de necessidade pessoal, sem reutilizá-lo no processo produtivo, nem mesmo de forma indireta.
CONSUMIDOR SEGUNDO A TEORIA FINALISTA APROFUNDADA
A teoria finalista aprofundada ou mitigada amplia o conceito de consumidor incluindo todo aquele que possua vulnerabilidade em face do fornecedor. Decorre da mitigação dos rigores da teoria finalista para autorizar a incidência do CDC nas hipóteses em que a parte, pessoa física ou jurídica, embora não seja tecnicamente a destinatária final do produto ou serviço, se apresenta em situação de vulnerabilidade. Assim, o conceito-chave no finalismo aprofundado é a presunção de vulnerabilidade, ou seja, uma situação permanente ou provisória, individual ou coletiva, que fragiliza e enfraquece o sujeito de direitos, desequilibrando a relação de consumo.
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO OU BYSTANDER
Pessoas atingidas por falhas no produto ou na prestação de serviço, independentemente de serem consumidoras diretas, são amparadas pelas normas de defesa do consumidor. A doutrina convencionou chamar de consumidor por equiparação ou bystander, aquele que, embora não esteja na direta relação de consumo, por ser atingido pelo evento danoso, equipara-se à figura de consumidor pelas normas dos arts. 2º, parágrafo único, 17 e 29 do CDC.
APLICABILIDADE DO CONCEITO DE FORNECEDOR AOS PROFISSIONAIS LIBERAIS
As relações jurídicas estabelecidas entre os profissionais liberais e seus clientes se enquadram nas relações de consumo e são submetidas ao Código de Defesa do Consumidor. Os profissionais liberais são considerados fornecedores por prestarem serviço de forma autônoma e habitual. Assim, no caso, a responsabilidade civil contratual deve ser apurada mediante culpa.
FORNECEDOR E A HABITUALIDADE PROFISSIONAL
Para que se configure a relação de consumo, a relação jurídica praticada pelo agente deve se enquadrar no conceito de fornecedor. Para tanto, é imprescindível a prática da atividade profissional com habitualidade.
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO NO CDC
O direito de reclamar dos vícios dos produtos e serviços e a pretensão de reparar eventuais danos deles decorrentes não se estendem indefinidamente no tempo, submetendo-se a prazos de ordem decadencial e prescricional. No CDC, o prazo decadencial se aplica aos vícios dos produtos e serviços (art. 26) e o prazo prescricional à pretensão indenizatória decorrente dos acidentes de consumo (art. 27).
VÍCIO APARENTE - TERMO INICIAL DE CONTAGEM DO PRAZO DE DECADÊNCIA
No sistema do CDC, o vício aparente enseja responsabilidade do fornecedor de produtos ou serviços. A particularidade está no instante inicial de contagem do prazo de decadência que, tratando-se de vício aparente, ocorre no momento da entrega do produto ou do término da prestação do serviço. Os prazos são aqueles estabelecidos no art. 26 do CDC.
VÍCIO OCULTO DO PRODUTO
O vício do produto pode estar oculto, isto é, não se evidenciar à primeira vista. O prazo decadencial para o consumidor reclamar de vício oculto do produto inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito, e não na data da aquisição do produto. Dessa forma, se o vício é oculto, somente a partir da descoberta do vício é que passarão a correr os prazos de 30 ou 90 dias da garantia legal. Artigo relacionado: art. 26, § 3º, do CDC.
CRITÉRIO DA VIDA ÚTIL
Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito (art. 26, § 3º, do CDC). Detectado o defeito após o decurso do prazo da garantia contratual, subsiste a responsabilidade do fornecedor, tendo-se em vista o critério da vida útil do produto. Desse modo, o critério para delimitação do prazo máximo de aparecimento do vício oculto passa ser o da vida útil do bem. Tal critério, por si só, é suficiente para tutelar os interesses do consumidor, garantindo a prevenção e a reparação de danos patrimoniais durante todo o período de vida útil do produto.
VIDA ÚTIL INFERIOR À LEGITIMAMENTE ESPERADA
A venda de bem durável com vida útil inferior àquela que legitimamente se esperava, além de configurar um defeito de adequação (art. 18 do CDC), evidencia a quebra da boa-fé objetiva, que deve nortear as relações de consumo.
 INÍCIO DO PRAZO DECADENCIAL APÓS O ENCERRAMENTO DA GARANTIA CONTRATUAL
A jurisprudência vem se consolidando no sentido de que o início do prazo decadencial, a respeito do vício do produto (CDC, art. 26), se dá após o encerramento da garantia contratual. Artigos relacionados: art. 26 e art. 50 do CDC.
RECLAMAÇÃO DO CONSUMIDOR PERANTE O FORNECEDOR
A reclamação do consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços, até a resposta negativa correspondente, é causa que obsta a decadência. Conforme jurisprudência atual, não há forma pré-estabelecida para o consumidor realizar sua contestação; pode ser pessoal, por escrito, por meio eletrônico (internet e e-mail) ou por telefone (call centers). A única exigência da lei é quanto à comprovação de que o fornecedor tomou ciência inequívoca da reclamação do consumidor pelos vícios do produto ou serviço. Artigo relacionado: art. 26, § 2º, I, do CDC.
AJUIZAMENTO DE AÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS
O art. 26, § 2º, I, do CDC, apresenta as situações que obstam a decadência. O ajuizamento de ação perante os Juizados Especiais é uma delas.
DANOS CAUSADOS POR FATO DO PRODUTO OU SERVIÇO (ACIDENTE DE CONSUMO)
A ação de reparação de danos por fato do produto ou serviço decorre dos chamados “acidentes de consumo”, ou seja, quando a deficiente prestação do serviço é capaz de gerar danos ao consumidor. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação destes danos. A contagem inicia-se a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. Artigo relacionado: art. 27 do CDC.
APLICAÇÃO DE PRAZOS MAIS VANTAJOSOS AO CONSUMIDOR – TEORIA DO DIÁLOGO DAS FONTES
A jurisprudência, em muitas situações, valendo-se do diálogo das fontes, busca otimizar a proteção ao consumidor, que é determinação de ordem constitucional e deve ser cumprida não somente por uma ou outra norma, mas por todo o sistema jurídico. O próprio CDC dispõe, em seu artigo 7º, a previsão de abertura para interação com outras regras do ordenamento jurídico que possam beneficiar o consumidor.
CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL – TERMO INICIAL
Inicia-se a contagem do prazo prescricional a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. Note-se que o CDC, ao adotar a conjuntiva “e” ao invés da disjuntiva “ou”, deixou claro que não basta que o consumidor, vítima de acidente de consumo, conheça o dano. Deve também conhecer quem foi o seu autor. Artigo relacionado: art. 27 do CDC.

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