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P1 Aula 2 Oftalmologia Aula 1

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CLÍNICA MÉDICA DE ANIMAIS DE COMPANHIA I
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Oftalmologia de Animais de Companhia
Animais enxergam colorido, exceto em vermelho, pois eles têm a base de cor bicolor. Por outro lado, a percepção de movimento deles é bem melhor do que a nossa. Eles possuem percepção de profundidade também. 
Anatomia do Globo/Bulbo Ocular 
Nós temos a camada externa que é fibrosa, dá a forma ao olho, que é a esclera e a córnea. Elas são muito parecidas, pela quantidade de material que tem, são fibras coladas e entrelaçadas. A diferença é que na esclera o trançado é aleatório, não deixa passar a luz. Na córnea é como laminas de uma cebola, todos na mesma camada e na mesma direção. Depois dessa primeira camada, vem a camada muscular, que tem a íris e o coroide. 
A camada vascular é responsável não só pela nutrição, mas também pela quantidade de luz que entra no olho. A pupila dilata e contrai de maneira que regula a quantidade de luz. Atrás dela vem o cristalino, que é uma estrutura gelatinosa dentro de uma capsula formada por fibras que são produzidas por toda vida. Com o passar do tempo são produzidas mais fibras, ficando cada vez mais duro e aí com a idade a pessoa fica com a visão para longe melhor e de perto, pior. Atrás do cristalino vem o humor vítreo (substancia gelatinosa) e depois a retina. A retina é uma das partes do sistema nervoso que eu posso examinar com o animal vivo.
OBS: O exame é feito inicialmente com a iluminação até para ver se o animal tem reflexo pupilar. No entanto, ter reflexo pupilar não significa que o animal esteja enxergando. 
Paralaxe 
Não se deve examinar apenas a frente do animal, deve-se examinar o olho em diferentes ângulos para poder observar melhor as estruturas internas do olho. 
Se eu tiver a córnea toda branca, eu não consigo ver nenhuma estrutura para trás. Se eu tiver o cristalino branco, eu vejo a íris, a câmara anterior, mas não consigo ver o fundo. 
Citologia
Em alguns casos se faz citologia. Serve para ver o tipo de células que encontro, para saber se a neoformação é benigna ou maligna, faz a coleta de material para exame bacteriológico, etc. Só é utilizado em casos crônicos, porque o olho por ter contato sempre com o meio externo, tem uma flora bacteriana própria. 
Teste de Schirmer: Deve ser o 1º teste a ser realizado no consultório para evitar alterações no resultado com outros testes. Esse teste é um teste semiquantitativo que avalia a lágrima em milímetros (o normal é de 10 a 15 mm) produzida pelo olho durante um minuto. Para tanto, é utilizada uma tira de papel de filtro específica para esse exame. Existem dois tipos de TLS (número 1 e 2), no TLS 1 avalia-se a quantidade de lágrimas produzida em um minuto sem dessensibilização da superfície ocular, no qual a presença do papel também estimula a liberação de lágrima. No TLS 2 a sensação corneal é abolida por meio da administração tópica de colírio anestésico que bloqueia a secreção reflexa da glândula lacrimal principal e terceira pálpebra, avaliando-se assim os valores basais de lágrima produzia. Resumindo:
Tipo 1: Produção lacrimal reflexa e basal
Tipo 2: Produção basal – Colírio anestésico
Tonometria Digital: Avalia a pressão intraocular. 
Coloca 2 dedos no globo ocular e empurra para baixo. Avalia-se os 2 olhos, onde os 2 devem ter pressão parecida. 
O aumento da pressão intraocular é conhecido como glaucoma. O globo ocular vai ficar macio quando houver uma inflamação. Quando fizer esse teste deve-se observar a margem palpebral também. 
Tonômetro Schiotz: É um tonômetro mecânico, que funciona em pequenos animais. Mas o animal tem que estar com a cabeça virada para cima, o que é meio complicado. 
TonoPen: Tonômetro de aplanação, que vai aplanar uma área fixa da córnea. É muito mais moderno, funciona muito melhor. Instrumento muito caro. Utilizado com o animal em posição normal da cabeça. 
Gonioscopia: Serve para ver o ângulo iridocorneal, que fica entre a íris e a córnea. No gato da para ver diretamente esse ângulo, diferentemente do cachorro que precisa utilizar instrumentos apropriados. 
Pode-se utilizar um Otoscópio e lente Barkan. É um exame que não é feito com muita frequência. 
Oftalmoscopia Direta
- Deve-se usar o otoscópio no lado direito do veterinário, para examinar o olho esquerdo do animal, para não encostar nariz com focinho e isso atrapalhar no exame. 
- Sala escura, com o proprietário do nosso lado ou atrás de nós.
- Utilizar o midriático (tropicamida 1%)
- Deve-se ajustar a luz do oftalmoscópio
- Na lente 0 (zero)
- Observar o reflexo do fundo
- Localizar o disco óptico: Visualizar o tamanho, forma e coloração. 
- Vascularização retiniana: Observar número de vasos e a distribuição deles 
- Quadrantes 
Oftalmoscopia Indireta
- Lente convergente plana convexa 20-30 dioptrias
- Fonte de luz
- Midriático
- Lente a 2-8 cm do olho do paciente
- Iluminar a 50-80 cm
- Imagem virtual invertida
- A vantagem é que mostra quase todo o fundo de olho. 
OBS: Utiliza-se o exame indireto para avaliar o fundo de olho, e se tiver alguma alteração, eu utilizo o exame direto. 
Fundo de Olho – Cão 
A cor do fundo de olho não nos informa sobre a saúde do mesmo. 
1) Veia retiniana nasal superior 
2) Veia retiniana nasal inferior 
3) Veia retiniana temporal inferior 
4) Veia intermediaria inferior 
5) Depressão normal do centro da pupila
Fundo de Olho – Gato 
1) Vênula nasal superior 
2) Vênula nasal inferior 
3) vênula temporal inferior 
4) Área central 
OBS: Se eu ver um disco óptico no cão, é porque ele tem glaucoma. 
Lâmpada de Fenda: Permite a visualização de várias camadas do olho, é como de fizesse um corte transversal. 
Dá para ver a esclera, íris, córnea, cristaloide anterior e cristaloide posterior.
Sondagem do Ducto Nasolacrimal: Somente em animais com obstrução. Serve para lavar o ducto nasolacrimal. A tendência é fazer pressão no ponto superior, e aí o liquido vai sair pelo focinho. Em braquicefálicos, ao invés de ser pelo focinho, eles vão engolir.
Teste de Fluoresceína: A fluoresceína (fluoresceína sódica) é corante tóxico, solúvel em água, utilizado na forma de colírio a 2% e em tiras de papel (bastões) impregnadas. Ela serve ao diagnóstico das úlceras de córnea, avaliando-se a extensão da lesão na córnea e também em pequenos defeitos epiteliais que não são visíveis ao exame da córnea. 
Utiliza-se uma luz de cobalto no olho do animal para melhor visualização. Se o ducto nasolacrimal do animal não estiver obstruído, a fluoresceína vai sair pela narina. 
OBS: Se corar com fluoresceína, NÃO pode dar/passar corticoide tópico. Porque se houver lesão no olho, há a liberação de colagenase endógena e o corticoide aumenta a atividade dessa enzima, aumentando a lesão. Fura o olho em menos de 24 horas (PROVA). 
Conjuntiva – Membrana Nictitante
Conhecida erradamente como 3ª pálpebra. 
OBS: O olho fica vermelho ou tem conjuntivite em praticamente todos os tipos de quadros mórbidos oculares. 
Pálpebras
Entrópio
- Enrolamento para dentro da margem palpebral (inversão palpebral)
- Mais comum em cães e ovelhas
- Pouco comum em cavalos e gatos. 
- Pode ser adquirido ou congênito 
Entrópio congênito 
- Podem não se manifestar desde o nascimento
- Pode ser herdado em certas raças
- Pode ocorrer em combinação com ectrópio
- Raças comumente acometidas: Shar Pei, Poodle miniatura, Chow Chow 
Entrópio adquirido 
- Espástica: Secundário a irritação crônica e dor, levam a espasmos do musculo orbicularis oculi. Pode se tornar irreversível com o tempo 
- Cicatricial: Secundário a lesão palpebral 
Consequências de Entrópio
- Epífora: Lacrimenjamento decorrente de uma drenagem da lágrima deficiente ou por aumento da secreção lacrimal.
- Blefarospasmo: Animai sente dor e ai fecha o olho, ficando mais ainda a pálpebra p dentro.
- Conjuntivo:
- Ceratite: Inflamação da córneaOBS: O entrópio medial pode obstruir o ponto lacrimal inferior. 
Antes de tentar qualquer terapia, considerar o seguinte: 
- Avalie a posição da pálpebra com a pálpebra em repouso e durante o piscar
- Identifique e trate os problemas concomitantes confirma as necessidades – Ectrópio, distriquiase e/ou doenças corneanas. 
Entrópio
- Determine a extensão da correção necessária enquanto o paciente está acordado. 
- Entrópio primário: Conformacional e relacionado à raça do animal.
- Se o entrópio é espástico (secundário à outra dor ocular decorrente de ulcerações, cílios ectópicos, uveíte grave, blefarite, etc), pode ser necessário a anestesia tópica ou o bloqueio do nervo palpebral para avaliar o quanto do entrópio é anatômico. 
- As técnicas cirúrgicas devem subcorrigir ligeiramente para que se obtenha um ótimo resultado. A cicatrização e retração pós-operatórias ajudam na correção do defeito. 
- Se possível, não corrigir cirurgicamente o entrópio de um animal imaturo (<6 meses)
- Tratar com medicamentos ou suturas temporárias
- Entrópio pode desaparecer espontaneamente ou se agravar com a idade
Entrópio – Tratamento 
Medicamentos: Unguentos, lubrificante oculares.
Cirúrgico: Temporário X Permanente
Temporária: 
- Sutura não absorvível 
- Dura 10 a 14 dias
- Pode dar resultados dramáticos filhotes Shar Pei 
- Grampos e supercola também tem sido utilizado 
Permanente: 
- A extensão da correção deve ser avaliada antes da anestesia
- Existem várias técnicas para corrigir o entrópio. A escolha depende da causa, da localização e da extensão do entrópio. 
- Procedimento básico: Técnica de Hotz-Celsus modificada 
- Ter entrópio na pálpebra inferior é menos grave que se for na pálpebra superior, pois a superior mexe bem mais. 
- Deve-se deixar o fio da sutura comprido após o nó, e puxar para baixo, para melhor manuseio e cicatrização. Tem que deixar o animal utilizando o colar.
- Tem que sedar o animal para retirar os pontos. 
Ectrópio
É a eversão da margem palpebral. 
Congênito: São Bernardo, Basset Hounds, Cocker Spaniel Americano, etc.
Adquirida: 
Cicatricial
Senil: Diminuição do tônus do músculo orbicularis oculi.
Fisiológico: Visto em raça de caça. Mas evidente após exercício-fadiga da musculatura facial. 
Paralítico: Após lesão dos ramos do CN VII. Outros sinais de lesão do VII par estão presentes.
Tratamento
Médico: Limpa-se o olho com soro fisiológico e/ou agua destilada. 
Cirúrgico: Apenas se necessário (ceratite, conjuntivite severa)
Correção V para Y: Para ectrópio cicatricial. 
Técnica de Kuhnt-Szymanowski para correção de ectrópio simples.
Ectrópio/Entrópio
Podem ocorrer simultaneamente no São Bernardo, no Chow Chow e Bulldog inglês.
A pálpebra inferior tem ectrópio lateral e entrópio central. 
Pode-se usar a cantoplastia lateral com ou sem reconstrução do ligamento do canto lateral.

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