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Conceito de Educação Alimentar Nutricional História da Alimentação e Nutrição

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Conceito de Educação Alimentar Nutricional História da Alimentação e Nutrição
A educação alimentar e nutricional (EAN) se configura como um campo de conhecimento e prática contínua e permanente, Inter setorial e multiprofissional, que utiliza diferentes abordagens educacionais. São ações que envolvem indivíduos ao longo de todo o curso da vida, grupos populacionais e comunidades, considerando as interações e significados que compõem o comportamento alimentar. 
Seu objetivo é contribuir para a realização do direito humano à alimentação adequada e garantia da segurança alimentar e nutricional (SAN), a valorização da cultura alimentar, a sustentabilidade e a geração de autonomia para que as pessoas, grupos e comunidades estejam empoderados para a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a melhoria da qualidade de vida. A EAN é entendida como processo de diálogo entre profissionais de saúde e a população, visando a autonomia e ao autocuidado. 
História da Alimentação e Nutrição 
A história da nutrição e da alimentação ocorre paralelamente à da história do homem na face da terra. Na pré-história e história, o homem sempre procurou localizar-se sempre inde havia suplência de alimentos, água e onde as condições climáticas eram mais favoráveis à sua sobrevivência; tem sido sempre um integrante do ecossistema, do qual não pode afastar-se. Seu tipo de alimentação obedeceu primitivamente ao instinto. Com a civilização, foi perdendo o instinto e procurando alimentar-se segundo as normas aconselhadas ou também de acordo a oferta da natureza, no que perdeu mais do que ganhou. Relativamente ao alimento, costuma-se dividir a história da humanidade em três importantes eras. A primeira foi caracterizada pelo consumo de alimentos ofertados pela natureza (vegetais e animais selvagens), o que era feito através da caça, da pesca ou da coleta. A evolução das sociedades humanas em 3 etapas: 1) caçadores; 2) pastores sem estabelecimentos fixos (nômades); e 3) sedentários ( cultivo do solo ou prática da agricuicultura; admite que o espirito de iniciativa pode fazer com que o homem adote o nomadismo ou se fixe à terra.
Fazes históricas da nutrição Comportamento alimentar mídia, família e escola.
Entre as décadas de 1940 e 1960, conforme ressaltado por Lima (2000), a EAN esteve fundamentada no mito da ignorância, que é considerado fator determinante da fome e da desnutrição na população de baixa renda, grupo para o qual estas ações educativas eram destinadas. Uma das bases das políticas de alimentação e nutrição nesta época foi sua vinculação às campanhas de introdução de novos alimentos e às práticas educativas (BOOG, 1997). Desta forma, objetivava-se uma mudança no comportamento alimentar do pobre, através do desenvolvimento de instrumentos que o ensinassem a comer (VALENTE, 1986; LIMA, 2000; LIMA et al., 2003). Segundo Boog (1997), a partir de meados de 1970, há uma mudança no paradigma dominante, haja vista que o binômio alimentação-renda se sobressai ao binômio alimentação-educação a partir dos redirecionamentos das políticas de alimentação e nutrição traçadas no Brasil, as quais reconhecem a (ausência de) renda como principal obstáculo para a obtenção de uma alimentação saudável. Desta forma, as estratégias de suplementação alimentar passaram a ser o eixo norteador das políticas públicas (SANTOS, 2005). A educação nutricional crítica emergiu na década de 1980 e contribui de forma importante no que diz respeito às novas perspectivas da EAN, através da identificação da incapacidade da mesma em promover mudanças nas práticas alimentares de forma isolada (SANTOS, 2005). Após discussão da fome e não apenas da desnutrição, a EAN assume papel de esclarecer a população sobre cidadania, ao invés de contemplar apenas as práticas alimentares (LIMA et al., 2003) A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada no ano de 1999, pode ser considerada uma das expressões que oficializam a busca de uma nova direção das políticas de alimentação e nutrição, contrapondo o modelo assistencialista predominante desde a década de 1970, restrito aos trabalhadores e grupos de risco (LIMA et al., 2003). Além disso, o combate à obesidade também passa a ser alvo de políticas públicas, juntamente com a fome e a desnutrição (BRASIL, 2003). A criação de programas como o Fome Zero e o Bolsa Família, corrobora as proposições da promoção de práticas alimentares saudáveis da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (SANTOS, 2005) e garante mesmo que de forma parcial o acesso a um dos direitos básicos do ser humano que é o direito a alimentação e a nutrição. Para que se possa assegurar o cumprimento deste direito, a segurança alimentar é um elemento básico e indispensável, definida como "a garantia a todos os cidadãos ao acesso contínuo e permanente a alimentos básicos de qualidade e em quantidade suficiente, com base em práticas alimentares saudáveis de modo a contribuir para uma existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana" (CONSEA, 2004).A concepção da alimentação como um direito humano resultou em parte das discussões sobre segurança alimentar que integraram o cenário nacional e internacional na década de 1990, e que têm sido muito mais abrangentes do que as ações de combate à fome e à desnutrição, além de também ter impactado na formulação das políticas públicas em alimentação e nutrição no país (SANTOS, 2005), como descrito anteriormente. Conforme descrito por Santos (2005): “É nesse contexto que também emerge a concepção da promoção das práticas alimentares saudáveis, na qual a alimentação tem sido colocada como uma das estratégias para a promoção da saúde. Não parece haver dúvidas sobre a importância da educação alimentar e nutricional na promoção de práticas alimentares saudáveis. No entanto, as reflexões sobre suas possibilidades e limites, como também o modo como ela é concebida, ainda são escassas”.
Comportamento alimentar mídia, família e escola. 
A escolha alimentar não é determinada apenas por fatores fisiológicos, que envolvem a fome ou o reconhecimento do alimento como próprio ou não para o consumo, mas também fatores psicológicos, ambientais, culturais, socioeconômicos, entre outros, são importantes.
Desde a infância, o ser humano aprende a fazer suas escolhas alimentares a partir de seu convívio social, formando características que levará para a vida adulta como seu comportamento alimentar, baseado em componentes fisiológicos e psicossociais.
 Na adolescência, há o estabelecimento da autonomia, a consolidação dos hábitos e a necessidade de se inserir em um grupo social, e tudo isso pode levar ao aumento da exposição tanto a riscos ambientais como acesso a alimentos de alta densidade energética e baixo teor de nutrientes e inatividade física, com isso, gerando aumento na obesidade e complicações futuras. 
Proposto na década de 1980, o modelo transteórico do comportamento alimentar utiliza cinco fases distintas de mudança, demonstrando quando esta ocorre e qual o grau de motivação para realizá-la. Os cinco estágios abordados são:
 - Pré-contemplação: fase na qual ainda não há o reconhecimento do problema, sem consideração de mudança.
 - Contemplação: já se reconhece a existência do problema, com a consideração de mudança.
 - Decisão: estágio em que se pretende adotar as mudanças comportamentais.
 - Ação: momento em que há alterações de fato no comportamento. Fase que exige grande dedicação e disposição para evitar as recaídas.
 - Manutenção: já houve modificações no comportamento, e o objetivo principal é manter os ganhos obtidos durante a fase de ação.
 Além da identificação e compreensão desses estágios, também, são necessárias estratégias de interação com o paciente a fim de estimular e incentivar as mudanças fundamentais para o tratamento. Nesse sentido, a entrevista motivacional, baseada em cinco pilares, facilita o contato do profissional com o paciente, conforme descrito a seguir:
 - Expressar empatia: envolve a compreensão das expectativas do paciente.- Desenvolver a discrepância: auxilia o paciente a compreender quais metas são importantes e as consequências de seu comportamento atual.
 - Evitar a argumentação: o profissional deve evitar a argumentação e confronto direto com o paciente, o que poderia proporcionar maior resistência ao tratamento. O objetivo é auxiliá-lo a encontrar soluções.
 - Aceitar a resistência: importante reconhecer o momento ou estágio de mudança do paciente e propor estratégias que contribuam para a solução do problema.
 - Promover a auto eficácia: demonstrar ao paciente que ele é capaz de obter sucesso e ajudá-lo a compreender que somente ele é o responsável pelas mudanças.
 
Assim, torna-se de grande importância que o profissional considere a influência do comportamento para o sucesso do acompanhamento nutricional. O conhecimento de modelos que favoreçam a adesão ao tratamento é ferramenta fundamental para a melhor qualidade de vida e saúde através da alimentação.

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