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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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Licenciado para MAYARA LORRAINE RIBEIRO, E-mail: mayaralorrainee@gmail.com 
Noções Gerais 
Conceito - Denomina-se Direito Processual o complexo de normas e 
princípios que regem tal método de trabalho, ou seja, o exercício 
conjugado da jurisdição pelo Estado-juiz, da ação pelo demandante e da 
defesa pelo demandado. 
 O processo nada mais é do que o procedimento escolhido pelo 
Estado Moderno para conduzir a solução dos conflitos, levando aos 
jurisdicionados a justiça, gerando estabilização e paz social 
LEI PROCESSUAL – lei processual civil é toda aquela que disciplina a função 
jurisdicional desenvolvida pelos juízes e tribunais. 
 
A LEI PROCESSUAL NO TEMPO 
 
A legislação processual tem aplicação imediata no tempo, respeitados 
os atos praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da 
norma revogada. 
 
 “Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável 
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais 
praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma 
revogada.” 
 
O artigo acima transcrito é bem claro ao determinar que a norma 
processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos 
em curso. 
O prazo de vacatio legis do Novo Código de Processol Civil, é de um ano 
decorrido da data de sua publicação, o que obviamente 
 
 
 
 
 
 
 
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ocorrerá após receber a sanção presidencial, quando parte do texto ( ou 
mesmo o seu todo), poderá inclusive ser vetado. 
Na modificação das normas processuais, aplicam-se as regras do direito 
processual intertemporal, que por sua vez, tem solução uniforme 
respeitado seu prazo de vacatio legis, terá aplicação imediata e em geral, 
respeitados, os direitos adquiridos, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
MOMENTO DE APLICAÇÃO DA LEI NOVA – a lei que se aplica em questões 
processuais é a que vigora no momento da prática do ato formal, e não a 
do tempo em que o ato material se deu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO 
 
Quanto ao espaço, a lei processual é regulada pelo princípio da 
territorialidade. Assim, a lei processual tem eficácia em território nacional. 
Isto, porque a norma processual tem por objeto disciplinar a atividade 
estatal (jurisdição), e essa atividade é manifestação do poder soberano do 
Estado, desse modo, não poderia ser regulada por leis estrangeiras. 
Quanto à aplicação espacial do novo Código de Processo Civil, destaca-se 
que a jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, 
ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções 
ou acordos internacionais de que o Brasil seja signatário. 
 
 
 A lei nova alcança o processo no Estado em que se achava no 
momento de sua entrada em vigor, mas respeita atos já praticados, que 
continuam regulados pela lei do tempo em que foram consumados. 
 
Mesmo quanto a lei nova atinge um processo em andamento, nenhum 
efeito tem sobre os fatos ou atos ocorridos sob imério da lei revogada. 
 Fique 
Sabendo 
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“Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais 
brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, 
convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.” 
É universalmente aceito o princípio da territorialidade das leis processuais, 
ou seja, o juiz apenas aplica ao processo a lei processual do local onde 
exerce a jurisdição.. 
 
EXCEÇÃO – somente com relação às provas, seus meios e ônus de 
produção, é que prevalecerá a lei estrangeira, quando o negócio jurídico 
material tiver sido praticado em território alienígena, mesmo que a 
demanda seja ajuizada no Brasil. 
 
 
 
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Princípios do Direito 
Processual Civil 
1. Princípio inquisitivo do dispositivo - 
“Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por 
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.” 
 
Esse artigo consubstancia que a jurisdição apenas atua quando provocada, 
excetuando as situações legalmente previstas, ou seja, a inércia da jurisdição 
não importa passividade e apatia do juiz na condução do processo. Já o impulso 
oficial traz a ideia de que o processo deve caminhar sempre ao seu fim. 
 
2. Princípios da inafastabilidade do controle jurisdicional e o Princípio do 
Direito de ação 
O art. 3° aumenta a amplitude do art. 5°, inc. XXXV da CF, ressalvando apenas 
a questão da arbitragem (via alternativa de pacificação extrajudicial, mediante 
a escolha de um terceiro imparcial que decidirá no lugar das partes, segundo 
normas e procedimentos por ela eleitos). 
Art. 3° – Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a 
direito.§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos 
conflitos. 
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de 
conflitos deverão ser estimulados por magistrados, advogados, defensores 
públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo 
judicial. 
 
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3. O Princípio do Acesso à Justiça 
O art. 16 da Declaração dos Direito do Homem, de 1789, estabelece 
que toda sociedade, onde a garantia dos direitos não é assegurada, não 
goza de uma Constituição. O acesso à justiça não se restringe apenas a 
propositura de ações judiciais, mas resguarda principalmente o direito de 
defesa, pois nele devem estar as possibilidades reais de as partes no 
processo serem ouvidos e influírem na atividade jurisdicional. As partes 
têm direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa. 
Isso leva a crer que o direito à jurisdição em prazo razoável é uma 
exigência para a tutela jurisdicional efetiva. Além disso, a tutela deve ser 
prestada por meio de uma jurisdição adequada. 
A tutela não deve ser apenas adequada, mas também efetiva, assim dispõe 
o art. 5º, LXXVIII, da CF (efetividade processual). 
4. Princípio da Boa-fé 
“Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve 
comportar-se de acordo com a boa-fé.” 
O princípio da boa-fé se demonstra como um novo paradigma no Direito, 
responsável por estabelecer novos limites para o exercício dos direitos, 
fixando-se no resguardo da moral, da veracidade e da confiança nas 
relações jurídicas. 
 
5. Princípio Constitucional da Dignidade de Pessoa Humana e os 
Princípios Constitucionais da Administração pública 
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para 
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
 
Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às 
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da 
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a 
legalidade, a publicidade e a eficiência. 
 
 
 
 
 
 
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Ao exigir que decisões sejam devidamente fundamentadas o sistema 
deseja que o magistrado interprete a norma de acordo com os valores e 
preceitos constitucionais, em particular ao princípio da dignidade de 
pessoa humana, rejeitando a atividade meramente criativa, na qual o 
julgador levaria em conta seus valores e escolhas pessoais. 
6. Princípio da Isonomia (Princípio da paridade entre as partes) 
É assegurado às partes paridade de tratamento no curso do processo, 
competindo ao juiz velar pelo efetivo contraditório. 
No Novo código, as situações processuais de aplicaçãodo princípio da 
isonomia foram mais detalhadamente especificadas. Incorporando o viés 
constitucional, partiu-se da premissa de que um processo justo está em 
plena consonância com o direito à igualdade e ao contraditório 
participativo. É a prerrogativa de que a todos devem ser dadas 
oportunidades de agir de se defender em absoluta igualdade de condições. 
 
7. Princípio da Cooperação: 
Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se 
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
Com isso as partes e os agentes do poder judiciário devem se 
comprometer com os valores do processo constitucionalizado (eficiente e 
satisfativo), sem criar entraves desnecessários. 
8. Princípio do Contraditório e do devido processo 
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja 
previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e 
III; 
III - à decisão prevista no art. 701. 
 
 
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Portanto, o processo deve ser o campo de plena participação das partes, 
garantindo a elas idênticas oportunidades a fim de que possam expressar sua 
defesa. O contraditório participativo deriva do princípio político da 
participação democrática. Isso quer dizer que a decisão não pode gerar 
surpresa às partes, tendo estas a oportunidade de apresentar todas as suas 
alegações anteriormente. Excepcionam-se somente as hipóteses de urgência 
ou para se evitar o perecimento do direito. 
9. Contraditório tendo como destinatário o órgão jurisdicional (art. 10) 
“Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base 
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes 
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual 
deva decidir de ofício.” 
 
A exigência do contraditório tem como destinatário o órgão 
jurisdicional. Desta forma, entre o contraditório e a livre fundamentação das 
decisões do juiz, deverá preponderar o contraditório, resguardando valores 
do Estado Democrático de Direito. Esse artigo norteia a impossibilidade de o 
juiz decidir sem conceder a oportunidade de manifestação às partes. 
10. Princípio da Publicidade dos atos processuais e princípio da motivação 
das decisões judiciais. 
Trata da publicidade e da fundamentação das decisões judiciais. A 
publicidade é uma das garantias mais importantes no Estado Democrático de 
Direito, e é o único instrumento de controle da atuação judicial. Assim, o 
sigilo e a restrição às informações judiciais devem ser medidas excepcionais. 
Já o princípio da motivação das decisões judiciais é prerrogativa para o 
contraditório participativo e para a segurança jurídica de todo o sistema 
processual. 
“Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a 
presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou 
do Ministério Público.” 
 
 
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11. Julgamento dos processos em ordem cronológica 
A redação do artigo 12 do NCPC é inovadora, estabelecendo que todos os 
órgãos jurisdicionais deverão obedecer a ordem cronológica de conclusão 
para proferir sentença ou acórdão. Essa inovação é louvável, pois o 
julgamento em ordem cronológica é um imperativo de igualdade. Além 
disso, essa regra impedirá que julgamento siga ordem distinta 
considerando as partes envolvidas. 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem 
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar 
permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na 
rede mundial de computadores. 
§ 2o Estão excluídos da regra do caput: 
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou 
de improcedência liminar do pedido; 
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica 
firmada em julgamento de casos repetitivos; 
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução 
de demandas repetitivas; 
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
V - o julgamento de embargos de declaração; 
VI - o julgamento de agravo interno; 
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho 
Nacional de Justiça; 
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham 
competência penal; 
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por 
decisão fundamentada. 
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem 
cronológica das conclusões entre as preferências legais. 
 
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§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o 
requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a 
decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão 
do julgamento em diligência. 
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à 
mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. 
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o 
caso, no § 3o, o processo que: 
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver 
necessidade de realização de diligência ou de complementação da 
instrução; 
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. 
 
 
 
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As Partes e Procuradores 
DEFINIÇÃO DE PARTE 
 
O autor e o réu pretendem a prevalência de um direito material, o juiz 
busca a composição definitiva do conflito e os auxiliares da Justiça atuam 
de modo a favorecer o resultado da atividade judicial. 
 
 
 
As partes, autor e réu, demandante e demandado, re-querente e 
requerido, exequente e executado são os sujeitos do processo que têm 
interesse no objeto da causa. O que distingue a parte dos demais 
integrantes da relação processual é esse interesse direto no bem 
litigioso. 
 
 FIQUE 
SABENDO 
A CAPACIDADE DE SER PARTE 
 
É aquela atribuída ao sujeito que pode tornar-se titular de situação jurídica 
integrada em uma relação de direito processual, como é o exemplo do 
incapaz e do nascituro. 
 
POSSUEM CAPACIDADE PARA SER PARTE: 
- Pessoas Naturais; 
- Pessoas Jurídicas de Direito público e privado; 
- Aquelas chamadas de formais; 
- Entes públicos despersonalizados; 
 
 
 
 
 
 
 
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A CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO 
 
 “Art. 70 NCPC - Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos 
tem capacidade para estar em juízo.” 
 
A capacidade de estar em juízo corresponde a capacidade para exercitar 
direitos processuais e não apenas para figurar como sujeito processual como 
ocorre na “capacidade para ser parte” 
 
“Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou 
por curador, na forma da lei. 
 
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: 
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste 
colidirem 
com os daquele, enquanto durar a incapacidade; 
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora 
certa, enquanto não for constituído advogado. 
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, 
nos termos da lei.” 
 
Compreende-se: 
 
Absolutamenteincapaz = os menores de 16 anos (devem ser representados); 
Relativamente incapaz = os maiores de 16 e menores de 18 anos (devem ser 
assistidos). 
 
“Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação 
que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime 
de separação absoluta de bens. 
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime 
de separação absoluta de bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato 
praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de 
ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
 
 
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§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu 
somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos 
praticado. 
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. 
 
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente 
quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja 
impossível concedê-lo. 
 
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido 
pelo juiz, invalida o processo.” 
 
Os Arts. 73 e 74 são inovações em relação ao antigo Código de 1973, pois, 
estabelece que nos casos em que diz respeito a propositura, por tão somente 
um deles, de ação que verse sobre direito real imobiliário, ao excetuá-la, 
ocorre a exigência de mútuo consentimento dos cônjuges que forem casados 
sob o regime de separação absoluta de bens. 
 
A CAPACIDADE POSTULATÓRIA 
 
A capacidade postulatória pode ser conceituada como a capacidade para 
procurar em juízo. Ostentam tal capacidade, de regra, aqueles que estiverem 
regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil ou forem membros 
do Ministério Público ou, no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, os sujeitos 
especificados e não excetuados no art. 8º Lei 9.099/95 nas causas que não 
excedam 20 salários mínimos. 
 
DA REPRESENTAÇÃO EM JUÍZO 
 
“Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão 
vinculado; 
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; 
III - o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente 
federado designar; 
 
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V - a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
VII - o espólio, pelo inventariante; 
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos 
designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; 
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem 
personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus 
bens; 
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou 
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; 
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. 
§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão 
intimados 
no processo no qual o espólio seja parte. 
§ 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor 
a irregularidade de sua constituição quando demandada. 
§ 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa 
jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo. 
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco 
para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente 
federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.” 
 
 
Comparado ao antigo CPC de 1973, o novo CPC dispõe, que a União pode ser 
representada por órgão vinculado pela Advocacia-Geral da União, bem como 
que a autarquia e a fundação de direito público pode ser (re)presentada por 
quem a lei do ente federado designar. O novo Código alterou a linguagem 
técnica disposta nos competentes artigos, a exemplo: no NCPC, o 
representante da massa falida é o “administrador judicial” e não mais o 
“síndico” como constava no antigo CPC. 
 
Com o objetivo de facilitar o exercício da (re)presentação processual, o novo 
código, autorizou que os Estados e o Distrito Federal ajustem compromissos 
recíprocos para a prática de ato processual por seus procuradores em favor 
de outro ente federado, mediante convênio firmado pelos respectivos 
procuradores. 
 
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VÍCIO DE REPRESENTAÇÃO 
 
“Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da 
representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo 
razoável para que seja sanado o vício. 
§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância 
originária: 
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; 
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do 
polo em que se encontre. 
§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justi- 
ça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: 
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; 
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência 
couber ao recorrido.” 
 
Com a finalidade de evitar eventual “decisão surpresa”, o novo Código dispõe 
que os sujeitos processuais serão intimados, também em grau recursal, para 
proceder na sua regularização. No caso de não atendimento ao comando 
judicial, os consectários traçados no art. 76 deverão ser aplicados pelo 
julgador. 
 
O novo CPC ressalta a utilização do contraditório como uma garantia de 
aproveitamento da atividade processual, caso a parte prejudicada tenha 
obtido a potencialidade de se valer do contraditório dinâmico e ainda não 
tenha se manifestado. Todo o sistema de nulidades, cooperação entre juiz e 
as partes, endereçados a salvaguardar e facilitar o julgamento definitivo do 
mérito da causa, em lugar da invalidação evitável do processo, a qual, em 
regra, atrita com a efetividade esperada da tutela jurisdicional, evita que o 
formalismo exacerbado impere no novo ordenamento processual civil 
brasileiro. Porém, é possível que o poder organizador, ordenador e 
disciplinador do formalismo, em vez de concorrer para a realização do direito, 
aniquile o próprio direito ou determine um retardamento irrazoável da 
solução do litígio. Neste caso o formalismo passa a propiciar uma solução 
rápida e eficaz do processo, contribuindo para a extinção deste sem 
julgamento do mérito, obstando a que o instrumento atinja a sua finalidade 
essencial. 
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A postulação feita por quem não detém a condição de advogado é tida 
por inválida. Anotem-se, quanto a esse aspecto, as limitações que são 
impostas aos estagiários de Direito pelo Estatuto da OAB – § 2º do art. 
3º da Lei n. 8.906/94. 
 
 Por outro lado, sem mandato o advogado não é admitido a 
procurar em juízo, conforme o art.103 do CPC. É preciso atentar, por 
outro lado, para que a procuração seja passada por quem de direito. No 
caso de pessoa jurídica, o outorgante deve ser identificado no 
instrumento de procuração e deve corresponder a quem tenha os 
poderes de representação do ente. 
 
 ATENÇÃO 
PARTES ORIGINÁRIAS E SUBSTITUIÇÃO DAS PARTES 
No curso do processo, a SUBSTITUIÇÃO VOLUNTÁRIA das partes só é 
admitida nos casos previstos em lei, o quepode acontecer, por exemplo, 
em vista da Nomeação à Autoria – art. 65 e seguintes do CPC. 
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A distribuição da petição inicial tem o efeito de promover a estabilização 
subjetiva da causa, ou seja, relativamente ao autor e ao réu, os quais não 
podem ser alterados, via de regra. 
 
 
 
FENÔMENOS 
DA ESTABILIZAÇÃO DO JUÍZO 
DA ESTABILIZAÇÃO DO PEDIDO OU DA CAUSA 
DE PEDIR 
DA ESTABILIZAÇÃO DAS PARTES 
SUBSTITUIÇÃO 
DAS PARTES CAUSA MORTIS 
ATO ENTRE VIVOS 
SUBSTITUIÇÃO DO ADVOGADO 
REVOGAÇÃO DO MANDATO RENÚNCIA 
•Ato do Cliente (o que concedeu poderes 
para a ação). Não precisa ser justificada e é 
preciso cautela ao justificar. 
 
•Com a revogação, a parte deverá nomear 
novo advogado para substituir o que foi 
deposto. Essa nomeação deverá ocorrer no 
prazo estipulado pelo juiz, sob pena de 
sofere as consequências do Art. 13, CPC. 
 
•Como o mandado pode ser revogado, o 
advogado deverá se acautelar de seus 
direitos e realizar um contrato sobre seus 
serviços, incluindo uma cláusula referente à 
revogação. 
 
•ARTS. 13, 36, 44 
•É um ato potestativo, ou seja, 
não precisa da aquiescência 
para chancelar a renúncia, para 
validar seus efeitos. Não é 
preciso justificar e é necessário 
ter cautela para não causar 
dano moral ao cliente. 
 
•Para renunciar o advogador 
deverá: 
1. Dar ciência da renúncia ao 
cliente; 
2. Ficar no processo por mais 
10 dias para não gerar 
prejuízos ao cliente e será o 
tempo para que este 
consiga contratar outro 
advogado. 
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Novo CPC 
As partes e procuradores no novo cpc 
 
A disciplina das partes e procuradores no substitutivo de cpc não foi 
alterada, exceto quanto à advocacia em causa própria. O legislador está 
excluindo a possibilidade de que a parte atue em causa própria na 
ausência ou impedimento dos advogados, o que se justifica porque essas 
hipóteses de atuação não são encontradas na prática forense. 
 
Dos deveres das partes e dos procuradores 
 
 
 
 
 
As partes são livres para 
escolher os meios idôneos a 
consecução de seus objetivos. 
OBJETIVANDO Justa e celere 
composição do litígio 
LEGISLADOR 
Imposição de 
condutas segundo 
princípios éticos. 
PARTES 
Deveres das partes no processo 
 
- De expor os fatos em verdade; 
- Proceder com lealdade e boa-fé ; 
- Não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são 
destituídas de fundamento; 
 
 
 
 
 
 
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- Cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar 
embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza 
antecipatória ou final; 
- Não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou defesa do direito; 
- Dever de cordialidade; 
 
Dos deveres das partes e dos procuradores 
 
Do ato atentarório à dignidade da justiça 
 
 
 
 
ATO ATENTATÓRIO À 
DIGNIDADE DA JUSTIÇA 
VIOLAÇÃO À ÉTICA DO PROCESSO 
AÇÕES COGNITIVAS 
CAUTELAR 
EXECUTIVA 
LITIGÂNCIA DE 
MÁ-FÉ 
ATO 
ATENTATÓRIO 
Da Litigância de má-fé 
 
Consequências da litigância de má-fe - A parte que litiga de má-fé é 
condenada a pagar indenização a parte contrária e multa. A condenação 
da parte por litigância de má-fé é por requerimento da parte adversa ou 
de ofício pelo órgão jurisdicional – art. 18 do CPC. 
 
Da condenação do advogado por litigância de má-fé - Não há previsão legal 
para que o advogado seja condenado por litigância de má-fé, o que tem 
levado os nossos tribunais a afastarem condenações desse teor. 
 
 
 
 
 
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Litisconsórcio 
DEFINIÇÃO DE LITISCONSÓRCIO 
 
O litisconsórcio é a pluralidade de partes, no polo ativo, no passivo, ou em 
ambos, do mesmo processo. 
 
Justificativa 
- Economia Processual 
- Harmonização dos Julgados 
 
 
 
 
 LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO - Artigo 46 da Lei 8.952 - O juiz 
poderá limitar o litisconsórcio quanto ao número de litigantes, quando 
este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O 
pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da 
intimação da decisão” 
 
 FIQUE 
SABENDO 
Verificando o juiz que o número é tal que ultrapassa o razoável, poderá 
limitar o número de litigantes. A lei não esclarece de que forma isso será 
feito, mas há de ser por meio do desmembramento do processo. 
 
Requisitos para que haja o desmembramento 
 
1. Que o litisconsórcio seja facultativa e não necessário; 
2. Que o número seja tal que comprometa a rápida solução do litígio; Ou 
que dificulte a defesa; 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DISPOSITIVO LEGAL 
 
“Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em 
conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente 
à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de 
litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na 
execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou 
dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação 
ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. 
 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, 
pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença 
depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. 
 
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do 
contraditório, será: 
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam 
ter integrado o processo; 
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados. 
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz 
determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser 
litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do 
processo. 
 
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação 
jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os 
litisconsortes. 
 
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a 
parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, 
caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas 
os poderão beneficiar. 
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Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do 
processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos.” 
 
Classificação do Litisconsórcio 
 
1.Quanto à obrigatoriedade 
 
- Necessário (formação obrigatória): decorre de imposição legal ou da 
natureza da relação jurídica de direito material posta em causa. Nestes 
casos, impõe-se a presença de todos os litisconsortes, pois a eficácia da 
sentença depende da citação de todos que devam ser litisconsortes. 
 
- Facultativo: esta espécie de litisconsórcio não é obrigatória, o qual se 
forma em função da vontade de quem propõe a demanda; quando os 
direitos e obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato e de 
direito 
 
2.Quanto ao resultado final 
 
- Simples: Ocorre quando o juiz puder decidir de forma diversa para um ou 
mais litisconsortes. 
 
- Unitário: Ocorre quando a lide tiver de ser decidida de maneira uniforme 
para todos os litisconsortes. 
 
COMUNHÃO DEDIREITOS 
 
É a hipótese mais controvertida. A comunhão é uma forma mais intensa de 
conexão, na qual existe uma relação jurídica que pertence a mais de um 
titular. A comunhão é, portanto, a cotitularidade. É preciso fazer uma 
distinção: há casos em ela gerará litisconsórcio necessário. Sempre que 
duas ou mais pessoas forem cotitulares de uma mesma coisa ou direito, 
uno e incindível, o litisconsórcio será necessário e unitário, salvo no campo 
da legitimidade extraordinária, em que será facultativo e unitário. Mas 
existem casos em que há comunhão de direitos e obrigações sobre coisas 
ou direitos que não são incindíveis. É o que ocorre, por exemplo, com o 
fenômeno da solidariedade: duas ou mais pessoas são codevedoras 
solidárias da mesma dívida, que pode ser integralmente cobrada de 
qualquer um. 
 
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MOMENTO DE FORMAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO 
 
• Quando o litisconsórcio é facultativo, a sua formação depende da 
vontade do autor ou autores. 
• Quando o litisconsórcio é necessário, não há opção do autor deverá 
incluir todos no polo ativo ou passivo. Se não o fizer, o juiz conceder-lhe-á 
um prazo para que emende a inicial, incluindo o faltante, sob pena de 
indeferimento. 
• Há casos, por fim, em que o litisconsórcio só se formará posteriormente, 
no curso do processo. 
 
O LITISCONSÓRCIO NO NOVO CPC 
 
O art. 113 do NCPC reproduziu o art. 46 do CPC/73, tratando das hipóteses 
de litisconsórcio facultativo. Nas hipóteses previstas na norma, as partes 
poderão litigar em litisconsórcio. O inciso II do art. 46 do CPC/73 não está 
previsto no art. 113 do NCPC, os demais foram inalterados. 
O art. 114 do NCPC dispõe acerca do litisconsórcio necessário, mas sem 
confundi-lo com o litisconsórcio unitário, como fazia a redação do art. 47 
do Código anterior. 
O novo código fixou no art. 114 o litisconsórcio necessário e no art. 116 o 
litisconsórcio unitário. 
O NCPC altera a sistemática, no que tange ao regime do litisconsórcio 
necessário, não integralizado. Tratando-se de litisconsórcio necessário-
simples a sentença é válida e eficaz entre as partes, mas ineficaz em 
relação aos terceiros que poderiam ter sido litisconsortes necessários-
simples, mas não o foram. Na hipótese de não integração 
de litisconsorte necessário-unitário, a sentença será nula, podendo, 
inclusive, ser impugnada por ação rescisória. O autor deverá ser intimado 
para requerer a citação de todos os que devem ser litisconsortes 
passivos necessários. Não providenciando o autor a citação referida, o 
processo será extinto sem resolução do mérito. 
O NCPC, no art. 117, repete a regra do art. 84 do antigo código, porém, 
excetua na hipótese de litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as 
omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. 
A regra insculpida no art. 118 do Novo Código de Processo Civil repete o 
disposto no art. 49 do CPC de 1973 e trata da autonomia dos 
litisconsortes. 
 
 
 
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O Regime do Litisconsórcio 
 
 
 
LITISCONSÓRCIO SIMPLES UNITÁRIO 
REGRA 
 
Em princípio, como a 
sentença pode ser 
diferente para os 
litisconsortes, o regime 
é o da autonomia ou 
independência: os atos 
praticados por um não 
beneficiam os demais 
Como no litisconsórcio 
unitário discute-se no 
processo uma relação 
jurídica una e incindível, 
tendo o resultado de ser o 
mesmo para todos, os atos 
praticados por um dos 
litisconsortes beneficiam a 
todos. 
 
PARTICULARIDADES Apesar da autonomia, é 
preciso verificar qual o 
teor do ato praticado, 
para verificar que tipo 
de alegação foi feita 
pelo litisconsorte, pois, 
se for comum, do 
interesse geral, acabará 
beneficiando também 
os demais, já que não 
se pode acolher 
matérias comuns em 
relação a uns e não a 
outros, sob pena de a 
sentença ficar 
incoerente 
É preciso distinguir que tipo 
de ato foi realizado pelo 
litisconsorte unitário. Se foi 
vantajoso, perpetrado em 
defesa dos próprios 
interessados, como a 
apresentação de resposta 
ou recurso, todos serão 
beneficiados. Mas se 
praticado em detrimento 
dos próprios interesses, 
como a confissão, a 
renúncia ou o 
reconhecimento do pedido, 
o ato será ineficaz, não 
prejudicando nem mesmo 
quem o praticou. 
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Intervenção de Terceiros 
CONCEITO 
Trata-se de fato jurídico processual em que um terceiro, alheio à 
relação jurídica processual originária, ingressa no processo já em 
andamento. Nota-se que, as intervenções de terceiro devem ser 
expressamente previstas em lei, tendo fundamentalmente como 
propósitos a economia processual (evitar a repetição de atos processuais) 
e a harmonização dos julgados (evitar decisões contraditórias). Uma vez 
admitido no processo, o sujeito deixa de ser terceiro e passa a ser 
considerado parte. Estãp divididas em: 
● Assistência (artigos 119-124), 
● Denunciação da lide (artigos 125-129) e 
● Chamamento ao processo (artigos 130-132) 
● Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (arts. 133-
137) 
● Amicus curiae (art. 138) 
 
São terceiros aqueles que não figuram como partes: 
- autores (as pessoas que formulam a pretensão em juízo) 
- réus (aqueles em face de quem tal pretensão é formulada). 
 
Há casos em que, por força da intervenção, aquele que até então era 
terceiro adquire a condição de parte. E casos em que o terceiro adquire a 
condição de auxiliar da parte. 
 
Seja como for, a intervenção implicará em que aquele que não 
figurava até então no processo passe a figurar. Em qualquer caso, porém, 
só se justifica a intervenção do terceiro que possa, em razão do processo 
em andamento, ter sua esfera jurídica atingida pela decisão judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
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1 - Assistência 
 
 É um tipo de intervenção espontânea, cuja finalidade é que um 
terceiro estranho a relação processual auxilie a parte em uma causa em 
que tenha interesse jurídico. 
Tal modalidade poderá ser admitida em qualquer procedimento e em 
todos os graus de jurisdição. Pode ser assistência simples ou litisconsorcial. 
1.1 - Assistência simples: é aquela realizada por terceiro que pretende, 
apenas, auxiliar uma das partes da vitória do feito. O assistente simples 
estará sujeito aos mesmos ônus processuais que o assistido, não poderá 
exercer os atos praticados pelo assistido, damos como exemplo, caso o 
assistido não recorra de determinada decisão, o assistente não poderá 
recorrer. A parte principal poderá reconhecer a procedência do pedido, 
desistir da ação ou renunciar ao direito que se funda a ação ou transigir 
sobre direitos incontroversos, mesmo que haja a assistência. 
Quando acontecer o trânsito em julgado de sentença, o assistente 
não poderá discutir a decisão, a menos que alegue e prove que foi 
impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença em 
decorrência do estado em que recebeu o processo, por exemplo. 
 
 
 
1. Não se admite ingresso de um terceiro absolutamente alheio ao 
processo, cujos interesses não possam, de qualquer maneira, ser 
afetados. 
 
2. O RECURSO DE TERCEIRO PREJUDICADO, que alguns incluem entre as 
formas de intervenção, não constitui forma autônoma, mas uma 
assistência, na fase recursal. 
 
 ATENÇÃO 
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“Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, 
exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que 
o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo,omisso o 
assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. 
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a 
procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se 
funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos. 
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o 
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, 
salvo se alegar e provar que: 
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos 
do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; 
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, 
por dolo ou culpa, não se valeu.” 
 
1.2 Assistência Litisconsorcial: ocorre quando o terceiro intervir no processo 
com a intenção de formar um litisconsórcio ulterior, sempre que a sentença irá 
influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. Isto acontece, 
pois o assistente litisconsorcial tem relação direta com a parte adversa do 
assistido. Neste caso o assistente defende direito seu em juízo, em 
litisconsórcio com o assistido. 
Ex.: Ação de despejo entre locatário e locador, onde há sublocações 
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre 
que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. 
 
2 - Denunciação da lide 
 É uma forma de intervenção provocada, onde o Autor e Réu 
pretendem resolver demanda regressiva contra um terceiro, onde aquele que 
eventualmente perder a demanda já aciona um terceiro para que este o 
indenize em ação de regresso. 
É cabível apenas em duas hipóteses: 
● ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi 
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da 
evicção lhe resultam, sendo permitida 
 
 
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● àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação 
regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. 
O Novo CPC traz que, caso a denunciação da lide seja indeferida, deixe de ser 
promovida ou não for permitida, o direito regressivo poderá ser exercido por ação 
autônoma, que, inclusive, poderá ser distribuída por dependência. Sendo 
deferido, o juiz, de ofício, mandará proceder a respectiva anotação pelo 
distribuidor. 
 Se a denunciação for feita pelo autor, o denunciado poderá assumir a 
posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição 
inicial, devendo, ser procedida à citação do réu. 
 Se ela for feita pelo réu, haverá 3 consequências: 
● Denunciado contestar o pedido do Autor: o processo prosseguirá, 
formando na ação principal um litisconsórcio entre o denunciante e 
denunciado; 
● Denunciado for revel: o denunciante poderá deixar de prosseguir com sua 
defesa, eventualmente oferecida, bem como abster-se de recorrer, 
restringindo sua atuação à ação regressiva; 
● Denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal: o 
denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal 
reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. Todavia, 
pontua-se que a que a confissão do denunciado não prejudica a defesa do 
denunciante (réu) na ação contra o autor. 
Esse tipo de intervenção de terceiros, mesmo sendo ação autônoma, possui 
dependência em relação à ação principal, portanto, só haverá necessidade de 
julgar a denunciação se a ação principal for julgada contra o denunciante, situação 
em que o juiz terá que analisar o direito de regresso do denunciante e, relação ao 
denunciado. No caso de sucumbência, se a ação principal foi improcedente, então 
significa que a denunciação da lide foi desnecessária e assim o denunciante pagará 
as verbas de sucumbência em relação ao denunciado. 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das 
partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi 
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção 
lhe resultam; 
 
 
 
 
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II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em 
ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. 
§ 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a 
denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for 
permitida. 
§ 2o Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo 
denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja 
responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover 
nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido 
por ação autônoma. 
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o 
denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo 
ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131. 
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a 
posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à 
petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu. 
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo 
prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e 
denunciado; 
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com 
sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua 
atuação à ação regressiva; 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação 
principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal 
reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se 
for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o 
denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva. 
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao 
julgamento da denunciação da lide. 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação 
não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do 
denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do 
denunciado. 
 
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3 - Chamamento ao Processo 
 
 Direito do réu de chamar, para ingressar no polo passivo da demanda, 
os corresponsáveis por determinada obrigação. no chamamento ao processo a 
condenação é automática, estando, portanto, ligado a ideia de solidariedade, 
diferenciando-se assim da Denunciação da lide. Não é intervenção obrigatória, 
podendo ser feito apenas pelo Réu, tendo por fim a economia processual. 
Tem cabimento nas seguintes hipóteses: 
Do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
Dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns 
o pagamento da dívida comum. 
O chamamento ao processo deve ser realizado pelo réu no ato da contestação, sob 
pena de preclusão. Se não realizar o pedido na contestação, em caso de 
sucumbência, terá que ajuizar nova ação contra os corresponsáveis. 
A citação deverá ser promovida em 30 dias sob pena de ficar sem efeito o 
chamamento, sendo tal prazo é peremptório, e corre a partir do despacho do juiz 
que deferir a citação dos corresponsáveis. O prazo de 30 dias, não é para a 
realização do ato em si, mas sim para que o réu implemente as condições 
necessárias a realização da citação, como pagamento de custas, cópias, endereços 
e etc. 
Art. 130. É admissívelo chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de 
alguns o pagamento da dívida comum. 
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será 
requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) 
dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. 
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção 
judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses. 
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do 
réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor 
principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes 
tocar. 
 
 
 
 
 
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4 - Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
A desconsideração da personalidade jurídica é prevista no CDC (art. 28) e 
no CC (art. 50), que autoriza imputar ao patrimônio particular dos sócios, 
obrigações assumidas pela sociedade, quando e se a pessoa jurídica houver sido 
utilizada abusivamente, como no caso de desvio de finalidade, confusão 
patrimonial, liquidação irregular, dentre outros. 
É cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento 
de sentença e na execução de título extrajudicial, sendo instaurado a pedido da 
parte ou do Ministério Público, nos casos em que lhe couber intervir no 
processo, devendo haver para tanto, a observância dos requisitos legais. 
Uma vez instaurado, o incidente deverá ser imediatamente comunicado ao 
distribuidor para as anotações devidas. A instauração do incidente será 
dispensada se esse tipo de intervenção de terceiros for requerido na petição 
inicial, onde o sócio ou pessoa jurídica será citado. Uma vez instaurado o 
incidente, o sócio ou pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as 
provas cabíveis no prazo de 15 dias. 
Por fim, uma vez acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou 
oneração de bens, havida em fraude á execução, será ineficaz em relação ao 
requerente. 
 
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será 
instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber 
intervir no processo. 
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os 
pressupostos previstos em lei. 
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração 
inversa da personalidade jurídica. 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do 
processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada 
em título executivo extrajudicial. 
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao 
distribuidor para as anotações devidas. 
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da 
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será 
citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 
2o. 
 
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§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos 
legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para 
manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. 
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por 
decisão interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração 
de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. 
 
5 - Amicus Curiae 
 É uma modalidade de intervenção que pode ser do tipo espontânea 
ou provocada, onde um terceiro, sem interesse jurídico, irá instruir o poder 
judiciário para que a decisão por este proferida seja mais qualificada, motivada. 
O Amicus Curiae irá qualificar o contraditório trazendo mais subsídios para 
a decisão do juiz, apresentando dados proveitosos à apreciação da demanda, 
defendendo, para tanto, uma posição institucional. Pode ser aplicada em todos 
os graus de jurisdição. Amicus Curiae não pode ter interesse jurídico na causa, 
apenas institucional, pois se assim fosse, estaríamos diante de outra modalidade 
de intervenção, a Assistência. Será admitido pelo juiz ou relator, considerando a 
relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a 
repercussão social da controvérsia, de ofício ou a requerimento das partes, 
mediante decisão irrecorrível, cabendo aos mesmos definir os poderes do 
Amicus Curiae. 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a 
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, 
poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem 
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou 
jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo 
de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência 
nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de 
declaração e a hipótese do § 3o. 
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, 
definir os poderes do amicus curiae. 
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução 
de demandas repetitivas. 
 
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O NCPC dedica os arts. 139 a 143 ao Juiz, tratando dos seus poderes, 
deveres e responsabilidades. Cuida ainda da suspeição e impedimento nos 
arts. 144 á 148. 
Cumpre ao juiz dirigir o processo. No exercício dessa função, deve agir 
com impessoalidade e imparcialidade, estabelecendo a comunicação 
necessária com os demais sujeitos, o autor e o réu. Será o juiz quem, depois 
de verificar as questões preliminares, decidirá o pedido, ponderando as 
informações trazidas pelas partes. Ao fazê-lo, deve agir de maneira 
substancialmente imparcial, aplicando a lei ao caso concreto, para solucionar 
o conflito de interesses. 
 
Quanto ao impedimento e à suspeição, diferenciam-se de acordo com o 
nível de comprometimento que o juiz tem com a causa, e que pode 
prejudicar sua imparcialidade. No impedimento há presunção absoluta ( juris 
et de jure ) de parcialidade do juiz, enquanto na suspeição há apenas 
presunção relativa ( juris tantum ). 
 
IMPEDIMENTO DO JUIZ 
 
As causas de impedimento estão elencadas no art. 144 do NCPC 
1. ser parte no processo que vai julgar; 
2. ter intervindo como mandatário da parte, oficiado como perito, funcionado 
como órgão do Ministério Público ou prestado depoimento como 
testemunha; 
3. ter participado dele em primeiro grau de jurisdição, nele proferindo 
sentença ou decisão; 
4. no processo que reconheceu duplo grau de jurisdição; 
5. processo que postular como defensor publico, ou advogado. 
6.quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou 
parente, consanguíneo ou afim, 
 
Juiz 
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4. no processo, funcionar o seu cônjuge ou qualquer parente seu, 
consanguíneo ou afim, em linha reta, como advogado da parte, ou na linha 
colateral até segundo grau. Nesse caso, o impedimento do juiz só se dará 
quando o advogado já estiver atuando na causa. Caso contrário, se o juiz 
estiver na condução do processoanteriormente, quem ficará impedido de 
dele participar será o advogado; 
5. ser cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha 
reta ou na colateral até o terceiro grau; 
6. ser órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica que seja parte 
na causa 
7. quando for herdeiro presuntivo, ou mepregador de qualquer das partes 
8. quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no 
processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como 
testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido 
decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou 
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, 
até o terceiro grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa 
jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer 
das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha 
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado 
de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
 
 
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§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o 
defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já 
integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar 
impedimento do juiz. 
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de 
mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em 
seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele 
prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo. 
 
SUSPEIÇÃO 
 
É a situação do juiz em que haja falta de imparcialidade, alegada por ele ou 
pela parte. A suspeição impõe ao juiz, sob dúvida de procedimento, o 
dever de se afastar da causa, sob pena de a parte poder impugná-lo, no 
prazo e forma legais 
 
As causas de suspeição estão previstas no art. 145, do NCPC. A suspeição 
reputa-se fundada quando: 
1. o juiz for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; 
2. alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou 
de parentes destes, em linha reta ou colateral até o terceiro grau; 
3. ele for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das 
partes; 
4. receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo, aconselhar 
alguma das partes acerca do objeto da causa ou subministrar meios para 
atender às despesas do litígio; 
5. ele for interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes; 
6. por razões de foro íntimo. 
 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus 
advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa 
antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes 
acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às 
despesas do litígio; 
 
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III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu 
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro 
grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das 
partes. 
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem 
necessidade de declarar suas razões. 
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta 
aceitação do arguido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 PODERES E DEVERES DO JUIZ 
 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste 
Código, incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela duração razoável do processo; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e 
indeferir postulações meramente protelatórias; 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais 
ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem 
judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente 
com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos 
meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a 
conferir maior efetividade à tutela do direito; 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força 
policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais; 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das 
partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não 
incidirá a pena de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o 
saneamento de outros vícios processuais; 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, 
oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, 
outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de 
julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, 
para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente 
pode ser determinada antes de encerrado o prazo regular. 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou 
obscuridade do ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em 
lei. 
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, 
sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a 
lei exige iniciativa da parte. 
 
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Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se 
serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado 
por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, 
aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé. 
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos 
quando: 
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva 
ordenar de ofício ou a requerimento da parte. 
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão 
verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência 
e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias. 
 
 
 Temos: 
 
1. Assegurar às partes igualdade de tratamento 
2. Velar pela duração razoável do Processo 
3. Prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça 
4. determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou 
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial5. promover, a qualquer tempo, a autocomposição 
6. dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de 
prova 
7. exercer o poder de polícia 
8. determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de 
outros vícios processuais 
9. determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes 
10. quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar 
o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros 
legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no7.347, de 24 de julho de 
1985, e o art. 82 da Lei no8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o 
caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
 
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O Art. 149 do NCPC, apresenta em rol apenas exemplificativo de auxiliares da 
justiça: "são auxiliares da justiça, além de outros, cujas autribuições sejam 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o chefe de secretaria, o oficial 
de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete, o tradutor, o 
mediador, o conciliador judicial, o partido, o distribuidor, o contabilista e o regulador 
de avarias". 
 
1. O ESCRIVÃO: 
Escrivão ou Chefe de secretaria é o nome que se dá ao servidor responsável 
pelos ofícios de justiça ou secretaria de vara, podendo possuir auxiliares 
tradicionalmente chamados de escreventes. Cada ofício é chefiado por um escrivão, 
podendo ter número indeterminado de escreventes. Em geral, escrivão é o nome 
utilizado na justiça estadual e Chefe de secretaria nas justiças da União. O escrivão, 
grosso modo, atua na sede do juízo e exerce suas atribuições com fé pública, vale 
dizer, os seus atos gozam de presunção relativa (iuris tantum) de veracidade. é o 
incumbido da direção do cartório, competindo-lhe ordenar os trabalhos, e comandar 
as tarefas dos escreventes e demais funcionários. 
 
2. OFICIAIS DE JUSTIÇA 
Oficial de justiça é o servidor da justiça que, em regra, exerce suas atribuições 
fora da sede do juízo. A ele cabe cumprir as ordens judiciais que precisam ser 
efetivadas fora da sede do juízo. Está normalmente submetido diretamente ao juízo, 
não guarda qualquer hierarquia em relação ao escrivão ou ao ofício de justiça. Assim 
como o escrivão, detém fé pública. Suas tarefas são, em especial, a de fazer citações, 
prisões, penhoras, arrestos e outras diligências, além de executar ordens dos juízes, e 
cumprir os mandados de que são encarregados. O novo CPC acrescenta ao rol uma 
atribuição (“praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios”) A essas funções, foi 
acrescentada a de, nas execuções civis, promover a avaliação dos bens penhorados, 
salvo quando não tenham condições técnicas para fazê-lo. 
 
 
 
Auxiliares de Justiça 
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3. PERITO 
Cumpre a tarefa de assistir o juiz, quando houver necessidade de 
prova de fatos que dependam de conhecimentos técnicos ou científicos. 
São escolhidos entre profissionais de nível universitário, inscritos no órgão 
de classe competente. Se não houver, na localidade, quem preencha tais 
requisitos, o juiz os nomeará livremente. O juiz poderá nomear para perito 
não apenas o profissional, pessoa física, mas também órgãos técnicos ou 
científicos, como instituições universitárias e institutos de pesquisas. 
Em qualquer situação, será condição, e eis aqui mais uma grande 
inovação trazida pelo novo CPC, a inscrição em cadastro mantido pelo 
tribunal. Em nome dos princípios da publicidade e da impessoalidade, a 
elaboração de tal cadastro deverá ser precedida de consulta pública, por 
meio de divulgação na internet ou em jornais de grande circulação, além 
de consulta direta a universidades e conselhos de classe. Esse cadastro de 
peritos estará, ainda, sujeito a avaliações e reavaliações periódicas. o 
perito não pode ser nomeado em razão de laços de amizade ou de 
simpatia com o magistrado, vara ou secretaria, mas sim por critérios 
objetivos e transparentes, já que o perito, como importante auxiliar da 
Justiça, desempenha papel de extrema relevância para se alcançar a 
verdade no âmbito do processo judicial. O perito deve ser imparcial e 
neutro em relação aos interesses das partes, condição que o diferencia dos 
assistentes técnicos, pois estes também devem possuir conhecimento 
especializado, mas atuam em favor da parte que os elegeu. 
 
4. DEPOSITÁRIO e o ADMINISTRADOR 
São os responsáveis pela guarda e conservação dos bens arrestados, 
penhorados, sequestrados ou arrecadados, sendo responsáveis pelos 
danos que, por culpa ou dolo, provocarem. 
 
5. INTÉRPRETE 
É aquele que auxilia o juiz quando há necessidade de analisar 
documentos estrangeiros ou vertê-los para o vernáculo. Também quando 
é preciso traduzir a linguagem dos surdos-mudos. 
 
6. MEDIADOR E CONCILIADOR JUDICIAL 
 O NCPC ordena que sejam realizadas audiências de 
consiciliação e mediação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 O mediador, atuará preferencialmente nos casos em que houver 
vínculo anterior entre as partes e auxiliará os interessados a compreender as 
questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo 
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções 
consensuais que geram benefícios mútuos. Observa-se que o legislador 
diferenciou a atuação do conciliador e mediador. 
 O conciliador atuará preferencialmente nos casos em que não houver 
vínculo anterior entre as partes. Já o mediador, atuará preferencialmente ns 
casos em que houver vinculos entre as partes. 
 
7. PARTIDOR 
 Serventuário cuja função especial é organizar os planos das partilhas, 
cálculos e serviços semelhantes que se fazem em juízo. Ao ofício podem ser 
acumulados os de contador e distribuidor. 
 
8. REGULADOR DE AVARIAS 
 É um técnico que vai ser nomeado para essa função, determinando e 
avaliando o processo de cada avaria , que vão ser os danos ligados a cada 
situação enquadrada no Código de Processo Civil. Avaria é um substantivo que 
designa um estrago que sofreu algum bem material. 
 
9. DISTRIBUIDOR 
 O Distribuidor contador tem por atribuições, dirigir os trabalhos do 
ofício, praticar atos e executar tarefas inerentes ao ofício do foro judicial 
previstas em leis e regulamentos e, especificamente, fazer a distribuição dos 
feitos, inclusive trabalhistas. Fazer todos os cálculos necessários ao 
procedimento judicial. Chefiar o ofício em que estiver lotado, escrever, 
observada a forma prescrita, todos os termos dos processos e demais atos 
praticados no juízo em que servir. 
 
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de 
secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o 
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o 
distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias. 
Art. 150. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas 
atribuições serão determinadas pelas normas de organização judiciária. 
 
 
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Art. 151. Em cada comarca, seção ou subseção judiciária haverá, no mínimo, 
tantos oficiais de justiça quantos sejam os juízos. 
Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria: 
I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os 
demais atos que pertençam ao seu ofício; 
II - efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como 
praticar todos os demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de 
organização judiciária;III - comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor 
para substituí-lo; 
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não permitindo que 
saiam do cartório, exceto: 
a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz; 
b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à 
Fazenda Pública; 
c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor; 
d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da 
competência; 
V - fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, 
independentemente de despacho, observadas as disposições referentes ao 
segredo de justiça; 
VI - praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios. 
§ 1o O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a atribuição prevista no 
inciso VI. 
§ 2o No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz convocará 
substituto e, não o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato. 
Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmente, 
à ordem cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos 
pronunciamentos judiciais. 
§ 1o A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma 
permanente, para consulta pública. 
§ 2o Estão excluídos da regra do caput: 
I - os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial 
a ser efetivado; 
II - as preferências legais. 
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem cronológica de 
recebimento entre os atos urgentes e as preferências legais. 
 
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§ 4o A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá 
reclamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará 
informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias. 
§ 5o Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento 
do ato e a instauração de processo administrativo disciplinar contra o 
servidor. 
Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça: 
I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais 
diligências próprias do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 
(duas) testemunhas, certificando no mandado o ocorrido, com menção ao 
lugar, ao dia e à hora; 
II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; 
III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento; 
IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem; 
V - efetuar avaliações, quando for o caso; 
VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por 
qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe 
couber. 
Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição prevista no 
inciso VI, o juiz ordenará a intimação da parte contrária para manifestar-se, 
no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuízo do andamento regular do processo, 
entendendo-se o silêncio como recusa. 
Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são 
responsáveis, civil e regressivamente, quando: 
I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos 
pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados; 
II - praticarem ato nulo com dolo ou culpa. 
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato 
depender de conhecimento técnico ou científico. 
§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente 
habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em 
cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. 
§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta 
pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em 
jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a 
conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem 
dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos 
técnicos interessados. 
 
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§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para 
manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do 
conhecimento e a experiência dos peritos interessados. 
§ 4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos 
termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização 
da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais 
que participarão da atividade. 
§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo 
tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre 
profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do 
conhecimento necessário à realização da perícia. 
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o 
juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando 
motivo legítimo. 
§ 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da 
intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de 
renúncia ao direito a alegá-la. 
§ 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização 
dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a 
nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e 
a área de conhecimento. 
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas 
responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em 
outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das 
demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo 
órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis. 
Art. 159. A guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, 
sequestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, 
não dispondo a lei de outro modo. 
Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá 
remuneração que o juiz fixará levando em conta a situação dos bens, ao tempo do 
serviço e às dificuldades de sua execução. 
Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação 
do depositário ou do administrador. 
Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por 
dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas 
tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo. 
 
 
 
 
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Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos 
causados, sem prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de sanção 
por ato atentatório à dignidade da justiça. 
Art. 162. O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessário para: 
I - traduzir documento redigido em língua estrangeira; 
II - verter para o português as declarações das partes e das testemunhas que 
não conhecerem o idioma nacional; 
III - realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das partes e 
testemunhas com deficiência auditiva que se comuniquem por meio da Língua 
Brasileira de Sinais, ou equivalente, quando assim for solicitado. 
Art. 163. Não pode ser intérprete ou tradutor quem: 
I - não tiver a livre administração de seus bens; 
II - for arrolado como testemunha ou atuar como perito no processo; 
III - estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença penal 
condenatória, enquanto durarem seus efeitos. 
Art. 164. O intérprete ou tradutor, oficial ou não, é obrigado a desempenhar 
seu ofício, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 157 e 158. 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de 
conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de

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