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5- Toxoplasma Gondii e Toxoplasmose

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Toxoplasma Gondii e Toxoplasmose
Prof.ª Dr.ª Urara – Aula de BP515 – Parasitologia – Farmácia 013
Fernanda Mazon – Universidade Estadual de Campinas 
	Informações gerais	
	Importância
Distribuição cosmopolita: em todos os lugares do mundo, ricos/pobres.
Alta prevalência: +80% algumas áreas
Hábito alimentar: carne, água, vegetais
Transmissão congênita: afeta o bebê em gestantes
Reativação do parasito em imunodeficientes: parasito fica latente dentro do organismo e, quando há queda da imunidade, ele se reativa.
Zoonose: não há escolha de hospedeiro, pode estar presente em aproximadamente 300 espécies de animais, entre mamíferos e aves.
Histórico
1908- Descrição de merozoítos em um roedor na África e em um coelho no Brasil.
1909- Proposta do nome Toxoplasma gondii.
1923- Registro do primeiro caso humano de toxoplasmose com hidrocefalia e microcefalia
1965- Transmissão horizontal da toxoplasmose via carne crua ou mal cozida
1969- Descrição do ciclo coccidiano no intestino delgado do gato
1970- Ciclo completo – Gato hospedeiro definitivo, outros animais hospedeiro intermediário
1981-82- Primeiro caso de toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS
1995-99- Surto de toxoplasmose humana – transmissão hídrica.
Classificação
Super-grupo Chromalveolata, grupo Alveolata, filo Apicomplexa, classe Sporozoea, sub classe Coccidia, ordem Eucoccidiida, Família Sarcocystidae, Gênero/espécie: Toxoplasma gondii, Sarcocystis hominis, S. suiminis.
Filo Apicomplexa:
Complexo Apical: conjunto de organelas na parte apical das formas infectantes
Conoide, micronemas, roptrias, grânulos densos, apicoplasto (sintetiza aminoácidos).
Faz com que haja invaginação da célula hospedeira para que ele possa entrar. Uma vez o parasita estando dentro da célula hospedeira, há um rompimento e um vacúolo parasitóforo, em que o parasita se desenvolve.
Formas evolutivas infectantes
Taquizoítos: ficam dentro dos macrófagos, fazem sua multiplicação lá, e quando estiverem maduros são liberados, ficam na luz e penetram em células para continuar o ciclo.
Cisto com bradizoítos: esses bradizoítos ficam dentro dos cistos. Ficam no tecido muscular, esquelético, cérebro, etc.
Oocisto com esporócitos: forma infectante de resistência que é eliminado pelas fezes dos gatos que tem o ciclo toxoplasma. É arredondado, tem uma membrana dupla externa, tem duas outras formas internas (esporocistos). Dentro de cada esporocistos tem 4 esporozoítos, ou seja, 8 no total.
Oocisto não esporulado: a medida em que os oocistos caem no ambiente, começa a maturar.
Fontes de disseminação
- Água e verduras com oocistos eliminados pelos gatos jovens
- Carne de animais com cistos contendo bradizoítos (reprodução mais lenta): porco, carneiro, cabra, ave, coelho, cavalo, etc.
- Leite, saliva, líquido espermático, vaginal, etc. com taquizoítos (multiplicação rápida).
Habitat
Hospedeiro intermediário: formas assexuadas
Músculo esquelético, cardíaco, tecido nervoso, retina, placenta.
Líquidos orgânicos: saliva, esperma, leite, líquido peritoneal, etc.
Hospedeiro definitivo: ciclo sexuado
Células intestinais de gatos e outros felídeos jovens. Outros órgãos: ciclo assexuado.
O gato pode ser hospedeiro completo, então.
Meio exterior: Formas resistentes, oocistos.
Transmissão
- Ingestão de oocistos maduros
- Ingestão de cistos em carnes
- Congênita: vertical. Transplacentária -> taquizoítos ou bradizoítos. Rompimento do cisto no endométrio -> bradizoítos.
- Traquizoítos nos líquidos somáticos: leite, saliva, ovo, etc.
- Mucosa exposta: pele com solução de continuidade (mucosa bucal, nasal, vaginal, conjuntiva)
- Inoculação acidental: pesquisadores
- Insetos veiculando oocistos
- Imunodeprimidos: transplante de órgãos e reativação da infecção latente.
Toxoplasma Gondii
Ciclo de Vida
Há uma fase assexuada e uma sexuada. A assexuada ocorre no hospedeiro intermediário, e é principalmente pela ingestão das formas do parasita. Pode ser fase aguda, em que os parasitas estão dentro dos macrófagos, ou pela mãe-bebê. Por via oral, atravessa o tubo digestório, e no intestino há a liberação de uma dessas formas, e essa liberação faz com que haja o encontro desses parasitas com os macrófagos locais, e aí vai haver a entradas desses parasitos nos macrófagos, formação do vacúolo parasitóforo, multiplicação rápida (endodiogenia). Uma vez maduros, são liberados, cai na corrente sanguínea ou linfática, e a partir daí atingem vários outros órgãos: tecido muscular, esquelético... Há a formação dos cistos e estes permanencem lá, sem sintomas pro hospedeiro. Em uma queda de imunidade, os oocistos se rompem e liberam bradizoitos.
Há a fase de reprodução sexuada nas células intestinais em felinos jovens. São jovens porque eles nunca tiveram contato com o parasita (cria anticorpos). Nas células intestinais do gato, as formas do parasita tem um primeiro contato com a célula intestinal, ele penetra dentro delas, formando vacúolo parasitóforo, se multiplica dentro dessa célula, divide o núcleo por mitose, forma vários núcleos, em sua volta forma uma massa citoplasmática, e existe a nova fase do parasito: melozoítos. Como os merozoítos estão dentro dos vacúolos, esses conjuntos arredondados são os merontes. Quando eles estão madutos, os merozoítos são liberados, entram em novas células intestinal, forma o vacúolo parasitóforo, ou faz mitose de novo, ou diferencia-se para formar formas sexuadas. Forma feminina: o merozoito penetra numa célula intestinal dentro do vacúolo parasitoforo, amadurece apenas com o crescimento do citoplasma e núcleo único. Esse é o macrogametócito. Um merozoito pode penetrar numa outra célula intestinal, em outro vacúolo gametófito, e forma os microgametas masculinos flagelados. Microgametócito: forma conjunto dos microgametas. Fecundação: os microgametas, que são flagelados, são liberados e procuram o macrogameta maduro. Os núcleos se fundem e eles formam o zigoto (2n), e o zigoto então se desenvolve e, forma uma forma em volta dele, e gera o oocisto. No meio exterior, se desenvolve por esporogônia. Precisa do ambiente para se desenvolver porque precisa de 28°C, oxigênio e umidade. Forma primeiro os esporocistos, e, dentro deles, os esporozoitos. Estando maduro, está pronto pra ser ingerido por um hospedeiro intermediário.
Reprodução por endodiogenia: uma forma infectante, por ex traquizoito, contendo dentro dele todas as organelas do parasito, as organelas começam a se dividir, formando duas novas células, a principio forma a parte anterior e posteriormente o resto, até a formação completa de duas células filhas.
Patogênese e patogenia
Sucesso do cisto do toxoplasma dentro do hospedeiro:
- Sobrevivência após passar pelo estômago. Não morre por causa do suco gástrico.
- Refratário ao sistema imune e medicamentos, porque tem uma membrana dupla, cuja a membrana interna é do parasito e a membrana externa é do hospedeiro.
- Estado dormente dos bradizoítos não mata o hospedeiro
- Bradizoítos teciduais permanencem infectantes e transmissíveis.
Toxoplasmose congênita
Infecção primária da mão na gestação: 30 a 40% dos fetos com toxoplasmose
- 1º trimestre: 15% infecção do feto (aborto espontâneo, morte do feto ou doença grave)
- 2º trimestre: 30% infecção do feto (15% com sinais da doença após o nascimento)
- 3º trimestre: 60% infecção do feto (5% com sinais da doença após o nascimento)
Sinais e sintomas
Preferência: cérebro e olho.
- Coriorretinite
- Estrabismo, cegueira
- Convulsões, retardo mental, microcefalia ou macrocefalia, hidrocefalia
- Meningoencefalite
- Hepatoesplenomegalia
- Erupção cutânea, petequias
- Icterícia
- Pneumonia
4 sinais da toxoplasmose congênita: hidrocefalia ou microcefalia, coreorretinite, calcificação intracraniana, retardo mental.
Toxoplasmose pós-natal
- Infecção inaparente: 90% soropositivos
- Hipertrofia dos gânglis: linfoglandulas (fase aguda)
- Febre de intensidade variedade: 40 a 70%
- Astenia, anorexia, cefalia, mal-estar, mialgia, erupção cutânea, sudorese noturna
-Hepatoesplenomegalia: 1/3 dos casos
- Coriorretinite (pouco comum)
- Meningoencefalite
Resposta imune celular
Primeiro o toxoplasma entra e se multiplica dentro de um macrófago, e depois de maduro é liberado e libera traquezoítos livres. Estes liberam substancias solúveis que ficam na linfa ou ..., e em contato com as células dendríticas, faz produção de citocinas, e IL-12, eu
	Nem todos os parasitos morrem. Mas há um equilíbrio, e o parasito fica lá como se fosse um comsensal.
	Fase aguda
	Produção de anticorpos: fase aguda
	- Classe IgM: 10 dias (início) – 4 semanas (valores máximos) e média de 5 meses (diminuição) e até 01 ano ou mais (baixa detecção)
	- Classe IgA: fase inicial junto com IgM, mais sensíveis para diagnóstico no feto
	- Classe IgG:
	Epidemiologia
	- Presença em praticamente todos os países
	- Prevalência: mais de um bilhão de pessoas
	- Animais de sangue quente: mamíferos e aves sucetíveis
	- Gatos na eliminação dos oocistos: 100 milhões
	- Carnivorismo com presença de cistos
	- Transmissão congênita
	- Ingestão de oocistos maduros na água e no solo
	- Formas de taquizoítos no leite materno
	Variabilidade dos cistos: até 3 meses na geladeira, mais de uma semana a -8°C, morte a -12C, morre a 67°C.
	Variabilidade dos oocistos: solo (até 18 meses); geladeiras (54 meses), -10°C (106 dias).
	Diagnóstico
	Pesquisa de anticorpos: testes sorológicos
	IFI: pesquisa de IgM e IgG
	ELISA: pesquisa de IgM, IgG, IgA
	PCR: líquido amniótico, sangue, líquor, humor aquoso.
	Controle e prevenção
	Evitar: carne mal passada, água não filtrada
	Verduras, legumes, frutas bem lavadas
	Criação adequada dos gatos
	Tratamento dos casos
	Teste preventivo em egstantes
	Vacina: Ovilis Toxovax (Intervet), cepa atenuada S48 somente em carneiros (Europa e Nova Zelândia).
	Taquizoito: fase aguda, dentro dos macrófagos
	Bradizoito: dentro dos cistos, forma de multiplicação mais lenta.
	
Sarcocystis hominis/S. suihominis
Hospedeiro definitivo: carnívoros (cães, gatos, mamíferos silvestres, aves, repteis, ser humano)
Hospedeiro intermediário: presas (bovino, suíno)
Ciclo heteroxênio
Ciclo de Vida
Ele também tem uma forma de resistência oocisto, contendo 2 esporocistos e 4 esporozoítos. A membrana externa do oocisto é muito delgada, quando o oocisto cai na luz intestinal e é liberado pro meio ambiente, a membrana externa se rompe e encontra os esporozoítos nas fezes. O hospedeiro intermediário adquire a doença ingerindo oocistos. Faz um ciclo assexuado do toxoplasma, e forma o sarcocisto dentro de alguns tecidos, como musculatura esquelético. O hospedeiro ingere o cisto, cai no intestino, libera bradizoítos, estes infectam as células intestinais e não se multiplicam, só formam os gametas femininos/masculinos e o zigoto -> oocisto.
Patogenia e sinais clínicos no hospedeiro definitivo
- Período pré patente: 7 a 14 dias
- Sinais clínicos: assintomáticos ou sintomático
- Náuseas
- Vômitos
- Distúrbios circulatórios
- Calafrio e sudorese
- Período: 06 a 24 horas após a ingestão de carne suína ou bovina.
Epidemiologia
Distribuição cosmopolita
Prevalencia alta no hospedeiro intermediário (mais de 60%)
Diagnóstico
Exame de fezes com oocistos (HD)
Exame dos tecidos com sarcocistos (HI)
Tratamento
Não há necessidade por ser auto-limitante (hospedeiro definitivo/ser humano)
Prevenção
Não ingerir carne grua ou mal cozida de bovinos e suínos

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