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Aula 14 Encefalomielite Aviária

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SANIDADE AVÍCOLA
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Encefalomielite Aviária
Introdução:
Também conhecida como tremor epidêmico.
Definição: Doença infecciosa causada por um picornavírus que acomete primariamente pintinhos nas primeiras 4 semanas de idade, caracterizada por ataxia, paralisias e tremores, especialmente da cabeça e pescoço, distrofia muscular e mortalidade.
Em aves adultas, não imunizadas:
A infecção pode causar uma queda temporária na produção de ovos.
Diminuição da eclodibilidade devido a mortalidade embrionária,
Ausência de sinais nervosos.
Importância Econômica
A EA foi uma doença de grande importância econômica para a indústria avícola antes do desenvolvimento e uso da vacina comercial, no início da década de 60.
Vacinação - Responsável pela baixa incidência de casos reportados de EA clínica em frangos de corte, devido a redução da transmissão do vírus através do ovo.
Histórico:
O primeiro relato - Casos de tremores de cabeça observados em pintos de 2 semanas de idade ocorridos em 1930 na Nova Inglaterra, nos EUA.
Reprodução experimental da doença – Jones (1930) – Inoculação intracerebral de cérebro macerado e filtrado.
Distribuição Geográfica e Ocorrência:
A EA tem sido relatada em todas as áreas de produção avícola comercial do mundo.
Na avicultura industrial, os programas de vacinação são regulares e a ocorrência de sintomas clínicos é baixa.
Se a infecção ocorrer após o início do período de postura – Transmissão vertical – Pintos com sintomas clínicos.
Etiologia:
Características do Vírus
Não possui envelope, vírus RNA fita simples de polaridade positiva, família – Picornaviridae, Gênero – Picornavírus. 
O genoma do VEA codifica 4 proteínas – VP1, VP2, VP3 e VP4.
Propriedades Biológicas
Baixa variabilidade antigênica – Algumas distinções devem ser feitas entre as amostras de campo e aquelas que tenham sido adapatadas em embriões.
Apesar de antigenicamente uniformes, existe variação no seu tropismo e virulência.
A patogenicidade dos isolados de campo varia.
Patogenicidade e Epizootia
Apenas um limitado número de espécies aviárias são naturalmente suscetíveis ao VEA.
Galinhas, Perus, Codornas japonesas, Faisões, Galinhas D’angola, patos e pombos são suscetíveis a infecção experimental. Camundongos, cobaias, coelhos e macacos são refratários ao vírus em inoculações via intracerebral.
Transmissão
A forma mais comum de disseminação do vírus é através das fezes de aves com a infecção ativa.
A replicação do vírus ocorre nas células epiteliais do intestino delgado.
Deste ponto o vírus provavelmente entra na corrente sanguínea via placas de Peyer e vasos linfáticos, atingindo outros órgãos e o sistema nervoso central (SNC).
O VEA é eliminado pelas fezes por vários dias.
Permanece infectivo por longos períodos de tempo no meio ambiente.
Período de excreção – Aves jovens 2 a 3 semanas; aves com mais de 3 semanas excretam o vírus por 5 dias.
O vírus é carreado entre granjas, principalmente através do homem e fômites. Alimentos, água, cama, calçados e equipamentos contaminados.
Transmissão
A transmissão horizontal no incubatório por contato em caixas de pintos durante o transporte, durante o nascimento, ou na própria granja. – Sinais nervosos nos pintos contaminados na 3ª semana.
Transmissão vertical – Bem fundamentada
Experimentalmente, tem sido demonstrado que o vírus dissemina-se através do ovo entre 5 e 13 dias depois da infecção da galinha. 
Vias de inoculação
A via de inoculação intracerebral produz os resultados mais consistentes na reprodução do quadro de EA nas galinhas. Outras vias de inoculação testadas experimentalmente são:
Intraperitonial, Subcutânea, Intradermal, Intravenosa e Intramuscular. 
As vias de inoculação mais utilizadas são a oral, a ocular e a nasal
A via ocular é um eficiente modo de aplicação da vacina contra a EA pois permite a replicação viral no trato digestivo superior
Período de incubação
Pintos infectados por transmissão vertical é de 1 a 7 dias. 
Pintos suscetíveis, contaminados por transmissão horizontal, apresentam uma período de incubação mínimo de 11 dias. Após a cinco semanas de idade as aves são mais resistentes à infecção.
Resistência com a idade
A razão pela qual a doença aparece em forma diferente em aves de idades diferentes deve-se a um fenômeno conhecido como resistência com a idade. 
Uma ave de qualquer idade pode infectar-se com o vírus, mas somente os pintinhos infectados nas primeiras semanas de vida mostram sinais neurológicos. 
A resistência com a idade parece depender da maturação do sistema imunológico humoral.
Sinais Clínicos
Em condições naturais a presença dos sinais clínicos irá depender:
Idade da ave, Estado imunológico do plantel, via de transmissão do vírus. 
A EA se apresenta em duas formas clínicas principais:
Sinais neurológicos clássicos em pintos jovens
Forma da doença em aves adultas sem manifestação nervosa
Infecção aguda em aves jovens de até quatro semanas
Os sinais são extremamente variáveis.
Primeiro sinal clínico é quando os pintinhos não estão ativos ou não se movem.
Falta de coordenação progressiva dos músculos.
Os pintinhos apresentam-se cambaleantes, fraqueza, tristeza, incapacidade para manter-se em pé. Se caem dificilmente levantam-se. Os sinais clássicos da EA são tremores muito rápidos e delicados no corpo e particularmente na cabeça e pescoço. Geralmente as aves doentes morrem por incapacidade para comer e beber, ou por bicagem e canibalismo.
Sem sinais nervosos em aves acima de cinco semanas de idade
Em frangos acima de 4 semanas de idade são pouco aparentes.
A transmissão horizontal - temporária de postura, entre 5 e 10% sem alterações significativas da qualidade da casca. 
Queda na Eclosão (20%) – Devido a mortalidade embrionária.
Os pintos nascidos durante o período de baixas na eclosão poderão apresentar sintomas nervosos e ou mortalidade nas primeiras semanas de vida.
Horizontal:
Temporária de postura
Sintomas nervosos e/ou mortalidade nas 1ª sem de vida
Vertical:
1ª ou 2ª sem de idade
Tremores musculares (cabeça e pescoço)
Sinais Clínicos:
Apatia (olhos semicerrados)
Ataxia progressiva
Incoordenação
Pintinhos sentam-se sobre as articulações tíbio-társica
Dificuldade de marcha normal (cai em decúbito lateral)
Morte (sede ou inanição)
Sobreviventes: alterações oculares (cegueira)
Sintomas Nervosos: primeiras semanas de vida
Mortalidade e Morbidade
Nos casos de transmissão vertical a morbidade pode alcançar até 40% nos pintos nascidos provenientes de lotes suscetíveis.
A mortalidade pode atingir até 20% dependendo das condições ambientais e de manejo dos lotes.
Patogenia: Cepas não adaptadas em ovos 
Enterotrópicas: Multiplicam-se no trato digestivo, Excreção nas fezes
Doença Clínica (Infecção Via Oral)
Vírus: Pâncreas, fígado, baço, proventrículo, ID, ceco, m. esqueléticos, SNC
Matrizes: Intestino Cloaca 
Bursectomia Importância da Imunidade
Estudos com embriões e pintos susceptíveis
Alterações histopatológicas em tecidos
Encefalomalácia, distrofia muscular
Afeta muito o SNC
Resistência Stress da postura. 
Pintos com áreas esbranquiçadas na camada muscular da moela - infiltrado de linfócitos
Alterações no SNC e algumas vísceras
Proventrículo - densos agregados de linfócitos
Pâncreas – folículos circunscritos em grande quantidade
Resistência à Infecção
Presença de anticorpos neutralizantes no soro – resistência 
Bursectomia – falhas!
Resistência relacionada à idade
Ativa 
Calnek et al. (1960) – ovos já apresentam anticorpos passivos
Passiva
Anticorpos são transferidos via saco vitelínico
Anticorpos neutralizantes no intestino: via ingestão de gema ou pela administração intraperitonial de soro imune
Diagnóstico:
Isolamento e identificação do agente
Vírus neutralização (VN)
Imunofluorescência indireta
ImunodifusãoELISA
Hemaglutinação indireta
Diagnóstico Diferencial:
Doença de Newcastle, Doença de Marek, Meningoencefalomielite – nos perus
Deficiências nutricionais, Agentes tóxicos- ionóforos e nitrofuranos, Aspergilose
Prevenção:
Não existe tratamento satisfatório
Recuperação natural
Controle:
Vacina viva: 
Reprodutoras e Poedeiras 
Vacinadas na Recria - 4 semanas antes do início da produção
Vacina inativada: 
Plantéis já em postura e/ou onde a vacina com o vírus é Contra Indicada

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