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Webaula 2- Arte, Educação e Música

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Webaula 1
Unidade 2 – Leitura de Imagens e a Possibilidade que esta Oferece para o Trabalho Interdisciplinar
Todos os seres humanos deveriam ter uma experiência artística, pois a arte tem o poder de fazer com que o ser humano se conheça melhor, seja mais sensível, perceptível, imaginativo, crítico, criativo e tem também, a magia de provocar em outros seres humanos emoções diversas.
Vamos iniciar nossa leitura com a leitura de algumas imagens!
Curiosidade
O termo Ilusão de óptica ou Ilusão de ótica aplica-se a todas ilusões que "enganam" o sistema visual humano fazendo-nos ver qualquer coisa que não está presente ou fazendo-nos vê-la de um modo errôneo. Algumas são de caráter fisiológico, outras de caráter cognitivo.
As ilusões de ótica podem surgir naturalmente ou serem criadas por astúcias visuais específicas que demonstram certas hipóteses sobre o funcionamento do sistema visual humano. Imagens que causam ilusão de ótica são largamente utilizados nas artes, por exemplo, nas obras gráficas de M. C. Escher. 
Fonte: Ilusão de óptica: 
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilus%C3%A3o_de_%C3%B3ptica
Esta imagem a seguir, é uma imagem estática ou em movimento?
Figura 1 - Um pouco de Ilusão de Ótica
Fonte: Ilusões optica. Disponível em: http://ensinarevt.com/ilusoes_optic/
Como vocês podem perceber, nossa conversa estará em torno das artes visuais e das possibilidades que suas modalidades nos permitem. Desta forma, nosso assunto será sobre imagens, com maior ênfase nas obras de arte. A leitura e o trabalho com obras de arte possibilitam muitas propostas artísticas.
Convido vocês a brincarem com as imagens, em seguida apresentarei exemplos de um trabalho interdisciplinar a partir da leitura de uma obra de arte.
Link 
Agora confira ao vídeo Ilusão ótica:
http://ilusoesoptica.blogspot.com/
Ao levar uma imagem ou obra de arte, para a sala de aula, habilidades de percepção, intuição, raciocínio e imaginação atuam. É bom que desde cedo os alunos tenham contato com obras artísticas, conhecendo certos artistas, suas obras, a técnica e os materiais utilizados, o contexto em que foram produzidas, os sentimentos e lembranças que ela provoca. Em suma, inseri-los em um contexto cultural, por intermédio da leitura e também releitura de obras. De acordo com Martins (1998, p. 74):
Da mesma forma que para ler os livros precisamos decodificar as letras, sílabas, dominar a gramática, enfim, ser alfabetizados nessa língua, o mesmo acontece com a arte. Quanto mais uma pessoa entra em contato com as formas artísticas, mais se aprofunda nessa linguagem, enriquece seu repertório, conhece autores/artistas, tem acesso à compreensão da produção estética da Humanidade.
Quando falamos em leitura de imagens diversas, muitas pessoas ficam confusas sobre o que realmente seja, pois não concebem as imagens como textos, muito menos para serem lidos. Mas nós lemos, fazemos constantemente nossas leituras, não só de textos escritos ou verbais como também de outros. Mesmo que essas leituras não sejam conscientes, nós lemos. Lemos o mundo a nossa volta e tudo o que ele nos oferece. Lemos as cores, as formas, as texturas, os sons, as imagens e as pessoas. Para Rezende (2007) “a leitura implica em tramitar por tudo isso, as coisas são vistas em conjunto”.
Voltando à sala de aula e a leitura de imagens, é aconselhável que essa leitura seja oral, para que o educador possa saber como os alunos estão observando e interpretando a obra, para provocá-los, caso seja necessário, a perceberem maiores detalhes e fazerem perguntas, deixando dessa forma, a aula mais dinâmica e completa.
Em uma proposta de leitura de obra, o professor deverá iniciar fazendo alguns questionamentos, mas é bom lembrar que neste tipo de proposta, o professor é o mediador, que deverá fazer suas intervenções apenas nos momentos oportunos, quem mais deverá falar sobre suas percepções e sensações são os alunos. Estas intervenções, se necessárias, serão uma forma de instigar o olhar de seu aluno, levantando questões que não foram percebidas.
Quando o aluno faz a leitura de uma obra de arte, geralmente ele cria uma história sobre o que está vendo, o professor deve deixá-lo dar asas à imaginação, isto contribui para mais tarde, quando ele for produzir um texto. Quanto mais o aluno exercitar a imaginação, mais facilidade terá em produzir textos.
Depois da leitura de obra, o educador pode contextualizá-la da seguinte forma: tal imagem foi produzida por um sujeito, em um determinado contexto, em uma época determinada, segundo sua visão de mundo. As informações relativas às obras trabalhadas deverão ser breves, pois é fora de propósito dar uma aula de história da arte nos moldes da escola tradicional, com memorização de datas e locais a alunos do ensino fundamental (anos iniciais). A contextualização histórica deverá ser breve, de acordo com a idade dos alunos, com seu tempo de concentração e também com a sua curiosidade.
Segundo Pillar (2008), ler uma obra seria perceber, compreender, interpretar esta trama de cores, texturas, volumes, formas, linhas que constituem uma linguagem. Perceber objetivamente os elementos presentes na imagem, sua temática, sua estrutura. Seria saboreá-la em diversos significados. A leitura de uma obra de arte é uma aventura onde cognição e sensibilidade se interpenetram na busca de significados, na leitura de mundo.
Ao sugerirmos leitura de imagens, dentre elas obras de arte, faz-se necessário lembrar, que esta leitura poderá acontecer tanto em sala de aula, como também em aulas extraclasse, com visita a museus, galerias, exposições, etc.
Até então falamos de leitura de imagens diversas, dentre elas a de obras de arte. Vamos agora abordar a releitura, uma pratica difundida por todo o Brasil, mas que muitas vezes é entendida de forma equivocada. A releitura poderá acontecer após, ou antes, da leitura de obra de arte. Releitura é uma das possibilidades de um trabalho a partir de uma imagem, mas temos muitas outras propostas artísticas muito interessantes também, que apresentaremos no decorrer deste texto.
Muitos professores acreditam ser a releitura a cópia fiel do quadro original e quanto mais próximo do quadro, quanto melhor for a cópia, julgam ser melhor o trabalho. Esta concepção é totalmente equivocada. Cópia é aprimoramento técnico, sem transformação, sem interpretação, sem criação. Na releitura, há transformação, interpretação, criação com base num texto visual.
A releitura de uma obra de arte é, reinterpretação é fazer algo, “por a mão na massa”, diferente da leitura. Leitura e releitura são, no entanto, criações. Reler é ler novamente, é reinterpretar, criar novos significados. Ao interpretarmos, através da pintura ou de qualquer outra linguagem artística, uma imagem ou obra, com a ideia de recriá-la, reconstruí-la em outro contexto, estamos fazendo uma releitura dela.
Fazer a releitura de uma obra de arte não é copiá-la, é refazê-la, segundo o olhar e estilo de quem a refaz, na releitura há criação. Reler uma obra é fazer uma nova composição, fazendo referência ou citação à obra original, porém, do jeito de quem a refaz, de quem a reinterpreta. Numa releitura a essência da obra, o principal elemento persiste, porém a composição é elaborada novamente por outra pessoa, no nosso caso, o aluno, em outro contexto, segundo seus critérios e talvez com outra técnica. Para Barbosa (1991, p. 107):
Quando o aluno observa obras de arte e é estimulado e não obrigado a escolher uma delas como suporte de seu trabalho plástico a sua expressão individual se realiza da mesma maneira que se organiza quando o suporte estimulador é a paisagem que ele vê ou a cadeira de seu quarto [...].
O importante é que o professor não exija representação fiel, pois a obra observada é suporte interpretativo e não modelo para os alunos copiarem.
Veja o exemplo de uma releitura de obra de arte. Esta é a obra “Pássaro” de Aldemir Martins, pintada em 1999.
Figura 2 - Pássaro
Fonte: 50. Pássaro 1999 Aldemir Martins. Disponível em:http://www.4shared.com/photo/7cvT6c2Q/50_Pssaro_1999_Aldemir_Martins.htmlOs trabalhos a seguir são releituras da obra de Aldemir.
Preste atenção, a essência da obra, o pássaro e as cores fortes, permaneceu como principal elemento, no entanto, os alunos não a copiaram, eles a recriaram, mas do jeito ou estilo deles, escolhendo outras cores, outra posição para o pássaro, mas permanecendo as cores fortes. Sendo assim, podemos dizer que eles fizeram uma referência, uma citação à obra original, mas não a copiaram, no trabalho deles houve um exercício de criação, de organização espacial, de qualidade estética. No quadro do pintor a técnica utilizada foi tinta acrílica sobre tela, já na dos alunos foi mosaico de papel sobre papel.
Ao olharmos uma obra de arte, vemos o mundo, por intermédio do olhar do artista. Ao apreciá-la, podemos descobrir o que o artista imaginava, o contexto da época, como ele usava as formas, cores, texturas, etc.
A leitura de imagens propicia o trabalho interdisciplinar, portanto um ótimo recurso para o professor, além das contribuições que este exercício traz ao desenvolvimento do aluno.
O trabalho interdisciplinar é de extrema relevância, pois as áreas do conhecimento dialogam entre si, elas têm pontos de interseção e o professor não pode perder esta oportunidade de propor atividades interdisciplinares.
Não podemos pensar de forma fragmentada, precisamos ter uma visão do todo e possibilitar esta mesma visão a nossos alunos, articulando um diálogo entre as diferentes disciplinas, para que o conhecimento do aluno aconteça. O aluno que sempre aprende de forma fragmentada, que durante toda a sua escolaridade e processo de aprendizagem, toma contato com as disciplinas sempre divididas em segmentos, forçosamente desenvolverá uma percepção igualmente fragmentada dos conhecimentos de cada área. Isso, sem dúvida, acaba moldando uma forma de pensar que dificilmente incluirá a síntese e, um dos fatores que auxilia o aluno aprender a sintetizar é ter uma visão global dos fatos.
A interdisciplinaridade tem como objetivo construir um conhecimento da totalidade, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, integrar conteúdos não é suficiente, de acordo com Fazenda (1993), precisa atitude, isto é, postura interdisciplinar. Atitude de busca, envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento.
Vejam como realizar um trabalho interdisciplinar a partir da obra de Andy Warhol, um artista da Pop Art, mas antes vamos saber um pouco mais sobre ele e sua arte.
Vamos refletir!
Andy Warhol (nasceu em Pittsburgh em 6 de agosto de 1928, com o nome de Andrew Warhola e faleceu em Nova Jersey no dia 22 de fevereiro de 1987) foi um empresário, pintor e cineasta norte-americano, bem como uma figura maior do movimento pop art.
Os anos 1960 marcam uma guinada na sua carreira de artista plástico e passa a se utilizar dos motivos e conceitos da publicidade em suas obras, com o uso de cores fortes e brilhantes e tintas acrílicas. Reinventa a pop art com a reprodução mecânica e seus múltiplos serigráficos são temas do cotidiano e artigos de consumo, como as reproduções das latas de sopas Campbell e a garrafa de Coca-Cola, além de rostos de figuras conhecidas como Marilyn Monroe, Liz Taylor, Michael Jackson, Elvis Presley, Pelé, Che Guevara e símbolos icônicos da história da arte, como Mona Lisa. Estes temas eram reproduzidos serialmente com variações de cores.
Além das serigrafias Warhol também se utilizava de outras técnicas, como a colagem e o uso de materiais descartáveis, não usuais em obras de arte.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Andy_Warhol
Veja a seguir um trabalho de serigrafia que são reproduções das latas de sopas Campbell.
Figura 5 – Lata de Sopa Campbell’s II
Fonte: MATTOS, Paula Belfort. Revista A arte de Educar. Cartilha de Arte e Educação para professores do Ensino Fundamental e Médio.Antonio Bellini Editora & Cultura. Curitiba, 2003.
PROPOSTA DE UM TRABALHO INTERDISCIPLINAR
Há sugestões de trabalho tanto para educação infantil, como também para o ensino fundamental.
CONCEITOS A EXPLORAR
Artes Visuais 
Aprender sobre a técnica da serigrafia;
Realizar desenhos sobre bandejas de isopor (destas que vem com frios), este desenho deverá ser feito com um prego ou a ponta da tampa da caneta, deixando vincos, cortes nos contornos do suporte, em seguida o aluno deverá pintar sobre o desenho com tinta guache ou outra, e utilizar a bandeja como se fosse um carimbo, semelhante à técnica da gravura ou mesmo da serigrafia, que a partir de uma matriz, imprime várias cópias, como se fosse um carimbo;
Fazer um trabalho de colagem utilizando produtos de consumo;
Fazer uma instalação utilizando embalagens industrializadas;
Fazer um trabalho de construção com sucatas;
Fazer a releitura do trabalho utilizando um produto brasileiro e mais próximo do nosso contexto.
Ciências
Pesquisar sobre os alimentos enlatados;
Pesquisar alguns nutrientes de alguns vegetais;
Estudar o processo industrial que passa um determinado alimento enlatado;
Fazer a pirâmide dos alimentos.
Fazer uma pesquisa sobre alimentação saudável;
Perceber que somos diferentes com características diferentes como (cor de olhos, cabelos, estrutura do corpo, altura, peso, sexo, etc.) e que devemos respeitar o outro, seja ele como for, em seguida fazer uma pesquisa sobre o bullying.
Quadro 1 – Figura 5 - PIRÂMIDE ALIMENTAR
Fonte: Arte Brasilis: PIRÂMIDE ALIMENTAR: PREVINA O CÂNCER DE INTESTINO - Alimentação: a pirâmide alimentar. Disponível em: http://artebrasilis.blogspot.com.br/2010/02/piramide-alimentar-previna-o-cancer-de.html
Matemática 
Aprender e fazer trabalhos de geometria;
Fazer uma pesquisa na sala de aula para saber quais as frutas e vegetais mais consumidos pelos alunos. Confeccionar um gráfico com o resultado da pesquisa (Tratamento da informação). 
Língua Portuguesa 
Pesquisar receitas de sopa e cada aluno trazer uma receita para a sala de aula, para posteriormente trocarem as receitas e fazerem alguma, caso seja possível;
Escolher uma das receitas para encontrarem e circularem nela (verbos ou adjetivos ou substantivos ou ocorrências ortográficas) conteúdos de acordo com a série ou ano do aluno;
Fazer uma produção de texto sobre vida saudável;
Produzir um texto falando sobre a obra de Andy Warhol, as impressões que ela lhe causou, sobre o consumismo.
Geografia 
Fazer uma pesquisa sobre a reciclagem. Que efeitos causam no solo determinados produtos industrializados como: papelão, plástico, latas, etc.;
Localizar no mapa, onde surgiu a Pop Art;
Pesquisar qual o produto alimentício mais produzido no seu estado ou cidade.
História 
Fazer uma entrevista com os avós e em seguida com os pais. Perguntar aos avós como eles alimentavam seus filhos (no caso os pais dos alunos) quando eram bebês e começaram a comer alimentos sólidos. Em seguida fazer a mesma entrevista aos pais, em relação à alimentação deles (os alunos), por fim comparar, se houve mudanças no tipo de alimentação, na papinha, se os alimentos eram os mesmos, no que mudou;
Fazer uma pesquisa sobre o movimento artístico Pop Art.
Música 
Ensinar a cantar e apresentar o clip da Palavra Cantada “Sopa”;
Perceber os instrumentos que constam na canção, se reconhecem algum;
Perceber se é cantada por vozes masculinas, femininas ou mistas, por adultos ou por crianças.
Educação Física 
Conhecer o que seja IMC (índice de massa corpórea) ver como é feito o cálculo e aprender os cuidados que deverá ter com a alimentação, para ter um peso adequado ao seu tamanho e qualidade de vida.
Para Refletirmos no Fórum
Você que já está em sala de aula, já trabalhou com imagens? Com que frequência?
E você que em breve iniciará sua carreira de educador, pretende trabalhar com imagens em sala de aula?
Vocês concordam sobre a importância do desenvolvimento da criança no trabalho a partir de imagens?
Imaginem a quantidade de comerciais que as crianças vêm por dia, as propagandas são ótimos materiais didáticos, dá para mostrar diversas coisas sobre elas. O comercial do cigarro cria ummundo fantasioso, aparecem pessoas bonitas, saudáveis e que se dão bem. Os comerciais dos carros nos induzem a achar que, se os compramos, nos tornaremos mais bonitos e poderosos.
Sugestão de Leitura
Jandira Mansur
Fonte: Mansur, Jandira. O frio pode ser quente? São Paulo: Ática, 1985
A preocupação no âmbito educacional em torno do processo de fragmentação do conhecimento escolar não é recente, por este motivo, desde o início do século XX, teóricos vem pesquisando e propondo o trabalho interdisciplinar. Apesar dos esforços destes teóricos, paira uma dúvida em relação à aplicabilidade do trabalho interdisciplinar, a dúvida é se os professores realmente sabem elaborar e aplicar uma aula interdisciplinar.
O processo de fragmentação do conhecimento escolar manifesta suas características de diversas formas e em várias instâncias educativas, praticadas de forma consciente ou inconscientemente pelos educadores. Há professores que se dizem interdisciplinares, no entanto não são, por outro lado, há professores que tem uma postura interdisciplinar, conseguem articular alguns conteúdos de diferentes disciplinas, porém, não tem consciência de que estão trabalhando interdisciplinarmente.
LINK
Já que o assunto é interdisciplinaridade, assista ao clip de dança flamenca  que faz uma junção de duas linguagens artísticas dança e pintura:
http://www.youtube.com/watch?v=wW5vu07hpNo
arte conjugada flamenco pintura
Para Carvalho (1998, p.23), “[...] interdisciplinaridade traduz o desejo de superar as formas de aprender e de transformar o mundo, marcadas pela fragmentação do conhecimento organizado nas chamadas disciplinas”.
A interdisciplinaridade tem como objetivo construir um conhecimento da totalidade, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, integrar conteúdos é suficiente, de acordo com Fazenda (1979:8), precisa atitude, isto é, postura interdisciplinar. Atitude de busca, envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento.
Carvalho (1998, p. 21) afirma que o trabalho interdisciplinar exige estar aberto para mudança:
[...] uma postura interdisciplinar em educação vai exigir muita abertura para mudanças que podem passar, por exemplo, pela construção de novas metodologias, pela reestruturação dos temas e dos conteúdos curriculares, pela organização de equipes de professores que integrem diferentes áreas do saber e pelas instituições de ensino que tenham abertura para experimentar novas formas de organizar os profissionais, os currículos e os conteúdos, a estrutura formal das séries, [...]
[...] Pode parecer simples, mas na verdade isso exige uma imensa coragem e disponibilidade para deixar o porto seguro de nossas certezas e conviver com as diferenças e a pluralidade de pontos de vista. (CARVALHO, 1998, p. 55)
O potencial de aprendizagem humano é uma característica inerente, entretanto ele deve ser estimulado e, para tanto, é primordial haver a integração com o mundo, a ação e a experimentação, a reflexão sobre a ação – que deve ser resultante da promoção de diálogos e trocas. Ora, a velha forma tradicional, na qual alunos ficavam fechados em si mesmos, produzindo sozinhos, deve ser modificada, abrindo espaço para o trabalho coletivo, para as ações significantes desses sujeitos.
O ponto de partida e de chegada de uma prática interdisciplinar está na ação. Desta forma, através do diálogo que se estabelece entre as disciplinas e entre os envolvidos nas ações, a interdisciplinaridade "devolve a identidade às disciplinas, fortalecendo-as" e evidenciando uma mudança de postura na prática pedagógica. Portanto, o professor que trabalha de forma interdisciplinar, é aquele que sabe montar uma rede dialógica entre as diferentes áreas do conhecimento.
Interdisciplinaridade diz respeito à ação recíproca comum e a qualidade desta ação, frisando a interdependência, a interação, a comunicação existente entre as disciplinas e buscando a integração do conhecimento num todo harmonioso e significativo.
Fazenda (1988) caracteriza a interdisciplinaridade “pela intensidade das trocas entre os especialistas e pela integração das disciplinas em um mesmo projeto de pesquisa. (...) Em termos de interdisciplinaridade ter-se-ia uma relação de reciprocidade, de mutualidade, ou melhor dizendo, um regime de co-propriedade, de interação, que irá possibilitar o diálogo entre os interessados”.
A ideia também não é procurar um caminho para homogeneizar todas as ciências ou restringi-las a um enfoque. Para que haja a junção das partes, é fundamental que a objetividade de cada uma seja plenamente reconhecida e respeitada. Além de reconhecer as diferenças, é preciso saber identificar onde se encontram as zonas de intersecção entre as áreas, ou seja, localizar os pontos que elas apresentam em comum. Para que isso aconteça é necessário abrir espaço de diálogo entre as disciplinas e identificar, onde se encontram as aberturas que permitem incorporar as contribuições de cada uma. E assim, proporcionar que as disciplinas sejam solidamente articuladas.
É importante que os professores percebam os conhecimentos prévios de seus alunos sobre o conteúdo que está sendo aplicado e tenham em mente, que estes conhecimentos prévios não são obstáculos para a aprendizagem, mas o requisito indispensável a ela. De acordo com Ausubel (2003), a aprendizagem significativa ocorre quando uma nova informação adquirida “ancora-se” em conceitos relevantes previamente existentes na estrutura cognitiva do aprendiz.
Como na vida, as várias facetas se complementam, assim também acontece no conhecimento, afinal o processo de aprendizagem se dá através de associações com aquilo que já foi adquirido.
À medida que o ensino propiciar experiências afetivas positivas, essa interligação ocorrerá também positivamente e gerará, no aprendiz, uma maior predisposição para aprender. Sendo assim, essa predisposição, juntamente com a estrutura cognitiva adequada e o significado lógico dos materiais educativos do currículo, representa a condição indispensável para a aprendizagem significativa.
Aprender possui um caráter dinâmico, que exige ações de ensino direcionadas para que os alunos aprofundem e ampliem os significados elaborados mediante suas participações nas atividades. Nessa concepção o ensino é um conjunto de atividades sistemáticas, cuidadosamente planejadas, em torno das quais, conteúdo e forma articulam-se inevitavelmente, cujo professor e o aluno compartilham parcelas cada vez maiores de significados com relação aos conteúdos do currículo escolar. O professor contemporâneo precisa constantemente pesquisar, se atualizar e, conseqüentemente, aprender: os ambientes, as pessoas, as relações e os diversos saberes.
Arte Brasilis: PIRÂMIDE ALIMENTAR: PREVINA O CÂNCER DE INTESTINO - Alimentação: a pirâmide alimentar. Disponível em: http://artebrasilis.blogspot.com.br/2010/02/piramide-alimentar-previna-o-cancer-de.html
AUSUBEL, D. P. Aquisição e retenção de conhecimentos: Uma perspectiva cognitiva, Lisboa: Editora Plátano, 2003.
BARBOSA, Ana Mae Bastos. A imagem no ensino de arte. Porto Alegre: Perspectiva, 1991.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília,1998. v. I.
CARVALHO, I. C. de M. Em direção ao mundo da vida: interdisciplinaridade e educação ambiental. Cadernos de educação ambiental. Brasília: IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, 1998.
CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral/CABRAL, Flávia Sant’Ana. Cartum: aprendizagem significativa integrando linguagens. In: Anais da VII SEMANA DA EDUCAÇÃO/III ENCONTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL/ IV MOSTRA DE ESTÁGIO DO CURSO DE PEDAGOGIA: FORMAÇÃO DE PROFESSORES DIMENSÕES ÉTICA, POÉTICA E POLÍTICA.
______, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino das artes: pedagogia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
COLL, César. Aprendendo arte: conteúdos fundamentais para o ensino fundamental. São Paulo: Ática, 2000.
COSTA, Cristina. Questões de arte: o belo, a percepção estética e o fazer artístico.2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.
DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione, 1994.
FAZENDA, Ivani C. Interdisciplinaridade: Um projeto em parceria. Ed Loyola, São Paulo, 1993.
________________. (1994). Interdisciplinaridade: História, teoria e pesquisa. Campinas, São Paulo: Papirus.
FREIRE, Paulo. (1979). Educação e Mudança. 14ª ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra.
FUSARI, M. F. R.; FERRAZ, M. H. C. T. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1992.
HERNÀNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Ilusão de óptica: Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilus%C3%A3o_de_%C3%B3ptica
LAVAQUI, V. A interdisciplinaridade e o trabalho com projetos: uma proposta pedagógica para o ensino de ciências e de matemática na escola média. Dissertação. (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática). Universidade Estadual de Londrina. 2004.
LONDRINA. Secretaria Municipal de Educação. Proposta pedagógica de 1ª a 8ª série da Rede Municipal de Ensino de Londrina: versão preliminar: arte. Londrina, 2006.
LIBÂNEO, J.C. Adeus Professor, Adeus Professora?: Novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 2002.
Mansur, Jandira. O frio pode ser quente? São Paulo: Ática, 1985.
MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias. Didática do ensino de arte: a língua mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
MATTOS, Paula Belfort. Revista A arte de Educar. Cartilha de Arte e Educação para professores do Ensino Fundamental e Médio.Antonio Bellini Editora & Cultura. Curitiba, 2003.
MOREIRA, Marco Antônio. Aprendizagem Significativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília, c.1999.
PILLAR, Analice Dutra. GRAFISMO (desenho infantil). IN MARTINS, Heloise . Revista Viver Mente e Cérebro – Especial Emília Ferreiro. 2008. Disponível em: http://www.helomartins.com.br/temas/grafismo-infantil.html
REZENDE, Lucinéa. A leitura: comunicação apresentada durante a disciplina Leitura e Visão de Mundo do curso de Mestrado em Educação da Universidade Estadual de Londrina. Londrina: UEL, 2007.
Andy Warhol. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Andy_Warhol
Webaula 2
Unidade 2 – A Arte e suas Possibilidades de Ensino e Aprendizagem
Vamos Refletir!
Iniciaremos esta nossa conversa com um vídeo que aborda a questão da igualdade e diferença, para que você possa refletir, pois o nosso assunto é sobre o ensino multicultural.
Link
Diversidade Étnico-Cultural
http://www.youtube.com/watch?v=vFXOnjuv0fA
Somos resultado de um hibridismo, pois o Brasil se caracteriza pela mistura de etnias e desta mistura de negros, brancos, indígenas dentre outros é que nós surgimos. Abrigamos diversas culturas, no entanto, não lidamos com naturalidade ou facilidade com as diferenças. Quando temos consciência das diferenças entre as pessoas, da individualidade de cada um, falamos de multiculturalismo.
Falar de diferenças, quando muitos discursos abordam a igualdade, parece ser uma contradição. A igualdade tão falada nos discursos diz respeito à igualdade legal, relacionada à lei, aos direitos e deveres de cada um, por exemplo: todas as crianças têm direito a educação, a freqüentar a escola, neste momento, o que prevalece é a igualdade. Quanto à diferença mencionada, esta diz respeito ao multiculturalismo, que está relacionado à diferença de valores, de costumes, por exemplo: em uma sala de aula, todos têm o direito de estar lá, no entanto, cada aluno é único, é singular e espera-se que neste contexto, estas singularidades sejam respeitadas, ao abordar assuntos como: religião, costumes, classe social, gostos musicais, orientação sexual, dentre outros. O professor deve ser cuidadoso, imparcial e aberto a determinados assuntos e situações. De acordo com CANEN (2002), o multiculturalismo,
[...] busca respostas plurais para incorporar a diversidade cultural e o desafio a preconceitos, nos diversos campos da vida social, incluindo a educação. Procura pensar caminhos que possam construir uma ciência mais aberta a vozes de grupos culturais e étnicos plurais (Canen: 2002, 178).
A área que mais tem se preocupado com a questão multicultural é a da antropologia. Segundo os antropólogos Mukhopadhyay e Moses (1994) a educação multicultural deriva de dois conceitos antropológicos fundamentais: educação e cultura. Para eles a educação se refere aos processos formais e informais através dos quais a cultura é transmitida aos indivíduos. A escola é somente um desses processos. A educação é a experiência básica do ser humano aprender a ser competente na sua cultura.
A questão étnica é apenas uma das características do indivíduo, tendo em vista numerosas microculturas que existem em toda sociedade, baseadas em aspectos como religião, idade, gênero, ocupação, classe social, etc., Como essas microculturas ou subculturas estão presentes em qualquer sociedade, a educação sempre se relacionou com a aquisição de competências em muitas culturas. Educação multicultural, na visão antropológica, é uma experiência humana normal e não uma recente descoberta das sociedades modernas e etnicamente complexas.
A educação multicultural reconhece similaridades entre grupos étnicos ao invés de salientar as diferenças, promovendo o cruzamento cultural. De acordo com Mukhopadhyay e Moses (1994), a troca cultural, assim como a troca de códigos, não requer o abandono de identificações primeiras do seu grupo cultural, como é a preocupação de algumas minorias, nem levará inevitavelmente à ruptura da pessoa com seus sistemas de valores.
Os educadores devem criar ambientes de aprendizagem que promovam a alfabetização cultural.
A globalização cada vez mais aproxima grupos de culturas diferentes, desta forma, a diversidade cultural passa a ser alvo de intensos debates. Um grande desafio em relação a essa realidade é que se pretende o igual, mas ao mesmo tempo, exige-se o diferente.
É preciso reconhecer e respeitar as diferenças próprias de cada indivíduo. O reconhecimento da diferença é ponto de partida para que se viva em harmonia, não com os iguais, já que igualdade só deve existir do ponto de vista legal, mas do ponto de vista humano, social, o que nos interessa é realmente ser diferentes.
De acordo com Boaventura de Souza Santos, “Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza”.
A diversidade étnico-cultural está presente diariamente no contexto brasileiro expressando-se na música, na religião, na dança, na culinária, na nossa língua portuguesa e entre inúmeras atividades, somos um povo com muitas caras! Diante desta realidade, espera-se que a escola configura-se como um espaço legítimo onde se dê o processo de socialização, o ambiente no qual mais se discute a questão da diversidade – cultural étnica e social e para que este processo aconteça é necessário o convívio multicultural que implica respeito ao outro.
PARA REFLETIR NO FORUM
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“Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza”. Boaventura de Souza Santos.
Pensando nesta diversidade cultural, é que propomos a realização de composições artísticas a partir da arte africana:
Pesquisa sobre a música africana, a dança, a culinária e suas influências no Brasil;
Pesquisa sobre artistas  africanos, afro descendente ou brasileiros que valorizam a cultura africana e outras culturas: Keith Malet, Heitor dos Prazeres, Rubem Valentim, Debret, Di Cavalcanti etc;
Propostas a partir de histórias da literatura infantil cujo personagens são negros, indígenas ou que fogem do “Padrão Europeu”, propiciando assim a inclusão.
SUGESTÃO DE LEITURA
As Tranças de Bintou é uma linda história, escrita por Sylviane A. Diouf, que conta o sonho de Bintou, uma menina africana, de ter tranças como todas as mulheres mais velhas desua aldeia. Mas, como ainda é criança, tem de se contentar com os birotes. A autora Sylviane A. Diouf, filha de pai senegalês e mãe francesa, criou uma delicada história sobre a angústia do rito de passagem e o aprendizado do crescimento. As ilustrações de Shane W. Evans reforçam beleza, tradição e encantamento da cultura africana. Um belo exercício de respeito à pluralidade cultural e ao amadurecimento.
Agora a nossa conversa é outra, iniciaremos analisando a ilustração a seguir:
Fonte: CAVA, Thiago S. Cabral – Londrina, 2008.
Vivemos rodeados por imagens. As imagens se encontram por toda parte. Para Camargo (apud REZENDE, 2005), a imagem foi o primeiro meio de comunicação com o outro, ela, a imagem, constrói significado e esse significado é simbólico. Esse mesmo autor nos diz que dialogamos com o mundo por intermédio das imagens, portanto, torna-se necessário a alfabetização visual.
Aprender a ler imagens vem primeiramente da necessidade de compreensão do próprio mundo natural e depois, da construção e compreensão do mundo da cultura.
Ver significa conhecer, perceber, apropriar-se de algo. Pela visão alcançamos as pessoas, os objetos, às formas, enfim, o mundo ao nosso redor. Ver também é um exercício de construção perceptiva, onde os elementos selecionados e o percurso visual podem ser educados.
Quando nos referimos às imagens, estamos falando de artes visuais que têm como objeto de estudo a imagem e nela encontramos as formas, as linhas, as cores, as texturas, entre outros que são elementos básicos do desenho. Imagem é tudo que se vê: imagem digital, computadorizada, televisiva, cinematográfica, placas e sinais, gravura, desenho, pintura, escultura, etc.
De acordo com Cava (2008), a junção entre os meios tecnológicos, os meios audiovisuais, mais as artes plásticas e os sinais visuais, pertence às artes visuais. Quando nos referimos às artes visuais, estamos falando de: desenho, pintura, colagem, gravura, construções tridimensionais (sucata, modelagem, escultura, instalação) imagens fotográficas, cinematográficas, televisivas, virtuais dentre outras.
Iniciamos nossa conversa abordando a questão da imagem, pois nosso assunto será sobre meios de comunicação, meios tecnológicos e mídia e a imagem está intimamente ligada a estes temas.
Quando falamos sobre os meios de comunicação, os meios tecnológicos, certamente não nos remetemos à escola, mas possivelmente pensamos na influência deles sobre os que ali freqüentam, ou seja, sobre as crianças, adolescentes e até mesmo os adultos, enfim, a influência da mídia na vida das pessoas.
Constantemente ouvimos professores reclamarem sobre a influência dos meios de comunicação nas atitudes, nos costumes, na moda, dentre outros, de seus alunos, e percebe-se que esta influência perturba a grande maioria dos educadores e estes vêem os meios de comunicação, como adversários, como algo ruim, que atrapalha suas práxis em sala de aula. Possivelmente algumas vezes eles têm razão, pois existem muitas coisas ruins sendo veiculadas pela mídia, no entanto, não podemos separar nossos alunos do mundo, colocá-los em invólucros, para “protegê-los” da vida lá fora.
Como educadores o que podemos fazer, é tirarmos proveito dessa situação, isto é, utilizá-la em prol da educação, como estratégia em sala de aula. Sendo assim, devemos oportunizar nossos alunos a ler e compreender as imagens e mensagens que os rodeiam, estimulando a reflexão, o olhar mais atento, pesquisador e, conseqüentemente, propiciando o desenvolvimento da criticidade e senso estético.
Reflita sobre a ilustração a seguir:
Para nos aliarmos e tirarmos proveito da presença dos meios de comunicação e da mídia em sala de aula, nossa atitude, enquanto educador, não pode se assemelhar a de um professor apático, parado no tempo, precisamos ser flexíveis, inovadores, pois o interesse de nossos alunos se diferem dos interesses de alunos de quinze anos atrás, por exemplo. De acordo com (Kenski in Libâneo, 2002),
sabendo muitas coisas ouvidas no rádio, vistas na televisão, em apelos de outdoors e informes de mercado e shopping centers que visitam desde pequenos. Conhecem relógios digitais, calculadoras eletrônicas, vídeo-games, discos a laser, gravadores e muitos outros aparelhos que a tecnologia vem colocando à disposição para serem usados na vida cotidiana.
Estes alunos estão acostumados a aprender através dos sons, das cores, das imagens fixas das fotografias ou, em movimento, nos filmes e programas televisivos. (...) O mundo desses alunos é polifônico e policrômico. É cheio de cores, imagens e sons, muito distante do espaço quase que exclusivamente monótono monofônico e monocromático que a escola costuma lhes oferecer.
O medo de professores brasileiros em utilizar imagens é citado pela arte-educadora e pesquisadora Barbosa (1998). Comenta que os professores abrem mão da televisão, das obras de arte e imagens em geral, por temerem a sedução de seus alunos por elas, já que o mundo fora das quatro paredes de uma sala de aula é inundado por imagens e isso os seduz.
Existem escolas que não têm acesso aos meios tecnológicos, no entanto, nada impede que seus docentes utilizem materiais de apoio diversos, que não são tão “novos” assim, mas que não deixam de ser novidade, como televisão, retroprojetor, projetor de slides, aparelhos de vídeo e DVD. Em algumas situações, estes materiais, ficam guardados a sete chaves, dificultando assim, a ação do professor, mas este não deve se desanimar. Segundo Pimentel in Barbosa (2000, p. 116), o uso de mais de um meio pode gerar imagens muito interessantes e significativas, que levem o aluno a elaborar seu pensamento artístico e a trabalhar com ele de forma consistente.
Ao aludirmos imagens e mensagens veiculadas pela mídia, mais precisamente a TV, não estamos fazendo apologia a ela, nem a rotulando como a única e grande vilã da vida contemporânea. Estamos propondo uma reflexão junto a nossos alunos, como mediadores entre programa assistido e alunos, em torno do que se vê na mídia, estamos sugerindo um olhar mais crítico sobre questões como moda, jeito de ser e ver o mundo. Será que todo homem ou mulher bonita tem sempre um carro luxuoso, do ano, é bem sucedido, feliz e tem o mundo a seus pés, como mostram as propagandas de automóveis? Será que isso não está criando uma confusão, não apenas em crianças e jovens, como também em adultos, em relação a valores, ética e tantas outras questões, fundamentais na vida do ser humano, quando trocam o “ser” pelo “ter”, não é o ser humano que conta e sim o que este ser humano tem?
Para Duarte Jr. (1999), especialistas em moda ditam o que vestir, as pesquisas apontam o candidato mais votado, sexólogos desenvolvem técnicas de melhor desempenho entre os lençóis, enfim, estamos sempre seguindo os especialistas, a moda, a mídia e tantos outros.
Segundo médicos e pesquisadores da área da saúde, nunca houve tantos casos de anorexia e bulimia como nas últimas décadas. Criaram um padrão longilíneo, ou seja, magérrimo de mulher, muito longe do padrão brasileiro, tendo como conseqüência o sofrimento de muitas pessoas, como se houvesse um único padrão de beleza. A beleza é relativa, em relação à arte, o “belo” é subjetivo, carregado de significado, por exemplo, uma marcha fúnebre, pode ser bela, apesar de nos remeter à morte, tristeza, etc.
Segundo Duarte Jr. (1999), uma top model, quando sai em uma revista, aparece “perfeita”, sem celulite, cicatrizes, estrias e tantas outras coisas comuns num ser humano, mesmo jovem. Esses modelos foram maquiados, para corrigir suas imperfeições, depois passaram por uma série de fotos, centenas, tiradas por um fotógrafo profissional, com uma câmera profissional e, por fim, corrigidas em um computador, sendo assim, aquelas imagens de verdadeiras “Afrodites” que saem nas revistas, são simulacros, isto é, simulações da verdade. Aí está o papel fundamental do educador, em ler essas imagens e refletir com seus alunos, até que ponto são verdadeiros esses pacotes que compramos como verdade única.
LINKConfira esse vídeo que ao encontro do que refletimos no texto sobre a influência da mídia e os simulacros.
http://www.youtube.com/watch?v=M3kEGRP8oas
O que podemos sugerir, em relação aos atrativos externos, as imagens e os programas televisivos, é selecionarmos o tipo de filmes e programas para levar à sala de aula e o mais importante, é sermos mediadores entre a programação (filme, propaganda, novelas, imagens, etc.) e o aluno. Em relação a nossos filhos, devemos estipular limites de tempo, de programações e horários adequados às suas idades e, sempre que possível, assistir televisão, jogar games, utilizar o computador e outros meios tecnológicos e midiáticos junto a eles, fazendo assim, nossas mediações nos momentos oportunos, participando de sua cultura lúdica, instigando-os a fazerem suas leituras e conseqüentemente suas interpretações e reflexões acerca dos assuntos abordados.
É hora de refletir!
Qual sua opinião sobre a utilização dos meios de comunicação em sala de aula? Você acha que eles interferem o trabalho pedagógico? 
 
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. (org.). Teoria e prática da educação artística 2. ed. São Paulo: CULTRIX, 1995.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BROUGÈRE, G. A criança e a cultura lúdica. In: KISHIMOTO, T.M. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1998.
BUORO, Anamélia Bueno. O olhar em construção: uma experiência de ensino aprendizagem da arte na escola. São Paulo: Cortez, 1998.
CANEN, Ana. Sentidos e dilemas do multiculturalismo: desafios curriculares para o novo milênio. In. LOPES, Alice Casimiro & MACEDO, Elizabeth. (orgs). Currículo: debates contemporâneos. São Paulo: Cortez, 2002. p.174-195.
COLL, César. Aprendendo Arte.Conteúdos Fundamentais para o Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2000.
DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione, 1994.
DUARTE. João Francisco Jr. Itinerário de uma crise: A Modernidade. 2 ed. – Curitiba: Ed. Da UFPR, 1999.
MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias. Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
PILLAR, Analice Dutra. A Educação do Olhar no Ensino das Artes. 2 ed. Porto.
Santos, B. de Sousa (2001). Dilemas do Nosso Tempo: globalização, multiculturalismo e conhecimento, Educação e Realidade, v. 26, n.1.

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