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CRIMES HEDIONDOS – Lei 8.072/90
1. Quais são os crimes “hediondos”?
São os previstos expressamente e taxativamente no artigo 1° da lei. Se o crime não estiver ali previsto, não pode ser considerado hediondo.
Exemplo: Roubo qualificado por lesão corporal dolosa de natureza grave não é hediondo, apenas roubo seguido de morte. (latrocínio) 
Exemplo: Homicídio privilegiado não é hediondo.
2. Tortura, Tráfico e Terrorismo são hediondos?
Não, são crimes equiparados a hediondos (Art. 5°, XLIII, CF), mas recebem o mesmo tratamento dos hediondos, salvo quando a legislação especifica contenta disposição em contrário. 
Esses 3 crimes estão previstos em leis penais extravagantes especiais:
a) Tortura: Lei 9455/97 (ler)
b) Tráfico: Lei 11.343/06 (aula especifica)
Obs: tráfico privilegiado não é equiparado a hediondo.
c) Terrorismo: Lei 13.260/16 (ler)
3. Quais as consequências jurídicas de o crime ser hediondo ou equiparado?
A) Consequências processuais:
Os crimes hediondos ou equiparados não possuem uma competência ou rito especifico, ou seja, não existe um rito para crimes hediondos, mas é escolhido de acordo com cada caso.
Obs: O crime de terrorismo é de competência federal, mas não porque é equiparado a hediondo, mas porque é previsto na lei especial. 
Não admitem fiança: São inafiançáveis (Art. 2° da lei). Isso antes significava que uma vez preso em flagrante, não seria mais solto. Só que mudou, hoje em dia a prisão em flagrante pode ser substituída em preventiva, mas tem que esta presente os requisitos necessários e o juiz tem que motivar.
Hoje em dia entre a prisão e a liberdade possuímos inúmeras medidas cautelares que podem ser utilizadas no lugar da fiança.
Tal fato, no entanto, não impede a liberdade provisória sem fiança ou a aplicação de medida diversa (cautelar) da prisão preventiva no artigo 319, CPP.
O prazo para prisão temporária: (ver aula própria) Nos crimes hediondos ou equiparados o prazo é de 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias. (Art. 2, paragrafo 4° da lei)
B) Consequências penais: Diz respeito da extinção da punibilidade. Não tem haver com prescrição, os crimes hediondos não são imprescritíveis, eles prescrevem. 
Os crimes imprescritíveis são: racismo, ação de grupos armados contra o estado democrático de direito.
Anistia, graça e indulto: A CF diz que tais crimes não são passiveis de anistia e graça. Já a lei de crimes hediondos diz que não admitem também o indulto. (considerado constitucional) – Art. 2° da lei. A graça é individual e o indulto é coletivo. 
A jurisprudência entende que não é cabível comutação da pena, que significa que não cabe indulto total e nem parcial (diminui a pena).
C) Consequências para execução penal:
Definição para o regime inicial de cumprimento de pena:
	Art. 33, CP
	Crimes hediondos
	Pena menor ou igual a 4 anos – aberto.
	 Art. 2°, paragrafo 1° - A pena será cumprida inicialmente no fechado (inconstitucional). 
Sumula 471, STJ – viola o principio da individualização da pena. Não pode padronizar. 
	Pena for maior que 4 anos e menor ou igual a 8 anos – semiaberto.
	Se tiver a pena menor ou igual a 8 anos e der o regime fechado, sem a devida fundamentação, será inconstitucional.
	Pena maior que 8 anos – fechado.
	Lei de tortura: O regime inicial é o fechado, salvo tortura por omissão. (não é inconstitucional)
	
	Logo, salvo no caso de tortura, o regime inicial é igual ao aplicado no CP.
Progressão de regime: (Art. 2°, paragrafo 2°, lei).
Não é mais necessário o exame criminológico, mas o juiz dependendo do caso concreto pode requisitar, desde que motivadamente. 
	
	 Art. 112, LEP. 
	Hediondos (Antes da L. 11464/07)
	Hediondos (Depois da L. 11.464/07)
	Critérios Objetivos
	- 1/6 
	- Veda progressão
- Inconstitucional
- 1/6
	-2/5 (primário)
-3/5 (reincidente)
	Critérios Subjetivos
	- Bom comportamento carcerário
- Não é necessário o exame criminológico (2003)
Livramento Condicional: 
	
	COMUM
	HEDIONDO
	Objetivos
	+ 1/3 da pena, se não reincidente em crime doloso e não tiver maus antecedentes.
	+ 1/2 se dor reincidente em crime doloso.
	+2/3 da pena, salvo se for reincidente especifico. (mesma espécie).
	Subjetivos
	- Bom comportamento do preso
 +
- Reparação do dano salvo impossibilidade de fazê-lo. 
LEI DE DROGAS – Lei 11.343/06
É um exemplo clássico de lei penal em branco, pois o conceito de drogas não esta previsto na lei, quem cuida disso é a ANVISA, através de uma portaria que diz o que é droga.
Ela é heterogenia, pois o conceito de drogas não esta previsto em outra lei, mas sim em uma portaria (Art. 1°, PU, lei).
Obs. A retirada de substancia do rol da portaria, é considerada hipótese de “abolitio criminis”. Passa a ser conduta atípica, e quem praticou antes é causa extintiva de punibilidade.
1. Art. 28, Lei – Porte de drogas para consumo próprio: 
Não possui pena privativa de liberdade, com isso, surgiu uma discursão se essa conduta era ou não crime, hoje o STF já decidiu que embora não tenha pena de prisão é crime, ou seja, tem natureza jurídica de crime. 
Possuir um tipo misto alternativo, de modo que a pratica de mais de uma conduta, no mesmo contexto fático configura crime único.
Não possui o verbo “usar”, “consumir” a droga. Logo, usar droga não é crime, mas portar para uso próprio sim.
Obs. Uso compartilhado: Uma pessoa leva droga para ela e os amigos usarem. Essa conduta deixa de ser para uso próprio, pois só se enquadra no art. 28, da lei quando é só para o seu uso. A pequena quantidade por si só também não será suficiente se tiver outra finalidade.
A) Critérios: Estão previstos no artigo 28, paragrafo 2°, da lei.
Receberá o mesmo tratamento a pessoa que semeia, cultiva para consumo próprio. (Art. 28, Paragrafo1°, lei).
B) Penas: Podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente:
- Advertência;
- Prestação de serviços;
- Medida Educativa de comparecimento a programa educativo;
O tempo máximo de prestação dessas medidas é de 5 meses se for primário, ou 10 meses se reincidente. (Art. 28, paragrafo 3°, Lei)
C) Garantia do cumprimento da pena: (Art. 28, paragrafo 6° da lei) – Para garantir o cumprimento da pena, primeiro será aplicada a admoestação verbal e depois uma pena de multa sucessivamente. 
Nem no caso de descumprimento dessas medidas haverá pena privativa de liberdade.
D) Prescrição: Prescrevem em 2 anos o crime do Art. 28, contado da forma do CP (Art. 30, da lei). 
E) Substituição da pena: Pode substituir a pena, desde que ouvido o MP e o defensor, se o juiz entender necessidade da substituição. 
F) Rito: O crime do Art. 28 da lei seque o rito sumaríssimo (JEcrim), conforme o Artigo 48 , da lei. 
Também não é possível a prisão em flagrante para o autor do artigo 28 desta lei, conforme o artigo 48, paragrafo 2°.
No caso de transação penal, será proposta a aplicação imediata das medidas previstas no artigo 28, da lei (Art. 48, paragrafo 5°, Lei).
Obs. Se uma pessoa esta sendo processada por trafico, mas na verdade estava portando para uso próprio, haverá desclassificação do crime, e como o usuário responde no juizado especial criminal, haverá nulidade pela incompetência (Art. 564, I, CPP).
2. Art. 33, da lei – Tráfico de drogas: Equiparado a hediondo (Art. 5°, XLIII, CF).
Esse crime também possui tipo misto alternativo (18 verbos), de modo que a pratica de mais de uma conduta, no mesmo contexto fático, configura crime único. 
Ainda que gratuitamente, logo, não se exige o motivo do lucro.
A) Condutas equiparadas ao trafico, também são equiparadas a hediondo: (Art. 33, paragrafo 1°, lei) Importar, exportar, remeter, produzir (...) matéria prima, insumo, produto químico destinado a preparação da droga.
B) Induzir, auxiliar alguém ao uso indevido droga (Art. 33, paragrafo 2°, lei): Manifestação ou debate politico a cerca da descriminalização (ou legalização) não configura o crime deste artigo. NÃO É HEDIONDO!
Sua pena é de 1 a3 anos, logo, cabe SURSI, pois a pena mínima é igual a 1 anos. (Art. 89 do JEcrim). 
C) Crime de rodinha: Não é só para uso próprio, mas também não é bem tráfico. É uso compartilhado, sem objetivo de lucro e eventual (Art. 33, paragrafo 3°, Lei) – NÃO É HEDIONDO! 
O tráfico pode ou não ser sem objetivo de lucro, mas este crime necessariamente tem que ser sem objetivo de lucro. 
Por ser infração de menor potencial ofensivo, pena de 6 meses a 1 ano , esta sujeito ao JEcrim e ao SURSI.
Obs: A desclassificação do crime de trafico de droga para uso compartilhado gera nulidade por incompetência. 
D) Instrumentos, apetrechos para produção, fabricação das drogas: Seria um ato preparatório , em que se antecipa a punição. Art. 34, da lei.
E) Associação para o trafico de drogas: (Art. 35 da lei) – NÃO É HEDIONDO!
Basta DUAS ou mais pessoas
De forma reiterada ou não, o crime de trafico
Obs: O STJ entende que o crime só se configura com a associação estável e permanente, apesar da letra da lei. Ou seja, se me associei a alguém para praticar UM trafico, respondera em concurso de agentes, e não pelo artigo 35, da lei.
F) Financiamento do tráfico – É mais grave que o próprio tráfico.
G) Informante/ participação: Essa situação é uma exceção à teoria monista, que entende que todos respondem pelo mesmo crime.
Nessa situação, o informante não vai responder pelo Art. 33 ou 34, mas pelo crime do artigo 37 da lei. 
H) Crime culposo: (Art. 38, da lei) – Prescrever ou ministrar droga. Se for doloso é trafico.
Crime próprio: só para quem pode prescrever ou ministrar
Infração de menor potencial ofensivo – JEcrim.
I) Conduzir de forma anormal embarcações ou aeronaves: (Art. 39, da lei) É preciso que haja condução anormal, após o consumo de droga. Se conduzir direito, ao configura esse crime.
3. Dosimetria da pena: (Art. 42, da lei). 
A) Pena base: Possui preponderantes (mais peso): 
Natureza e quantidade da droga;
Personalidade
Conduta social do agente
B) Diminuição da Pena: Art. 33, paragrafo 4°, lei – Trafico Privilegiado.
- Redução de 1/6 a 2/3 – para o crime do art. 33 caput ou paragrafo 1°.
- Pode converter em restritiva de direitos: essa vedação foi declara inconstitucional.
- Foi revogada a sumula 512, STJ – entendendo que o trafico privilegiado NÃO É HEDIONDO!
C) Causa de aumento de pena: Art. 40, da lei.
A pena é aumentada de 1/6 a 2/3 – Para os crimes do art. 33 à 37, da lei.
I – Trafico transnacional (tendo ou não cruzado a fronteira) – Basta ter a intenção de levar o produto para outro pais já configura. Justiça federal.
III – Transporte publico: Só se efetivamente traficar dentro do ônibus. O simples fato de carregar consigo não configura. 
V- Trafico Interestadual: Entre os estados da federação – Justiça Estadual
D) Delação Premiada: Art. 41 da lei. É a colaboração, que reduz a pena de 1/3 a 2/3, conforme for efetiva a colaboração. 
E) Art. 44 da lei:
- A vedação a liberdade provisória é inconstitucional, pode dar a liberdade provisória sem que de a fiança, podendo aplicar outras medidas cautelares.
- A vedação a conversão em pena restritiva é inconstitucional. 
F) Absolvição: Art. 45, da lei, vide artigo 26, do CP.
- Inteiramente incapaz, em razão da dependência ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior.
G) Redução da pena: Art. 46 da lei, vide artigo 28, CP.
- Nesse caso, a incapacidade é relativa, nas razoes do artigo anterior.
4. PROCEDIMENTO: 
A) Prisão em flagrante: Art. 50 paragrafo 1° da lei: Laudo de constatação preliminar
Obs. Para condenação entende-se pela necessidade de laudo definitivo, não preliminar.
B) Prazo para o inquérito: Art. 51, da lei – 30 dias preso ou 90 dias se solto, podendo ser publicado pelo juiz, ouvido o MP, por motivo justificado.
C) Defesa Prévia: Art. 55 da lei (IMPORTANTE!). 
Oferecimento da denuncia ___________________ Rejeitada ou recebida.
 Defesa prévia (= Resposta a acusação)
No procedimento da lei de drogas, após o oferecimento da denuncia, o juiz notificará o acusado para apresentar a defesa em 10 DIAS. (Antes de rejeitada ou recebida a denuncia. 
Obs. Pode arrolar até 5 testemunhas (igual no sumario).
Obs. Mesmo tendo a defesa previa, tem que ter a resposta a acusação, com base na ampla defesa.
Art. 57, da lei – Embora a lei fale que o interrogatória será o primeiro ato, o STF entende que o interrogatório será o ultimo ato da instrução, em prestigio da ampla defesa.
Obs: Poderá haver apresentação escrita dos memoriais, pela aplicação subsidiaria do rito ordinário, conforme Art. 394, paragrafo 5°,CPP.
Obs. Pode haver ação controlada ou infiltração de agentes, mediante autorização do juiz, na forma do Art. 53, da lei.
Súmula 501 – Aplicação retroativa da lei 11.343, desde que inteira, se for mais benéfica. 
LEI DE EXECUÇÃO PENAL 
A competência do juízo das execuções penais se inicia com a chegada da guia de execução das penas restritivas de direito ou da guia de recolhimento das penas privativas de liberdade.
A guia de recolhimento das as informações sobre o cumprimento da pena e as principais copias para se compreender a condenação. 
QUANDO A GUIA É EXPEDIDA? 
Penas restritivas de direito, na multa e na medida de segurança: Após o transito em julgado da sentença (condenatória ou absolutória imprópria –MS).
Da pena privativa de liberdade:
Se o réu aguardou soltou o julgamento se seus recursos ate o transito em julgado da condenação: será expedida a guia com o TJ.
Se o réu foi condenado, esta preso e interpõe recurso: deve ser expedido a guia de recolhimento provisória, para que ocorra a execução provisória da pena, para passar a ter os benefícios da execução da pena, analise da progressão e livramento condicional da pena. (Sumula 716, STF).
Não é necessário o TJ para o MP para obter a execução provisória, sempre que o sujeito aguardar preso o julgamento de algum recurso. Embora o MP entenda que é necessário. (não é o entendimento que prevalece)
Logo, é desnecessário o TJ para o MP para que tenha inicio a execução provisória da pena privativa de liberdade.
DA ASSISTÊNCIA: Art. 12 e seguintes da LEP.
Material: Fornecer alimentação, vestuário, instalações higiénicas.
Saúde: Atendimento medico, farmacêutico, pré-natal. 
Jurídica: Defensoria pública
Educacional: Instrução escolar e formação profissional do preso e do internado.
Social: Ressocialização do preso.
Religiosa: Posse de livro religiosos, local apropriado para culto. (o preso não é obrigado a participar de atividades religiosas).
TRABALHO DO PRESO: É considerado dever e será remunerado (Art. 29 da LEP)
Regime fechado: (Art. 36 e 37 da LEP) Só é possível o trabalho externo com medidas de vigilância e prevenção da fuga.
O trabalho externo é trabalho com escolta.
Regime semiaberto: É possível o trabalho externo, mesmo sem escolta. E apesar da letra do artigo 37, é desnecessário o cumprimento de 1/6 da pena para o trabalho externo. O trabalho é sem escolta. 
Regime aberto: O trabalho é sem vigilância e durante a noite se recolhe na casa do albergado. 
Obs. O trabalho do preso não é regido pela CLT, a sua jornada é de 6 a 8 horas por dias, e sua remuneração não poderá ser inferior a ¾ do salario mínimo. 
DESTINO DA REMUNERAÇÃO: Art. 29, paragrafo 1° da LEP.
Indenização dos danos causados pelo crime;
Assistência a família: Manda uma parte para família.
Pequenas despesas pessoais: Sabonete, bolacha.
Ressarcimento ao estado das despesas com o preso;
Constituição de pecúlio: Pequena poupança.
DEVERES DO PRESO: Art. 39, LEP. 
DIREITOS DO PRESO: Art. 41, LEP.
Revista vexatória está proibida.
O preso tem direito a visita intima. 
O direito de petição, não sendo exigido do preso especial capacidade postulatória, ou seja, seus pedidos serão encaminhados pelo juiz mesmo sem a atuação do advogado. 
PODER DISCIPLINAR: Art. 47, LEP.
Será exercido pela autoridade administrativa designada.
VEDAÇÕES DO PODER DISCIPLINAR:
O castigo não pode colocar em risco a integridade física nem moraldo preso.
É vedada a cela escura
É vedada a sanção/castigo coletivo – só pode punir aquele que praticou a falta, não podendo punir além dele.
PRINCIPIO DA LEGALIDADE: das faltas e sanções (Art. 45, LEP)
Não há falta disciplinar, nem castigo sem prévia disposição legal ou regulamentar.
FALTAS DISCIPLINARES (Art. 49, LEP) Leve – Legislação local
Média – Legislação local
Greve – Legislação federal
CONTROLE JUDICIAL DA FALTA GRAVE:
	Com a chegada do procedimento que apurou a falta grave, o juiz deve abrir vista as partes para que elas façam o contraditório, e ai o juiz vai decidir se o procedimento esta correto, se a conduta apurada era mesmo falta grave, quais medidas/castigos.
	Nos termos do artigo 48, PU, LEP, apurada em sede administrativa, a falta grave, o procedimento será encaminhado ao juízo para a tomada de providencias, como a regressão de regime e perda de dias remidos.
	No entanto, hoje já é pacifico nos entendimentos dos tribunais, que com a chegada do procedimento no juízo, deve ser aberta a oportunidade de manifestação as partes, e então o juiz decidirá se homologa a falta e toma as providencias cabíveis.
	A decisão judicial fará analise da forma e do mérito do procedimento administrativo. 
PRESCRIÇÃO DA FALTA DISCIPLINAR:
Não há previsão legal expressa sobre o prazo prescricional sobre a falta disciplinar. No entanto, em construção jurisprudencial, foi estabelecido que:
O termo inicial da prescrição: dia da pratica da falta 
O termo final da prescrição: Decisão que homologa a falta.
Não há causas suspensivas ou interruptivas
O prazo prescricional: será o menor previsto no artigo 109, CP, que é de 3 anos.
OBS. Muitos sustentam que o prazo prescricional deveria ser o menor previsto no CP, e não do Art. 109, CP. Logo, o prazo deveria ser de 2 anos, conforme art. 114, CP. 
DAS FALTAS GRAVES: Art. 50, LEP. 
Ter aparelho eletrônico, de radio ou similar, que permite a comunicação com o mundo externo.
- Chip, carregador – também configura esta falta grave?
Pela letra da lei não, mas os tribunais, ampliando a letra da lei e violando o principio da legalidade, passou a entender que é falta grave.
Apesar da dicção legal, é pacifico nos tribunais que a posse de componentes e acessórios de telefonia celular configura falta grave.
O artigo 45 é expresso ao exigir estrita legalidade na previsão das faltas, e assim, sem previsão legal a posse de componentes não poderia ser sancionada.
Incitar ou participar de movimentos que subverta a ordem publica.
Fugir
Possuir instrumentos capazes de ofender a integridade física.
Descumprir as condições impostas do regime aberto
Não observar os deveres previstos nesta lei, art. 39.
Pratica de crime doloso: No art. 52, LEP, diz que a pratica de crime doloso configura falta grave, que se da com TJ da sentença condenatória.
Sumula 526, STJ diz que a pratica de crime doloso dispensa o TJ da condenação – Critica: viola o principio constitucional da presunção da inocência. 
CASTIGO DISCIPLINARES: Art. 53, LEP. 
Admoestação verbal Faltas leves e médias.
Repreensão 
Suspensão de direitos: até 30 dias (Art. 41, P.U, LEP).
(Direito ao trabalho, descanso e recreação, visita, direito de correspondência).
Isolamento: Na própria cela ou lugar adequado (até 30 dias – deve ser comunicado ao juiz) – falta grave.
Regime disciplinar diferenciado (RDD) – falta grave.
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO DA FALTA DISCIPLINAR:
O artigo 59 da LEP, prevê que a apuração da falta, deve ser instaurado procedimento administrativo assegurando o contraditório e a ampla defesa.
Sumula 533, STJ – Pacificou a necessidade de defesa técnica no procedimento adm. que apura falta disciplinar no curso da execução, sob pena de nulidade.
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO: (RDD)
Uma das formas de castigo, prevista no Art. 52 LEP. Não é um regime novo. Apesar do nome, não é um regime de cumprimento de pena, mas sim um castigo disciplinar. 
Características:
Isolamento por até 360 dias, podendo ser renovado por nova falta, no limite de 1/6 da pena aplicada. Ou seja, não é a pena unificada (30 anos), logo, se o individuo pegar a pena de 60 anos, o 1/6 será em cima de 60 anos e não de 30. 
Banho de sol pelo menos 2 horas diárias. 
Visita de 2 pessoas por semana, sem contar crianças. 
Hipóteses: 
Crime doloso – provoca quebra/ suspensão da ordem interna. OU
Grave risco para ordem interna ou externa, OU
Fundada suspeita (associação criminosa ou organização criminosa). 
Sujeito passivo: Preso nacional ou estrangeiro, condenado ou provisório.
Constitucionalidade do RDD: Hoje prevalece que é pacífica constitucionalidade do RDD. No entanto, para grande parte da doutrina é questionável a sua constitucionalidade, pois o longo isolamento configura penal cruel.
Procedimento RDD:
Pedido da autoridade administrativa
Decisão Judicial – despacho do juiz, prévio e fundamentado – Art. 54
MP da um parecer 
A defesa se manifesta – Art. 54, paragrafo 2°, LEP.
Juiz decide o mérito do RDD.
MEDIDA DE INTRAGRAÇÃO SOCIAL:
1) livramento condicional: Art. 83 e ss. CP
É a antecipação da devolução da liberdade ao condenado que cumpre os requisitos legais.Esse tempo que ficará em liberdade antecipada é chamado de período de prova, não tendo um prazo fixo, que dura o período de pena que testava cumprir.
A) Requisitos:
Pena privativa de liberdade maior ou igual a 2 anos.
Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo. Um exemplo é o trafico, um crime de perigo e não de dano.
Parcela da pena:
1/3 – se primário (entra também com maus antecedentes e reincidente de crime culposo)
1/2 - reincidente de crime doloso.
2/3 – Crimes hediondos ou equiparados.
Mérito: (Art. 83, PU, CP)
Comportamento satisfatório, bom desempenho no trabalho, aptidão para trabalho honesto.
Obs. Se houver violência ou grave ameaça – condições que permitam que não voltara a delinquir.
Em regra, o mérito será demonstrado por atestado de conduta carcerária firmado pelo diretor do estabelecimento (Art. 112, LEP). Sobre o exame criminológico, incide a sumula 439, STJ – Que diz que o exame não esta proibido, mas só será admitido em decisão judicial que justifique sua necessidade nas peculiaridades do caso concreto.
MEDIDA DE SEGURANÇA
Medida de segurança é uma espécie de sanção penal aplicada ao inimputável ou Semi-imputável que pratica fato típico e antijurídico.
Possuímos duas espécies de sanção pena PENA. 
MEDIDA DE SEGURANÇA
Imputável – Pena
Semi-imputável – Pena ou medida de segurança.
Inimputável – Medida de segurança
1. Sistema de aplicação da MS:
Duplo binário (Pena + Medida de segurança) – Foi revogado em 1984.
Vicariante (Pena OU medida de segurança) – jamais as duas juntas. 
2. Espécies de medida de segurança:
Detentiva: Internação em hospital de custodia e tratamento
Restritiva: Tratamento ambulatorial. 
Pelo CP, no artigo 97: 
Pena de reclusão: detentiva 
Pena de detenção: restritiva ou detentiva 
Pela lei 10216/01: lei antimanicomial - Diz que só vai poder internar se os recursos extra hospitalares forem insuficientes a necessidade do sujeito ao caso concreto.
O CP aplica a medida de internação sem analisar o caso concreto, só com base na pena prevista em abstrato – absurdo. 
Mas apesar do CP falar isso, os tribunais passam a entender majoritariamente que deve sempre ser aplicada a medida mais adequada, independente da espécie prevista para o crime.
Além disso, a lei antimanicomial esclarece que a internação só será admitida de forma excepcional, quando insuficiente os recursos extra hospitalares. 
3. Prazo da medida de segurança:
Prazo mínimo: de 1 a 3 anos
Vencido o prazo mínimo, o sentenciado será submetido ao exame de periculosidade (Art. 97, paragrafo 1°).
Se no exame for atestado a cessação da periculosidade, o sujeito será liberado ou desinternado condicionalmente, nos termos do artigo 97, paragrafo 3° da lei.
No entanto, se atestada a permanência da periculosidade será mantida a MS e o exame será renovadoa cada ano.
Obs. O prazo mínimo é improprio, pois poderá ser antecipado o exame a qualquer tempo, em decisão fundamentada ao juiz da execução (Art. 97, paragrafo 2°).
Prazo máximo: Antigamente não tinha.
STF: O prazo é de 30 anos, com base no art. 75, CP.
STJ: O prazo é a pena máxima em abstrato.
Obs. Superveniência de doença mental durante o cumprimento da pena, ou seja, o condenado está cumprindo a pena e surta:
a) Se p transtorno mental for passageiro, o sentenciado receberá o tratamento adequado, durante o cumprimento da pena.
b) Se o transtorno for perene, duradouro, a pena será substituída/convertida em MS, e o prazo da MS não poderá superar o que restava de pena a ser cumprida (Art. 183, LEP).
4. Desinternação ou liberação condicional: 
Nos termos do art. 97, CP será dada se constada a cessação da periculosidade.
A desinternação é para o sentenciado de medida detentiva.
A liberação é para o sentenciado de medida restritiva.
É sempre condicional, pois em um período de 1 ano, o sujeito praticar conduta que permite concluir que permanece o perigo, a medida de segurança será retomada.
No entanto, findo o prazo de 1 ano não houver noticia de conduta indicativa de periculosidade, a medida de segurança será considerada extinta.
5. Detração: (Art. 42, CP)
É o desconto do tempo de prisão processual ou internação processual no tempo de pena a cumprir ou no prazo mínimo da MS.
CRIMES ECONOMICOS
1. QUAIS OS CRIMES TRIBUTÁRIOS?
A. Sonegação tributária - Material: Art. 1° da lei 8137/90 (prevê o resultado para sua consumação). Ou seja, só se consuma quando efetivamente suprir ou reduzir o tributo, não basta apenas omitir informação. Se tiver que pagar o tributo não será o crime do artigo 1°.
Deixar de pagar tributo, ou paga-lo menor, através de algum tipo de fraude (mediante omissão, falsificação, alteração, adulteração ou ocultação). 
Omitir informação ou prestar declaração falsa as autoridades da fazenda.
Exemplo: Deixar de declarar no IR determinada renda que possuo, deixando de pagar o tributo em cima daquela renda.
Falsificar ou alterar nota fiscal, duplicata, ou outro doc. Relativo a operação tributável.
Fornecer documento que saiba ser falso ou inexato.
Negar ou deixar de fornecer quando obrigado nota fiscal, ou outro doc. Relativo a venda de mercadoria ou prestação de serviços.
B. Sonegação tributária – Formal: Art. 2° da lei 8137/90. A diferença é muito pequena do artigo anterior. E como se este artigo fosse a forma tentada do artigo 1°, e isto se reflete na pena.
No art. 1° - você supre o tributo omitindo informação (é necessário suprimir)
No art. 2° - você omite a informação com o fim de suprimir o tributo (basta omitir)
Logo, se efetivamente suprimir o tributo, o crime é o artigo 1° da lei, se só omitir a informação e não consegui suprimir o tributo é o artigo 2° da lei.
C. Crimes tributários funcionais - Art. 3° da lei 8137/90.
É o crime praticado por funcionário publico, contra a administração tributaria. 
Sumir com processo fiscal (livro fiscal ou outro doc.) para que o contribuinte não pague o tributo respectivo.
Exigir, solicitar, receber, em razão da sua profissão, vantagem indevida, para deixar de lançar ou cobrar tributo, ou cobra-lo parcialmente. 
Tratar o interesse privado de forma privilegiada, valendo-se da qualidade de funcionário publico. 
D. Descaminho: Art. 334, CP (diferente de contrabando). Importar ou exportar mercadoria sem pagamento do tributo, mediante fraude. Contrabando é diferente, a mercadoria é ilícita. 
2. QUAIS OS CRIMES PREVIDENCIARIOS?
A. Apropriação indébita previdenciária: (Art. 168-A, CP). 
Deixar de repassar a previdência social as contribuições recolhidas do contribuinte. Deixar de repassar – Você descontou aquilo, mas não é seu, a pessoa é apenas um substituto tributário para o recolhimento do dinheiro, mas não é o dono. Se deixar de repassar comete esse crime. 
B. Sonegação previdenciária: Art. 337-A, CP. Parece com sonegação tributaria.
Suprimir (deixar de pagar) ou reduzir a contribuição social, previdenciária, omitido informações que o estado tome conhecimento da existência daquele fato gerador.
3. QUE TESE DE DEFESA ESPECÍFICA PODEM SER APLICADAS PARA ESSES CRIMES?
Relembrando: Em tese de defesa possuímos 3 grandes raciocínios:
A. Atacar o processo: nulidade.
B. Atacar o direito do estado de punir: extinção da punibilidade.
C. Atacar o mérito: Absolvição (atipicidade, excludente de ilicitude e de culpabilidade).
A. NULIDADE – Incompetência.
Art. 1° Lei 8137/90
Art. 2° Em regra, é estadual, salvo quando o tributo for federal (IR, II, IE, IOF ...)
Art. 3°
Obs. O art.2° é de competência do JEcrim.
Art. 334, CP – Descaminho (II ou IE – imposto federal).
Art. 337-A – Sonegação previdenciária (INSS – Autarquia). Justiça Federal
Art. 168-A – Apropriação indébita previdenciária (INSS – Autarquia). 
B. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – Prescrição, morte, anistia, graça, indulto (Art.107, CP)
Pelo pagamento do tributo – Art. 83 – lei 9430/97 Art. 1° da lei 8137/90
Art. 2° da lei 8137/90
Art. 168-A CP
Art. 337-A, CP.
O pagamento tem que ser ANTES da denuncia. O parcelamento suspende.
A representação fiscal para fins penais relativo aos crimes a ordem tributaria e contra previdência social será encaminhado para o MP, após proferida a decisão final na esfera administrativa.
Se pedir o parcelamento antes da denuncia criminal, e esse parcelamento for aceito, fica suspensa a pretensão punitiva do estado, ou seja, não pode haver o reconhecimento da denuncia, fica suspensa a pretensão punitiva, não pode dar o próximo passo, a parte penal será paralisada.
A prescrição criminal não ocorre durante o período de suspensão da pretensão punitiva (parcelamento). 
Extingue a punibilidade quando efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos, inclusive acessórios, que tiverem sido concessão de parcelamento. 
Logo, se houver o recebimento da denuncia, haverá ilegalidade podendo pedir a absolvição sumária.
RESUMO: o pagamento ANTES do recebimento da denuncia:
- parcelamento: suspende a pretensão punitiva do estado e a prescrição
- Pagamento integral: extingue a punibilidade. Caso seja aceita a denuncia pode pedir a absolvição sumária.
Já o Art. 337-A, sonegação tributaria, no paragrafo 1° fala em extinção da punibilidade se o pagamento for feito ANTES do inicio da ação penal, ou seja, antes da denuncia.
Se efetivamente pagar ou parcelar, vale o art. 83 da lei 9430.
Se apenas declarar, confiscar, mas não pagar, vale este artigo ainda.
C. MÉRITO:
C.1. Atipicidade formal: O fato não se enquadra no tipo pena. Já a material se enquadra no tipo, mas não tem gravidade suficiente para se considerar típica.
Sumula Vinculante 24, STF – Se aplica o Art. 1° da lei 8137/90. Não é típica a conduta antes do lançamento definitivo do tributo, ou seja, depois de esgotada a esfera administrativa.
Ou seja, só é típica depois da certidão de divida ativa. O crime é sonegar tributo enquanto estou discutindo na esfera administrativa, pois não há tributação ainda.
C.2. Atipicidade material: Embora o fato seja típico, não possui gravidade suficiente para ser considerada típica. 
Tem haver com o principio da insignificância, é um principio segundo qual deve ser consideradas atípicas as condutas que provam lesão irrelevante ao bem jurídico. 
Não tem previsão na lei e nem um valor fixo a ser aplicado, salvo nos crimes tributários e previdenciários. 
Principio da insignificância Art. 1° da lei 8137/90
Art. 2° da lei 8137/90
Art. 168-A, CP
Art. 334, CP
Art. 337-A, CP
Art. 3° da lei 8137/90 – NÃO É CABIVEL
STJ: Entende que o valor é de 10.000,00 – lei 10522/02, art. 20.
STF: Entende que o valor é de 20.000,00 – Portaria 75/12 e 130/12
(tem no código marcado).
C.3. Inexigibilidade de conduta diversa:
Se aplica a todos os crimes tributários e previdenciários, exceto o art. 3° da lei.
É causa supralegal de exclusão da culpabilidade. Podeser quando a conduta tiver sido motivado por dificuldades financeiras sérias e incontornáveis.
CODIGO DE TRANSITO BRASILEIRO
Envolve veiculo automotor: É todo veiculo de produção que circula por seus próprios meios. 
Rege o transito na via terrestre: aviões, navios não estão incluídos. 
Passou a reger as praias abertas à circulação (NOVO).
Vias internas pertencentes há condomínios particulares (NOVO).
Áreas de estacionamento privado de uso coletivo (NOVO).
1. CLASSIFICAÇÃO:
A. De dano: Para sua consumação exige uma efetiva lesão ao bem jurídico.
B. De perigo: Se consuma com a colocação de um bem jurídico em perigo. Não é necessário que ocorra o dano.
	B.1 – Concreto: O perigo esta presente no caso concreto, ou seja, o perigo deve ser provado no caso concreto.
	B.2 – Abstrato: A própria norma cria uma presunção absoluta.
2. PARTE PENAL: Começa no artigo 281, CTN.
A. Artigo 291, paragrafo 1°, CTN: Em regra, são aplicados nos crimes de lesão corporal culposa, os institutos do JEcrim, como a transação penal, composição civil, ação penal, SALVO nos casos:
Competição automobilística não autorizada
Sob o efeito de álcool ou substancias de efeito análogo.
Crime acima da velocidade permitida 50 km/h. 
	Logo, nesses 3 casos não se se aplicam o Artigo 74, 76 e 88, do JECrim, que é a composição civil, transação e ação civil, devendo ser instaurado o inquérito policial (Art. 291, paragrafo 2°, CPP).
	A lei do juizado especial criminal, no seu artigo 89, prevê a suspensão condicional do processo, e como o artigo 291, paragrafo 1° não menciona ele, ele poderá ser aplicado nos 3 casos acima.
B. Suspensão ou proibição de habilitação: Art. 292, CTN. 
	Ela pode ser aplicada de forma isolada ou cumulativamente. Em alguns crimes essa sanção está prevista de forma expressa, de maneira cumulativa com a pena principal. Já em outros delitos o legislador não impôs essa sanção, podendo ser aplicada pelo magistrado se demonstrar que a medida é necessária.
	Nos casos em que a pena não está prevista no tipo ela passa a ser obrigatória se o agente for reincidente dos crimes do CTN. (Art. 296, CTN).
	A duração da suspensão da habilitação pode ser de 2 meses a 5 anos (Art. 293, CTN).
	Ocorrendo o transito em julgado da sentença condenatória o réu é intimado para integrar a habilitação em 48 horas (Art. 293, CTN). A suspensão da habilitação não se inicia enquanto o agente estiver recolhido em estabelecimento prisional. (Art. 293, paragrafo 2°, CTN)
C. Suspensão cautelar da habilitação (Art. 294, CTN). 
Pode ser decretada em duas fases: policial ou judicial.
Pode ser decretada pelo juiz de oficio. 
Da decisão que o juiz (decretar ou indeferir) o pedido da cautelar – Cabe RESE, sem efeito suspensivo. (Art. 294, PU, CTN).
D. Multa reparatória (Art.297, CTN).
Quando a vitima sofrer algum dano material.
Se for um crime que não tiver vitima determinada, não há que se falar em multa reparatória. 
Não é cabível para dano moral, somente dano material. 
O teto (Art. 297, paragrafo 1°) é o prejuízo demonstrado no processo. O valor da multa reparatória devera ser descontado na indenização do juízo civil, para evitar enriquecimento ilícito.
E. Agravantes especificas para crimes de transito: (Art. 298, CTN).
I – Dano potencial para duas ou mais pessoas / ou grande risco de grave dano patrimonial.
A primeira parte não se aplica aos crimes de homicídio culposo (Art. 302, CTN) ou de lesão corporal culposa (Art. 303, CTN), pois se houver dano potencial de 2 ou mais pessoas, ou seja, mais de uma vitima, aplica-se o concurso de crimes.
Pode-se aplicar a primeira parte do inciso, se ao praticar o art. 306, CTN, houver passageiros no carro.
II – Utilizando veículos sem placas, placas falsas ou adulteradas.
Não se aplica essa agravante se a falsificação for grosseira. Também não se aplica, se a falsificação for praticada pelo próprio condutor, vai responder pelo crime do art. 311, CP e não pela agravante. Logo, vai responder pelo crime de transito em concurso com o Art. 311, CP.
III – Sem possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação.
Não se aplica aos crimes de homicídio culposo (Art. 302) e lesão corporal culposa (Art. 303), pois nesses casos já possuem causa de aumento de pena especifica;
Não incide essa agravante no art. 309, CTN, com base no artigo penal “non bis in idem”. 
IV – Conduzir o veiculo com permissão ou habilitação de carteira diferente da do veiculo que esta conduzindo.
V – Quando a profissão exige cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga.
VI – Adulteração de equipamentos que afetem a segurança ou funcionamento do veiculo. 
Exemplo: o sujeito da uma turbinada no veiculo e pratica o crime de raxa. Vai responder pelo crime de raxa mais essa agravante. 
F. Crimes em espécies: 
1) Homicídio culposo: (Art. 302, CTN).
O individuo deve estar na condução do veiculo automotor, não importando se o veiculo esta ligado ou não, basta que esteja na condução do veiculo automotor.
Exemplo: Eu sai do carro e não deixo o freio de mão puxado, o carro desce e atropela uma criança (responde pelo crime de homicídio culposo do CP, pois não estava na condução do veiculo).
Causas de aumento de pena:
Não possuir habilitação ou permissão para dirigir
Na faixa de pedestre ou causada.
Deixar de prestar socorro, quando possível (não se aplica quando a vitima tem morta instantânea. 
No exercício de profissão que envolva transporte de passageiros. 
2) Lesão corporal culposa na direção de veiculo automotor (Art. 303, CTN)
Incidem as majorantes do artigo 302, CTN.
Em regra aplica o JEcrim, pena máxima é de 2 anos, salvo as hipóteses de aumento de pena.
3) Embriagues ao volante (Art. 306, CTN) ou qualquer substancia psicoativa.
Crime de perigo abstrato (não é necessário a comprovação em concreto de perigo). 
“Capacidade psicomotora alterada”: o que se exige é isso! Andar cambaleando, fala pastosa, andar em zigue zague. 
Atualmente a lei não exige uma concentração especifica de álcool. Antes de 2012 era exigido, como a lei fala. Hoje pode comprovar por diversas formas, exame clinico, prova testemunhal.
4) Competição automobilística não autorizada – RAXA (Art. 308, CTN)
- Via publica
- Perigo concreto (deve ser provado o perigo no caso concreto).
- Qualificadora: Se resultar em lesão corporal grave culposa ou se resultar morte culposa.
5) Direção sem habilitação: (Art. 309, CTN)
Se pune a conduta do agente que dirige sem habilitação ou permissão. 
- Perigo concreto 
- Se a habilitação foi suspensa ou proibida (Art. 307, CTN)
- Se o agente dirigir o veiculo sem habilitação, sob influencia de álcool responde pelo art. 306 (prevalece sobre o 309).
6) Entregar para pessoa impedida ou incapaz de conduzir veiculo.
Sumula 575, STJ – Perigo abstrato, pois se da independente do perigo de dano no caso concreto.
7) Fraude Processual: (Art. 312, CTN)
8) Penas restritivas de direito especificas do CTN
- Abrange todos os crimes do CTN (302 a 312, CTN). 
LEI MARIA DA PENHA
1. CONDIÇÃO DE INCIDENCIA DESTA LEI: (possui três condições)
1° Condição: Praticado uma violência (Art.7° da lei). Vai além da violência física.
- Formas de violência:
Violência física: É a violência prevista no CP. É a violência corporal.
Violência psicológica: É a ameaça prevista no CP, é o insulto, perseguição, isolamento, etc. 
Violência sexual: É o estupro previsto no CP. 
Violência patrimonial: (IMPORTANTE) – É o crime de furto ou de dano previsto no CP.
- É a mera subtração de bens (furto).
- É a mera destruição de bens (dano).
É chamado de “violência patrimonial”, mesmo não tendo violência física ou grave ameaça. 
Obs: Violência patrimonial (furto e dano) entre ascendentes e descendentes. Exemplo: filho furta mãe. Nesse caso, possui uma violência patrimonial, contra mulher, no âmbito familiar. Logo, se aplica a lei Maria da Penha. 
No entanto, no crime de furto entre ascendentes e descendentes, sem violência ou grave ameaça, se aplicaa escusa absolutória prevista no art. 181, CP, onde a pessoa fica isenta de pena.
	O STF entendeu que a escusa absolutória continua tendo aplicação, mesmo que incida no caso a lei Maria da penha, de acordo com o art. 12, CP, que entende que a lei especial quando não dispuser de modo contrario o que prevê o CP, ela incorpora a aplicação das regras gerais de aplicação. 
	Ou seja, a Lei Maria da Penha não afasta a incidência das escusas absolutórias, pois na lei não houve disposição expressa afastando a incidência. Logo, como ela não afastou a escusa absolutória, entende-se que ela aceitou a disposição do CP.
Violência moral: Abrange a pratica de qualquer crime contra a honra.
- Injuria, calunia e difamação. 
Ex. irmã chama a outra de vaca. 
2° Condição: Condição de vulnerabilidade (Art.5°, da lei).
Ela não protege a mulher por ser mulher, tem que esta em uma condição de vulnerabilidade. 
- Tipos de condições de vulnerabilidade: (alternativa)
Âmbito doméstico: O fator é o espaço, o lugar onde ocorreu a infração/violência. Não importa entre quem. 
- Dispensa relação de família, o que importa é onde praticou, esfera domestica.
- Espaço (lugar) onde pratica a violência, tem que ser um espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vinculo familiar.
- Ainda que espontaneamente agregadas a esse espaço (não precisa morar).
O exemplo clássico é da empregada, diarista.
Âmbito familiar: É o Vinculo entre agressor e a vitima.
- Laços naturais: Parentesco consanguíneo;
- Laços por afinidade: Sogra, cunhada;
- Vontade expressa: casamento e adoção;
- “Se consideram”: não são efetivamente parentes, mas se consideram, como é o caso da mãe de consideração, filha de criação. – vinculo sócio afetivo.
Relação intima de afeto: É a relação entre o agressor e a vitima.
- Convivem: Relação atual
- Tenham convivido: é o exemplo de ex-companheiro, ex-namorado, etc.
Independe de coabitação, ela é dispensada.
Não importa o tempo que tenham rompido o convívio, basta que a violência tenha sido em razão da relação rompida.
STJ – namorado configura relação afetiva, pois independe de coabitação.
Independe da orientação sexual – A lei tutela as relações homoafetiva.
3° Condição: Se a ofendida (vitima) for mulher.
	O sujeito ativo não interessa, pode ser homem ou mulher. A lei protege a mulher em relação a qualquer pessoa, ate mesmo contra outra mulher.
	Não abrange a mulher só biologicamente mulher, a lei protege o GENERO FEMINIMO , ou seja a identidade feminina, não só a mulher.
	Logo, também protege o transexual (fez cirurgia para modificar o corpo para mulher) e o transgenero (não fez cirurgia, mas tem identidade feminina). O que importa é ter a identidade feminina. Ou seja, o que importa é se tem a cabeça de mulher, não importa se a sua biologia/ corpo é masculino.
2. MODIFICAÇÃO/CONSEQUENCIAS QUE A APLICAÇÃO DA LEI TRÁS:
A. Competência de juízo (vara): Art. 14, da lei. 
Jamais vai ser julgado no JEcrim, pois o JEcrim é para crime de menor potencial ofensivo, e se configurada a aplicação da Maria da Penha o crime praticado ganha gravidade automaticamente.
Nesse caso, pode ser alegada a nulidade por incompetência de juízo (Art. 564, I, CPP).
Art. 14: Vara especializada: “Juizado (vara) de violência domestica” – não tem nada haver com JEcrim. É justiça comum.
Art. 30, ambos da lei: Não havendo vara especializada – vara criminal.
Obs: tanto na cara especializada quanto na vara criminal, haverá cumulação de competência criminal + civil, na mesma vara. Como por exemplo, prestação de alimentos provisórios (Art. 22, lei).
B. Permite a renuncia ao direito de representação – Art. 16, da lei.
É permitido para os crimes de ação penal publica condicionada a representação, só não se aplica aos crimes de ação penal publica incondicionada.
Exemplo: crime de ameaça, de estupro – Condicionada a representação.
Em regra, a lei Maria da Penha não modifica a ação penal dos crimes. 
Os crimes contra a honra (injuria, calunia, difamação) é de ação penal privada e continua sendo assim, mesmo que se aplica a lei Maria da penha. Pois ela não muda a ação penal dos crimes em geral.
Exceto: Lesão corporal leve ou culposa – INCONDICIONADA
Isto ocorre, porque quem disciplinou a ação penal de lesão corporal leve ou culposa foi o JEcrim, no artigo 88, dizendo que depende de representação, não foi o CP.
Como a lei Maria da penha, no Art. 41, falou que NÃO aplica o JEcrim. Logo, afastou o artigo 88 que previa que a lesão corporal leve ou culposa era condicionada a representação, e passou a ser incondicionada.
Sumula 542, STJ – só se aplica a crime lesão corporal com violência domestica a ação publica incondicionada.
Por isso, na ADI 44/24 o STF deu interpretação conforme para declarar que o artigo 16 não se aplica ao crime de lesão corporal, pois esta se tornou ação penal publica incondicionada, pela incidência da lei Maria da penha.
- A renuncia só tem eficácia se: 
Perante ao juiz
Audiência especialmente designada com esse fim
Depois de ouvido o MP
Antes do recebimento da denuncia – Não é o oferecimento da denuncia pelo MP, mas sim o recebimento pelo juiz da denuncia.
C. Veda a aplicação de pena que se resolva no pagamento de quantia:
- Pagamento em “cesta básica” – não é cabível pois se converteria em simples entrega de quantia.
- Prestação pecuniária – pagamento em dinheiro.
- Multa isolada – isolada de resolveria no simples pagamento.
D. Aos crimes praticados com violência domestica ou familiar, não de aplica a Lei 9099/05 – JEcrim.
	O artigo 88 que prevê que o crime de lesão corporal culposa ou leve é ação penal publica condicionada da representação. Na incidência da lei maria da penha se tornou incondicionada, pois a lei do JEcrim foi afastada expressamente na lei maria da penha. (única exceção).
	O artigo 44, da lei Maria da penha, diz que não se aplica a lei 9099/95 aos “crimes”. Mas o STF entendeu que abrange as contravenções penais, como por exemplo “vias de fato”. 
- Consequências de não aplicar a Lei 9099/95:
a) O delegado não faz I.P, mas sim termo circunstanciado (Art. 69, JEcrim)
b) Possibilidade de composição civil, como extinção de punibilidade (Art. 74, JEcrim)
c) Transação penal com MP, para evitar ação penal (Art. 76, JEcrim).
d) SURSI – processo

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