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Semana 4

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EXCELETISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVIL DA COMARCA DE VITÓRIA/ES.
	Marly Ferreira, brasileira, solteira, Professora, RG n° 000000-0, CPF n° 00000-00, E-mail: m@f.com, residente e domiciliado na rua B, n° 1479, Araturi, CEP: 00000, Vitoria/ES e Heron Ferreira, menor impubere, representado por sua mãe, Wanessa da Mata, brasileira, solteira, Autonoma, RG n° 000000-0, CPF n° 00000-00, E-mail: w@f.com, residente e domiciliado na rua A, n° 79, Araturi, CEP: 00000, Vitoria/ES, vem respeitosamente a ilustre presença de vossa excelencia por meio de seu advogado Benicio Pedrosa, inscrito na OAB/CE sob o n° 00000, com escritorio na Avenida São Vicente de Paula, n° 678, Araturi, CEP: 00000, Vitoria/ES, E-mail: b@hotmail.com, propor a presente ação
	AÇÃO DE NULIDADE DO NEGOCIO JURIDICO
	Em face de Fabio, brasileiro, solteiro, Empresario, RG n° 000000-0, CPF n° 00000-00, E-mail: f@f.com, residente e domiciliado na rua Tapajos, n° 1479, Potira, CEP: 00000, Vitoria/ES e Antonio brasileiro, solteiro, Empresario, RG n° 000000-0, CPF n° 00000-00, E-mail: a@f.com, residente e domiciliado na rua Tapajos, n° 1477, Potira, CEP: 00000, Vitoria/ES, pelos fatos e fundamentos juridicos aqui expostos.
PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA:
	Requer o autor a declaração de pobreza na forma de lei.
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO:
	Os autores optam pela não realização da Audiência de conciliação e mediação.
DOS FATOS:
	Os autores no dia 10 de junho de 2013, saindo da escola ao qual Marly trabalha, no periodo da tarde, com seu sobrinho Heron que estuda na referida escola, sofreram um grave acidente provocado diretamente pelo reú Fabio, que não possuia habilitação e ainda dirigia sob o efeito de bebidas alcoolicas, tendo cometido tal ato ato com culpa exclusivamente sua.
	Neste acidente, houve serios danos ao carro de Marly, tendo este recebido perda total, por parte do seguro do automovel. O menor Heron presente e participe do acidente, teve serios problemas de saúde uma vez que já possui deficiencia motora, sendo o mesmo portador da sindrome de down.
	O reu de forma irresponsavel e imcompreensivel saiu do local do acidente sem presta os devidos socorros, tendo Marly fraturado o braço esquerdo, e seu sobrinho a perna direita.
	Pessoas que se encontravam no local perseguiram o reú, e conseguiram observar o seu endereço, informado este a autora, ainda no local do acidente, a mesma pelos danos sofridos não pode se dirigir de imediato a residencia do reu, para conversar ou acordar sobre os prejuizos.
	Na busca de uma reparação pelos prejuizos sofridos a autora, procurou o reú para que este custeasse o dano causado, sendo esta informada pelo mesmo que este não tinha nenhum bem e jamais teria como pagar tal prejuizo a autora.
	No tocante ao assunto a autora ficou sabendo, uma semana após o ocorrido, mais precisamente no dia 20 de junho de 2013, que o reu Fabio transferiu todo os seus bens de forma gratuita ao seu amigo de longa data e que tem grande confiança, cumplice de Fabio, e reu Antonio aceitou e recebeu todos os bens. 
	Os danos sofridos foram muitos, porém o que mais doeu na pele dos autores foi a farça praticada, para que os seus prejuizos não fossem pagos. Uma vez que no mesmo mês do acidente, houve a transferencia dos bens de Fabio para Antonio.
	Sendo assim não restou aos autores, senão o ajuizamento desta ação, com o objetivo de anular o negocio juridico praticado pelos reus, para evitar a solvencia dos prejizos causados.
DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS:
	Neste caso e possivel observar que houve uma deslealdade por parte dos reus perante aos autores, que forjaram a pratica de uma doação para que os seus credores, neste caso os autores não pudessem requerer de forma onerosa o dano que lhes foram causados, por força do art. 158, CC. E possivel realizar a anulação de tal ato uma vez que realizado a interpretação da lei observa-se que tal conduta praticada, fere o ordenamento juridico. Seguindo tal conduta os reus se encaixam perfeitamente no art 158, CC. Como e possivel observar:
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. Ver tópico .
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
	Vinculados de forma etica a lei, não e possivel a depreciação de tal dispositivo vigente, bem como da doutrina que entende de forma pacifica, que a anulação de tal ato e necessario para que se possa busaca a solução do conflito.
	Neste caso temos uma tipica conduta entedida doutrinariamente como ação pauliana que consiste numa ação pessoal movida por credores com a intenção de anular negócio jurídico feito por devedores insolventes com bens que seriam usados para pagamento da dívida numa açãode execução. Tem sua previsão nos artigos 158 a 165 do Código Civil de 2002, que tratam de fraude contra credores.	
	Além do mais, e posivel observar a falta de boa fe do reu que efetuou a doação de todos os seus bens após o acidente, para não efetuar o pagamento do prejuizo causado. Com base no art. 548, CC e possivel mencionar que “É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.”
	Confrome Caio Mario, assegura ¨Fraude e manobra engedrada com o fim de prejudicar terceiro¨.
	São requisitos da ação pauliana: a) a anterioridade de crédito; b) o consilium fraudis; c) o eventus damni.
	A anterioridade de crédito, como o próprio nome diz, consubstancia-se na existência de crédito anterior aos atos fraudulentos, não havendo necessidade deste crédito ser líquido. Assim, "se o termo inicial é somente para a existência pretensional ou acional, ou de exceção, já existindo crédito, não há dúvida quanto a estar satisfeito o pressuposto da anterioridade do crédito" (Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado, Vol. 4, Borsoi, Rio de Janeiro, p. 436).
	Já o consilium fraudis caracteriza-se por ser o elemento subjetivo da ação, podendo se manifestar, tão-somente, pela consciência do devedor de que determinados atos de mera liberalidade ou alienatórios podem prejudicar outrem, no caso, o credor.
	O eventus damni, por sua vez, é a redução do devedor à insolvabilidade, decorrente dos atos fraudulentos por si praticados.
	É de se destacar que este caso preenche todos os requisitos necessarios, pois, o credito do reu e anterior ao fato, ocorre o chamado consilium fraudis, pois este ja visava uma possivel ação por parte de autora e eventus damni ocore desde ja pois não há como o reu solver os prejuizos causados.
	Através do qual a jurisprudencia tambem ja conheceu de ato de forma a julgar procedente a ação pauliana, quando o devedor busca frustar seus credores, como occore neste caso:
Apelação cível n. 2001.007886-4, de Xanxerê.
Relator: Des. José Volpato de Souza.
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO PAULIANA - DEVEDOR QUE ALIENA SEU ÚNICO BEM -- INSOLVÊNCIA RECONHECIDA - VALOR DE VENDA ABAIXO DO DE MERCADO - FRAUDE CONTRA CREDORES CARACTERIZADA - RECURSO DESPROVIDO
São pressupostos da ação pauliana: (a) que o crédito do autor seja anterior ao ato fraudulento; (b) que a alienação tenha levado o devedor à insolvência; e (c) que a intenção de fraudar esteja evidenciada (consilium fraudis). A existência de tais pressupostos conduz à procedência da ação, com a desconstituição da alienação procedida pelo devedor.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de apelação cível n. 01.007886-4, Comarca de Xanxerê (1ª Vara), em que é apelante Sérgio Henrique Ferronato, sendo apelado Valmir Cerutti:
ACORDAM, em Terceira Câmara de Direito Civil, por votação unânime, conhecer do recurso para negar-lhe provimento.
Custas na forma da lei.
RELATÓRIO:
Valmir Cerutti aforou ação pauliana contra Valcir Kissel e Sérgio Henrique Ferronato alegando, em síntese,que: tinha um cheque do primeiro réu cujo prazo de vencimento se extinguiu sem o adimplemento em 20 de agosto de 1996; ajuizou em 2 de dezembro de 1996, e teve deferida, ação cautelar inominada para obstar a pretendida venda do veículo deste réu, por ser o seu único bem; ajuizou também ação de execução de título executivo extrajudicial; o segundo réu veio a fazer parte da lide através de embargos de terceiro, sob o argumento de que no dia 16 de setembro de 1996 havia compradodo primeiro réu o veículo; tal compra foi forjada, constituindo fraude ao credor, verificada pelo fato de as datas de compra afirmadas e documentadas serem diferentes, por não ter sido efetuada transferência para o nome do suposto adquirente junto ao Detran ou à administradora, e, ainda, por ter feito menção ao sinistro que ocorreu com o carro em novembro de 1996 apenas em fevereiro do ano seguinte, deixando evidente que o veículo não estava com ele, mas sim, com o primeiro réu; o segundo réu não trouxe comprovante do sinistro nem do pagamento da contraprestação da compra alegada; se houve compra, não foi de boa-fé, pois a insolvência do primeiro réu era pública; a esposa do primeiro réu vendeu a empresa que tinha para fugir das obrigações de que era devedora; fica evidente a insolvência e caracterizada a fraude. Por fim, requereu a procedência da demanda com anulação da venda entre os réus. Juntou documentos (fls. 2/29).
Sérgio Henrique Ferronato apresentou contestação, asseverando, em síntese, que: inexiste qualquer fato que demonstre a notoriedade de eventual insolvência do vendedor à época da venda; o vendedor não era insolvente, visto que sua esposa era proprietária de uma empresa; se houve fraude ao credor, foi em relação à venda desta empresa; consta nos autos da medida cautelar n.º 12.292 (fls. 26/29), que tanto contra o vendedor quanto contra sua mulher, até o dia 2 de janeiro de 1997 não existia qualquer título protestado; as informações de cheques sem fundos na SERASA são sigilosas e não estavam ao seu alcance, mesmo porque os cheques referidos pelo autor foram apresentados depois da compra; o contestante não é nem parente nem pessoa íntima do vendedor; a compra é provada por recibo e pelos pagamentos das parcelas do consórcio a partir da venda; a propriedade, no caso, se prova com a tradição. Por fim, requereu a improcedência do pedido. Juntou documentos (fls. 34/60).
Também apresentou contestação Valcir Kissel, aduzindo, em preliminar: a carência da ação, visto que não restou caracterizada a aludidafraude, por ausência de prova da insolvência anterior do vendedor. No mérito, negou a existência de fraude. In fine, requereu a improcedência da demanda. Juntou documentos (fls. 63/74).
O autor apresentou impugnação às contestações (fls. 76/85).
O processo restou saneado à fl. 90.
Sentenciando, o MM. Juiz julgou o pedido procedente em parte, para "declarar ineficaz em relação ao autor/credor a transação envolvendo o veículo Fiat Tempra", objeto da ação. Condenou os requeridos ao pagamento das despesas processuais e verbas honorárias que arbitrou em 20% (vinte por cento) sobre o valor da ação (fls.142/148).
Inconformado com a decisão, Sérgio Henrique Ferronato apresentou recurso de apelação, afirmando que: o autor tinha o ônus de provar a malícia ou ausência de boa-fé do comprador, tal como a insolvência ou sua notoriedade, mas nada disto restou provado; o vendedor era solvente, pois sua esposa tinha empresa que foi posteriormente vendida por valor superior ao do débito do qual o apelado era credor; ainda que fosse insolvente, tal fato não era notório; os cheques que constituiriam a mencionada insolvência só foram apresentados no Banco depois da celebração do negócio; a compra e venda do veículo ocorreu no dia 16 de setembro de 1996, de forma absolutamente lícita; não há relação de amizade ou parentesco entre ele e o vendedor; o valor constanteno recibo sobrepõe o do bem, porque é relacionado apenas a algumas prestações do consórcio já pagas. Por fim, requereu a reforma da sentença, para julgar improcedente a demanda (fls. 150/163).
O apelado apresentou contra-razões (fls. 166/174).
VOTO:
Cuida-se de ação pauliana na qual o autor pretende anular a transferência de veículo que, segundo alega, efetuou-se em fraude contra credores.
Sabe-se que diante do estado de insolvabilidade do devedor, decorrente de atos fraudulentos que redundaram no esvaziamento de seu patrimônio, pode o credor valer-se da ação pauliana a fim de torná-los ineficazes com o intuito de garantir a efetivação de seu crédito.
São requisitos da ação pauliana: a) a anterioridade de crédito; b) o consilium fraudis; c) o eventus damni.
A anterioridade de crédito, como o próprio nome diz, consubstancia-se na existência de crédito anterior aos atos fraudulentos, não havendo necessidade deste crédito ser líquido. Assim, "se o termo inicial é somente para a existência pretensional ou acional, ou de exceção, já existindo crédito, não há dúvida quanto a estar satisfeito o pressuposto da anterioridade do crédito" (Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado, Vol. 4, Borsoi, Rio de Janeiro, p. 436).
Já o consilium fraudis caracteriza-se por ser o elemento subjetivo da ação, podendo se manifestar, tão-somente, pela consciência do devedor de que determinados atos de mera liberalidade ou alienatórios podem prejudicar outrem, no caso, o credor.
O eventus damni, por sua vez, é a redução do devedor à insolvabilidade, decorrente dos atos fraudulentos por si praticados.
No tocante ao primeiro requisito, inexiste controvérsia, até porque o apelado tornou-se credor de Valcir Kissel, da quantia de R$ 11.000,00 (onze mil reais), representada pelo cheque emitido em 20.8.96, não compensado face à insuficiência de fundos e, infere-se dos autos que em 16.9.96 alienou seu único bem em favor do apelante.
No que tange ao segundo pressuposto, assevera o apelante que existiam bens perfeitamente executáveis pelo apelado, no caso, a empresa do casal, denominada Clessir Kissel -ME, o que vem a demostrar que tinha condições de pagar o débito.
Ocorre que, como bem relatou o magistrado de primeiro grau:
"Consta que, por ocasião da transação, o único bem além do veículo vendido, constituía-se na firma individual registrada em nome de sua esposa, porém,o próprio documento trazido à colação às fls. 29, demonstra que seu valor apresentava-seinsuficiente para atender as dívidas contraídas pelo casal. Ademais, não se pode olvidar, constitui-se ônus do requerido/devedorcomprovar sua condição de solvente, o que não logrou alcançar nos presentes autos" (fl. 145).
Do nosso egrégio Tribunal de Justiça colhe-se, a propósito, o seguinte julgado:
"O ônus da prova, quanto à solvência, na ação pauliana, não é exclusivamente do autor, cabendo ao devedor demonstrar que, a despeito do ato praticado, continuou solvente, para elidir a ação.
Ao credor não incumbe a prova de fato negativo e difícil de sua parte, quando ao devedor, por sua vez, fácil seria demonstrar a sua própria solvência, se verdadeira" (AC n.º 23.185, de Balneário Camboriú, rel. Des. José Bonifácio, JC 67/171).
Ressalte-se que os negócios jurídicos onerosos podem ser caracterizados como fraudulentos, caso o comprador tenha ciência do estado de insolvência do vendedor, ou se estiverem presentes determinados indícios, como: a) a existência de grau de parentesco entre os negociantes (fraus inter proximos facile praesumitur); b) ter sido o bem alienado por preço vil; c) a permanência do bem nas mãos do devedor alienante; e d) a alienação clandestina.
Yussef Said Cahali, dissertando sobre a fraude contra credores, aduz que:
"Os atos de má fé provam-se através de indícios e circunstâncias, como meio de prova a orientar o julgador no sentido de apurar os motivos que forçaram o comprador a ter conhecimento de insolvência. Em condições tais, considera-se o indício veemente de fraude, a disparidade significativa do preço.
Conforme observa Puglia, o preço vil é por si mesmo um indício de simulação como de fraude: é indício de fraudepara a revocatória quando esse fato é acompanhado de circunstâncias tais que revelam que o devedor foi constrangido a vender a preço vil para conseguir subtrair rapidamente o patrimônio da garantia dos credores" (Fraudes contra Credores, Yussef Said Cahali, ed. RT, 1989, pág. 199).
Ainda sobre o tema:
"A respeito, lembra Buters que, normalmente, o devedor que deseja desfazer-se de seu patrimônio para fraudar seus credores, aliena os bens a uma pessoa de sua confiança, isto é, um amigo íntimo, a um agregado ou parente próximo, ou a uma pessoa da família, como um filho, um irmão, mulher (..). Ou o devedor aliena o bem a pessoa de sua confiança, seja porque a alienação é simplesmente aparente e se tem, então, a simulação fraudulenta, ou porque a vende por um preço menor que o devido, ou enfim, porque é confortado pela esperança de burlar os seus credores com seu estado aparente de insolvência e de retomar o bem quando retornar-lhe a melhor sorte" (obra citada, pág. 205).
Portanto, concernente ao consilium fraudis, as provas carreadas aos autos confirmam a existência de negócios entre os réus, bem como laços de amizade, presumindo-se, portanto, que era conhecido do apelante o precário estado financeiro de Sérgio Henrique Ferronato. A alienação do veículo por valor inferior ao de mercado somente veio corroborar a intenção de afastar o bem de futura penhora em função das dívidas contraídas.
Ademais, apesar do conhecimento da situação financeira do vendedor por parte do adquirente, sua insolvência era notória, conforme amplamente explicitado na sentença objurgada.
Assim, agiu com acerto o togado a quo ao considerar ineficazes os atos fraudulentos comprovados nos autos, atentatórios ao direito creditício do apelado.
Ante o expost;o, a anulação da negociação é medida que se impõe, restando desprovido o presente recurso.
DECISÃO:
Nos termos do voto do relator, por unanimidade, conheceram do recurso e negaram-lhe provimento.
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores Wilson Augusto do Nascimento e Marcus Túlio Sartorato.
Florianópolis, 25 de agosto de 2003.
Wilson Augusto do Nascimento
PRESIDENTE COM VOTO
José Volpato de Souza
RELATOR
	Com base em todos os fundamnetos aqui apresentados, requer-se de Vossa Excelencia que realize à apreciação.
DO PEDIDO :
	Sendo assim, os autores requerem que Vossa Excelencia:
1- A citação dos reus.
2-A intimação do membro do Ministerio Publico para que atue no feito.
3-Que seja julgado procedente o pedido, para o fim de decretar a anulação do Negocio Juridico.
4-Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas
processuais e nos honorários advocatícios.
DAS PROVAS:
	Requer provar o alegado por todo o meio de provas em direito admitidas, especialmente a prova documental.
VALOR DA CAUSA:
	Dá-se a cusa o valor de R$ 250.000,00 (Duzentos e cinquenta mil reais).
Nestes Termos
Pede o Deferimento
Fortaleza/CE, 16 de Setembro de 2016
Adogado, Benicio Pedrosa do Nascimento
OAB, n° 0000

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