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FARMAOLOGIA Quimioterapia do câncer Prof. Rafael Mariano de Bitencourt QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Quimioterapia do câncer • Patogenia do câncer; • Princípios gerais de ação dos agentes antineoplásicos citotóxicos; • Fármacos utilizados na quimeoterapia do câncer; • Resistência aos agentes antineoplásicos; • Esquemas de tratamento; •Técnicas para controle da êmese e da mielosupressão; • Estratégias futuras plausíveis para a quimeoterapia do câncer. QUIMIOTERAPIA QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Paul Ehrlich O termo quimioterapia foi criado por Paul Ehrlich, para descrever o uso de substâncias químicas sintéticas capazes de destruir agentes infecciosos; Os agentes quimioterápicos são substâncias químicas planejadas para serem tóxicos para o microorganismo patogênico, porém inócuos para o hospedeiro; Descobrir agentes capazes de afetar o parasita, mas não o hospedeiro humano, exige que seja encontradas diferenças bioquímicas qualitativas ou quantitativas entre eles; QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER O câncer é uma doença caracterizada pela multiplicação e propagação descontroladas no corpo de formas anormais das próprias células corporais Trata-se de uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos (1 em cada 5 habitantes da Europa e América do norte irá morrer de câncer); Os termos câncer, neoplasia maligna e tumor malígno são sinônimos e distinguem- se dos tumores benignos pelas suas propriedades de desdiferenciação, poder de invasão e capacidade de metastaziar (disseminar-se para outras partes do corpo); O aparecimento destas características anormais reflete padrões alterados de expressão gênica nas células cancerosas em decorrência de mutações genéticas; Existem três abordagens principais para o tratamento do câncer: (i) Excisão cirúrgica; (ii) Irradiação; (iii) Quimioterapia. Gênese de uma célula cancerosa QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Uma célula normal transforma-se em célula cancerosa em decorrência de uma ou mais mutações que podem ser herdadas* ou adquiridas (*ex.: cópias defeituosas dos genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA2 aumentam chance de câncer de mama); Existem duas categorias principais de alterações genéticas que levam ao desenvolvimento do câncer: A ativação de proto-oncogenes em oncogenes; A inativação dos genes supressores tumorais. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Ativação dos proto-oncogenes em oncogenes: Os proto-oncogenes são genes que normalmente controlam a divisão, a apoptose e a diferenciação celular, mas que podem ser convertidos em oncogenes por ação de determinados vírus (ex.: HPV) ou carcinógenos. Inativação dos genes supressores tumorais: São genes que possuem a capacidade de suprimir alterações malignas. Há boas evidências de que a ocorrência de mutações nesses genes está envolvida em muitos cânceres diferentes. A perda de função dos genes supressores tumorais pode constituir o evento crítico na carcinôgenese. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER PATOGENIA DO CÂNCER As células cancerosas manifestam , em graus variáveis, quatro características que as distinguem das células normais: Proliferação descontrolada; Desdiferenciação e perda da função; Poder de invasão; Metástases. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Proliferação descontrolada A proliferação das células cancerosas não é controlada pelos processos que normalmente regulam a divisão celular e o crescimento dos tecidos (é esse aspecto, mais do que a velocidade de proliferação, que as distingue das células normais); Quais os fatores que levam à proliferação descontrolada das células tumorais? A inativação dos genes supressores tumorais. A transformação de proto-oncogenes em oncogenes. Além do mais, o desenvolvimento de resistência à apoptose constitui uma característica essencial do câncer, assim como a angiogênese produzida que ocorre em resposta a fatores de crescimento produzidos pelo tumor em expansão. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Desdiferenciação e perda da função A multiplicação das células normais envolve a divisão das células-tronco em determinado tecido, dando origem a células-filhas, que sofrem diferenciação e transformam-se em células maduras; Assim, por exemplo, os fibroblastos adquirem a capacidade de secretar e organizar matriz extracelular, as células musculares tornam-se capazes de sofrer contração e assim por diante; Uma das principais características das células cancerosas consiste na sua desdiferenciação – em grau variável nos diferentes tumores; Em geral, os cânceres pouco diferenciados multiplicam-se com mais rapidez e apresentam prognóstico mais sombrio do que os cânceres bem diferenciados. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Poder de invasão As células normais não são encontradas fora do seu tecido de origem (ex.: células hepáticas não são encontradas na bexiga e células pancreáticas não aparecem nos testículos); Qualquer célula que escape acidentalmente sofre apoptose; As células cancerosas não apenas perdem, através de mutação, os fatores de restrição que atuam sobre as células normais, como também são particularmente competentes na secreção de enzimas (ex.: metaloproteinases) que decompõem a matriz extracelular, permitindo a introdução das células cancerosas. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Metástases As metátastases são tumores secundários formados por células que foram liberadas pelo tumor inicial ou primário e alcançaram outros locais através dos vasos sanguíneos ou linfáticos; As metástases constituem a principal causa de mortalidade da maioria dos cânceres e representam um importante problema na terapia do câncer; • As células cancerosas capazes de metastaziar sofrem uma série de alterações genéticas e propiciam o estabelecimento “extraterritorial” (processo facilitado pela angiogênese); • Os tumores secundários ocorrem mais frequentemente em alguns tecidos do que outros (ex.: metástase do câncer de mama são frequentemente encontrados no pulmão, no osso e no cérebro FARMACOLOGIA O que é angiogênese e qual a importância deste processo para o crescimento do tumor? Pergunta Desafio! 3 QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Metástases As metátastases são tumores secundários formados por células que foram liberadas pelo tumor inicial ou primário e alcançaram outros locais através dos vasos sanguíneos ou linfáticos; As metástases constituem a principal causa de mortalidade da maioria dos cânceres e representam um importante problema na terapia do câncer; • As células cancerosas capazes de metastaziar sofrem uma série de alterações genéticas e propiciam o estabelecimento “extraterritorial” (processo facilitado pela angiogênese); • Os tumores secundários ocorrem mais frequentemente em alguns tecidos do que outros (ex.: metástase do câncer de mama são frequentemente encontrados no pulmão, no osso e no cérebro QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER PRINCIPIOS GERAIS DE AÇÃO DOS AGENTES ANTINEOPLÁSICOS CITOTÓXICOS Uma das principais dificuldades no uso da quimioterapia do câncer é que o tumor geralmente se encontra muito avançado por ocasião do seu diagnóstico; O tempo de duplicação das células cancerosas variam conforme o tipo de tumor (de 24 h a 3 meses) e são necessárias cerca de 30 duplicações (2 cm de diâmetro) para que possa ser diagnosticável (mesmo assim em muitos casos passa despercebido); Outras 10 duplicações formariam um tumor passível de ser letal (20 cm de diâmetro); Por conseguinte, a neoplasia seria silenciosa durante os primeiros três quartos ou mais de sua existência inicial. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER MAS... ... Esse tipo de crescimento exponencial contínuo geralmente não ocorre; No caso da maioria dos tumores sólidos, em contraste com as leucemias, a velocidade de crescimento declina à medida que a neoplasiaaumenta de tamanho (o tumor cresce mais do que sua capacidade de manter um suprimento sanguíneo); As células de um tumor sólido podem ser divididas em três compartimentos: Compartimento A, que consiste em células em divisão que, possivelmente, estão continuamente no ciclo celular. Constitui apenas 5% de alguns tumores; Compartimento B, que consiste em células em repouso e, embora não estejam em divisão, são potencialmente capazes de fazê-lo; Compartimento C, constituído por células que não tem mais a capacidade de sofrer divisão, mas que contribuem para o volume do tumor. Estas células não representam um problema; QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER FARMACOLOGIA Em qual dos compartimentos citados anteriormente atuam os medicamentos quimioterápicos? Pergunta Desafio! 3 As células de um tumor sólido podem ser divididas em três compartimentos: Compartimento A, que consiste em células em divisão que, possivelmente, estão continuamente no ciclo celular. Constitui apenas 5% de alguns tumores; São suscetíveis aos principais agentes citotóxicos Compartimento B, que consiste em células em repouso e, embora não estejam em divisão, são potencialmente capazes de fazê-lo; Estas células tornam a quimioterapia do câncer difícil, visto que não são muito sensíveis aos agentes citotóxicos e tendem a retornar ao Comp. A Compartimento C, constituído por células que não tem mais a capacidade de sofrer divisão, mas que contribuem para o volume do tumor. Estas células não representam um problema; QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Resumo simplificado da gênese do câncer QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Agentes antineoplásicos Os agentes antineoplásicos atualmente utilizados afetam, em sua maioria, apenas o processo de divisão celular (antiproliferativos) Não exercem nenhum efeito inibitório específico sobre o poder de invasão, a perda da diferenciação ou a tendência a sofrer metástases; Como consequência, afeta também a divisão celular de todos os tecidos normais que se dividem rapidamente e, consequentemente, tendem a produzir, em maior ou menor grau, os seguintes efeitos tóxicos gerais: Redução na produção de leucócitos e, portanto, resistência diminuída à infecção; Cicatrização deficiente de feridas Queda dos cabelos Lesão do epitélio GI Depressão do crescimento em crianças Esterelidade Teratogenicidade Náusea e vômitos* QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER FÁRMACOS UTILIZADOS NA TERAPIA DO CÂNCER Agentes citotóxicos • Agentes alquilantes e compostos correlatos, que atuam através da formação de ligações covalentes com o DNA, impedindo, assim, a sua replicação; • Antimetabólitos, que bloqueiam ou subvertem uma ou mais vias metabólicas envolvidas na síntese do DNA; • Antibióticos citotóxicos, isto é, substância de origem microbiana que impedem a divisão das células nos mamíferos; • Derivados vegetais (alcalóides, etc), que, geralmente, afetam especificamente a função dos microtúbulos e, consequentemente, a formação do fuso mitótico. Hormônios Os mais importantes são os esteróides (ex.: glicocorticóides) e fármacos que suprimem a secreção ou antagonizam a sua ação; Agentes diversos Não se enquadram nas categorias anteriores. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER FÁRMACOS UTILIZADOS NA TERAPIA DO CÂNCER QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Agentes alquilantes e compostos correlatos (agentes citotóxicos) Os agentes alquilantes e compostos correlatos contém grupos químicos capaz de formar ligações covalentes com substâncias nucleofilícas particulares na célula; Todos os agentes alquilantes deprimem a função da medula óssea e causam distúrbios GI (podem causar também depressão da gametogênese, resultando em esterilidade, e aumento no risco de leucemia não-linfócita aguda e outras neoplasias malignas); Agentes alquilantes: Mostardas nitrogenadas (ex.: ciclofosfamida); Nitrosouréias (atravessam a BHE); Bussulfano; Dacarbazina (pró-fármaco). QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Antimetabólitos (agentes citotóxicos) Os antimetabólitos bloqueiam ou subvertem as vias na síntese de DNA. • Antagonistas do folato O principal antagonista do folato é o metrotexato, um dos antimetabólitos mais utilizados na quimioterapia do câncer; Os folatos são essenciais para a síntese de purinas e do timidilato, que, por sua vez, são indispensáveis para a síntese de DNA e a divisão celular. Os antagonistas do folato interferem na síntese do timidilato. FARMACOLOGIA Qual antibacteriano, visto anteriormente, atua da mesma forma sobre a bactéria? Pergunta Reforço! 3 • Análogos da pirimidina O fluorouracil é convertida num nucleotídeo falso que inibe a síntese de timidilato; A citarabina inibe a DNA polimerase; Tratam-se de potentes agentes mielosupressores QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Antimetabólitos (agentes citotóxicos) QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Antimetabólitos (agentes citotóxicos) Os antimetabólitos bloqueiam ou subvertem as vias na síntese de DNA. • Análogos da purina A mercaptopurina é convertida num nucleotídeo falso; A fludarabina na sua forma de trifosfato inibe a DNA polimerase (possui ação mielosupressora); A pentostatina inibe a adenosina desaminase – uma via de importância crítica no metabolismo das purinas – exercendo efeitos significativos sobre a proliferação celular. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Antibióticos citotóxicos (agentes citotóxicos) Os antibióticos antitumorais produzem seus efeitos principalmente através de uma ação direta sobre o DNA • Antraciclinas O principal antibiótico antineoplásico da antraciclina é a doxorrubicina. Outros incluem a idarrubicina, a epirrubicina, a aclarrubicina e a mitozantrona; A doxorrubicina se liga ao DNA e inibe tanto a síntese do DNA quanto a do RNA, contudo, sua principal ação citotóxica se da através de um efeito sobre a topoisomerase II (uma DNA girase); Além dos efeitos indesejáveis gerais, pode ser cardiotóxica e causar arritmias e insuficiência cardíaca (a epirrubicina é menos cardiotóxica do que a doxorrubicina). • Dactinomicina Intercala-se no sulco menor do DNA, entre pares adjacentes de ganosina-citosina, interferindo no movimento da RNA polimerase ao longo do gene e impedindo, assim, a transcrição. • Bleomicinas A bleomicina provoca fragmentação das cadeias de DNA e pode atuar sobre células que não estão se dividindo; Diferentemente da maioria dos agentes antineoplásicos, a bleomicina provoca pouca mielossupressão. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Antibióticos citotóxicos (agentes citotóxicos) QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Antibióticos citotóxicos (agentes citotóxicos) • Mitomicina A mitomicina, após ativação enzimática nas células, atua como agente alquilante bifuncional (formam ligações covalentes com substâncias nucleofílicas). • Procarbazina Inibe a síntese de DNA e RNA e interfere na mitose. • Hidroxicarbamida É um análogo da uréia que inibe a ribonucleotídeo redutase, interferindo, assim, na conversão de ribonucleotídeos em desoxirribonucleotídeos. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Derivados vegetais (agentes citotóxicos) • Alcalóides da vinca Os principais alcalóides da vinca são vincristina, a vimblastina e a vindesina. A vincristina inibe a mitose na metástase através de sua ligação à tubulina. • Taxanos Os taxanos paclitaxel e docelatel atuam sobre os microtubulos, estabilizando-os e causando ações semelhantes ao alcalóides da vinca. • Etoposida A etoposida inibe a síntese de DNA através da sua ação sobre a topoisomerase II e inibe a função mitocondrial. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Derivados vegetais (agentes citotóxicos) • Campotecinas As campotecinas irinotecano e topotecano ligam-se à topoisomerase I, inibindo-a; Em geral,apresentam menos efeitos adversos que a maioria dos outros antineoplásicos. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Hormônios Tumores de tecidos sensíveis ao hormônio podem ser hormônio dependentes; Assim, seu crescimento pode ser inibido por hormônios com ações opostas, por antagonistas de hormônios ou por agentes que inibem a síntese de hormônios; Podem ser utilizados hormônios ou análogos de hormônios que apresentam ações inibitórias sobre determinados tecidos no tratamento de tumores desses tecidos; • Glicorticóides para leucemias e linfomas; • Tamoxifeno (um antiestrogênio) para tumores de mama; • Análogos do hormônio de liberação das gonadotropinas para tumores de próstata e de mama; • Antiandrogênios para câncer de próstata; • Inibidores da síntese de hormônios sexuais para o câncer de mama pós menopáusico. • Anticorpos monoclonais São imunoglobulinas produzidas a partir de culturas celulares selecionadas para reagir contra um antígeno especificamente expresso na células cancerosas; Ao se ligarem em um antígeno específico ativam os mecanismos imunes do hospedeiro e a célula cancerosa é destruída por lise mediada pelo complemente ou ataque por células killer. Rituximab (linfomas de células B) e Trastuzumab (câncer de mama). QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Radioterapia A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes; Ao interagirem com os tecidos, as radiações ionizantes dão origem a elétrons rápidos que ionizam o meio e criam efeitos químicos como a hidrólise da água e a ruptura das cadeias de DNA; A morte celular pode ocorrer então por variados mecanismos, desde a inativação de sistemas vitais para a célula até sua incapacidade de reprodução; A resposta dos tecidos às radiações depende de diversos fatores, tais como a sensibilidade do tumor à radiação, sua localização e oxigenação, assim como a qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total em que ela é administrada. FARMACOLOGIA Pode haver o desenvolvimento de resistência aos agentes antineoplásicos? Pergunta Desafio! 3 QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER RESISTÊNCIA AOS AGENTES ANTINEOPLÁSICOS A resistência manifestada pelas células neoplásicas aos agentes citotóxicos pode ser: Primária, quando o fármaco é administrado pela primeira vez; Adquirida, que se desenvolve durante o tratamento com o fármaco. • Adaptação das células tumorais aparecimento de células que são menos afetadas ou que não são de modo algum afetadas pelo fármaco• Mutação QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Exemplos de mecanismos de resistência: Acúmulo diminuído de agentes citotóxicos nas células, em decorrência da expressão aumentada de proteínas de transporte de fármacos de superfície celular; Diminuição na quantidade do fármaco captada pela célula (metotrexato); Ativação insuficiente do fármaco (ex.: redução do metabolismo de pró-fármacos); Aumento da inativação (citarabina); Concentração aumentada da enzima-alvo (metotrexato); Diminuição da necessidade de substrato (crisantaspase); Maior utilização de vias metabólitas alternativas (antimetabólitos); Reparo rápido de lesões induzidas por fármacos (agentes alquilantes) Alteração na atividade do alvo, como, por exemplo, topoisomerase II modificada; QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER ESQUEMAS DE TRATAMENTO O tratamento com combinações de vários agentes antineoplásicos aumenta a citotoxicidade contra as células cancerosas, sem aumentar a toxicidade geral; O tratamento com combinações de fármacos também diminui a possibilidade de desenvolvimento de resistência a agentes individuais; Com frequência, os fármacos são administrados em altas doses de modo intermitente, em vários cursos, com intervalo de 2-3 semanas entre eles, em vez da administração contínua de pequenas doses, visto que isso permite a regeneração da medula óssea durante os intervalos; Também foi constatado que a mesma dose total de um agente é mais eficaz quando administrado em uma ou duas grandes doses do que em múltiplas doses pequenas. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER TÉCNICAS PARA CONTROLE DA ÊMESE E DA MIELOSUPRESSÃO A náusea e os vômitos induzidos por muitos agentes quimioterápicos constituem um “obstáculo intrínseco à aderência do paciente ao tratamento; Os antagonistas dos receptores 5-HT3 (ondasetron ou o granisetron), mostram- se eficazes contra os vômitos induzidos por agentes citotóxicos; A metoclopramida em altas doses (por via i.v.) também tem se mostrado útil; Dronabinol utilizado em enjôos induzidos pela quimioterapia e anorexia associada a SIDA. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER TÉCNICAS PARA CONTROLE DA ÊMESE E DA MIELOSUPRESSÃO A mielosupressão limita o uso de muitos agentes antineoplásicos. O quê tem sido feito? Retira-se certa quantidade de medula óssea do paciente antes da administração dos agentes citotóxicos, retira-se as células cancerosas presentes (anticorpos monoclonais) e, posteriormente, faz-se a reposição; Utiliza-se também fatores de crescimento hematopoéticos; Outra possibilidade consiste na introdução, na medula óssea extraída, do gene que sofreu mutação, que confere resistência a múltiplos fármacos, de modo que, após sua reposição, as células medulares (mas não as células cancerosas) serão resistentes à ação citotóxicas dos agentes antineoplásicos. FARMACOLOGIA Qual a principal desvantagem da abordagem atual da quimioterapia para o tratamento do câncer? Pergunta Reforço! 3 QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER ESTRATÉGIAS FUTURAS PLAUSÍVEIS PARA A QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Principais desvantagens da atual quimioterapia do câncer: Praticamente todos os agentes antineoplásicos estão dirigidos contra a proliferação celular, mais do que as propriedades letais de poder de invasão de metástases; Os agentes antineoplásicos atuais consistem, essencialmente, em células killers inespecíficas, mais do que em alterações particulares que tornam uma célula maligna; O desenvolvimento de resistência (particularmente a resistência a múltiplos fármacos) aos agentes antineoplásicos; A eliminação total das células malignas em muitos tumores não é possível com o uso de doses terapêuticas, e a resposta imunológica do hospedeiro frequentemente não é adequada para lidar com as células remanescentes. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Desenvolvimento de novas abordagens baseada nos avanços adquiridos no conhecimento da patologia da célula cancerosas e através do uso de alvos seletivos para compostos antineoplásicos; Desenvolvimento de agentes capazes de reverter a resistência a múltiplos fármacos; Impulsionar ou potencializar as respostas imunológicas do hospedeiro contra o tumor. ESTRATÉGIAS FUTURAS PLAUSÍVEIS PARA A QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Abordagens baseadas na patologia da célula cancerosa Anticorpos monoclonais marcados: podem ser conjugados com radioisótopos e serem dirigidos contra os domínios extracelulares de receptores presentes nas células cancerosas (já é uma realidade); A proteína Ras: regulam vias de sinalização ao atuarem como interruptores de liga- desliga e podem ser alvos promissores em células cancerosas; Tirosina quinase das células tumorais: pequenos inibidores moleculares (ex.: imatinib, iressa e tarceva) dos domínios enzimáticos internos de receptores tirosina quinases estão sendo eficazes; Inibidores da telomerase: agentes capazes de inibir a telomerase podem constituir agentes antineoplásicos de amplo espectro, visto que muitos tumores expressam esta enzima; QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Abordagens baseadas na patologia da célula cancerosa Angiogênese e inibidores das metaloproteinases: as células tumoraisproduzem metaloproteínases e fatores angiogênicos que facilitam o crescimento do tumor, a invasão dos tecidos normais e a ocorrência de metástases. O ataque dos mecanismos envolvidos pode ser potencialmente bem-sucedido; Inibidores da ciclooxigenase: Há evidências de que o uso contínuo de AINES protege contra o desenvolvimento de câncer do TGI. Além disso, existem boas evidências quanto á hiperexpressão da COX-2 e cerca de 85% dos cânceres. O celecoxibe, por exemplo, reduz a incidência de tumores mamários em modelos de animais e provoca regressão dos tumores já desenvolvidos; p53 como alvo antineoplásico: mais de 50 % dos tumores humanos apresentam mutação no gene p53 e foram efetuadas muitas tentativas no sentido de explorar esse aspecto. Terapias futuras voltadas a este gene podem ser promissoras QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER Intensificação da resposta do hospedeiro ao câncer Os agentes que intensificam a resposta do hospedeiro ao câncer são classificados como modificadores da resposta biológica; Alguns modificadores da resposta biológica já estão sendo utilizados (ex.: interferon α no tratamento de alguns linfomas e interleucina-2- recombinante é empregada em tumores renais selecionados); A combinação dessas várias abordagens novas para o tratamento do câncer pode assumir um valor potencial ainda maior do que o seu uso isoladamente. De qualquer modo, é provável que sejam efetuados avanços significativos no tratamento do câncer num futuro não muito distante. QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER QUESTIONÁRIO #1 1) O que é o câncer e quais as principais abordagens para o tratamento desta patologia? 2) As células cancerosas manifestam , em graus variáveis, quatro características que as distinguem das células normais. Quais características são estas? 3) Em que processo particular consiste a ação da maioria dos agentes antineoplásicos? 4) Em quais categorias podem se dividir os agentes antineoplásicos citotóxicos? 5) Quais as vantagens de um esquema de tratamento com a combinação de vários agentes antineoplásicos e por quê são utilizadas altas doses com intervalo de semanas? FARMACOLOGIA REFERÊNCIAS RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M. Farmacologia. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2011. GILMAN, A. G.; HARDMAN, J. G.; LIMBIRD, L. E. As bases farmacológicas da terapêutica. 10ª Ed. Rio de janeiro: Editora McGRAW-Hill, 2003. GUYTON, Arthur C.,; HALL, John E.; ESBÉRARD, Charles Alfred. Tratado de fisiologia médica. 12ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. SITES: Google Imagens - http://www.google.com.br/imghp?hl=pt-PT Wikipedia.org – http://www.wikipedia.org
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