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29/09/2016 1 ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA 1 Prof. Clésio Soldateli Paim Fundamento da espectrometria atômica Conjunto de técnicas fundamentadas na interação entre a radiação e os átomos no estado livre. Absorção e emissão Princípio básico: átomos no estado fundamental (gasoso) são capazes de absorver radiação específica (passando para estado excitado - instável). Retorno ao estado fundamental (emissão): muito mais estável. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Fundamento da espectrometria atômica Emissão atômica Absorção atômica Energia: chama, forno de grafite, plasma. Atomização (transformar em vapor): chama, forno de grafite. Absorção da luz: fonte primária (lâmpada); Absorção atômica: átomos no estado fundamental são capazes de absorver energia radiante em um determinado comprimento de onda de ressonância; Promove-se a passagem de uma luz de comprimento de onda de ressonância igual aos átomos pela chama; Ocorre a absorção da energia pelos átomos proporcionalmente ao número de átomos presentes que estão no estado fundamental presentes na chama. Fundamento da espectrometria atômica Absorção atômica 5 Fundamento da espectrometria atômica Vias de atomização da absorção atômica de chama Fundamento da espectrometria atômica 6 Classificação dos métodos espectroscópicos atômicos mais usuais Métodos de atomização Temperatura de atomização °C Tipos de espectroscopia Nome comum Chama 1700 – 3150 -Absorção -Emissão - Fluorescência -Espectroscopia de absorção atômica (EA) -Espectroscopia de emissão atômica (EEA) -Espectroscopia de fluorescência atômica (EFA) Eletrotérmica (forno de grafite) 1200 – 3000 -Absorção - Fluorescência -EAA eletrotérmica -EFA eletrotérmica Plasma acoplado indutivamente 6000 - 8000 -Emissão -Massa - Espectroscopia de emissão em plasma acoplado indutivamente (ICPAES); - Espectroscopia de massa com plasma acoplado indutivamente (ICP-MS); 29/09/2016 2 7 Técnica de análise elementar ao nível de traços utilizada para a determinação de diversos elementos (metais e semimetais) da tabela periódica; Consiste, basicamente, de quatro técnicas de atomização: - Absorção atômica com chama: 64 elementos; - Forno de grafite: 55 elementos. - Geração de hidretos: 8 elementos; - Geração de vapor frio: Hg; Aplicações: - Ambiental: solos, águas, plantas, sedimentos, ...; - Clínica: urina, cabelo, outros fluidos, toxicologia forense... - Alimentos: enlatados, leite, ... - Industrial: fertilizantes, lubrificantes, minérios, farmacêuticos... ... Fundamento da absorção atômica 8 Espectrometria de absorção atômica por chama 9 Equipamento de absorção atômica FEIXE SIMPLES FEIXE DUPLO Sinal analítico = sinal amostra sinal referência Chopper: modulador de sinal 10 Equipamento de absorção atômica Fontes de luz utilizam-se lâmpadas de cátodo oco ou de descarga sem eletrodo que emitem radiação intensa de mesmo comprimento de onda que a absorvida pelo elemento a ser determinado. O atomizador pode ser constituído de uma chama (exemplo acima) ou um forno de grafite . Detector: geralmente é um fotomultiplicador (energia luminosa em corrente elétrica, a qual é amplificada) monocromador Separação do λ (a radiação incide no monocromador por uma fenda estreita; em seguida, é separada em seus diferentes comprimentos de onda em uma rede de difração e, posteriormente, direcionada ao detector. ESQUEMA GERAL Chopper: modulador do sinal de grafite. 11 ESQUEMA GERAL DE UM EQUIPAMENTO DE CHAMA Equipamento de absorção atômica Linha de gases xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxx XXX Modulador da fonte de luz Solução amostra aspirada, gera um sinal proporcional a concentração Equipamento de absorção atômica Sistema que permite proporcionar a radiação necessária, na forma de linhas FONTE – Lâmpada de cátodo oco - Passagem de uma corrente elétrica pelos eletrodos para ionizar o gás raro (argônio); - Sputtering: pulverização catódica) 29/09/2016 3 PARTE DO ESPECTRO DE UMA LAMPADA MULTIELEMENTO DE CÁTODO OCO Equipamento de absorção atômica FONTE – Lâmpada de cátodo oco Espectro atômico Espectro molecular 14 Equipamento de absorção atômica FONTE – Lâmpada de descarga sem eletrodos Tubo de quartzo selado sob atmosfera inerte contendo elemento metálico ou sal de metal; Gás inerte é ionizado por radiofrequência ou micro-ondas excitando elétrons do metal, que ao retornarem ao estado fundamental emitem radiação em comprimentos de onda específicos; Vantagem: produz radiação mais intensa do que a lâmpada de cátodo oco; Menor utilização do que lâmpadas de cátodo oco; Desvantagens: preço elevado e problemas associados com o tamanho da lâmpada, frequência da radiofrequência e pressão do gás inerte. 15 QUEIMADOR POR MISTURA PRÉVIA ATOMIZADOR Combustível Oxidante Temperatura (°C) Acetileno Ar 2100-2400 Acetileno Óxido nitroso 2600-2800 Acetileno Oxigênio 3000-3100 Hidrogênio Oxigênio 2550-2700 Espectrometria de absorção atômica por chama 16 QUEIMADOR POR MISTURA PRÉVIA ATOMIZADOR Queimador laminar: grande caminho óptico Tempo de residência: < 1seg. Espectrometria de absorção atômica por chama 17 Espectrometria de absorção atômica por chama INTERFERÊNCIAS FÍSICAS SOLUÇÕES PADRÃO E AMOSTRA COM PROPRIEDADES FÍSICAS (VISCOSIDADE E TENSÃO SUPERFICIAL) DIFERENTES PROCESSO DE ASPIRAÇÃO E NEBULIZAÇÃO DIFERENTES LEITURAS INCORRETAS INTERFERÊNCIAS ESPECTRAIS DEVIDO A ABSORÇÃO OU ESPALHAMENTO DA RADIAÇÃO SELECIONADA PARA O ANALITO CAUSADAS POR ÁTOMOS: POUCO COMUM CAUSADAS POR MOLÉCULAS: MAIS GRAVES 18 Espectrometria de absorção atômica por chama INTERFERÊNCIAS QUÍMICAS FORMAÇÃO DE ÓXIDOS TERMICAMENTE ESTÁVEIS (PROVOCANDO REDUÇÃO DE ÁTOMOS NO ESTADO FUNDAMENTAL) CORREÇÃO: AUMENTO DA TEMPERATURA DA CHAMA INTERFERÊNCIAS DE IONIZAÇÃO ELEMENTOS FACILMENTE IONIZÁVEIS. EX. METAIS ALCALINOS E ALCALINOS TERROSOS. CORREÇÃO: CHAMAS COM TEMPERATURAS MAIS BAIXAS CORREÇÃO: AGENTES DE SUPRESSÃO - POSSUEM ALTA AFINIDADE PELO OXIGÊNIO (SOLUÇÃO DE SCHINKEL – CÉSIO E LANTÂNIO) CORREÇÃO: AGENTES DE SUPRESSÃO DA IONIZAÇÃO MAIOR PODER DE IONIZAÇÃO (CÉSIO) 29/09/2016 4 Espectrometria de absorção atômica por chama Sem efeito memória (diminuindo tempo entre análises); Operação segura (minimizando riscos de explosão); Sistema de queima durável e de baixo custo; Possibilidade de diferentes temperaturas de queima; Análise rápida e de razoável sensibilidade; Boa repetibilidade e precisão de análise. Vantagens Desvantagens Grande volume de amostra (3 - 5 mL); Menos de 10% da amostra aspirada é utilizada (gotículas < 5 μm de diâm.); Impossibilidade de utilização em amostras sólidas ou de viscosidade elevada; Baixa precisão quando utilizada para elementos que absorvem em λ próximos aos do ruído de fundo da chama; Utilização de gases combustíveis e oxidantes sob pressão; Difícil análise de matrizes complexas. 20 Espectrometria de absorção atômica com forno de grafite 21 Espectrometria de absorção atômica com forno de grafite Quantidade de amostra injetada: 1μL a 50 μL ou análise de sólido diretamente; Sistema de injeção pode ser manual ou automático; Aquecimento elétrico; Fluxos de gases inertes (argônio) são mantidos externamente e internamente para evitar a combustão do forno; Forno: tubo de grafite de 3 a 5 cm de comprimento e de 3 a 8 mm de diâmetro; Fluxo interno expulsa o ar atmosférico do forno e também os vapores gerados durante as etapas de secagem e pirólise (combustão); Maior tempo de residência do vapor atômico (10 segundos): maior sensibilidade; Deterioração do forno (aprox. 500 análises); 22 Material Shimadzu do Brasil. Espectrometria de absorção atômica com forno de grafite Etapas de análise Espectrometria de absorção atômica com forno de grafite Exemplo da determinação de ferro na ferritina (proteína) – injeção de 10 μl de ferro aproximadamente 0,1 ppm; Etapa 1 (50 a 200°C): secagem da amostra (evaporação de solventes e ácidos residuais). Ex. 125°C por 20 s; Etapa 2: pirólise (calcinação). Ex. 1400 °C por 60 s. Não pode ocorrer perda do analito; Passagem entre as etapas: programa especial de aumento da temperatura do forno; Etapa 4: limpeza do forno em alta temperatura. Ex. 2500°C por 3 s; Temperatura e a duração de cada etapa: dependente de cada substância e devem ser controladas; Etapa 3: aumento da temperatura leva à atomização do analito para posterior quantificação; Ex. 2100 °C por 10 s; Material Shimadzu do Brasil. Espectrometria de absorção atômica com forno de grafite Plataforma curva de L´vov Maior confiabilidade 29/09/2016 5 25 Maior tempo de residência dos analitos no volume de observação; Pequena quantidade de amostra; Baixo consumo de soluções analíticas; Injeção da amostra com eficiência máxima; Permite análise de sólidos diretamente; Possibilidade de tratamento térmico (preparação) da amostra durante as etapas de secagem e pirólise. Vantagens Espectrometria de absorção atômica com forno de grafite Baixa frequência analítica: tempo de análise de 3 a 5 minutos por amostra; Deterioração do tubo de grafite: aprox. 500 análises; Baixa repetibilidade e reprodutibilidade se comparada a absorção em chama. Desvantagens 26 Chama x forno de grafite Chama Forno de grafite Princípio de atomização Chama Corrente elétrica % de utilização da amostra Aproximadamente 10% 90-100% Quantidade de amostra Aproximadamente 1 ml (3-5 ml) 5 – 50 µl Sensibilidade Baixa (ppm) Alta (ppb) Reprodutibilidade 1,0% ou menor 2- 5% Tempo de análise 10 – 30 seg 3 – 5 min. Chama (ppb) Forno de grafite (ppb) As 200 0,2 Hg 150 2 Se 250 0,5 Sn 30 2,0 LD aproximados 27 Espectrometria de absorção atômica com geração de hidretos 28 Espectrometria de absorção atômica com geração de hidretos Método utilizado para compostos que são formadores de hidretos voláteis (As, Se, Sb, Bi, Ge, Sn, Pb e Te); O processo é constituído de três etapas principais: geração, transporte e atomização dos hidretos; A geração dos hidretos consiste da reação do analito, normalmente em meio ácido, com um redutor (NaBH4); Gás inerte de arraste (argônio ou nitrogênio): responsável pelo transporte dos hidretos do frasco de reação até a cela de quartzo; Elementos que absorvem em λ < 200 nm: purga para remoção dos gases atmosféricos. As(V) solução NaBH4 [H+] AsH3 Calor da chama As0 (gás) + H2 arsina Espectrometria de absorção atômica com geração de hidretos As(V) solução NaBH4 [H+] AsH3 Calor da chama As0 (gás) + H2 O hidreto formado dissocia-se a um vapor atômico nas temperaturas relativamente moderadas da chama de ar - acetileno Solução amostra acidificada 850 – 1000°C (chama) NaBH4 Gerador de hidretos Hidreto gasoso Evita-se efeito de interferência de matriz. arsina Argônio 30 A atomização é feita em uma cela de quartzo aquecida eletricamente ou com um queimador típico de sistemas de atomização com chama; Sinal obtido: transitório, cerca de 20 segundos são necessários para total integração do sinal para quase todos os elementos. Concentração de análise As, Bi, Sb, Te 5 -20 ppb Hg 20 - 80 ppb Se 10 – 40 ppb Sn 30 - 90 ppb Espectrometria de absorção atômica com geração de hidretos Limites de detecção: ppb e ppt 29/09/2016 6 31 Espectrometria de absorção atômica com geração de hidretos Vantagens Reação rápida e completa, sem perda do analito; Facilita a separação do analito desejado; Grande eficiência de transporte do hidreto formado; Aumento do limite de detecção; Processo pode ser automatizado; Desvantagens Susceptibilidade a interferentes existentes na solução de leitura; Variação na cinética de reação de formação do hidreto; pH e concentração pode ser fatores críticos; Formação de hidretos de diferentes estados de oxidação (ESTADOS DE OXIDAÇÃO MAIORES SÃO INERTES NA FORMAÇÃO DE HIDRETOS VOLÁTEIS = UTILIZAÇÃO DE PROCESSOS DE REDUÇÃO). 32 Espectrometria de absorção atômica com geração de vapor frio 33 Geração de vapor frio: utilizada para a determinação de mercúrio; Mesmo sistema utilizado para a geração de hidreto, no entanto a cela de quartzo não precisa ser aquecida (mercúrio é reduzido a mercúrio metálico que é volátil a temperatura ambiente); Purga do sistema: não é necessária (λHg 253,7 nm – rara absorção de radiação por gases da atmosfera). Espectrometria de absorção atômica com geração de vapor frio 34 Aplicações 35 Análise ambiental Determinação de mercúrio 36 Outros aplicações 29/09/2016 7 37 Determinação quantitativa Utilização de padrões certificados denominados como SRA (Solução Reagente para Absorção Atômica) para preparação de curvas analíticas (padrão externo); Pode-se utilizar também métodos de padrão interno e adição de padrão; Cuidados com a interferência da matriz – MUITO IMPORTANTE PROCESSOS DE PREPARAÇÃO DA AMOSTRA; Referências HOLLER, J. F., SKOOG, D. A., CROUCH, S. R. Princípios em Análise Instrumental. 6. ed., Editora Bookman, Porto Alegre, 2009. HARRIS, D. Análise Química Quantitativa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2001. Brasil. Farmacopeia Brasileira, volume 1 e 2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2010. KAUER, F. SHIMADZU DO BRASIL. Material de absorção atômica. 38
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