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Aula_2_-Sistema_Toyota_de_Producao_-_contexto_historico

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SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO –
CONTEXTO HISTÓRICO, MFP
AULA 2 
PROFª: MARIANE SOUZA
Antes de 1973-1979
Crise do Petróleo Internacional
< 
OFERTA GLOBAL
POTENCIAL
CAPACIDADE 
INSTALADA
DEMANDA
Antes de 1973-1979
 Sistema AMERICANO de Produção
 Sistema FORDISTA de Produção
Conceitos básico proposto por Ford
+ +
+
Altos 
Salários
Alta 
Produtividade
Baixo Custos
Conceitos de empresa segundo Ford
W
K
C
LUCRO
ALTOS SALÁRIOS PRODUTOS COM PREÇOS MENORES
O modelo econômico Fordista
CONSUMO DE MASSAS PRODUÇÃO EM MASSA
O conceito de Custos segundo Ford: 
os ganhos de escala
QUANTIDADE
CUSTO
Os conceitos importantes desenvolvidos no 
ambiente Fordista
- Perdas
- Padronização (produto, processo e ferramentas)
- Intercambiabilidade de peças
- Tarefas (métodos, tempos)
Evolução das normas de concorrência 
OFERTA GLOBAL < DEMANDA
Antes de 1973-1979
= + 
9
VISÃO DE TAYLOR & FORD 
• Produção em massa
• Pouca preocupação com a qualidade/custo
PREÇO CUSTO LUCRO
Evolução das normas de concorrência 
OFERTA GLOBAL > DEMANDA
Depois de 1973-1979
= -
10
VISÃO SISTEMA TOYOTA
• Preço é definido pelo mercado
• Minimizar os custos para maximizar o lucro
LUCRO PREÇO CUSTO
Evolução das normas de concorrência 
OFERTA GLOBAL > DEMANDA
Depois de 1973-1979
= -
11
VISÃO ATUAL
• ALTA CONCORRÊNCIA Preço é fixado pelo mercado
• Lucro fixado pelo mercado
• Custo é o alvo
CUSTO PREÇO LUCRO
O comportamento dos custos pós 
1973-1979
CUSTO
QUANTIDADE
VARIEDADE
Por que estudar o Sistema Toyota 
de Produção???
Avanço do Oriente
Com a aplicação do Sistema Toyota de Produção a Toyota e outras
empresas orientais veem “enxugando” as perdas na produção e,
consequentemente, crescendo exponencialmente, enquanto
empresas tradicionais estão afundando em dívidas.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE OS 
FATORES DE PRODUÇÃO E A EMPRESA: 
ADAPTAÇÃO E REFLEXÕES
O caso da Industria Metal- Mecânica
Custos de Aquisição de Equipamentos para a montagem de uma célula de Manufatura
BRASIL EUA/JAPÃO
Tornos CNC $ 100.000 $ 65.000
Tempera indução $ 350.000 $ 228.000
Bochadeira de entalhado $ 500.000 $ 325.000
Balanceadora $ 80.000 $ 52.000
Fresadora $ 120.000 $ 78.000
Furadeira/rosqueadeira $ 450.000 $ 295.000
Retífica CNC $ 450.000 $ 295.000
CUSTO TOTAL $ 1.660.000 $ 1.028.000
TOYOTA GM FORD
Vendas globais de carro 
em 2007 (em unidades)*
8,54 milhões 7,53 milhões 6,73 milhões
Valor de mercado US$ 250 bilhões US$ 20 bilhões US$ 15 bilhões
Resultado econômico 
em 2006
Lucro de US$ 13 bilhões Prejuízo de US$ 1,97 
bilhões
Lucro de US$ 12,7 
bilhões
Carro mais vendido em 
2006 (unidades)
Camry 448 mil Silverado 636 mil Ford F-Series 796 mil
Funcionários 296.000 284.000 300.000*
Carros por funcionário 28,85 30,03 25,76
*Para a Ford os dados de números de funcionários de 2005
Revista Exame (maio) e Época Negócios (abril) 2007
Análise comparativa dos custos de uma 
célula de manufatura
País Brasil EUA Japão
Mão de obra/mês $ 10.160 $ 25.033 $ 79.200
Equipamentos/mês $ 15.500 $ 30.000 $ 10.075
Custo/mês $ 25.660 $ 103.159 $ 89.275
O SISTEMA TOYOTA DE 
PRODUÇÃO
Porque a realidade de cada país e ou região é diferente?
Os fatores de produção são diferentes!
Porque inovações de sucesso em algum lugar, normalmente, exigem adequações para
outros locais?
A vida real é diferente!
Os sistemas socais, tecnológicos, ambientais....
Contexto Histórico
Década 1920 , a Toyoda Sakichi desenvolveu o tear com parada automática em caso de defeitos.
1930: Governo japonês estimula a indústria automotiva japonese, que era dominada pela indústria
americana.
Sakichi e seu filho, Kiichiro investem na indústria automotiva japonesa
1935: Toyoda constrói seu primeiro carro e inicia o desenvolvimento do Just-in-time
1937: Fundada a Toyota Motor Corporation
Contexto Histórico
Industria automotiva japonesa passa por diversas dificuldades no período da 2º Guerra, fábrica
quase exclusivamente caminhões.
15 de Agosto de 1945, Kiichiro solicita: “Alcancemos os Estados Unidos em 3 anos. Caso contrário,
a indústria automobilística do Japão não sobreviverá”
Kiichiro passa o controle da empresa para o seu primo. Eiji, a Toyota sofre com a falta de matéria
prima e de pedidos.
Até a década de 1950, produzia-se basicamente caminhões.
Contexto Histórico
Ohno se torna um dos principais articuladores do desenvolvimento do STP, implementando o
JIT através do kanban.
◦ Devido a falta de capital e de matéria prima, a empresa se vê obrigada a eliminar estoques.
◦ Diversidade de produtos (caminhões e carros)
Final da década de 1950, são retomados o crescimento econômico japonês e os investimentos
na indústria automotiva.
1957: inicio das exportações, decorrente da busca por novos mercados (desastre de vendas)
Contexto Histórico
1970 os japoneses já haviam superado os problemas encontrados ao entrar no
mercado americano e conquistaram uma fatia do mercado;
O STP demostrava ser robusto para produzir grande diversidade de produto;
1970-1980: devido a crise do petróleo (1973), o STP começa a receber mais atenção;
◦ Crescimento lento: oferta global (capacidade instalada) menor que a demanda global.
Contexto Histórico
Na década de 1990, o Toyota diversifica sua produção, passando a
produzir carros maiores e mais luxuosos.
2008- Toyota torna-se a maior montadora de automóveis.
2009-2010- Crise da Toyota, recall de mais de 8 milhões de veículos.
O que é Sistema de Produção 
Enxuta?
Produção “Enxuta” (do original em inglês, “lean”) um
sistema de produção muito mais eficiente, flexível, ágil
e inovador do que a produção em massa fordista; um
sistema habilitado a enfrentar melhor um mercado em
constante mudança.
Sistema Toyota de Produção
O Sistema Toyota de Produção, que atualmente é conhecido como
SISTEMA DE PRODUÇÃO ENXUTA, tem sua origem junta à indústria
automobilística, quando engenheiros da empresa Toyota, após a
segunda Guerra Mundial, fizeram várias visitas à fabricas americanas
com o intuito de verificar o funcionamento do sistema de produção em
massa e adaptá-lo à indústria japonesa.
27
A Essência da Produção Enxuta
 É um poderoso sistema de gerenciamento da produção cujo objetivo é o aumento do 
lucro através da redução dos custos. Este objetivo, por sua vez, só pode ser 
alcançado através da identificação e eliminação das perdas, isto é, atividades que 
não agregam valor ao produto.
 Benchmarking para operações industriais no mundo inteiro. 
“ O Sistema Toyota de Produção não é somente 
um sistema de produção, mas um poderoso 
sistema de gerenciamento perfeitamente 
adaptado ao mercado global e aos sistemas de 
informações altamente automatizados”.
Taiichi Ohno
Um contraste entre as ideias ocidentais 
e orientais
IDEIAS OCIDENTAIS IDEAIS ORIENTAIS
Linha de montagem móvel, com trabalhadores 
especializados
Grupos de trabalho autogeridos
Verticalização, controle de todas as fontes de 
suprimentos, administração de estoques, 
mentalidade just in case (por via das dúvidas 
produzir)
Parcerias com fornecedores dedicados, produção 
enxuta, mentalidade jus in time (somente quando 
necessário)
Tamanho é documento Guerra ao desperdício
Máquinas e equipamentos dedicados Produção Flexível
Estruturas organizacionais divisionalizadas e 
hierárquicas
Administração enxuta, empresa enxuta
Controle de qualidade Círculos de qualidade aprimoramento contínuo
Alto luxo e alto preço Alta qualidade e baixo preço
Ford, General Motors, General Eletronic Toyota, Mitsubishi, Nissan
30
Elementos do Sistema Toyota de 
Produção31
Q
U
A
L
I
D
A
D
E
P
R
O
D
U
T
I
V
I
D
A
D
E
PARTICIPAÇÃO
SISTEMA 
TOYOTA
Sistema Toyota de Produção
Autonomação Just-in-time
JIT / Produção Enxuta
Just in time: Sistema de Produção no qual a movimentação de 
materiais e suprimentos são sincronizados, geralmente em 
pequenos lotes.
JIT é típico de sistema de produção enxuta
JIT opera com pouca “gordura”
33
Objetivos da JIT
 Eliminar as paralizações;
 Tornar o sistema flexível;
 Reduzir os tempos de setup e os lead times;
 Eliminar o desperdício;
 Minimizar o material em processo;
 Simplificar o processo.
34
As peças certas;
Na quantidade certa;
No momento certo
No local certo;
Na qualidade certa; 
 Consiste em facultar ao operador ou à máquina a “Autonomia” de interromper a operação sempre que ocorrer alguma 
situação anormal;
 Pode ser aplicada em operações
Manuais
Mecanizadas
Pré Automatizadas
Automatizadas
JUS IN TIME
AUTONOMAÇÃO
Ligada ao fluxo de materiais 
(Função Processo)
Ligada ao fluxo das 
pessoas e equipamentos 
(Função Operação)
AUTONOMAÇÃO
AUTOMAÇÃO COM TOQUE HUMANO
“.. ter toque humano significa que as máquinas 
automáticas podem se auto-supervisionar quando 
são produzidos defeitos.”
Ohno
V
V
V
V
V
V
V
V
AUTONOMAÇÃO
AUTONOMIA + AUTOMAÇÃO
Estágio anterior à automação, pois 
algumas atividades precisam ser 
feitas pelo operador
Todas atividades feitas pela 
máquina, independentemente 
do operador
A autonomação consiste em facultar ao operador ou a máquina a autonomia de 
parar o processamento sempre que for detectada qualquer anomalidade. 
Definição
 Jidoka significa, simplificadamente, que a máquina é dotada de
inteligência humana.
 A autonomação faculta ao operador ou à máquina a autonomia de
parar o processamento sempre que for detectada qualquer anormalidade
anormalidade.
Nível de automação
Uso da m.o sem automação
Uso da m.o com automação
Autonomação - origens
Sakichi Toyoda - o tear auto-ativado
Interrompia o funcionamento sempre que se rompesse 
uma linha
Taiichi Ohno - aplicando a idéia do fundador
A pergunta fundamental de Ohno
Por que na Toyoda Têxtil uma pessoa consegue operar até 40 máquinas
simultaneamente, enquanto na Toyota Motor cada trabalhador opera somente
uma máquina?
As máquinas na Toyota Motor não estavam preparadas para parar
automaticamente quando o processamento estivesse terminado ou quando
algo de anormal acontecesse.
Autonomação
 Embora a autonomação esteja freqüentemente associada à
automação, ela não é um conceito restrito às máquinas.
 No STP a autonomação é ampliada para a aplicação em linhas de
produção operadas manualmente.
 O conceito de autonomação tem mais identidade com a idéia de
autonomia do que com automação.
Pré-condições para poder parar a 
produção
Trabalho padronizado
Tempo takt
Solução de problemas
Papel dos líderes de equipes 
Estabilidade (4Ms)
◦ Materiais, método, mão-de-obra e máquinas
Princípio da Separação entre
Homem e Máquina
A implementação da autonomação implica na separação entre
homem e máquina.
Cria oportunidade para a disseminação da multifuncionalidade
◦ Autonomação é um meio para redução de custos de mão-de-obra
Multifuncionalidade
Operação de múltiplas máquinas
 Opera várias máquinas sem relação com o fluxo de operações
 30% a 50% de aumento de produtividade sobre 1h/1p/1t
 Ex: fixa ou remove peças em uma máquina enquanto outra realiza processamento 
automático
 É possível que uma máquina conclua o processamento antes do operador chegar 
até ela 
“Acabamos de comprar esta máquina e ela não tem o 
toque humano. Esse toque humano deve ser fornecido 
por vocês. Entendemos por toque humano a ideia de 
que vocês introduzam seu conhecimento nas máquinas 
em que trabalharão.
Se simplesmente vocês operarem as máquinas 
compradas, não mostrarão nenhuma engenhosidade. 
Para valorizarem seu trabalho diário, deêm seu toque à 
máquina automatizada.”
Shingo
A aplicação da Autonomação possibilitou a 
separação entre a máquina e homem
 Taxa de Ocupação (operação) das máquinas:
Admite-se que seja baixa (no Japão).
 Taxa de Ocupação de Mão de Obra:
É prioridade aumentar (no Japão).
 Eliminar o tempo de espera
Documentário sobre o STP
Racionalização do trabalho – EUA x Japão 
Trabalho
Estados Unidos – parcialização e repetitividade do trabalho
Japão – desespecialização dos trabalhadores qualificados (polivalência e
multifuncionalidade), concretizando a “liberação” da produção e a
autonomação.
52
Keiretsu
Todas as vantagens da produção enxuta de nada serviriam se não fosse fabricado o que o
cliente desejasse. Em vista disso, a Toyota montou uma estratégia de marketing agressivo,
formando uma rede de distribuidoras e procurando desenvolver uma relação a longo prazo
entre montadora, revendedora e comprador.
O Sistema de Produção flexível e a habilidade na redução de custos permitiu às empresas
japonesas oferecer um grande portfolio de produtos diversificadas, suprindo a variedade de
produtos exigida pelos compradores, sem custos elevados.
53
Produção em massa X Produção em 
Grandes Lotes
O modelo japonês não se contrapõe ao principio de produção em
massa, mas sim à necessidade de produzir em grandes lotes.
Esta ideia de continuidade é reforçada pelas inúmeras declarações
de Ohno, reconhecendo que o STP foi constituído inspirado em
vários aspectos da organização das fábricas de Ford.
Produção em massa X Produção em 
Grandes Lotes
Produção em massa
Produção para atender grandes pedidos
Produção em grandes lotes
Produção através de grandes lotes de fabricação.
Diferencial japonês 
Trabalho em grupo e práticas participativas – padrão japonês de organização do trabalho.
Não foram apenas as inovações tecnológicas e organizacionais que tornaram inigualáveis a
produtividade e a competitividade na indústria, mas o tipo de relações sociais de trabalho na
empresa.
COMPETITIVIDADE JAPONESA 
O país se viu na situação de ter que inovar na organização do trabalho e na gestão da 
produção, terminando por formar uma escala japonesa de gestão da produção, distinta da 
escala clássica americana.
57
Operacionalização do modelo JIT 
Criação do cargo de Operador Multifuncional FORMAS DE ORGANIZAR O TRABALHO
TRABALHADOR VISÃO AMPLA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
58
Modelo Japonês: três dimensões 
A) ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E DA EMPRESA
É parte mais facilmente transponível enquanto conjunto de técnicas e métodos cujo uso se faz numa
organização de trabalho em grupos e se fundamenta na polivalência do trabalhador.
Trabalho em grupos e polivalência já são menos facilmente transponíveis.
59
Modelo Japonês: três dimensões (Hirata, 1991)
B) RELAÇÕES INDUSTRIAIS 
Duas componentes:
Componente “Emprego”
- Emprego vitalício
- Promoção por tempo de serviço
- Baixo nível de desemprego
(válido apenas para a classe operaria estável masculina)
Componente “Sindicato”
- Sindicato por empresa: particularidade do modelo japonês que possibilitou 
historicamente o fim da baixa produtividade na empresa. 
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Modelo Japonês: três dimensões (Hirata, 1991)
C) RELAÇÕES INTER-EMPRESAS (FORNECEDOR—CLIENTE)
Relação de colaboração, podendo ser caracterizada por:
oDependência e fidelidade
oSubordinação hierárquica
oColaboração tecnologia, sustentada em programas de formação 
Estas relações entre as empresas tem incidências diretas sobre a qualidade industrial
61
Sistema de Produção Enxuta
A Produção Enxuta é um Sistema Integrado de:
Conceitos (ex: processos e operações)
Princípios(ex: separação homem-máquina)
Métodos (ex: poka-yokes)
Que possibilita a contínua busca da perfeita geração de valor para o 
cliente.
Exemplo de Proposta de Estruturação da 
Produção Enxuta
REALIZAÇÃO DE TRABALHOS!!!!

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