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Aula 2 Bronquite Infecciosa

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SANIDADE AVÍCOLA
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Bronquite Infecciosa
Introdução
Reconhecida desde de 1931 como uma Doença Respiratória de Aves Jovens.
Definição: Doença infectocontagiosa com manifestações respiratórias, renais, reprodutivas e entéricas de frangos, poedeiras e reprodutoras, causada por uma grande diversidade de tipos de vírus com ampla distribuição mundial. 
Possui período de incubação muito curto, de 18 a 36 horas, dependendo da dose e da via de inoculação.
O sítio rimário de replicação é no sistema respiratório superior, podendo acometer o sistema reprodutor e outros. 
Importância:
Diminuição da produção de ovos
Ovos com alterações de conteúdo interno e de casca
Geração de falsas poedeiras
Infertilidade total ou queda de fertilidade
Retardo no Crescimento
Aumento da susceptibilidade a infecções secundárias – Lesões no Trato Respiratório.
Mortalidade de Moderada a Severa
Etiologia: É causada por um coronavírus aviária, genoma RNA altamente variável
Coronavírus do grupo 3 – possui uma proteína em formato de espícula que lhe confere um formato de “coroa”, por isso recebeu o nome de coronavírus. 
Ordem – Nidovirales
Família – Coronaviridae
Gênero – Coronavírus
Envelopado
RNA de fita simples
Pleomórfico, medindo de 90-200 nm
Projeções de membrana
Características físico Químicas
Ajuda na escolha dos desinfetantes, escolha de combate e profilaxia em condições ambientais favoráveis ou não. 
A maioria das cepas do VBIG são inativados após 15 minutos a 56ºC ou após 90 minutos a 45ºC.
O líquido alantóide infeccioso conservado a -30ºC mantém a viabilidade por muitos anos. 
Tecidos infectados, se conservados em refrigeração por 80 dias, conservam a viabilidade viral.
Exsutado tranqueal seco, se conservado a 4ºC, permanece infectante por até 180 dias. 
O VBIG é considerado como sensível a maioria dos desinfetantes comuns.
O vírus pode estar presente na albumina do ovo, vindo a infectar o embrião no nascimento.
Transmissão:
O VBIG se dissemina pela via horizontal, assim a porta de entrada é respiratória. 
A chance de transmisssão no aviário, no manejo brusco com levante de poeiras da cama das aves, assim a poeira entra no aparelho respiratório superior e infecta novas aves, a cama funciona como se fosse uma fonte de infecção onde o vírus pode se soltar e contaminar a água, a ração e diretamente a água. 
Tem sido sugerida a transmissão vertical do vírus, mas ainda não existem fatos comprovados sobre isto.
O local primário de replicação é o trato respiratório superior, independente da cepa ou característica patogênica do vírus.
Período de Incubação:
O período de incubação da BIG é de 18 a 36 horas, dependendo da dose e via de inoculação.
O vírus se replica de forma muito rápida, uma vez infectada a ave rapidamente dispersa o vírus para as demais aves do lote, assim há grande impacto nas demais aves. 
Patotipo – classe a que pertence uma amostra do vírus em relação à sua capacidade em causar lesão em certo tipo de célula ou tecido. Há amostras capazes de causar lesões em vários órgãos.
Classificação das cepas
Do ponto de vista prático, é importante considerar com se produzem os novos sorotipos do VBIG.
Recombinação genética entre duas partículas virais antigeneticamente diferentes, que ocorrem em coronavirus. 
Pressão de seleção imposta pelo uso de vacinas vivas do VBIG por muitas décadas.
A classificação fenotípica ou genotípica do VBIG é baseada em características da proteína S do genoma viral. Os sorotipos classificam a estrutura antigênica, cada sorotipo gera no organismo um tipo de anticorpo específico. 
Os tipos diferentes de vírus podem surgir por um mecanismo de escape que ele encontrou de fugir do hospedeiro, através de recombinações genéticas de suas características antigênicas. Quanto maior a pressão de seleção mais rápida ocorre a recombinação genética dos vírus, o uso de vacinas forçam o vírus a se mutar, mudando para conseguir sobreviver. Para que os antígenos produzidos não sejam mais combatidos, e ele permaneça viável. 
Maneiras de classificação:
Usando provas funcionais, considerando o efeito biológico do vírus – Imunotipos e Antigenotipos.
Estudando a estrutura do genoma – Genotipos.
Os imunotipos ou protectotipos proporcionam informações sobre a eficácia das vacinas, e assim como as cepas que induzem proteção contra outra cepa, pertencem ao mesmo imunotipo.
Os antigenotipos identificam sorotipos com base na reação entre as cepas do vírus e os Ac policlonais sorotipo-específicos.
Tropismo
Pode ser entendido como a capacidade do vírus em se ligar aos receptores celulares, adsorvendo-se à membrana celular e, eventualmente, adentrar o meio intracelular. 
O tropismo é determinado pela proteína S que é responsável pela ligação a receptores celulares.
Pode ou não haver mudança de característica patogênicas do vírus também, durante essa recombinação viral. A mudança da patogênese viral depende da mudança ou não na proteína S, que é quem realiza a adesão no hospedeiro. 
Patótipo:
Classe a que pertence uma amostra do VBIG em relação à sua capacidade em causar lesão em certo tipo de célula ou tecido.
A doença clínica respiratória só ocorrem nas primeiras semanas de vida, apenas! Boca aberta, pescoço esticado, e dificuldade respiratória, por partes mucosas na traqueia que impedem a entrada correta do ar. 
Há amostras capazes de causar lesões em:
Rins, Trato reprodutivo, Trato respiratório, Sistema digestivo, Lesões associadas a musculatura peitoral, 
Proventrículo
Variações genéticas podem resultar em mudanças no tropismo e patogenicidade viral que por sua vez podem levar a geração de novos patotipos de VBIG
Sinais Clínicos
Aves Jovens – Infecções Respiratórias
Edema e exsudato catarral ou mucoso na traqueia e brônquios.
Congestão pulmonar
Inflamação catarral ou fibrinosa nos sacos aéreos, pode cursar com aerosaculite. 
Pericardite e pleurite
Gera o quadro da Síndrome da Cabeça Inchada, caracterizada por edema da barbela, sinusite, conjuntivite, pode estar associado ao VBIG. Associação de vírus do problema respiratório + bactérias como Mycoplasma e Escherichia coli. 
A mortalidade depende:
Evolução dos sintomas
Do número de partículas virais
Cepa 
Interação com agentes bacterianos
Quadro Respiratório
O sítio de replicação é na traqueia e normalmente tem deposição de muco no lúmen da traqueia, prejudicando a passagem de ar, então a galinha abre o bico e estica o pescoço para facilitar a passagem de ar. Pode-se observar espirros e secreções.
Inflamação Catarral dos Sacos Aéreos, posterior fibrinose. 
A característica clínica da doença respiratória é em aves jovens. Em frangos de corte observa-se a característica respiratória e renal. Pode-se observar edema, exsudato catarral ou mucoso na traqueia e brônquios, congestão pulmonar, inflamação catarral ou fibrinosa nos sacos aéreos, pericardite e pleurite.
Síndrome da cabeça inchada – sinusite. Tem edema periorbital e submandibular. Pode ou não estar associada com infecções secundárias por bactérias.
Efeitos no trato Renal
A nefropatogenicidade tem sido associada apenas com algumas cepas, variantes virais. Mais comum em sistema de aves de corte.
O VBIG – inicialmente causa sintomas respiratórios Em seguida sintomas derivados do dano renal Aumento do consumo de água Fezes aquosas Morte em geralmente 6 dias.
Os rins das aves infectadas com o VBIG nefropatogênico apresentam:
aumento de tamanho
palidez
túbulos e ureteres distendidos com uratos
Efeitos no trato renal – sempre terá infecção primária do sistema respiratório, um tempo depois tem dano renal. As aves começam a beber mais água, as fezes ficam mais aquosas e começa a ter maior mortalidade. 
Aves de postura (Postura Comercial e Reprodutoras)
Sistema Respiratório: Não ocorre ou, se ocorre, é de forma discreta. Em caso de complicaçãobacteriana, os sintomas são os mesmos descritos para aves jovens. 
Sistema Urinário: As lesões são discretas (ligeiro aumento renal) a um quadro de urolitíase:
Uma condição de degeneração renal
Atrofia renal
Fibrose
Cálculos renais formados nos dutos coletores e ureteres das aves afetadas.
Efeitos no trato reprodutivo
Aves de Postura: 
Queda severa na produção
Deterioração da casca e qualidade interna do ovo
A produção pode começar a aumentar após 2 a 3 semanas, mas alcança apenas níveis sub-ótimos.
O vírus pode causar hipoplasia glandular, o que leva a redução da síntese de proteínas do albúmen, especialmente a ovomucina, lisosima e outras proteínas.
Efeitos no trato reprodutivo
Diminui a qualidade da proteína do ovo, reduzindo as albumina e albúmen, assim a clara fica mais líquida. O formato do ovo e qualidade da casca também muda, se tornando fina e irregular.
Aves Jovens: A infecção de fêmeas de menos de 2 semanas de idade pode causar lesões permanentes no trato reprodutivo, resultando em falsas poedeiras. As aves não realizam a postura pois foram contaminadas jovens no início da vida, o ideal é realizar a sorologia do plantel, antes que a galinha se desenvolva, assim prevenir o desenvolvimento das falsas poedeiras. O terço médio do oviduto é o mais severamente afetado com áreas de hipoplasia localizada.
A patogênese do VBIG no trato reprodutivo das fêmeas deriva-se da replicação viral no epitélio ciliado do trato reprodutivo, resultando em perda de cílios e necrose das células glandulares e epiteliais
Efeitos no trato reprodutivo
Machos: Queda da fertilidade e atrofia testicular.
Multiplicação do vírus no epitélio dos ductos eferentes dos testículos.
Importante realizar o monitoramento sorológicos de machos que sirvam na reprodução. 
Efeitos no trato intestinal
Proventriculite
Diarreia Severa
Porém com menor importância na doença
Miopatia Peitoral
As lesões descritas são: inchaço e palidez dos músculos peitorais, e presença de hemorragias faciais e edema gelatinoso na superfície muscular.
Frango de corte tem sintoma respiratório e renal, o rim fica pálido e aumentado de tamanho, túbulos e ureteres distendidos por depósito de urato. Em aves de postura pode-se ter problemas respiratórios, urinários e reprodutivos. Nas aves jovens, de 2 a 4 semanas, tem-se principalmente sintomas respiratórios e urinários, depois da maturidade sexual tem-se problemas reprodutivos. Queda severa na produção, queda na qualidade do ovo com deterioração da casca e qualidade interna. A produção pode começar a aumentar após 2 a 3 semanas, mas alcança apenas níveis sub-ótimos. Ovos de casca rugosa e formato anormal são bastante característicos da bronquite infecciosa.
Quando o vírus infecta aves jovens de menos de 2 semanas e apresentam sintomas respiratórios, existe a possibilidade de que quando adultas não ponham ovos, resultando em falsas poedeiras. O terço médio do oviduto é mais severamente afetado.
Menos frequentemente pode-se observar efeitos no trato intestinal como diarreia severa e proventriculite, o que pode levar a confundir com outras doenças, como Newcastel e miopatia peitoral(?).
Lesões Microscópicas
Trato respiratório – diminuição dos cílios, presença de muco e células inflamatórias
Trato reprodutivo – redução localizada ou generalizada dos cílios, fibroplasia, edema e presença de focos de infiltrado
Trato urinário – lesão básica
Não existem lesões patognomônicas do vírus BIG. 
Não se observa corpúsculo de inclusão.
No trato respiratório: 
Diminuição dos cílios, com descamação do epitélio (ciliostase), predispõe a infecção bacteriana. 
Presença de células inflamatórias
Presença de edema na porção da mucosa e submucosa.
Congestão vascular
Vacuolização e hemorragia na submucosa
O lúmen traqueal pode conter exsutado sero-mucoso, ou muco catarral. 
No trato reprodutivo:
Redução localizada ou generalizada dos cílios 
Fibroplasia e edema
Presença de focos de infiltrado celular mononuclear
No trato urinário:
Lesão básica - nefrite intersticial
Diagnóstico
Sintomatologia clínica ajuda, mas o diagnóstico final somente com identificação do vírus.
Fatores que influenciam o sucesso da detecção de VBIG – Tem entre o começo da infecção e amostragem, nível de imunidade da ave no momento da infecção, número de aves amostradas, escolha dos órgãos (amostras), qualidade das amostras, genética da ave, isolamento do vírus (multiplicação e detecção de IBV infeccioso).
Diagnóstico direto – ELISA, soroneutralização (pouco usada, porém uma das mais sensíveis), imunodifusão em gel de ágar, teste de inibição da hemaglutinação (duas últimas pouco sensíveis com muitos resultados cruzados)
Diagnóstico indireto – isolamento em ovos embrionados, cultivo em anéis de traqueia.
Diagnóstico direto - Isolamento em ovos embrionados, Cultivo em anéis de Traqueia, Métodos baseados em ácido nucléico
Diagnóstico diferencial
Pneumovirose, Coriza Infecciosa, Doença de Newcastle, Laringotraqueíte, EDS (Síndrome da Queda de Postura). Outras doenças que causam problemas respiratórios e reprodutivos, como Coriza infecciosa, Newcastle, etc.
Prevenção e controle
Medidas de biosseguridade e manejo adequado
Vacinação (vacinas vivas e atenuadas, e inativadas)
Frangos de corte – vacina viva no 1º dia, única vacinação.
Reprodutoras – vírus vivo/vírus morto. Vacinação no primeiro dia e monitoramentos periódicos para verificação do status imune da ave, afim de uma nova dose. Antes do período sexual vacina-se com vírus vivo, para gerar uma resposta de memória. Quatro semanas antes de começar a fazer postura vacina-se com vírus morto, para depois gerar o efeito Booster, assim gerando um aumento na imunidade grande.
Algumas cepas vacinais podem reagir de forma mais eficientes com um sorotipo, ou não. A maioria dos planteis usa apenas um sorotipo, assim as vezes a resposta imune não é tão adequada. A BR1 é uma nova vacina lançada no mercado, que pode vir a reagir de formais mais adequada aos vírus de cepa brasileira. 
Nesse caso quando se vacina com vírus vivo, ele penetra na célula e cria um tipo de resposta imunológica diferenciada para criar uma resposta de memória. Quatro semanas antes, vacina-se com vírus morto para proteger o pintinho nos primeiros dias de vida que é o período de maior susceptibilidade.
Poedeira comercial – vírus vivo/vírus morto.
Deve-se fazer monitoramento sorológico em algumas aves para saber se o tipo de anticorpo está caindo, e se estiver, deve-se vacinar novamente.

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