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Volumosos e Concentrados - Escrito

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Fundação Universidade Federal do Tocantins
Campus de Araguaína
Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
Departamento de Zootecnia
Disciplina: Nutrição Animal Básica
Prof. Resp. Paulo Barreto
ALIMENTOS VOLUMOSOS E CONCENTRADOS
Ana Carolina
Antonio Júnior
Leide Karla
Márcio Odilon
 Setembro de 2010
Introdução
Em qualquer atividade pecuária a nutrição é premissa básica para obtenção de um bom desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. Antes da elaboração de um plano nutricional, alguns conceitos e princípios devem ser cuidadosamente estudados e correlacionados, para que os animais possam expressar seu potencial genético em resposta à nutrição. Para o Zootecnista, o conhecimento, a classificação, e o estudo da composição dos alimentos, devem ser tomados como base para uma boa atuação, visto que o desempenho dos animais está estritamente ligado aos alimentos que lhe são ofertados. A origem, as características, o valor nutritivo, e a qualidade desses alimentos irão remeter a biodisponibilidade de nutrientes ao animal que os consome, e que na soma resultante desses parâmetros a serem observados, juntamente com os fatores genéticos, definirão o desenvolvimento e o desempenho dos animais a serem nutridos. 
Alimentos Volumosos e Concentrados
Alimentos Volumosos
Os alimentos volumosos são caracterizados pelo seu teor de fibra bruta (FB) maior ou igual a 18%, ou fibra em detergente neutro (FDN) igual ou maior que 25%. Estes valores devem ser mensurados na matéria seca (MS). Em geral a quantidade de fibra em volumosos é inversamente proporcional à quantidade de energia, ou seja, quanto mais fibroso for um alimento volumoso, menos energia ele terá, pois ao passo em que se aumenta a porção fibrosa, se eleva o teor de carboidratos estruturais, como celulose, hemicelulose e lignina, que sãos os componentes da parede celular das plantas e indigeríveis por animais mamíferos, reduzindo carboidratos solúveis do conteúdo intracelular, que poderiam ser utilizados pelos animais com digestão microbiana, acarretando assim, valores energéticos disponíveis muito mais baixos.
Por característica os volumosos exibem baixos valores energéticos. As fontes principais são as plantas forrageiras, e podem ser classificados em:
Suculentos: forragem verde, silagem, raízes, capineiras, tubérculos e etc.
Secos: fenos, palhas, cascas, sabugos, bagaço da cana-de-açúcar e etc.
O Brasil é detentor de uma vasta extensão territorial, e devido a estar geograficamente bem posicionado, próximo à linha do equador, recebe grande luminosidade, com fotoperíodos bem mais longos que os convencionais. País tropical de clima quente-úmido, território favorável à alta produção forrageira, como as gramíneas tropicais. O alimento em abundancia faz com que a criação de ruminantes seja uma atividade lucrativa e atrativa. Já que estes animais pastejadores, podem produzir mesmo quando alimentados única e exclusivamente à custa de volumosos. Portanto, esse conjunto de fatores confere ao Brasil alta potencialidade e lugar em destaque no cenário da produção de ruminantes a pasto. 
1.2 Alimentos Volumosos Suculentos: As Forragens Verdes
Devido ao clima favorável, na composição botânica das pastagens do Brasil, é encontrada uma ampla variedade de forrageiras, na sua grande maioria, representadas por gramíneas e leguminosas, que podem ser nativas ou cultivadas, cujas qualidades nutritivas são muito variáveis. Dentre os gêneros mais cultivados, destacam-se as Brachiárias, escolhidas por serem rústicas, resistentes e se espalharem com facilidade. Chegaram ao Brasil vindo da África, e hoje são os principais capins nas pastagens do país. Também são responsáveis pelo salto de desenvolvimento da agropecuária brasileira dos últimos 40 anos. Como é de difícil controle, acabou incluída na lista de espécies invasoras catalogada pelo Ibama. 
Os Panicums também ocupam grande parte das pastagens brasileiras, com alta produção de matéria seca (MS), apresentam bom valor nutritivo e são bem aceitos pelos animais, porém exigem mais praticas de manejo que Brachiárias, pois atingem mais precocemente estagio de degradação, e são mais exigentes quanto à fertilidade do solo. Estes dois gêneros de gramíneas forrageiras constituem 93% das pastagens do Brasil. 
As leguminosas forrageiras são muito utilizadas em consorcio com gramíneas nas pastagens, caracterizam-se pelo alto teor de proteína bruta (PB), por ocuparem espaços onde as gramíneas não conseguem chegar, diminuindo os ricos de invasão por pragas nos pastos. O amendoim forrageiro e os estilosantes são os mais cultivados, conhecidos como bancos de proteína. Enquanto as gramíneas apresentam de 7 a 14% de (PB), essas leguminosas chegam aos valores de 14 a 23% de (PB).
Como supracitado, o Brasil tem alta potencialidade à produção de forrageiras, mas apresenta um período de escassez destes alimentos, o período de seca, que vai de março a outubro, surgindo necessidade de alternativas alimentares para os animais nesta estação. Um dos métodos mais utilizados é a conservação da forragem verde em silos, a silagem. O forragem fica armazenada, em uma estrutura que proporciona fermentação anaeróbica, totalmente vedada a entrada de oxigênio, que resulta na conservação das propriedades nutritivas deste alimento. Outras alternativas surgem com o plantio de capineiras, que não sofrem por escassez de água no período seco, pois no período chuvoso armazenam água para a seca.
 
A cana-de-açúcar é mais cultivada por apresentar alta produção e facilidade de cultivo. Pode ser cortada e fornecida diretamente no cocho para os animais, utilizando até de um suplemento concentrado, para complementar seu baixo teor de nutrientes. 
1.3 Alimentos Volumosos Secos: As palhas, cascas e sabugos
Servem como fonte de fibra para ruminantes. As principais fontes são palhas, cascas de frutos, sabugos de milho e restos de culturas. Não possuem valores nutritivos consideráveis, apenas garantem a fonte volumosa para estes animais, sendo necessária a inclusão de suplementos, que venham a suprir os déficits energéticos quês estes apresentam. 
2.1 Alimentos Concentrados
Os alimentos concentrados possuem altos valores energéticos. Baixo teor de fibra (<18%), ao que contrario de volumosos. Podem ser ainda classificados em protéicos (>20%) e energéticos (<20%), no que se refere ao teor de proteína bruta (PB). Os nutrientes digestíveis totais (NDT) ultrapassam 60 %, devido grande maioria desses alimentos terem em base amido, que é de rápida digestão. São apreciados pelos animais, por isso são rapidamente ingeridos quando ofertados. Em ruminantes não estimula a ruminação, e sua quantidade deve ser administrada com cautela, pois o excesso pode levar à acidose ruminal. As fontes principais dos alimentos concentrados são os grãos de cereais provindos de culturas, alguns grãos nobres, o que em muitas vezes explica o alto custo destes alimentos. 
2.2 Concentrados Proteicos 
Com mais que 20% de proteína bruta (PB) a maioria destes alimentos é de origem dos grãos das plantas oleaginosas. Encontram-se no estado de farelos, pois seus óleos são extraídos como o produto principal, seu subproduto, no caso o farelo é destinado à alimentação animal. São os principais componentes das rações, pois com na base em seu teor de proteína é que formula a ração. Alimentos concentrados proteicos também podem vir de origem animal, mas há entraves para seu uso. 
Farelo de Soja 
O farelo de soja, subproduto da extração do óleo, é o segundo maior ingrediente e a principal fonte protéica na fabricação de rações, com seu teor de (PB) variando entre 36 e 44%. A proteína da soja é de grande valor nutricional por conter todos os aminoácidos essenciais, sendo limitantes, a metionina e a treonina. A sua digestibilidade depende da presença ou não dos fatores anti-nutricionais, sendo que quanto melhor o controle destes, maior será a digestibilidadeda proteína da dieta. A soja possui vários fatores anti-nutricionais que prejudicam ou impedem a absorção dos nutrientes pelos animais, como os inibidores de tripsina e quimiotripsina, as lectinas, os taninos, os alcalóides, as saponinas e os glicosídios, que são compostos termolábeis, ou seja, inativados mediante tratamento térmico. A destruição dos fatores anti-nutricionais da soja é feita com o uso do calor, com correta duração e intensidade, desnaturando ou destruindo os fatores. Entretanto, a qualidade da proteína pode ser afetada por um sub-aquecimento, como também por um super-aquecimento. O tratamento com calor é mais efetivo quando a umidade é elevada. Existem muitas combinações entre temperatura e tempo de processamento possíveis de serem utilizadas, visando maximizar a qualidade do grão de soja e minimizar os custos com energia. Os métodos de processamento mais utilizados são a tostagem e a extrusão seca ou úmida. 
Farelo de Algodão 
 O algodoeiro é cultivado para produção de fibra e a torta, resultante da semente, após a extração do óleo, representa mundialmente a segunda mais importante fonte proteica disponível para a alimentação animal, ultrapassada apenas pela soja. De todos os subprodutos de algodão, os farelos da torta, são os mais conhecidos e utilizados. Resultam da remoção do óleo, que pode ser feita tanto pelo esmagamento mecânico do caroço como através do uso de solventes.
Os farelos, como fonte proteica, apresentam teores de proteína bruta (PB) de 34,3 a 48,9%. Os caroços de algodão, além de teores de PB de 22 a 25%. São também importantes fontes de fibra,com teores de fibra bruta (FB) de 17,2 a 28%. A casca do caroço de algodão e os restos da cultura, utilizados como fontes de fibra, apresentam teores de FB de 42,9 a 50,0%. Apesar da reconhecida qualidade dos subprodutos resultantes da indústria algodoeira, como alimento para animais, permanecem os problemas resultantes da presença do gossipol nestes derivados. Além disso, métodos modernos de extração de óleo têm aumentado a concentração destes compostos fenólicos nos subprodutos, ao mesmo tempo em que animais de alta produção tendem a aumentar a ingestão de alimentos e, consequentemente, de gossipol. Nestas condições, o limite máximo de ingestão de gossipol de 24 g/dia, se excedido este consumo, pode resultar em consequências adversas, prejudicando o desempenho animal, ou levando-o a óbito. 
Farelo de Amendoim
O farelo de amendoim após a extração do óleo, é um subproduto de elevado valor nutritivo. A riqueza nutritiva depende em geral da qualidade das sementes e do método utilizado na extração do óleo. Se o farelo provêm da extração do óleo pelo método a frio, torna-se mais nutritiva do que os conseguidos pelo aquecimento ou com o uso de solventes. Quando destinado à alimentação de animais, emprega-se o farelo como um dos mais importantes alimentos concentrados protéicos.
Existem dois tipos distintos de farelo: o proveniente da torta de amendoim descascado e o resultante da industrialização das vagens inteiras, sem descascar. Um bom farelo de amendoim, obtido sem casca, contém cerca de 45% de proteína bruta (PB), este farelo pode ter aproximadamente 83,5 Kg de nutrientes digestíveis totais (NDT) em cada 100 Kg, superando assim o melhor farelo de algodão tanto em proteína bruta como em nutrientes digestíveis totais. Quando se usa o amendoim em casca, o farelo é de qualidade inferior, com maior quantidade de celulose e menor teor em proteínas. Além disso, o produto pode apresentar-se com porcentagem elevada de areia aderida à casca e só serve para adubação.
Devido à sua influência na secreção láctea, o farelo de amendoim é mais empregado na alimentação das vacas leiteiras. Possuindo grande porcentagem de matéria graxa, o farelo tem efeito laxante e no caso nunca deverá compor a alimentação das vacas com mais de um quarto da parte da mistura concentrada. Em geral pode às vacas dar farelo de amendoim na base de até 2Kg/dia/cabeça conforme o rendimento de leite.
Farinha de Sangue 
 É o subproduto resultante do abate de animais em frigoríficos, que passa por um processo de cozimento e secagem do sangue fresco. A farinha de sangue convencional é produzida de sangue fresco, sem cerdas, urina e conteúdo digestivo, exceto em quantidade que podem ser admitidas nas boas praticas de processamento. A umidade é removida no cozimento convencional e a secagem em secadores rotatórios. O produto obtido é vermelho escuro tendendo a preto, insolúvel em água. O método de secagem do sangue é provavelmente o fator que mais contribui para a qualidade. Temperaturas mantidas altas no processamento do sangue produz complexos com a lisina que é indisponível aos animais. É um produto que apresenta problemas de palatabilidade se usado em grandes quantidades. 
Uréia
A uréia é um composto sólido, nitrogenado não protéico (NNP) derivado do petróleo. Ao alcançar o rúmen do animal, através da enzima uréase é desdobrada em amônia e CO2, daí os microorganismos passam a usar essa fonte de nitrogênio para síntese de nova proteína. A principal vantagem da uréia é permitir a economia de insumos sem comprometer a produtividade dos animais, e o melhor aproveitamento de alimentos com maiotres teores de fibras (grosseiros). A aptidão para o uso as amônia pelos microorganismos do rúmen é o fator mais importante na nutrição de ruminantes.
A proteína sintetizada através da uréia é também degradada no abomaso e intestino, e os aminoácidos (constituintes de proteína), são absorvidos e levados para os tecidos pelo sangue, onde poder ser utilizados para a síntese de nova proteína.É importante lembra, que a uréia é fonte de amônia para bactérias ruminais, e dessa forma, animais monogástricos (que não possuem rúmen) seu uso não recomendado.
 3.1 Concentrados Energéticos
 Com menos de 20% de proteína bruta (PB), os concentrados energéticos são ricos em amido, forma de rápida energia. Podem conter certa quantidade de proteínas, porém de baixo valor biológico. A quantidade de nutrientes digestíveis totais (NDT), ultrapassa os 75%. São encontrados em uma vasta variedade de alimentos, e compõem quase 84% das rações de aves e suínos.
Milho
O milho é um dos alimentos mais nutritivos que existem, ocupa o 2º lugar em volume de produção no mundo. Um grão nobre, cujo preço é o mais alto e que mais sofre variação entre os cereais. Junto com o farelo de soja, perfazem um percentual que chega até 83% da composição das rações. Constitui-se na principal fonte energética para a alimentação animal, com alta concentração de amido e óleo. É utilizado como fonte de energia na formulação de rações. Participa em até 90% da composição das dietas. Sua maior limitação como fonte de nutrientes é o baixo teor dos aminoácidos como lisina e triptofano. Os nutrientes digestíveis totais (NDT) variam em torno de 80 a 90%, a fibra em detergente neutro (FDN) está em torno de 8 a 10%, e proteína bruta (PB) por volta de 7 a 10%. A qualidade do milho é fator importante a ser observado na nutrição animal, para que se assegure os teores de nutrientes e a ausência de substâncias tóxicas.
Sorgo
O sorgo encontra-se entre os cereais mais cultivados no mundo. A produção mundial de sorgo, representa cerca de 10,6% da produção de milho. É usado principalmente na composição de rações para animais, como fonte energética. O sorgo pode substituir parcial ou totalmente o milho como fonte energética para nutrição animal. Desde que sejam ajustados os teores nutricionais com os outros ingredientes, e considerados os fatores anti-nutricionais e suas implicações no balanceamento da ração. 
O sorgo é muito semelhante ao milho, também é fonte de amido, no entanto a disponibilidade do amido do sorgo é menor quando comparado ao milho. Sua utilização na dieta deve ser comparada ao milho, a de função energética, considerando a diferença quanto ao amido. O sorgo possui (NDT) entre 75 e 80%, (FDN) em torno 9,5 a 11% e (PB) variando entre 7 a 9%. A diferençaentre os dois grãos está no tipo de proteína que envolve o amido. No sorgo, a proteína e o amido estão mais aderidos, o que diminui a digestibilidade do grão e da ração que utiliza este nutriente. Linhagens híbridas têm melhorado o tipo de amido do sorgo e melhorado a digestibilidade da matéria prima. 
O valor nutritivo do sorgo é marcadamente influenciado pela presença de taninos. Estas substâncias constituem um complexo de polímeros fenólicos, cuja função nas plantas não está bem definida, mas acredita-se que tenha relação com a resistência às condições adversas do ambiente, como o ataque de fungos, pragas e pássaros. O teor de tanino afeta diretamente a digestibilidade dos nutrientes presentes no sorgo. Estes efeitos podem ser observados pela redução na digestibilidade da matéria seca e dos aminoácidos, e na redução dos valores energéticos do sorgo. Nos animais observa-se um menor ganho de peso e uma menor conversão alimentar. Através do melhoramento genético tem sido desenvolvidos cultivares com baixos teores de tanino, menos de 0,7%, eliminando os efeitos negativos do ponto de vista nutricional. O uso destas cultivares é fundamental para que o sorgo tenha maior importância como cultura econômica e ganhe maior participação no mercado de rações.
Farelo de Trigo
O trigo ocupa o 1º lugar em volume de produção no mundo. É usado para a alimentação humana e animal, na proporção de 80 e 20%, respectivamente. Constitui-se na principal fonte energética para a alimentação humana. Os principais países produtores de trigo são a China, Índia, os Estados unidos e a Rússia. No Brasil, a atividade tritícola atravessa um período de crise, devido competitividade do mercado externo. A baixa rentabilidade da cultura desestimulou os produtores, que optaram por outras atividades, como a safra de milho e soja. Atualmente, o país importa cerca de 6,5 milhões de toneladas anuais de trigo, representando 70% do consumo interno. Em 1998 foram importadas da Argentina 6 milhões de toneladas.
A proteína do trigo é superior à do milho em concentração, qualidade e composição de aminoácidos. Os aminoácidos limitantes em ordem de importância são a lisina, a treonina, a metionina e a valina. As dietas, a partir do trigo, devem ser formuladas com base em aminoácidos, devido às variações no teor destes na proteína bruta. A suplementação com lisina e treonina pode reduzir em grande parte, o uso de farelo de soja, nas fases de crescimento e terminação. O principal componente energético do trigo é o amido que representa aproximadamente 60% do grão. Cerca de 1/4 do amido é composto por amilose, enquanto os 3/4 restantes são compostos de amilopectina. O trigo apresenta teores de energia digestível similares ao milho. No entanto, a energia metabolizável é 10% inferior a este, fato que também deve ser considerado na formulação da ração. O trigo contém entre 1 a 2% de lipídios, enquanto no milho este valor é de 3,7%, em média.
O subproduto do processamento do trigo destinado à alimentação animal é farelo, deve ser usado quando o preço estiver acessível. É composto de pericarpo, partículas finas de gérmen e das demais camadas internas dos grãos e outros resíduos resultantes do processamento industrial. Pode compor até 30% da ração, a porcentagem de proteína bruta varia em torno de 12 a 15%, fibra bruta (FB) em torno de 4 a 11% e (NDT) de 60 a 70% .
O uso preferencial do trigo na alimentação humana, via de regra, tem destinado à alimentação animal grãos de qualidade inferior ou subprodutos de seu processamento industrial. Entretanto, o fator preço, aliado à composição nutricional, pode tornar o emprego de trigo de boa qualidade na alimentação animal viável e vantajoso.
Aveia
A aveia é a sexta cultura em produção de grãos no mundo, sendo os maiores produtores a Europa, os Estados Unidos e o Canadá. No Brasil, o cereal tem grande potencial de uso nos sistemas de produção agropecuários, principalmente nos estados do Sul. É uma alternativa econômica importante no período de inverno, podendo ser usada para produção de grãos, para a formação de pastagens, elaboração de fenos e silagem. As espécies que predominam são a aveia preta e a aveia branca.
 A elevada produção de grãos da aveia, e seu alto valor nutritivo, representa uma importante fonte de alimento humano e animal. A maior parte dos grãos é usada na alimentação animal, especialmente em rações para cavalos. A aveia pode ser usada na alimentação de suínos como fonte energética. Sua composição nutricional e teor de fibra bruta variam em função do tipo de cultivar e do peso específico do grão. Em relação ao milho, os teores de energia metabolizável são inferiores. A proteína da aveia é considerada de boa qualidade, com teor de lisina cerca de 50% superior ao milho. Apresenta também maiores teores de extrato etéreo, cálcio e fósforo. O teor de fibra bruta varia de 10 a 15%, reduzindo a digestibilidade da energia. A casca e a arista do grão, trazem problemas de palatabilidade, podendo reduzir o consumo de ração e causar irritação nas mucosas dos animais. Há estudos visando desenvolver cultivares de aveia desaristada e com menos casca, mas as qualidades agronômicas obtidas ainda não permitem a sua exploração econômica. 
Farelo de Arroz
O arroz é um dos principais alimentos da população humana. É o terceiro cereal mais cultivado no mundo, com destaque para os países asiáticos. O Rio Grande do Sul tem área cultivada de 951,1 mil hectares, onde se destaca o cultivo de arroz irrigado, com altos índices de produtividade. O grande número de agroindústrias para beneficiamento da produção, gera subprodutos, como o farelo de arroz, que está disponível em grande quantidade para uso na alimentação animal.
Apresenta composição química variável em função do tipo de processamento. Os teores de proteína bruta (PB) variam em torno de 10 a 12%, fibra bruta (FB) de 1 a 10% e de extrato etéreo (EE) de 7 a 14% são superiores aos do milho. O amido e a gordura são as principais fontes de energia do farelo de arroz. A proteína é rica em aminoácidos sulfurosos e tem a lisina e a treonina como aminoácidos mais limitantes. O conteúdo de gordura é rico em ácidos graxos insaturados facilmente peroxidáveis como o ácido palmítico, linoléico e oléico. 
Polpa Cítrica
O Brasil é o maior produtor mundial de suco de laranja, e o subproduto, a polpa cítrica. É um alimento bastante utilizado na alimentação animal nos EUA e na Europa há muito tempo. No Brasil é encontrada principalmente no estado de São Paulo, próximo a indústrias de processamento do suco da laranja. Possui cerca de 90% do valor energético do milho, tendo baixo teor de amido, sendo o seu principal carboidrato a pectina. O teor de proteína bruta (PB) varia na casa dos 6% , fibra em detergente neutro (FDN) em 16%, os nutrientes digestíveis totais (NDT) por volta de 70 a 85%. Pode ser administrado aos animais em até 25% da dieta, atualmente no Brasil é mais utilizada na alimentação de ruminantes, principalmente no grandes confinamentos situados no estado de São Paulo, onde há fácil escoamento desse subproduto para as propriedades rurais, diminuindo assim o seus custo e favorecendo sua utilização.
Mandioca
No Brasil, a mandioca (raiz amilácea) é uma cultura típica de pequena propriedade, rica em amido, produzida principalmente para consumo na alimentação humana e animal. Na alimentação animal é usada “in natura”, na forma de farinha integral, que é a farinha de raiz desidratada, na forma de farelo de raspas, que resulta do processo de extração do amido, ou ainda, na forma de farinha da parte aérea. A produção brasileira representa cerca de 30% da produção mundial. 
O uso neste caso, visa a alimentação animal nas propriedades rurais, principalmente de gado leiteiro, nos meses de inverno. As variedades mais cultivadas são as de baixo teor ácido cianídrico, os chamados aipins, para servir também à alimentação humana. Para seu uso é necessária e aconselhada uma secagem de 6 a 12 horas, para que volatilizem os compostos cianogênicos.A mandioca pode ser usada na alimentação de animais, como ingrediente da ração, na forma de farinha integral de mandioca, na forma de farelo de raspas de ou ainda na forma de farinha da parte aérea. É considerado um alimento energético, sendo o amido seu principal componente. O teores de proteína bruta (PB) muito baixos ficam em torno de 1 a 2%, fibra bruta (FB) em torno 5 a 14%. 
Considerações Finais
O Brasil é o celeiro do mundo. Há uma imensa potencialidade à produção de alimentos, assim temos grande variabilidade alimentícia, o que nos confere inúmeras opções e alternativas para alimentação animal, que surgem diante de cada ocasião ou situação, e devem ser estudadas de forma a direcionar alimentos de boa qualidade e de forma vantajosa ao produtor. O conhecimento destes é uma ferramenta imprescindível para uma boa atuação, o que favorece e nos proporcionará levar o Brasil aos mais elevados índices de produtividade. 
Referências Bibliográficas
Boletim Informativo de Pesquisa—Embrapa Suínos e Aves e Extensão—EMATER/RS, BIPERS nº 8, 12 DEZEMBRO/1999.
Alimentos para Ruminantes – Cláudio Bonamono . 1º Edição, editora. Castle, UFLA 1984 - 
Estatística Brasileira do cultivo de Forrageiras – Pedreira, C. G. S.- Anais in Reunião Ciências agrárias Esalq -Usp Piracicaba, 2000.

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