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ESAB 3 - Anatomia da ATM

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Anatomia da ATM 
 
Maurício Kosminsky 
Modificado por Ana Carla Rios 
 
 
As estruturas cranio-cervicais são relacionadas 
entre si, formando um complexo que por sua vez é 
integrado a outras estruturas do corpo humano. Como 
exemplo: os músculos inseridos na mandíbula se 
relacionam direta ou indiretamente com os músculos 
cervicais e torácicos. Por questão didática nessa aula 
será abordada apenas a articulação 
temporomandibular (ATM), mas é importante 
compreender que para entender a dinâmica funcional 
do sistema estomatognático, faz-se necessário 
compreender como o funcionamento de um elemento 
constituinte deste interfere no funcionamento do outro 
elemento dentro do próprio sistema estomatognático, 
ou de outro sistema. O conhecimento básico da 
anatomia e biomecânica da ATM torna mais fácil o 
seu exame, permitindo uma melhor compreensão 
dos fenômenos patológicos e conseqüentemente 
uma abordagem terapêutica racional. 
A ATM é a região na qual a mandíbula se articula com o crânio, ela é uma 
articulação ginglemo-artroidal, pois pode desenvolver movimentos de rotação 
(gínglimo) e de translação (artróidal). A ATM apresenta várias características 
próprias que a diferencia de outras articulações do corpo humano, dentre elas 
duas são mais importantes: 
1 - apesar de apresentar-se bilateralmente, funciona como uma unidade única, 
a articulação direita não pode mover-se independentemente da esquerda; 
2 - apresenta um ponto rígido de fechamento terminal, a superfície oclusal 
dos dentes. 
 
 
CÔNDILO 
O côndilo mandibular é a região da mandíbula que se articula com o crânio. 
Existe uma grande variação na forma dos côndilos entre indivíduos diferentes e 
entre os côndilos direito e esquerdo de um mesmo indivíduo. Essa variação é 
decorrente principalmente do padrão genético e da ação de forças 
biomecânicas que atuam dentro dos limites fisiológicos, promovendo 
remodelação dos componentes articulares. 
 
O côndilo apresenta-se medindo de 7.0 a 10mm no 
sentido ântero-posterior e latero-medialmente 15 a 
20mm, sendo o pólo medial geralmente mais 
proeminente que o lateral. Na região mais anterior e 
inferior encontra-se uma depressão denominada 
fóvea pterigóidea onde insere-se o músculo 
Pterigóideo Lateral. 
O eixo longitudinal formado pelos pólos medial 
e lateral normalmente é perpendicular ao ramo 
ascendente. Por outro lado os ramos não são 
paralelos entre si, dessa forma, os 
prolongamentos dos longos eixos dos côndilos 
se encontram em uma região posterior e 
superior ao eixo terminal de rotação, formando 
um ângulo de aproximadamente 160º. Essa 
inclinação orienta o posicionamento de entrada 
dos Raios X nas radiografias convencionais 
das ATMs. 
 
 
 BARROS,J.J.
 
O côndilo é composto de um osso esponjoso 
revestido por uma delgada camada de osso 
compacto, cuja espessura é variada. Ele é 
revestido por uma camada de tecido 
fibrocartilaginoso denso, formado 
principalmente de fibras colágenas e apenas 
poucas fibras elásticas. Esse revestimento é 
mais espesso em áreas de maior demanda 
funcional, fornecendo as condições biológicas 
adequadas para receber carga durante a 
mastigação. 
Quando os dentes encontram-se contatados na posição de máxima 
intercuspidação essa região anterior e superior do côndilo repousa na parede 
posterior da eminência articular, essa parece ser a área de maior demanda 
funcional. 
COMPONENTE TEMPORAL 
 
A superfície temporal da ATM pode ser 
dividida em uma porção côncava 
denominada fossa articular ou cavidade 
glenóide e uma convexa mais anterior 
denominada eminência articular. Como o 
côndilo a fossa articular também 
demonstra uma forma bastante variável. 
Durante o movimento de abertura 
máxima o côndilo translada até a 
crista da eminência, podendo 
ultrapassar em algumas articulações. 
Essa hipertranslação não deve ser considerado um movimento patológico 
quando o indivíduo não manifestar outros sintomas indicativos da 
desordem articular, porém deve-se aprofundar investigação dos fatores 
sistêmicos que podem interferir nos movimentos da ATM e quando necessário 
instituir orientação para o paciente com relação a este achado clínico. 
Na porção mais profunda da fossa articular encontra-se uma compacta óssea 
muito delgada, essa condição anatômica sugere que não seja uma área 
biologicamente desenvolvida para receber pressão, durante os esforços 
mastigatórios. 
 
A eminência articular pode ser dividida 
em duas paredes, a parede posterior 
(mais íngreme) e a anterior (menos 
íngreme). A inclinação da eminência 
articular contribui param a desoclusão 
dos dentes posteriores durante a 
protrusão mandibular, entretanto, não 
há evidências de que essa inclinação 
esteja relacionada com a inclinação das 
cúspides dentárias. 
 
 
Diferentemente da fossa articular a eminência articular é espessa, tolerando a 
presença de forças durante a função. O mesmo revestimento conjuntivo fibroso 
denso presente no côndilo, encontra-se, na parede posterior e medial da 
eminência articular. Este fato reforça a teoria de que seja uma área 
biologicamente desenvolvida para receber esforços durante a mastigação. 
 
Na região posterior da fossa temporal encontra-se a parede timpânica, nessa 
área encontram-se as fissuras escamotimpânica, petrotimpânica e a retro-
escamosa. A fissura petrotimpânica estabelece uma comunicação entre o 
ouvido médio e a ATM por ela passam o nervo da corda do tímpano a artéria e 
a veia timpânica, essas estruturas nervosas e vasculares estão fora dos limites 
funcionais da articulação estando protegida de qualquer pressão do côndilo. 
 
DISCO ARTICULAR 
O disco articular localiza-se entre as superfícies articulares mandibular e 
temporal, tem como função proteger essas superfícies, evitando o contato 
direto do côndilo contra o componente temporal da articulação, bem 
como estabilizar os côndilos durante os movimentos mandibulares. O 
disco articular divide a articulação em dois compartimentos, um superior e outro 
inferior. 
 No plano sargital o disco articular 
pode ser dividido em 3 bandas: 
anterior, central e posterior. A 
banda central ou intermediária, é a 
área mais delgada medindo 1 a 2 mm 
de espessura, não apresentando 
vascularização ou inervação. É nessa 
área que ocorre pressão durante a 
função mastigatória. O disco 
apresenta forma bicôncava; sendo 
as bandas posterior e anterior, mais 
espessas que sua banda central, 
medindo 4 a 5 mm de espessura. 
A borda posterior é ligeiramente mais espessa que a anterior e localiza-se 
normalmente na porção mais superior do côndilo. No plano frontal as bordas 
lateral e medial também são mais espessas que a parte central. A borda medial 
do disco articular é ligeiramente mais espessa que a lateral. A morfologia 
precisa do disco é determinada pelas superfícies articulares do côndilo e do 
componente temporal da articulação ( fossa articular). 
O disco é composto de um tecido conjuntivo fibroso denso, e não de cartilagem 
hialina como na maioria das outras articulações, esse tecido confere uma 
estrutura resistente, mas flexível ajustando-se de forma reversível às 
superfícies côncava (fossa articular), ou convexa (eminência articular). A 
morfologia do disco articular é mantida desde que forças destrutivas ou 
alterações estruturais não venham a ocorrer na articulação, nessas 
circunstancias alterações irreversíveis podem estar presentes. 
 
Sanders,Murakami,Clark 
 
Na borda anterior do disco insere-se 
o ligamento capsular, nessa região 
encontram-se ainda dois ligamentos, 
um superior e outro inferior. O 
ligamento superior une a porção 
superior da borda anterior do disco à 
margem anterior da superfície 
articular do osso temporal. O 
ligamento inferior une a porção 
inferior da borda anterior do disco ao 
côndilo.Ainda na borda anterior, 
entre os ligamentos anteriores ocorre 
indiretamente a inserção de tendões 
do feixe superior do músculo 
pterigoideo lateral. 
Nas bordas medial e lateral, ocorre a 
inserção dos ligamentos discais. O ligamento 
do pólo medial une a borda medial do disco 
ao pólo medial do côndilo, o ligamento do 
pólo lateral, une a borda lateral do disco ao 
pólo lateral do côndilo. Esses ligamentos 
contribuem para a permanência do disco 
sobre a superfície do côndilo. Os ligamentos 
Norman e Bramley 
discais restringem a movimentação medial ou 
lateral do disco, permitindo apenas um 
discreto movimento no sentido antero-
posterior. Um aumento no comprimento 
desses ligamentos pode resultar no 
deslocamento anterior do disco, fazendo 
com que a borda anterior do côndilo 
repouse sobre a borda posterior do 
mesmo. 
 
 
 
 
ZONA BILAMINAR ( REGIÃO RETRODISCAL) 
 
Entre a face posterior do côndilo e a 
parede timpânica, encontra-se um 
tecido conjuntivo frouxo, denominado 
de tecido retrodiscal, essa região 
contém no seu interior espaços que 
são preenchidos com sangue 
durante o deslocamento anterior da 
mandibular. A área é 
abundantemente inervada pelo nervo 
auriculotemporal. A intensa 
vascularização e inervação 
demonstram que a região não foi 
biologicamente desenvolvida para 
receber pressão durante a função. 
 Norman e Bramley 
 
 
Esta região denomina-se zona 
bilaminar pelo fato de apresentar na 
sua estrutura, duas lâminas; uma 
superior e uma inferior. A lâmina 
superior une a porção superior da 
borda posterior do disco articular à 
placa timpânica, e apresenta na sua 
constituição grande concentração de 
fibras elásticas, sendo essas ainda 
mais abundante nas mulheres. 
 
 
Sanders,Murakami,Clark 
 
As fibras retrodiscais são distendidas durante a movimentação anterior da 
mandíbula, tracionado o disco para posterior. A lâmina inferior une a porção 
inferior da borda posterior do disco a superfície posterior e superior do côndilo, 
sendo composto de fibras colágenas não elásticas. 
As estruturas retrodiscais limitam o deslocamento anterior do côndilo 
mandibular. Durante esse deslocamento, os tecidos retrodiscais 
preenchem a fossa mandibular e a região posterior do côndilo, essa 
expansão parece ocorrer devido ao aumento no diâmetro dos vasos que 
nutrem essa região. 
 
Cápsula articular 
 
Nas articulações sinoviais, os ligamentos 
apresentam a função de limitar o 
movimento. Quando os movimentos da 
articulação são forçados para além dos 
limites funcionais os ligamentos podem 
ser estirados já que possuem baixa 
capacidade de distensão. O aumento do 
comprimento dos ligamentos pode 
promover uma hipermobilidade das 
estruturas articulares, é o que acorre 
nos casos da subluxação e luxação 
mandibular. 
 
 
O disco articular funde-se a cápsula 
em sua periferia dividindo a 
articulação em dois compartimentos; 
o compartimento sinovial superior, e 
o compartimento sinovial inferior. O 
compartimento sinovial superior é 
maior, estendendo-se mais 
anteriormente que o inferior, é 
delimitado superiormente pelo osso 
temporal e inferiormente pela 
superfície superior do disco. O 
compartimento sinovial inferior é 
reforçado pelos ligamentos discais, 
sendo delimitado superiormente pela 
superfície inferior do disco e 
inferiormente pelo côndilo 
mandibular. 
 
 Sanders,Murakami,Clark 
 
Os compartimentos sinoviais são independentes e não se comunicam entre si, 
exceto quando ocorre perfuração do disco. A cápsula apresenta na sua 
estrutura um tecido conjuntivo fibroso que não envolve toda a sua superfície, 
na região posterior o tecido vai gradualmente tornando-se frouxo, o mesmo 
ocorrendo na região anterior. A face interna da cápsula, voltada para as 
cavidades articulares, é revestida pela membrana sinovial; sua função é 
secretar e confinar o líquido sinovial que nutre as superfícies articulares 
não vascularizadas, além de remover corpos estranhos presentes no 
interior da articulação. 
 
Uma outra função do líquido sinovial é lubrificar a articulação, com esse 
objetivo dois mecanismos são empregados; o primeiro ocorre na função 
reduzindo o atrito durante a movimentação das superfícies articulares, 
um outro mecanismo de lubrificação descrito é o de "saturação", quando 
as superfícies articulares são sujeitas a forças de compressão, o líquido 
retido no interior da cartilagem discal é eliminado, lubrificando as superfícies. 
Quando da presença de forças compressivas prolongadas, o mecanismo de 
saturação pode ser esgotado não proporcionando mais a lubrificação 
adequada. Essa condição ocorre principalmente nos casos de parafunção de 
grande intensidade de força (apertamento / brixismo). 
Ligamentos 
O ligamento temporomandibular localiza-se na parte externa da cápsula 
articular, sendo considerado algumas vezes como um espaçamento da mesma. 
Pode ser dividido em duas partes; uma oblíqua e outra horizontal. O ligamento 
oblíquo une o tubérculo articular e o processo zigomático a borda posterior do 
colo do côndilo limitando o grau de rotação do mesmo. Após aproximadamente 
28mm de rotação mandibular, este ligamento fica tenso, e a mandíbula é 
impedida de continuar a rotacionar sem que ocorra um deslocamento para 
anterior, evitando assim a compressão de estruturas nobres do pescoço. 
O ligamento horizontal liga-se anteriormente também no tubérculo articular e 
processo zigomático, e posteriormente na superfície lateral do côndilo e borda 
lateral da cartilagem discal. Esse ligamento limita o deslocamento posterior 
do côndilo, evitando assim a compressão da zona retrodiscal altamente 
vascularizada e inervada. A resistência desse ligamento pode ser 
demonstrada efetivamente nos casos de trauma na região mentoniana, nessas 
circunstâncias ocorre a fratura no colo do côndilo evitando que o mesmo invada 
fossa craniana.

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