Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aluno: Carlos Roberto de Figueiredo Ferreira – Código 2016.03.33439-4 Resumo do Capítulo 5 do livro didático disponibilizado pela Estácio 5. Princípios éticos na avaliação psicológica 5.1 Ética e a formação Prevista na Lei n.º 4.119/62, art. 13, § 1º, alínea a, cabe aos profissionais da Psicologia realizar avaliação psicológica e a responsabilidade é enorme, tendo em vista que consiste tal avaliação em coletar e interpretar dados, bem como, inferir resultados que podem, se mal utilizados, causar prejuízos irreparáveis. Por essa razão, o CFP possui grande preocupação com as questões éticas ligadas a realização da avaliação psicológica e editou uma cartilha com as normas e diretrizes para tal prática, inclusive foi criado o CPTA – Comitê de Testes de Avaliação Psicológica – justamente para cuidar dos casos de má prática relacionadas com o assunto. A APA – American Psychological Association – em 1992, editou os seis pontos fundamentais norteadores da atuação dos psicólogos, que são: 1 – competência; 2 – integridade, 3 – responsabilidade científica e profissional; 4 – respeito pela dignidade e direitos das pessoas; 5 – preocupação com o bem- estar do outro; 6 – responsabilidade social. 5.1.1 Competência A competência consiste manter e aprimorar os níveis de excelência, através do constante aprimoramento, participação de todo tipo de cursos, palestras e demais eventos que digam respeito a aplicação, avaliação e conclusão dos testes, considerando sua peculiaridades, para que o profissional tenha condição de escolher o melhor teste a ser aplicado para cada caso, sempre reconhecendo, entretanto, suas limitações e considerando os pontos relacionados com à competência pessoal. 5.1.2 Integridade Todo o trabalho do profissional deve ser pautado na honestidade e seguindo um padrão de comportamento consciente sobre os valores e o produto das avaliações. Os Códigos de Ética definem critérios para que valores pessoais não afetem a relação com o testado. 5.1.3 Responsabilidade Este tópico está ligado a necessidade de se respeitar fielmente todas as etapas do processo, tanto cientifica quando profissionalmente, principalmente com relação à escolha dos procedimentos, técnicas , estratégias e testes a serem realizados, priorizando a importância do comportamento e atuação dos profissionais frente aos seus clientes, respeitando todos os ditames éticos e profissionais. 5.1.4 Respeito à dignidade das Pessoas Essa questão é de suma importância e guarda relação com a preocupação com a privacidade, manuseio dos resultados e atitude coerente e ética do profissional, tendo em vista que o cliente possui direito a privacidade, confidencialidade, autodeterminação e autonomia. Além disso, o profissional não pode se esquecer de levar em consideração a individualidade dos sujeitos, principalmente no que tange a idade, sexo, orientação sexual, etnia, religião, histórico de vida, nível socioeconômico, dentre outros, que podem de alguma forma, interferir nos processos a serem adotados. 5.1.5 Preocupação com o bem-estar alheio Os procedimentos devem priorizar o bem-estar do cliente, portanto, o profissional deve agir com o máximo zelo e orientar o avaliando de forma condizente, para evitar eventuais enganos ou até mesmo abusos, tudo isso seguindo todos os princípios éticos, seja para diagnóstico, prognóstico ou pesquisa. 5.1.6 Responsabilidade Social Os profissionais devem se pautar não apenas na execução dos seus trabalhos de forma digna, mas também em fazer que o seu conhecimento resulte sempre em uma diminuição do sofrimento e na melhoria da vida em sociedade. Para tanto, já nos bancos das Faculdade deve ocorrer o cuidado ao se ensinar a aplicação dos testes, tendo em vista que diversos profissionais sequer detém conhecimento específico para passar aos alunos, esquecendo, por vezes, até mesmo de informar sobre questões históricas relacionadas com a criação dos testes e sua consequente defasagem. Quando os profissionais são bem preparados, possuem o devido conhecimento para aplicação dos testes de forma segura e ética, sempre levando em consideração a importância e relevância dos mesmos, frente aos clamores da sociedade. Segundo uma pesquisa realizada por Pietro, Muniz, Almeida e Barttram (1999), a ocorrência de 10 grandes falhas são ainda hoje muito comuns e estão abaixo listadas: • Fotocopiar material sujeito a direitos autorais; • Utilizar testes inadequados na sua prática; • Estar desatualizado na sua área de atuação; • Desconsiderar os erros da medida nas suas interpretações; • Utilizar folhas de respostas inadequadas; • Ignorar a necessidade de explicações sobre pontuação nos testes aos solicitantes da avaliação; • Permitir a aplicação de testes por pessoal não qualificado; • Desprezar condições que afetam a validade dos testes em cada cultura; • Ignorar a necessidade de arquivar o material psicológico coletado; • Interpretar além dos limites dos testes utilizados. 5.2.2 Administrando os testes É de grande importância ética prestar todos os esclarecimentos necessários, bem como, solicitar do cliente o termo de consentimento informado. Além disso, o ambiente deve ser adequado, os materiais devem estar dispostos de forma condizente, o rapport deve ser bom e o avaliador deve sempre estar atento ao desempenho do avaliado, quando da aplicação do teste. É importante lembrar que o profissional não pode reproduzir materiais dos testes. Gravações dos testes são podem ocorrer com autorização expressa do avaliado, bem como, o avaliador fica impedido de aplicar testes que possam interferir no trabalho de outros profissionais. 5.2.3 Correção e interpretação No momento da correção, o profissional deve seguir fielmente as definições contidas nos testes, analisando os resultados obtidos em conjunto com as eventuais observações da aplicação e analisar segundo os critérios previamente definidos nas instruções. A analise computadorizada deve ocorrer apenas quando há previsão para tal e todo o material das avaliações deve ser guardado de forma confidencial e em local seguro por 5 (cinco) anos, sendo que após esse período, esse material deve ser destruído. 5.2.4 Laudos e entrevistas de devolução Ao confeccionar os laudos, o profissional não pode realizar inferências pessoais, principalmente com relação a questões religiosas, sexuais e etc., devendo redigir os documentos de forma clara e objetiva, evitando a utilização de termos muito prolixos, tudo isso em razão do cliente ter o direito ao acesso dos resultados, bem como, de compreender o que consta ali. Quando o testado for menor, os responsáveis legais devem ser cientificados do resultado. O profissional deve redigir sempre na forma de laudo, mesmo que ocorra o pedido de um simples parecer e os laudos devem ser guardados juntamente com os demais documentos do individuo. 5.3 Os direitos dos testandos Considerando os direitos inerentes aos testandos, o termo de consentimento é sempre obrigatório, a não ser por determinações legais ou governamentais, em questões escolares, ou quando a manifestação for implícita, como nos testes para admissão ou seleção de trabalho. O consentimento pode ser por escrito ou verbal, porém, é preciso que o testando tenha ciência inequívoca do que está ocorrendo, bem como, do seu direito ao sigilo profissional. 5.4 Privacidade, confidencialidade e resultados Os testes são comercializados apenas por pessoas autorizadas. Além disso, eles devem passar segurança não apenas para os testados, mas também para os solicitantes, no caso de uma seleção,por exemplo. Uma preocupação maior deve ocorrer com testes de personalidade, tendo em vista que os mesmos promovem uma verdadeira invasão na intimidade do individuo e por esta razão, ele deve estar muito bem ciente do que ocorrerá com as suas informações. É considerado um grande erro se confeccionar um documento com mais informações do que está sendo solicitado, tendo em vista às chances reais de se prejudicar aquele que passou pelo teste. A Resolução 07/2003 apresenta diferentes modalidades de documentos, como declaração, atestado psicológico, relatório ou laudo psicológico e parecer psicológico, que são utilizados com objetivos diferenciados. DECLARAÇÃO – É um documento meramente informativo de comparecimento e/ou acompanhamento psicológico, contendo informações sobre a condição do assistido (tempo, dias e horários). ATESTADO PSICOLÓGICO – Documento que certifica a situação ou estado psicológico, justificando falta e/ou impedimento, bem como, dizendo se o indivíduo está ou não apto para determinadas atividades, solicitando seu afastamento ou dispensa, tudo isso seguindo o rigor técnico é ético. RELATÓRIO OU LAUDO PSICOLÓGICO – É uma apresentação descritiva sobre a situação ou condição psicológica, contendo o contexto histórico, político e cultural. Tais informações são apresentadas e esclarecidas em razão dos testes, exames, observações, dinâmicas e etc. PARECER – Trata-se de um documento resumido com a devida fundamentação sobre uma questão específica, em que o resultado pode ser indicativo ou conclusivo. O objetivo é responder com competência e transparência e esclarecer a questão solicitada. Deve ser analisado o problema e emitida uma opinião sobre este, respondendo aos pontos apresentados de forma muito objetiva e sucinta.
Compartilhar